Dia #4 "is on fire". Um dos temas que mais incendiou nas redes desde ontem, mas de que já só resta fumo e cinzas foi a publicação de um gráfico que o Patriarcado de Lisboa partilhou na sua página de Facebook num incentivo claro ao voto no “CDS”, no “Basta!” e “Nós Cidadãos”. Isto por estes três partidos estarem alinhados quanto a temas como o aborto e a eutanásia.
Mas falemos desse gráfico. Na imagem, foram colocados lado a lado nove dos partidos que concorrem às eleições europeias, de 26 de maio, e fazia-se um resumo da posição de cada uma daquelas forças políticas sobre sete temas, apresentados assim desta forma: “Vida por nascer”, “Rejeição eutanásia”, “Liberdade de educação”, “Oposição ideologia de género”, “Proibição barrigas de aluguer” e “combate à prostituição”. E depois eram colocadas cruzes vermelhas ou assinalados a verde os partidos que subscreveram aquelas posições.
Entretanto, o 'post' acabou por ser apagado duas horas depois, para que o fogo não alastrasse mais. Ao Diário de Notícias, o gabinete de comunicação do Patriarcado de Lisboa admitiu que aquela publicação “foi uma imprudência” e acrescentou: “Para o Patriarcado, é essencial que toda a gente tenha a possibilidade de discernir o seu voto”. O patriarca Manuel Clemente declarou depois ao Público que a partilha “foi um erro” do responsável pela gestão da página de Facebook do Patriarcado de Lisboa e “que, reparando que podia ter interpretações políticas, apagou a partilha.”
Ao Expresso, o cabeça de lista da CDU às europeias, João Ferreira, declarou esta quinta-feira que a questão essencial para eles “está arrumada”, quando questionado pelos jornalistas à saída de uma iniciativa no mercado de Portimão. O mesmo disse o candidato do PS. Chamas controladas. Mas a posição do patriarcado ficou registada. Ou, como alguém escreveu no twitter: “O patriarcado de Lisboa saiu do armário por umas horas...”
Outro assunto que inevitavelmente tem ‘bombado’ nas redes é o acidente de viação na Autoestrada 1 (A1), que envolveu ontem o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes e Paulo Sande, o cabeça-de-lista da Aliança ao Parlamento Europeu. As campanhas na estrada são sempre violentas, envolvem muitos quilómetros e cansaço e acidentes como este não são casos inéditos. Felizmente, Santana Lopes e Paulo Sande estão fora de perigo e já tiveram alta hospitalar. Mas as maledicências e piadas acerca do ocorrido não se fizeram esperar. Uns fizeram notar que acham mal que Santana Lopes tenha sido transportado de helicóptero por causa do traumatismo torácico e falaram de tratamento especial. (Paulo Sande foi de ambulância, com traumatismo craniano). Outros apostaram no humor. João Quadros escreveu: “Marcelo admite tirar a condecoração a Berardo e carta de condução a Santana Lopes.” O humorista Guilherme Duarte não ficou atrás: “Santana Lopes não teve culpa. Já vimos em várias situações que ele não sabe conduzir. Nem partidos, nem governos, nada.”
Agora mais a sério, num ato de solidariedade e desportivismo político, tanto o candidato do Livre, Rui Tavares, como Assunção Cristas, do CDS manifestaram o seu apoio nas redes. Rui Tavares escreveu o seguinte: “Mando daqui um abraço ao Paulo Sande, a quem pessoalmente estimo, a Santana Lopes e à campanha da Aliança. Há coisas mais importantes do que a competição eleitoral, e uma delas é que quem se empenha no contacto com os cidadãos o possa fazer são e salvo. É o que desejo a todos.” E Assunção Cristas: "Desejo um rápido restabelecimento a Pedro Santanas Lopes e a Paulo Sande." Bem.
