Livro conta história de 100 maçons e republicanos oriundos do Vale do Zêzere

09-01-2016
marcar artigo

"Alguns estiveram desde as primeiras horas nas trincheiras da Rotunda, em Lisboa, onde podíamos ver, de espingarda na mão, arriscando a sua vida, comerciantes, industriais e proprietários, a par de professores, jornalistas, farmacêuticos, empregados de comércio, funcionários públicos e tantos outros dignos profissionais", disse hoje à agência Lusa um dos autores, Aires Henriques, economista reformado.

Com prefácio do historiador António Ventura, a obra "Maçons de pedra e cal -- A Maçonaria ao Vale do Zêzere" terá várias sessões de apresentação, no primeiro trimestre deste ano, ainda por marcar, na sede do Grande Oriente Lusitano, em Lisboa, e em cada um dos quatro concelhos abrangidos pelo estudo: Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Sertã, nos distritos de Leiria e Castelo Branco.

"Muitos desses combatentes emergiam das estruturas carbonárias, em ascenso desde 1907, enquanto outros não desistiam de expressar o seu ímpeto revolucionário enfileirando com irmãos saídos das mais importantes lojas maçónicas da capital", como a "Acácia", a "Liberdade" e a "Montanha", afirmou Aires Henriques, dono do Museu da República e Maçonaria, em Pedrógão Grande, que concebeu o livro em coautoria com Nuno Soares, assistente técnico na Biblioteca Municipal desta vila.

Numa região "marcada pelo acentuado analfabetismo, conservadorismo e pobreza das suas gentes, surpreende o número de cidadãos que se encontram militando em ambientes marcadamente maçónicos e republicanos, quer erguendo oficinas a nível local, quer contribuindo para o avanço e progresso da sociedade em geral", adiantou.

Por sua vez, Nuno Soares disse à Lusa que a sua adesão ao projeto de investigação proposto por Aires Henriques foi imediata.

"As histórias de alguns antepassados despertavam-me a curiosidade", declarou, dando o exemplo de um tio da sua avó materna, António Jacinto David, um dos mais de 100 maçons retratados no livro.

A obra "Maçons de pedra e cal", com 590 páginas, permite "desmistificar um pouco o que é a Maçonaria", disse Nuno Soares, realçando que "existem ainda muitas teorias da conspiração e muitos preconceitos" sobre o papel dos "pedreiros-livres" na sociedade, que, na sua opinião, visam "construir um mundo melhor".

Aires Henriques salientou que alguns dos maçons estudados promoveram e apoiaram "áreas tão importantes como o ensino popular, a cooperação, o mutualismo e a ação humanitária" em Portugal.

"Entre esses inúmeros cidadãos, sublinhamos sobremodo José Joaquim da Silva Graça, diretor e proprietário do jornal `O Século`, o professor de Medicina Fernando Bissaya-Barreto, que na sua mocidade integrou a Carbonária coimbrã, ou Aquiles Eugénio Lopes de Almeida, avô do conhecido maestro António Victorino de Almeida", acrescentou.

O investigador mencionou ainda o major Neutel de Abreu, "fundador da cidade de Nampula", em Moçambique, e o comerciante Manuel Martins Cardoso, a quem, no dia 05 de outubro de 1910, "coube a distribuição de armas aos civis envolvidos na revolução" republicana.

Os estudos regionais e locais permitem "uma visão mais correta e rigorosa do todo nacional", incluindo na história da Maçonaria, cujas fontes "são escassas", refere António Ventura no prefácio.

"Alguns estiveram desde as primeiras horas nas trincheiras da Rotunda, em Lisboa, onde podíamos ver, de espingarda na mão, arriscando a sua vida, comerciantes, industriais e proprietários, a par de professores, jornalistas, farmacêuticos, empregados de comércio, funcionários públicos e tantos outros dignos profissionais", disse hoje à agência Lusa um dos autores, Aires Henriques, economista reformado.

Com prefácio do historiador António Ventura, a obra "Maçons de pedra e cal -- A Maçonaria ao Vale do Zêzere" terá várias sessões de apresentação, no primeiro trimestre deste ano, ainda por marcar, na sede do Grande Oriente Lusitano, em Lisboa, e em cada um dos quatro concelhos abrangidos pelo estudo: Pedrógão Grande, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Sertã, nos distritos de Leiria e Castelo Branco.

"Muitos desses combatentes emergiam das estruturas carbonárias, em ascenso desde 1907, enquanto outros não desistiam de expressar o seu ímpeto revolucionário enfileirando com irmãos saídos das mais importantes lojas maçónicas da capital", como a "Acácia", a "Liberdade" e a "Montanha", afirmou Aires Henriques, dono do Museu da República e Maçonaria, em Pedrógão Grande, que concebeu o livro em coautoria com Nuno Soares, assistente técnico na Biblioteca Municipal desta vila.

Numa região "marcada pelo acentuado analfabetismo, conservadorismo e pobreza das suas gentes, surpreende o número de cidadãos que se encontram militando em ambientes marcadamente maçónicos e republicanos, quer erguendo oficinas a nível local, quer contribuindo para o avanço e progresso da sociedade em geral", adiantou.

Por sua vez, Nuno Soares disse à Lusa que a sua adesão ao projeto de investigação proposto por Aires Henriques foi imediata.

"As histórias de alguns antepassados despertavam-me a curiosidade", declarou, dando o exemplo de um tio da sua avó materna, António Jacinto David, um dos mais de 100 maçons retratados no livro.

A obra "Maçons de pedra e cal", com 590 páginas, permite "desmistificar um pouco o que é a Maçonaria", disse Nuno Soares, realçando que "existem ainda muitas teorias da conspiração e muitos preconceitos" sobre o papel dos "pedreiros-livres" na sociedade, que, na sua opinião, visam "construir um mundo melhor".

Aires Henriques salientou que alguns dos maçons estudados promoveram e apoiaram "áreas tão importantes como o ensino popular, a cooperação, o mutualismo e a ação humanitária" em Portugal.

"Entre esses inúmeros cidadãos, sublinhamos sobremodo José Joaquim da Silva Graça, diretor e proprietário do jornal `O Século`, o professor de Medicina Fernando Bissaya-Barreto, que na sua mocidade integrou a Carbonária coimbrã, ou Aquiles Eugénio Lopes de Almeida, avô do conhecido maestro António Victorino de Almeida", acrescentou.

O investigador mencionou ainda o major Neutel de Abreu, "fundador da cidade de Nampula", em Moçambique, e o comerciante Manuel Martins Cardoso, a quem, no dia 05 de outubro de 1910, "coube a distribuição de armas aos civis envolvidos na revolução" republicana.

Os estudos regionais e locais permitem "uma visão mais correta e rigorosa do todo nacional", incluindo na história da Maçonaria, cujas fontes "são escassas", refere António Ventura no prefácio.

marcar artigo