Adversários de Rio criticam Conselho Nacional às 17h: “Dá a sensação de que querem que algumas pessoas faltem”

22-05-2019
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O tira-teimas entre Rui Rio e Luís Montenegro está marcado, mas nem a hora definida faz serenar os ânimos no PSD. O Conselho Nacional (CN) vai decorrer esta quinta-feira, às 17h, e os adversários de Rui Rio estão furiosos com a opção. Em declarações à VISÃO, Pedro Pinto, presidente da distrital do PSD- Lisboa e um daqueles a quem a direção social-democrata colocou o rótulo de “golpista”, manifesta o desagrado e deixa vários recados sobre o agendamento. “É profundamente negativo que [o CN] tenha sido marcado para as 17h. (…) Dá a sensação de que querem que algumas pessoas faltem…”, alfineta o deputado.

Pedro Pinto, ex-presidente da JSD, vice-presidente da direção nacional com Pedro Passos Coelho e coordenador político da campanha de Pedro Santana Lopes no ano passado, garante nada ter contra o facto de a reunião do chamado Parlamento do partido decorrer já na quinta-feira, pois, num quadro em que a moção de confiança não seja aprovado, “antecipam-se dois ou três dias” para a convocação de diretas e do subsequente Congresso, mas qualifica como “própria de organizações pouco transparentes e muito pouco democráticas” a opção de agendar os trabalhos para as 17h, no Porto.

Aquele que tem sido um dos mais audíveis críticos internos de Rio assinala que a essa hora os deputados, por exemplo, ainda se encontrarão em sessões parlamentares, enquanto muitos outros conselheiros estarão entregues a outras responsabilidades profissionais. “Vão ter de faltar aos seus empregos para poderem participar numa decisão desta relevância”, antecipa, ironizando a terminar: “Isto declara a total incapacidade para fazer bem as coisas. Dá a sensação de que querem que algumas pessoas faltem…”

Já Bruno Vitorino, que chefia a distrital do PSD-Setúbal, nota à VISÃO que é “inacreditável” a hora para que foi marcado o embate entre apoiantes e opositores de Rio. “Alguém que está tão confiante e que fala num tempo novo marca um CN para esta hora?”, questiona, frisando que quem vive e trabalha longe do Porto não terá maneira de participar na reunião. O deputado realça ainda que os parlamentares são membros por inerência do CN, pelo que, para comparecerem no tira-teimas desde o início, teriam de “deixar a bancada do PSD às moscas”.

Assim, Bruno Vitorino lança um repto ao presidente da Mesa do Congresso do PSD (que conduz os trabalhos do CN), Paulo Mota Pinto: “Apelo à serenidade e ao bom senso do dr. Paulo Mota Pinto, pessoa que prezo, no sentido de permitir que todos possam ser ouvidos e, portanto, que altere a realização do CN para as 21h, como é habitual. Não tenham medo de ouvir os militantes.”

À VISÃO, ainda que sob anonimanto, outros opositores do líder também estão a arrasar esta convocação e prometem manifestar o seu desagrado na reunião de quinta-feira, que será a mais quente dos últimos tempos no PSD.

*Artigo atualizado com as declarações de Bruno Vitorino

O tira-teimas entre Rui Rio e Luís Montenegro está marcado, mas nem a hora definida faz serenar os ânimos no PSD. O Conselho Nacional (CN) vai decorrer esta quinta-feira, às 17h, e os adversários de Rui Rio estão furiosos com a opção. Em declarações à VISÃO, Pedro Pinto, presidente da distrital do PSD- Lisboa e um daqueles a quem a direção social-democrata colocou o rótulo de “golpista”, manifesta o desagrado e deixa vários recados sobre o agendamento. “É profundamente negativo que [o CN] tenha sido marcado para as 17h. (…) Dá a sensação de que querem que algumas pessoas faltem…”, alfineta o deputado.

Pedro Pinto, ex-presidente da JSD, vice-presidente da direção nacional com Pedro Passos Coelho e coordenador político da campanha de Pedro Santana Lopes no ano passado, garante nada ter contra o facto de a reunião do chamado Parlamento do partido decorrer já na quinta-feira, pois, num quadro em que a moção de confiança não seja aprovado, “antecipam-se dois ou três dias” para a convocação de diretas e do subsequente Congresso, mas qualifica como “própria de organizações pouco transparentes e muito pouco democráticas” a opção de agendar os trabalhos para as 17h, no Porto.

Aquele que tem sido um dos mais audíveis críticos internos de Rio assinala que a essa hora os deputados, por exemplo, ainda se encontrarão em sessões parlamentares, enquanto muitos outros conselheiros estarão entregues a outras responsabilidades profissionais. “Vão ter de faltar aos seus empregos para poderem participar numa decisão desta relevância”, antecipa, ironizando a terminar: “Isto declara a total incapacidade para fazer bem as coisas. Dá a sensação de que querem que algumas pessoas faltem…”

Já Bruno Vitorino, que chefia a distrital do PSD-Setúbal, nota à VISÃO que é “inacreditável” a hora para que foi marcado o embate entre apoiantes e opositores de Rio. “Alguém que está tão confiante e que fala num tempo novo marca um CN para esta hora?”, questiona, frisando que quem vive e trabalha longe do Porto não terá maneira de participar na reunião. O deputado realça ainda que os parlamentares são membros por inerência do CN, pelo que, para comparecerem no tira-teimas desde o início, teriam de “deixar a bancada do PSD às moscas”.

Assim, Bruno Vitorino lança um repto ao presidente da Mesa do Congresso do PSD (que conduz os trabalhos do CN), Paulo Mota Pinto: “Apelo à serenidade e ao bom senso do dr. Paulo Mota Pinto, pessoa que prezo, no sentido de permitir que todos possam ser ouvidos e, portanto, que altere a realização do CN para as 21h, como é habitual. Não tenham medo de ouvir os militantes.”

À VISÃO, ainda que sob anonimanto, outros opositores do líder também estão a arrasar esta convocação e prometem manifestar o seu desagrado na reunião de quinta-feira, que será a mais quente dos últimos tempos no PSD.

*Artigo atualizado com as declarações de Bruno Vitorino

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