Falemos agora ‘do verdadeiro candidato’ do PS às europeias, António Costa (como escreve a minha colega Ângela Silva) e de Pedro Marques, o cabeça-de-lista ao Parlamento Europeu... sempre igual a si próprio, na estrada, nas redes (e nos memes!). Marques partilhou na sua página de facebook um vídeo com o discurso de António Costa, feito quarta-feira à noite num jantar de campanha em Almeirim. Apesar do vídeo apresentar falhas áudio, pode ouvir-se Costa a apelar à ida às urnas nestas europeias:
“Temos que votar no dia 26 também para defender Portugal. A União Europeia é um grande projeto, mas é um projeto partilhado a 28 (espero que para sempre) seguramente para 27 e obviamente temos que, à volta da mesma mesa onde cada um tem os seus próprios interesses, defender os nossos próprios interesses. E é essa força que é preciso dar a Portugal, votando no próximo dia 26. Porque há um conjunto de negociações que estão em curso e que nós temos que saber concluir a negociação dos fundos comunitários, garantir que não há cortes para o desenvolvimento rural ou para a política de coesão que é fundamental para Portugal se continuar a modernizar (...)”
Pedro Marques estava no Porto com Manuel Pizarro (o nono candidato da lista PS nas Europeias e vereador naquela cidade), e soprou na redes os temas discutidos na tarde desta quinta-feira numa 'rapidinha' de 15 minutos com o Presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira: mobilidade sustentável e políticas de habitação inclusivas. Soa bem. Um tema importante para Portugal e para a Europa. Moreira preferiu não revelar quem apoia nestas europeias.
Chamemos agora à conversa, João Ferreira, candidato da CDU que publicou (ou como se diz nas redes, ‘postou’) um muito curto vídeo na sua página de Facebook em que acusa Costa do erro de ter apoiado Macron: “...Nem de propósito, decidiu há dias António Costa ir manifestar o seu apoio a Emmanuel Macron, alguém que enquanto Presidente, e antes disso enquanto ministro infernizou a vida dos trabalhadores franceses. Esclarecedor sobre o que por aí pode vir no plano das intenções do PS.” Recorde-se que João Ferreira defendeu esta quarta-feira, numa arruada em Évora, que o Estado deve recuperar o controlo dos CTT e criticou o PS, o PSD e o CDS de fazerem “uma campanha de questiúnculas e até de ataques pessoais.”
Quanto a Paulo Rangel, candidato do PSD, optou por partilhar um vídeo muito editado e promocional do dia de ontem. Onde se vê Rangel com bombeiros, a fazer selfies, a acenar para as bandeiras laranja, a bordo de um barco, a fazer "v" de vitória com o punho levantado com Rui Rio e os ‘jotinhas’. Tudo embrulhado com música de fundo e sem palavras ou qualquer discurso que se possa ouvir neste vídeo sobre o que se disse ou defendeu. Como legenda desta publicação, Paulo escreveu: “Falamos de ciência, do nosso plano global de luta contra o cancro e de protecção civil. Estive ainda em excelentes iniciativas da JSD e das MSD. Lembro que temos a candidata da juventude no segundo lugar, em grande destaque portanto, e a nossa lista tem a particularidade de incluir mais mulheres do que homens. O PSD promete e faz! Assim se marca a diferença.”
Terminemos a crónica de hoje com alguns ‘memes’ sobre o comendador Joe Berardo e as suas medalhas que poderão estar em risco (inserir audio com a gargalhada 'Goofy' de Berardo), que Marisa Matias, candidata do BE, já afirmou - tal como outros candidatos, como Nuno Melo e a própria Assunção Cristas - que acha bem que se lhe retire a condecoração. “Mas nós queremos sobretudo que o dinheiro seja devolvido e sejam responsabilizadas as pessoas que tomaram as decisões, as pessoas que concederam 350 milhões de euros de empréstimo a Berardo." Ou "Indiana Joe, o Salteador da Caixa Perdida." Um filme que ainda vai render muito nas salas (do Parlamento e da Comissão de Inquérito). Ou de Belém...
