Miguel Morgado inspira-se na AD para movimento que une direitas

22-05-2019
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No próximo dia 5 de julho passam 40 anos sobre a constituição da primeira Aliança Democrática - a coligação com que Francisco Sá Carneiro conseguiu afastar a esquerda do poder, pela primeira vez no Portugal democrático. A data será, a partir de agora, o nome de um "movimento não socialista", promovido por Miguel Morgado, deputado do PSD e antigo assessor político de Pedro Passos Coelho, quando este era primeiro-ministro.

O Movimento 5.7 já tem site, já tem presença no Twitter, e terá manifesto político a partir de dia 23, quando o documento será apresentado no Espelho de Água. Nessa altura será também conhecida a direção do movimento, e a lista completa de fundadores - "sessenta ou setenta", segundo Morgado - oriundos do "PSD, do CDS, da Aliança, da Iniciativa Liberal e também independentes".

O objetivo assumido, conforme Morgado anunciou em primeira mão em entrevista ao Expresso, no ano passado, é promover o diálogo entre as várias correntes do "espaço não socialista" com vista à constituição de uma alternativa ao governo da geringonça.

“Somos todos filhos do 5 de Julho”

Embora não assuma o seu think tank como "coligacionista", Morgado reconhece a ligação óbvia que é feita pela data de 5 de julho. "Do ponto de vista simbólico, essa é a nossa base comum. Somos todos filhos do 5 de Julho", diz, ou seja, afirmam-se todos como herdeiros do espírito de entendimento que permitiu a coligação PSD-CDS-PPM, sob a liderança de Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ribeiro Teles.

"A AD apareceu para responder a uma necessidade que então existia, e que é semelhante à que existe hoje, apesar do país estar muito diferente": a necessidade de uma alternativa não socialista capaz de protagonizar um projeto de governo e juntar uma maioria política e social.

“Sem substituir os partidos”

"É preciso uma refundação das bases da direita", diz Morgado, que se propõe, no M5.7, fazer "o trabalho preparatório" para essa refundação e entendimento. "Não nos queremos substituir aos partidos, viemos auxiliar. Depois, quem terá de interpretar o momento político, são as lideranças partidárias."

Como se poderá fazer esse entendimento? "As modalidades dependem das lideranças partidárias, como depende delas saber se querem aproveitar este embalo que queremos dar."

Para já, Morgado revela alguns nomes - do PSD, não há outros deputados, apenas um ex-ministro, Carlos Costa Neves, e vários nomes que têm militância partidária mas pouco relevo mediático, sobretudo de uma geração mais jovem. O escritor e editor Francisco José Viegas, é outro ex-governante do PSD promotor deste movimento (é independente, mas foi secretário de Estado da Cultura com Passos Coelho).

Do CDS, surgem nomes com mais relevo, a começar pela vice-presidente Cecília Meireles. Também as deputadas Ana Rita Bessa e Vânia Dias da Silva assinam o manifesto fundador. A representação do CDS não espanta se tivermos em conta que Assunção Cristas tem dado gás à ideia de que o que é necessário é uma maioria alternativa à atual geringonça - ao contrário de Rui Rio, que tem tratado o CDS como qualquer outro partido, e não como "parceiro natural" dos sociais-democratas.

A Iniciativa Liberal, novo partido que ainda não disputou qualquer eleição, faz-se representar ao mais alto nível - pelo seu líder, Carlos Guimarães Pinto, que fará parte da direção do M5.7. A Aliança também estará representará no think tank das direitas.

O historiador Rui Ramos, fundador do jornal Observador, é outro dos independentes que se associam a este projeto.

"Queremos reunir todas as sensibilidades que se revêem neste projeto - liberais, conservadores, democratas-cristãos, etc - mas para isso ninguém terá de sacrificar as suas diferenças", garante Miguel Morgado.

No próximo dia 5 de julho passam 40 anos sobre a constituição da primeira Aliança Democrática - a coligação com que Francisco Sá Carneiro conseguiu afastar a esquerda do poder, pela primeira vez no Portugal democrático. A data será, a partir de agora, o nome de um "movimento não socialista", promovido por Miguel Morgado, deputado do PSD e antigo assessor político de Pedro Passos Coelho, quando este era primeiro-ministro.

O Movimento 5.7 já tem site, já tem presença no Twitter, e terá manifesto político a partir de dia 23, quando o documento será apresentado no Espelho de Água. Nessa altura será também conhecida a direção do movimento, e a lista completa de fundadores - "sessenta ou setenta", segundo Morgado - oriundos do "PSD, do CDS, da Aliança, da Iniciativa Liberal e também independentes".

O objetivo assumido, conforme Morgado anunciou em primeira mão em entrevista ao Expresso, no ano passado, é promover o diálogo entre as várias correntes do "espaço não socialista" com vista à constituição de uma alternativa ao governo da geringonça.

“Somos todos filhos do 5 de Julho”

Embora não assuma o seu think tank como "coligacionista", Morgado reconhece a ligação óbvia que é feita pela data de 5 de julho. "Do ponto de vista simbólico, essa é a nossa base comum. Somos todos filhos do 5 de Julho", diz, ou seja, afirmam-se todos como herdeiros do espírito de entendimento que permitiu a coligação PSD-CDS-PPM, sob a liderança de Sá Carneiro, Freitas do Amaral e Ribeiro Teles.

"A AD apareceu para responder a uma necessidade que então existia, e que é semelhante à que existe hoje, apesar do país estar muito diferente": a necessidade de uma alternativa não socialista capaz de protagonizar um projeto de governo e juntar uma maioria política e social.

“Sem substituir os partidos”

"É preciso uma refundação das bases da direita", diz Morgado, que se propõe, no M5.7, fazer "o trabalho preparatório" para essa refundação e entendimento. "Não nos queremos substituir aos partidos, viemos auxiliar. Depois, quem terá de interpretar o momento político, são as lideranças partidárias."

Como se poderá fazer esse entendimento? "As modalidades dependem das lideranças partidárias, como depende delas saber se querem aproveitar este embalo que queremos dar."

Para já, Morgado revela alguns nomes - do PSD, não há outros deputados, apenas um ex-ministro, Carlos Costa Neves, e vários nomes que têm militância partidária mas pouco relevo mediático, sobretudo de uma geração mais jovem. O escritor e editor Francisco José Viegas, é outro ex-governante do PSD promotor deste movimento (é independente, mas foi secretário de Estado da Cultura com Passos Coelho).

Do CDS, surgem nomes com mais relevo, a começar pela vice-presidente Cecília Meireles. Também as deputadas Ana Rita Bessa e Vânia Dias da Silva assinam o manifesto fundador. A representação do CDS não espanta se tivermos em conta que Assunção Cristas tem dado gás à ideia de que o que é necessário é uma maioria alternativa à atual geringonça - ao contrário de Rui Rio, que tem tratado o CDS como qualquer outro partido, e não como "parceiro natural" dos sociais-democratas.

A Iniciativa Liberal, novo partido que ainda não disputou qualquer eleição, faz-se representar ao mais alto nível - pelo seu líder, Carlos Guimarães Pinto, que fará parte da direção do M5.7. A Aliança também estará representará no think tank das direitas.

O historiador Rui Ramos, fundador do jornal Observador, é outro dos independentes que se associam a este projeto.

"Queremos reunir todas as sensibilidades que se revêem neste projeto - liberais, conservadores, democratas-cristãos, etc - mas para isso ninguém terá de sacrificar as suas diferenças", garante Miguel Morgado.

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