Luís Amado rejeita incompatibilidades na passagem do Governo para o privado

28-02-2019
marcar artigo

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Luís Amado, afirmou esta quarta-feira que a tese das "portas giratórias" não se aplica ao seu percurso, rejeitando incompatibilidades entre as suas funções governativas e as atuais funções na elétrica.

"Não tenho exercício da porta giratória. Estive sempre no setor público e nunca fui ao privado. Agora, quando acabei a minha vida pública, decidi experimentar a esfera privada", afirmou Luís Amado, acusando o deputado do BE Jorge Costa, que questionou a passagem do antigo governante para o Banif, primeiro, e depois para a EDP, de o atingir na sua dignidade.

Em audição na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas aos produtores de eletricidade, na primeira ronda de perguntas, Jorge Costa questionou o facto de Luís Amado ter tido, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiro, missão diplomática com diferentes Estados, com que depois veio a interagir enquanto presidente do Conselho de Administração do Banif e do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP, cargo que ocupa desde abril de 2018.

"Colocou em causa a minha vida, como se estivesse a sujar a minha vida depois de 25 anos dedicados à política", respondeu Luís Amado, acusando o deputado bloquista de "um exercício de filigrana para atingir o argumento que procura vingar como tese".

"Se tivesse sido ministro das Finanças ou da Economia, eu não aceitava. (...) Foi muito forçado e atingiu-me na minha dignidade", acrescentou.

Perante a insistência de Jorge Costa de se tratar de ser um "caso típico", o presidente do CGS da EDP sublinhou que fez um corte "claro" com a vida política quando deixou o Governo de José Sócrates e que não tem "qualquer ambição de voltar à função política".

"Isso não se aplica. Encerrei uma fase da minha vida que foi a vida pública, na atividade política, e quis conhecer a atividade privada, como se cria riqueza numa empresa privada. Não tenho o direito de exercer as minhas competências na esfera privada?", questionou.

Referindo a "agressividade do ponto de vista ideológico" da tese, Luís Amado declarou que aceitou o convite para o Banif - numa altura em que recebeu outros convites - para tentar salvar o banco, ocasião em que, "provavelmente", o BE "andou a minar as condições que dariam condições ao banco".

O ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros Luís Amado assumiu em abril do ano passado a presidência do CGS, que antes havia sido liderado por Eduardo Catroga, tendo sido o nome proposto pelos acionistas representados no órgão que supervisiona a comissão executiva, liderada por António Mexia. Antes, entre 2015 e 2018, tinha sido vice-presidente.

Amado preocupado com futuro da EDP

Luís Amado mostra-se preocupado com o futuro da empresa, manifestando expetativa que a comissão de inquérito conclua o seu trabalho para "passar esta página da vida da EDP".

"A mim preocupa-me nesta fase da vida da EDP o futuro da empresa. [...] Tem hoje, depois de um longo processo de privatização, muitos acionistas estrangeiros e poucos portugueses. É uma empresa detida sobretudo por capital estrangeiro. É uma empresa muito exposta ao mercado de capitais e à sensibilidade dos investidores internacionais", declarou Luís Amado, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas aos produtores de eletricidade.

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP, desde abril de 2018, manifestou o desejo de que a comissão conclua o seu trabalho, elabore o relatório e daí se extraiam as "devidas consequências".

Questionado pelo deputado do PSD António Topa sobre os problemas que disse terem de ser resolvidos, quando assumiu funções na liderança do CGS, Luís Amado explicou que se referia então "aos problemas regulatórios, que foram identificados e estão a ser objeto permanente de interação entre a empresa e os diferentes departamentos do Governo". "Em determinados momentos esse diálogo foi mais difícil", acrescentou.

Além disso, na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA), lançada pelo principal acionista, a CTG, em maio passado, que levou "investidores com presença mais longa a retraírem-se", a EDP "precisa de estabilidade interna acionista", defendeu.

Confrontado sobre a posição dos reguladores em vários dossiês, Amado escusou-se a fazer comentários, considerando que "cada órgão desempenha a sua função".

"Um órgão executivo da EDP que tem de responder perante os interesses acionistas é muito diferente do de um órgão regulador. Do ponto de vista institucional não tenho de fazer qualquer comentário à atividade do regulador", disse.

