Cristas não tem “conversado muito” com Portas, mas estão todos “a remar para o mesmo lado”

26-09-2019
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Palaçoulo é uma freguesia portuguesa com cerca de 500 habitantes e, à hora de almoço desta quarta-feira, praticamente nenhum deles se encontrava na rua. Aos poucos, a praça central ia-se enchendo de pessoas, mas eram pessoas vestidas com o mesmo uniforme azul e branco, de bandeiras na mão. O hino do CDS, vindo de um altifalante, abafava o silêncio que se fazia sentir àquela hora na aldeia do concelho de Miranda do Douro, colado a Espanha. Como resumia a comitiva de Assunção Cristas, “isto é o interior do interior”.

O objetivo era mesmo esse: tentando chamar a atenção para as suas propostas relativas ao interior, estatuto fiscal à cabeça, Cristas rumou a norte para neste dia de campanha visitar empresas que por ali se fixaram (começou em Vila Real, continuou pela Régua e passou por Palaçoulo) e lembrar que o CDS é o “único partido” que leva essa missão “a sério”. Por convicção, assegurava Cristas; afinal, os poucos votos que poderia angariar por aquelas paragens não justificariam os cerca de quase quatrocentos quilómetros (ida e volta) que fez só para visitar Miranda do Douro.

Ao longo do dia, o mantra foi repetido: é preciso fixar mais pessoas e mais empresas, sobretudo jovens, no interior; o CDS propõe que nestes casos o IRS seja reduzido a metade e a taxa de IRC a dez por cento; quer também que os preços das portagens sejam mais amigáveis. Em Miranda do Douro, e depois de tirar uma fotografia ao lado dos ‘jotas’ que a esperavam (“Parecemos poucos”, gritava alguém; “Ora essa, somos muitos”, retorquia Cristas; “Quantidade não é qualidade”, acabaria por rematar uma voz ao fundo da comitiva), seguiu para a Tanoaria, onde se fabricam as barricas para guardar e distribuir vinho.

Dentro das instalações onde trabalha cerca de uma centena de pessoas, Cristas assistia ao trabalho das máquinas “extraordinárias” que gravam letras nas barricas quando a política se meteu no assunto. Com Paulo Portas a entrar na campanha - será mandatário por Aveiro e foi por lá que fez campanha esta quarta-feira, sem se cruzar com a sucessora -, os jornalistas quiseram saber se o antigo líder e a discípula têm falado. “Não temos conversado muito, mas o suficiente para perceber que estamos ambos empenhados”, respondeu Cristas, explicando que a agenda de Portas, com quem ainda não se conseguiu encontrar na estrada, é “complicada”.

Num momento crítico para o partido - as sondagens rondam os 5% há semanas, sem sinais de que a tendência se prepare para inverter - a líder fez questão de assegurar que no seio do CDS tudo está pacificado, com os centristas “a remar para o mesmo lado” para ter “o melhor resultado possível”. Qual? Mais uma vez, a líder não quantifica, nem sequer fala em crescer.

A questão da fasquia é mais do que delicada, já que é também mais do que improvável que venha a conseguir, sequer, segurar o atual número de assentos no Parlamento (18) - crescer não é hipótese que se coloque no seio do partido. Cristas sabe a quem fala nesta altura: convencida de que há um número significativo de pessoas que não sabem se vão votar ou em quem, continua a apelar aos “indecisos” e abstencionistas. No “interior do interior” talvez a recolha não seja a mais frutífera, mas nos próximos dias irá recorrer vários dos distritos em que o CDS tenta, se não ganhar, pelo menos manter votos decisivos. Aveiro, onde Portas faz campanha com agenda paralela, é um desses exemplos.

Palaçoulo é uma freguesia portuguesa com cerca de 500 habitantes e, à hora de almoço desta quarta-feira, praticamente nenhum deles se encontrava na rua. Aos poucos, a praça central ia-se enchendo de pessoas, mas eram pessoas vestidas com o mesmo uniforme azul e branco, de bandeiras na mão. O hino do CDS, vindo de um altifalante, abafava o silêncio que se fazia sentir àquela hora na aldeia do concelho de Miranda do Douro, colado a Espanha. Como resumia a comitiva de Assunção Cristas, “isto é o interior do interior”.

O objetivo era mesmo esse: tentando chamar a atenção para as suas propostas relativas ao interior, estatuto fiscal à cabeça, Cristas rumou a norte para neste dia de campanha visitar empresas que por ali se fixaram (começou em Vila Real, continuou pela Régua e passou por Palaçoulo) e lembrar que o CDS é o “único partido” que leva essa missão “a sério”. Por convicção, assegurava Cristas; afinal, os poucos votos que poderia angariar por aquelas paragens não justificariam os cerca de quase quatrocentos quilómetros (ida e volta) que fez só para visitar Miranda do Douro.

Ao longo do dia, o mantra foi repetido: é preciso fixar mais pessoas e mais empresas, sobretudo jovens, no interior; o CDS propõe que nestes casos o IRS seja reduzido a metade e a taxa de IRC a dez por cento; quer também que os preços das portagens sejam mais amigáveis. Em Miranda do Douro, e depois de tirar uma fotografia ao lado dos ‘jotas’ que a esperavam (“Parecemos poucos”, gritava alguém; “Ora essa, somos muitos”, retorquia Cristas; “Quantidade não é qualidade”, acabaria por rematar uma voz ao fundo da comitiva), seguiu para a Tanoaria, onde se fabricam as barricas para guardar e distribuir vinho.

Dentro das instalações onde trabalha cerca de uma centena de pessoas, Cristas assistia ao trabalho das máquinas “extraordinárias” que gravam letras nas barricas quando a política se meteu no assunto. Com Paulo Portas a entrar na campanha - será mandatário por Aveiro e foi por lá que fez campanha esta quarta-feira, sem se cruzar com a sucessora -, os jornalistas quiseram saber se o antigo líder e a discípula têm falado. “Não temos conversado muito, mas o suficiente para perceber que estamos ambos empenhados”, respondeu Cristas, explicando que a agenda de Portas, com quem ainda não se conseguiu encontrar na estrada, é “complicada”.

Num momento crítico para o partido - as sondagens rondam os 5% há semanas, sem sinais de que a tendência se prepare para inverter - a líder fez questão de assegurar que no seio do CDS tudo está pacificado, com os centristas “a remar para o mesmo lado” para ter “o melhor resultado possível”. Qual? Mais uma vez, a líder não quantifica, nem sequer fala em crescer.

A questão da fasquia é mais do que delicada, já que é também mais do que improvável que venha a conseguir, sequer, segurar o atual número de assentos no Parlamento (18) - crescer não é hipótese que se coloque no seio do partido. Cristas sabe a quem fala nesta altura: convencida de que há um número significativo de pessoas que não sabem se vão votar ou em quem, continua a apelar aos “indecisos” e abstencionistas. No “interior do interior” talvez a recolha não seja a mais frutífera, mas nos próximos dias irá recorrer vários dos distritos em que o CDS tenta, se não ganhar, pelo menos manter votos decisivos. Aveiro, onde Portas faz campanha com agenda paralela, é um desses exemplos.

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