Fiat Lux * Carpe Diem

01-09-2019
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Foto Açoriano OrientalNo dia 25 de Abril, Natalino Viveiros sentenciava no Editorial do Correio dos Açores:A liberdade está ferida de morte"A liberdade está ferida de morte porque a rede montada pelo sistema não permite a livre expressão. Actua movido pelos interesses políticos ou económicos que defende e atrofia a liberdade dos outros em benefício da sua própria liberdade. Quem comanda não quer ser incomodado e tudo faz para condicionar a liberdade dos que podem ser incómodos. Com a democracia como está, com a justiça transformada num palco onde se digladiam o poder político com o poder judicial a liberdade está amordaçada. (...) É preciso regenerar o vinte e cinco de Abril, mesmo que para isso seja necessário repetir a revolução dos cravos. " Carlos César não gostou, e de cravo ao peito, respondeu assim:“Ainda hoje vi um título de um órgão da imprensa regional dizendo que a Liberdade estava ferida de morte. A Liberdade está tão viva e tão pujante que é possível ter títulos destes sem o editorialista ir para à prisão” .Foto GACSNa resposta, Natalino Viveiros escreve de novo no Correio dos Açores:Liberdade está ferida…mas não morreu "O que disse o Presidente do Governo é grave, não pelo ataque que faz, mas pelo pensamento que revela. O Presidente fala do título e não do conteúdo ou da reflexão em si. Se não fala do conteúdo é porque não leu, ou se leu concorda com ele. Se leu apenas o título e a partir daí disse o que disse, então manifesta uma ligeireza na análise não condizente com a responsabilidade da função. Pensar-se que o título do editorial do Correio dos Açores é matéria de ir parar à prisão é uma atitude própria do pensamento totalitário que o 25 de Abril de 1974 matou e que o 25 de Novembro de 75 enterrou. Prezamos acima de tudo a liberdade e por ela nos batemos. Arrisquei a minha vida e a vida da minha família, com duas bombas em casa que me destruíram bens e haveres, mas nunca verguei perante as ameaças e as intimidações. Nunca andei, em nome da revolução de braço dado com aqueles que queriam uma revolução totalitária. Nunca desfilei pelas ruas a pedir a prisão de concidadãos meus por pensarem ou por defenderem projectos políticos diferentes daquele que defendia e defendo. Sempre convivi e trabalhei com pessoas que politicamente pensavam de forma diferente da minha e nunca me dei mal porque por isso, pois só enriquecia o meu trabalho. Ninguém é detentor único da verdade e quem pensa que é dono dela há-de provar depois o travo amargo do seu engano. A liberdade só é liberdade quando se respeita a liberdade dos outros. Quando se pensa na prisão por livremente se pensar, a liberdade está ferida de morte. Bem alto dizemos o que disse o poeta Adriano Correia de Oliveira: Não há machado que corte a raiz ao pensamento".


Foto Açoriano OrientalNo dia 25 de Abril, Natalino Viveiros sentenciava no Editorial do Correio dos Açores:A liberdade está ferida de morte"A liberdade está ferida de morte porque a rede montada pelo sistema não permite a livre expressão. Actua movido pelos interesses políticos ou económicos que defende e atrofia a liberdade dos outros em benefício da sua própria liberdade. Quem comanda não quer ser incomodado e tudo faz para condicionar a liberdade dos que podem ser incómodos. Com a democracia como está, com a justiça transformada num palco onde se digladiam o poder político com o poder judicial a liberdade está amordaçada. (...) É preciso regenerar o vinte e cinco de Abril, mesmo que para isso seja necessário repetir a revolução dos cravos. " Carlos César não gostou, e de cravo ao peito, respondeu assim:“Ainda hoje vi um título de um órgão da imprensa regional dizendo que a Liberdade estava ferida de morte. A Liberdade está tão viva e tão pujante que é possível ter títulos destes sem o editorialista ir para à prisão” .Foto GACSNa resposta, Natalino Viveiros escreve de novo no Correio dos Açores:Liberdade está ferida…mas não morreu "O que disse o Presidente do Governo é grave, não pelo ataque que faz, mas pelo pensamento que revela. O Presidente fala do título e não do conteúdo ou da reflexão em si. Se não fala do conteúdo é porque não leu, ou se leu concorda com ele. Se leu apenas o título e a partir daí disse o que disse, então manifesta uma ligeireza na análise não condizente com a responsabilidade da função. Pensar-se que o título do editorial do Correio dos Açores é matéria de ir parar à prisão é uma atitude própria do pensamento totalitário que o 25 de Abril de 1974 matou e que o 25 de Novembro de 75 enterrou. Prezamos acima de tudo a liberdade e por ela nos batemos. Arrisquei a minha vida e a vida da minha família, com duas bombas em casa que me destruíram bens e haveres, mas nunca verguei perante as ameaças e as intimidações. Nunca andei, em nome da revolução de braço dado com aqueles que queriam uma revolução totalitária. Nunca desfilei pelas ruas a pedir a prisão de concidadãos meus por pensarem ou por defenderem projectos políticos diferentes daquele que defendia e defendo. Sempre convivi e trabalhei com pessoas que politicamente pensavam de forma diferente da minha e nunca me dei mal porque por isso, pois só enriquecia o meu trabalho. Ninguém é detentor único da verdade e quem pensa que é dono dela há-de provar depois o travo amargo do seu engano. A liberdade só é liberdade quando se respeita a liberdade dos outros. Quando se pensa na prisão por livremente se pensar, a liberdade está ferida de morte. Bem alto dizemos o que disse o poeta Adriano Correia de Oliveira: Não há machado que corte a raiz ao pensamento".

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