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Dia #4 "is on fire". Um dos temas que mais incendiou nas redes desde ontem, mas de que já só resta fumo e cinzas foi a publicação de um gráfico que o Patriarcado de Lisboa partilhou na sua página de Facebook num incentivo claro ao voto no “CDS”, no “Basta!” e “Nós Cidadãos”. Isto por estes três partidos estarem alinhados quanto a temas como o aborto e a eutanásia.
Mas falemos desse gráfico. Na imagem, foram colocados lado a lado nove dos partidos que concorrem às eleições europeias, de 26 de maio, e fazia-se um resumo da posição de cada uma daquelas forças políticas sobre sete temas, apresentados assim desta forma: “Vida por nascer”, “Rejeição eutanásia”, “Liberdade de educação”, “Oposição ideologia de género”, “Proibição barrigas de aluguer” e “combate à prostituição”. E depois eram colocadas cruzes vermelhas ou assinalados a verde os partidos que subscreveram aquelas posições.
Entretanto, o 'post' acabou por ser apagado duas horas depois, para que o fogo não alastrasse mais. Ao Diário de Notícias, o gabinete de comunicação do Patriarcado de Lisboa admitiu que aquela publicação “foi uma imprudência” e acrescentou: “Para o Patriarcado, é essencial que toda a gente tenha a possibilidade de discernir o seu voto”. O patriarca Manuel Clemente declarou depois ao Público que a partilha “foi um erro” do responsável pela gestão da página de Facebook do Patriarcado de Lisboa e “que, reparando que podia ter interpretações políticas, apagou a partilha.”
Ao Expresso, o cabeça de lista da CDU às europeias, João Ferreira, declarou esta quinta-feira que a questão essencial para eles “está arrumada”, quando questionado pelos jornalistas à saída de uma iniciativa no mercado de Portimão. O mesmo disse o candidato do PS. Chamas controladas. Mas a posição do patriarcado ficou registada. Ou, como alguém escreveu no twitter: “O patriarcado de Lisboa saiu do armário por umas horas...”
Outro assunto que inevitavelmente tem ‘bombado’ nas redes é o acidente de viação na Autoestrada 1 (A1), que envolveu ontem o ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes e Paulo Sande, o cabeça-de-lista da Aliança ao Parlamento Europeu. As campanhas na estrada são sempre violentas, envolvem muitos quilómetros e cansaço e acidentes como este não são casos inéditos. Felizmente, Santana Lopes e Paulo Sande estão fora de perigo e já tiveram alta hospitalar. Mas as maledicências e piadas acerca do ocorrido não se fizeram esperar. Uns fizeram notar que acham mal que Santana Lopes tenha sido transportado de helicóptero por causa do traumatismo torácico e falaram de tratamento especial. (Paulo Sande foi de ambulância, com traumatismo craniano). Outros apostaram no humor. João Quadros escreveu: “Marcelo admite tirar a condecoração a Berardo e carta de condução a Santana Lopes.” O humorista Guilherme Duarte não ficou atrás: “Santana Lopes não teve culpa. Já vimos em várias situações que ele não sabe conduzir. Nem partidos, nem governos, nada.”
Agora mais a sério, num ato de solidariedade e desportivismo político, tanto o candidato do Livre, Rui Tavares, como Assunção Cristas, do CDS manifestaram o seu apoio nas redes. Rui Tavares escreveu o seguinte: “Mando daqui um abraço ao Paulo Sande, a quem pessoalmente estimo, a Santana Lopes e à campanha da Aliança. Há coisas mais importantes do que a competição eleitoral, e uma delas é que quem se empenha no contacto com os cidadãos o possa fazer são e salvo. É o que desejo a todos.” E Assunção Cristas: "Desejo um rápido restabelecimento a Pedro Santanas Lopes e a Paulo Sande." Bem.