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da EDP, Luís Amado, afirmou esta quarta-feira que a tese das "portas giratórias" não se aplica ao seu percurso, rejeitando incompatibilidades entre as suas funções governativas e as atuais funções na elétrica.

"Não tenho exercício da porta giratória. Estive sempre no setor público e nunca fui ao privado. Agora, quando acabei a minha vida pública, decidi experimentar a esfera privada", afirmou Luís Amado, acusando o deputado do BE Jorge Costa, que questionou a passagem do antigo governante para o Banif, primeiro, e depois para a EDP, de o atingir na sua dignidade.

Em audição na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas aos produtores de eletricidade, na primeira ronda de perguntas, Jorge Costa questionou o facto de Luís Amado ter tido, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiro, missão diplomática com diferentes Estados, com que depois veio a interagir enquanto presidente do Conselho de Administração do Banif e do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP, cargo que ocupa desde abril de 2018.

"Colocou em causa a minha vida, como se estivesse a sujar a minha vida depois de 25 anos dedicados à política", respondeu Luís Amado, acusando o deputado bloquista de "um exercício de filigrana para atingir o argumento que procura vingar como tese".

"Se tivesse sido ministro das Finanças ou da Economia, eu não aceitava. (...) Foi muito forçado e atingiu-me na minha dignidade", acrescentou.

Perante a insistência de Jorge Costa de se tratar de ser um "caso típico", o presidente do CGS da EDP sublinhou que fez um corte "claro" com a vida política quando deixou o Governo de José Sócrates e que não tem "qualquer ambição de voltar à função política".

"Isso não se aplica. Encerrei uma fase da minha vida que foi a vida pública, na atividade política, e quis conhecer a atividade privada, como se cria riqueza numa empresa privada. Não tenho o direito de exercer as minhas competências na esfera privada?", questionou.

Referindo a "agressividade do ponto de vista ideológico" da tese, Luís Amado declarou que aceitou o convite para o Banif - numa altura em que recebeu outros convites - para tentar salvar o banco, ocasião em que, "provavelmente", o BE "andou a minar as condições que dariam condições ao banco".

O ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros Luís Amado assumiu em abril do ano passado a presidência do CGS, que antes havia sido liderado por Eduardo Catroga, tendo sido o nome proposto pelos acionistas representados no órgão que supervisiona a comissão executiva, liderada por António Mexia. Antes, entre 2015 e 2018, tinha sido vice-presidente.

Amado preocupado com futuro da EDP

Luís Amado mostra-se preocupado com o futuro da empresa, manifestando expetativa que a comissão de inquérito conclua o seu trabalho para "passar esta página da vida da EDP".

"A mim preocupa-me nesta fase da vida da EDP o futuro da empresa. [...] Tem hoje, depois de um longo processo de privatização, muitos acionistas estrangeiros e poucos portugueses. É uma empresa detida sobretudo por capital estrangeiro. É uma empresa muito exposta ao mercado de capitais e à sensibilidade dos investidores internacionais", declarou Luís Amado, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas aos produtores de eletricidade.

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da EDP, desde abril de 2018, manifestou o desejo de que a comissão conclua o seu trabalho, elabore o relatório e daí se extraiam as "devidas consequências".

Questionado pelo deputado do PSD António Topa sobre os problemas que disse terem de ser resolvidos, quando assumiu funções na liderança do CGS, Luís Amado explicou que se referia então "aos problemas regulatórios, que foram identificados e estão a ser objeto permanente de interação entre a empresa e os diferentes departamentos do Governo". "Em determinados momentos esse diálogo foi mais difícil", acrescentou.

Além disso, na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA), lançada pelo principal acionista, a CTG, em maio passado, que levou "investidores com presença mais longa a retraírem-se", a EDP "precisa de estabilidade interna acionista", defendeu.

Confrontado sobre a posição dos reguladores em vários dossiês, Amado escusou-se a fazer comentários, considerando que "cada órgão desempenha a sua função".

"Um órgão executivo da EDP que tem de responder perante os interesses acionistas é muito diferente do de um órgão regulador. Do ponto de vista institucional não tenho de fazer qualquer comentário à atividade do regulador", disse.

marcar artigo