Avenida Central: Há Mais Norte Para Além do Porto!

19-07-2018
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© nmoraoA Assembleia da República discutiu no passado dia 6 de Maio uma petição da Associação Comboios XXI para que o serviço ferroviário urbano entre Braga e o Porto se faça em 45 minutos. Antes demais, é de toda a justiça enaltecer o trabalho de verdadeira cidadania dos promotores da Petição e reconhecer a pertinência das suas pretensões.A linha de Braga (e o mesmo se aplica à de Guimarães) tem sido utilizada para fazer serviço de metro entre as estações de Trofa e São Bento, o que resulta num evidente prejuízo para os utilizadores provenientes das duas maiores cidades do Minho. Como bem referiu o deputado Bruno Dias do PCP, «quando se aumenta a oferta de transporte, o resultado é o aumento da procura e da adesão das populações ao transporte público». Do mesmo modo, a degradação do serviço prestado resulta inevitavelmente na diminuição do número de passageiros, o que é bem evidente nos dados referentes à linha de Guimarães.No mesmo debate, o PSD aproveitou para anunciar a proposta de integração da ligação entre Barcelos e o Porto na rede de comboios urbanos do Porto. A proposta é interessante, mas integra-se no perigoso paradigma vigente de que os comboios urbanos a Norte apenas existem para transportar pessoas de e para o Porto.Contudo, há mais Norte para além do Porto. Se olharmos para os dados do último recenseamento, verificamos que os movimentos pendulares entre Braga e Barcelos (4.908/dia) ou entre Braga e Guimarães (4.288/dia) superam em larga escala os movimentos pendulares entre o Porto e qualquer uma das três cidades (Braga 2.856/dia; Guimarães 1.752/dia; Barcelos 1.615/dia). Posto isto, é verdadeiramente incompreensível que a ligação ferroviária entre Braga e Guimarães continue por se concretizar e, ainda mais, que não exista uma ligação directa entre Braga e Barcelos. Saliente-se que esta última seria facilmente praticável em menos de 20 minutos, caso existisse a concordância de Nine.A massa crítica do Minho tem sido verdadeiramente incapaz de sensibilizar os governos (tanto do PS como do PSD e do CDS/PP) para a resolução dos problemas estruturais que afectam a nossa ferrovia e, sobretudo, para a inexistência de alternativas ao transporte rodoviário no terceiro maior centro urbano do país (relembro que Coimbra já está a resolver o seu problema). Em vez disso, aceita-se passivamente a esmola de pertencer aos Comboios Urbanos do Porto que deviam ser, verdadeiramente, Comboios Urbanos de Entre Douro e Minho.


© nmoraoA Assembleia da República discutiu no passado dia 6 de Maio uma petição da Associação Comboios XXI para que o serviço ferroviário urbano entre Braga e o Porto se faça em 45 minutos. Antes demais, é de toda a justiça enaltecer o trabalho de verdadeira cidadania dos promotores da Petição e reconhecer a pertinência das suas pretensões.A linha de Braga (e o mesmo se aplica à de Guimarães) tem sido utilizada para fazer serviço de metro entre as estações de Trofa e São Bento, o que resulta num evidente prejuízo para os utilizadores provenientes das duas maiores cidades do Minho. Como bem referiu o deputado Bruno Dias do PCP, «quando se aumenta a oferta de transporte, o resultado é o aumento da procura e da adesão das populações ao transporte público». Do mesmo modo, a degradação do serviço prestado resulta inevitavelmente na diminuição do número de passageiros, o que é bem evidente nos dados referentes à linha de Guimarães.No mesmo debate, o PSD aproveitou para anunciar a proposta de integração da ligação entre Barcelos e o Porto na rede de comboios urbanos do Porto. A proposta é interessante, mas integra-se no perigoso paradigma vigente de que os comboios urbanos a Norte apenas existem para transportar pessoas de e para o Porto.Contudo, há mais Norte para além do Porto. Se olharmos para os dados do último recenseamento, verificamos que os movimentos pendulares entre Braga e Barcelos (4.908/dia) ou entre Braga e Guimarães (4.288/dia) superam em larga escala os movimentos pendulares entre o Porto e qualquer uma das três cidades (Braga 2.856/dia; Guimarães 1.752/dia; Barcelos 1.615/dia). Posto isto, é verdadeiramente incompreensível que a ligação ferroviária entre Braga e Guimarães continue por se concretizar e, ainda mais, que não exista uma ligação directa entre Braga e Barcelos. Saliente-se que esta última seria facilmente praticável em menos de 20 minutos, caso existisse a concordância de Nine.A massa crítica do Minho tem sido verdadeiramente incapaz de sensibilizar os governos (tanto do PS como do PSD e do CDS/PP) para a resolução dos problemas estruturais que afectam a nossa ferrovia e, sobretudo, para a inexistência de alternativas ao transporte rodoviário no terceiro maior centro urbano do país (relembro que Coimbra já está a resolver o seu problema). Em vez disso, aceita-se passivamente a esmola de pertencer aos Comboios Urbanos do Porto que deviam ser, verdadeiramente, Comboios Urbanos de Entre Douro e Minho.

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