Falemos agora ‘do verdadeiro candidato’ do PS às europeias, António Costa (como escreve a minha colega Ângela Silva) e de Pedro Marques, o cabeça-de-lista ao Parlamento Europeu... sempre igual a si próprio, na estrada, nas redes (e nos memes!). Marques partilhou na sua página de facebook um vídeo com o discurso de António Costa, feito quarta-feira à noite num jantar de campanha em Almeirim. Apesar do vídeo apresentar falhas áudio, pode ouvir-se Costa a apelar à ida às urnas nestas europeias:
“Temos que votar no dia 26 também para defender Portugal. A União Europeia é um grande projeto, mas é um projeto partilhado a 28 (espero que para sempre) seguramente para 27 e obviamente temos que, à volta da mesma mesa onde cada um tem os seus próprios interesses, defender os nossos próprios interesses. E é essa força que é preciso dar a Portugal, votando no próximo dia 26. Porque há um conjunto de negociações que estão em curso e que nós temos que saber concluir a negociação dos fundos comunitários, garantir que não há cortes para o desenvolvimento rural ou para a política de coesão que é fundamental para Portugal se continuar a modernizar (...)”
Pedro Marques estava no Porto com Manuel Pizarro (o nono candidato da lista PS nas Europeias e vereador naquela cidade), e soprou na redes os temas discutidos na tarde desta quinta-feira numa 'rapidinha' de 15 minutos com o Presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira: mobilidade sustentável e políticas de habitação inclusivas. Soa bem. Um tema importante para Portugal e para a Europa. Moreira preferiu não revelar quem apoia nestas europeias.
Chamemos agora à conversa, João Ferreira, candidato da CDU que publicou (ou como se diz nas redes, ‘postou’) um muito curto vídeo na sua página de Facebook em que acusa Costa do erro de ter apoiado Macron: “...Nem de propósito, decidiu há dias António Costa ir manifestar o seu apoio a Emmanuel Macron, alguém que enquanto Presidente, e antes disso enquanto ministro infernizou a vida dos trabalhadores franceses. Esclarecedor sobre o que por aí pode vir no plano das intenções do PS.” Recorde-se que João Ferreira defendeu esta quarta-feira, numa arruada em Évora, que o Estado deve recuperar o controlo dos CTT e criticou o PS, o PSD e o CDS de fazerem “uma campanha de questiúnculas e até de ataques pessoais.”
Quanto a Paulo Rangel, candidato do PSD, optou por partilhar um vídeo muito editado e promocional do dia de ontem. Onde se vê Rangel com bombeiros, a fazer selfies, a acenar para as bandeiras laranja, a bordo de um barco, a fazer "v" de vitória com o punho levantado com Rui Rio e os ‘jotinhas’. Tudo embrulhado com música de fundo e sem palavras ou qualquer discurso que se possa ouvir neste vídeo sobre o que se disse ou defendeu. Como legenda desta publicação, Paulo escreveu: “Falamos de ciência, do nosso plano global de luta contra o cancro e de protecção civil. Estive ainda em excelentes iniciativas da JSD e das MSD. Lembro que temos a candidata da juventude no segundo lugar, em grande destaque portanto, e a nossa lista tem a particularidade de incluir mais mulheres do que homens. O PSD promete e faz! Assim se marca a diferença.”
Terminemos a crónica de hoje com alguns ‘memes’ sobre o comendador Joe Berardo e as suas medalhas que poderão estar em risco (inserir audio com a gargalhada 'Goofy' de Berardo), que Marisa Matias, candidata do BE, já afirmou - tal como outros candidatos, como Nuno Melo e a própria Assunção Cristas - que acha bem que se lhe retire a condecoração. “Mas nós queremos sobretudo que o dinheiro seja devolvido e sejam responsabilizadas as pessoas que tomaram as decisões, as pessoas que concederam 350 milhões de euros de empréstimo a Berardo." Ou "Indiana Joe, o Salteador da Caixa Perdida." Um filme que ainda vai render muito nas salas (do Parlamento e da Comissão de Inquérito). Ou de Belém...