Greve estraga fecho da temporada de ópera no São Carlos

10-06-2019
marcar artigo

A primeira das quatro récitas da ópera “La Bohème”, agendada para ontem no São Carlos, não aconteceu devido à greve dos trabalhadores daquele teatro e da Companhia Nacional de Bailado. O protesto do Sindicato dos Trabalhadores do Espetáculo, do Audiovisual e dos Músicos poderá ainda levar ao cancelamento do Festival ao Largo, que decorre em julho. Também o bailado “Dom Quixote”, cuja apresentação no Teatro Rivoli, no Porto, estava agendada para os dias entre 11 e 13 de julho, corre o risco de ser abortado.

No diferendo que opõe os trabalhadores à atual administração do Opart está em causa uma verba de cerca de 50 mil euros, não desbloqueada, mas já prevista no orçamento dessa entidade, correspondente a uma harmonização salarial entre os técnicos do São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado. Fonte próxima da administração garantiu que só os prejuízos do cancelamento da récita de ontem custaram “60 mil euros”.

A equiparação é reivindicada ao Ministério da Cultura desde 2017. Porém, o Governo nunca chegou a um acordo formal. Ontem, a poucas horas do início da greve, os trabalhadores reuniram com os assessores da Presidência da República e anunciaram “um entendimento da razão da greve que nos motiva”. André Albuquerque, presidente do sindicato, avança mesmo que “a Presidência da República deixou claro que considera que o processo não foi bem conduzido pelo Governo e pelo Conselho de Administração do Opart”.

A 29 de março chegou a ser assinado um entendimento negocial entre o Conselho de Administração e os funcionários. No documento, a que o Expresso teve acesso, prevê-se que a “harmonização salarial dos técnicos do TNSC face aos da CNB seja processada no vencimento de junho”, o que não sucedeu. Após essa reunião — que juntou o Conselho de Administração, representado pelos vogais Samuel Rego e Sandra Simões, André Albuquerque, do sindicato Cena-STE, e o representante sindical Carlos Vaz —, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, chamou o Conselho de Administração e anunciou que o “acordo era um problema muito complicado”, alegando para tal a “mudança no número de horas de trabalho, de 40 para 35”, revelou fonte próxima da administração.

Os dois administradores do Opart que negociaram a harmonização seriam posteriormente demitidos, como o Expresso revelou a 5 de maio. Da administração manteve-se Carlos Vargas, presidente, mas até hoje não foram nomeados os dois vogais como exigem os estatutos. À hora do fecho, o Ministério das Finanças manteve estarem “as negociações suspensas”.

A primeira das quatro récitas da ópera “La Bohème”, agendada para ontem no São Carlos, não aconteceu devido à greve dos trabalhadores daquele teatro e da Companhia Nacional de Bailado. O protesto do Sindicato dos Trabalhadores do Espetáculo, do Audiovisual e dos Músicos poderá ainda levar ao cancelamento do Festival ao Largo, que decorre em julho. Também o bailado “Dom Quixote”, cuja apresentação no Teatro Rivoli, no Porto, estava agendada para os dias entre 11 e 13 de julho, corre o risco de ser abortado.

No diferendo que opõe os trabalhadores à atual administração do Opart está em causa uma verba de cerca de 50 mil euros, não desbloqueada, mas já prevista no orçamento dessa entidade, correspondente a uma harmonização salarial entre os técnicos do São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado. Fonte próxima da administração garantiu que só os prejuízos do cancelamento da récita de ontem custaram “60 mil euros”.

A equiparação é reivindicada ao Ministério da Cultura desde 2017. Porém, o Governo nunca chegou a um acordo formal. Ontem, a poucas horas do início da greve, os trabalhadores reuniram com os assessores da Presidência da República e anunciaram “um entendimento da razão da greve que nos motiva”. André Albuquerque, presidente do sindicato, avança mesmo que “a Presidência da República deixou claro que considera que o processo não foi bem conduzido pelo Governo e pelo Conselho de Administração do Opart”.

A 29 de março chegou a ser assinado um entendimento negocial entre o Conselho de Administração e os funcionários. No documento, a que o Expresso teve acesso, prevê-se que a “harmonização salarial dos técnicos do TNSC face aos da CNB seja processada no vencimento de junho”, o que não sucedeu. Após essa reunião — que juntou o Conselho de Administração, representado pelos vogais Samuel Rego e Sandra Simões, André Albuquerque, do sindicato Cena-STE, e o representante sindical Carlos Vaz —, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, chamou o Conselho de Administração e anunciou que o “acordo era um problema muito complicado”, alegando para tal a “mudança no número de horas de trabalho, de 40 para 35”, revelou fonte próxima da administração.

Os dois administradores do Opart que negociaram a harmonização seriam posteriormente demitidos, como o Expresso revelou a 5 de maio. Da administração manteve-se Carlos Vargas, presidente, mas até hoje não foram nomeados os dois vogais como exigem os estatutos. À hora do fecho, o Ministério das Finanças manteve estarem “as negociações suspensas”.

marcar artigo