Gás Xistoso

16-07-2018
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As descobertas de gás xistoso nos EUA enfraqueceram a posição dominante da Rússia no gás natural

O recente desenvolvimento da exploração comercial de gás xis­toso, também designado como gás não convencional, provocou uma revolução rápida no mun­do da energia. “Nos últimos dois anos, os EUA alteraram a sua posição no mercado da energia, ascendendo a líderes mundiais na produção de gás”, observa o presidente-executivo da Partex, António Costa Silva. “As reservas provadas de gás convencional no mundo, que es­tão descobertas e podem ser pro­duzidas, são de 6600 triliões de pés cúbicos (TCF) e dão para 62 anos de consumo mundial, ao ritmo do consumo atual”, expli­ca Costa Silva. Mas as reservas de gás xistoso são bastante superiores, podendo chegar aos 16 mil TCF. “A quantificação das reservas do gás xistoso teve um impacto fortíssimo na geopolítica”, comenta Costa Silva.

O potencial do gás xistoso nos EUA “é, por si só, brutal. Nos EUA estão identificadas explora­ções de gás xistoso com 260 TCF e no Canadá há 60 TCF. No total, estamos a falar de 320 TCF de gás xistoso”, diz o res­ponsável da Partex.

Mas os números disponíveis não se ficam por aí. No conjunto dos EUA e Canadá, “as reservas totais de gás xistoso podem che­gar aos 3600 TCF”, refere Cos­ta Silva. Nos últimos anos, as pe­quenas companhias independen­tes dedicaram-se ao gás xistoso, cuja produção disparou nos EUA. “Hoje, mais de metade da produção de gás nos EUA vem do gás xistoso. A partir de 2009 os EUA ultrapassaram a Rússia e são o maior produtor mundial de gás”, refere Costa Silva.

As alterações ocorridas dentro do mercado dos EUA também foram radicais. Em pouco tem­po, a exploração deste segmen­to de gás deixou de ser desenvol­vida pelas pequenas compa­nhias independentes, para pas­sar a ser controlada pelos maio­res grupos petrolíferos. Uma das companhias indepen­dentes que foi pioneira no desen­volvimento do gás xistoso, a XTO, foi comprada pelo gigante ExxonMobil, em dezembro de 2009, por 41 mil milhões de dó­lares (38 mil milhões de euros). A tecnologia utilizada nos EUA para explorar gás xistoso — a perfuração de poços hori­zontais, com fraturação hidráuli­ca — está a expandir-se na Euro­pa, sendo utilizada na Alema­nha, Polónia, Hungria, Áustria, Inglaterra, Suécia e Ucrânia. Costa Silva calcula que na Europa, as reservas de gás não con­vencional devem rondar os 560 TCF. “Dará uma ajuda, mas não será a solução dos problemas energéticos da Europa”, diz.

Com o excesso de produção de gás xistoso nos EUA, os preços do gás baixaram nos principais mercados internacionais. No Henry Hub (o principal referen­cial de mercado utilizado nos EUA para negociar gás) o preço do gás já deixou, por várias ve­zes, de estar indexado ao preço do petróleo. Em Inglaterra, no NBP—National Balancing Point, onde se negoceiam os preços do gás para a Europa, “nota-se que a Rússia mudou a sua postura tradicionalmente agressiva”, co­menta Costa Silva.

Fonte : Jornal Expresso – 25 de Setembro 2010

A britânica Shell quer comprar, por ¤3,8 mil milhões, a maioria dos activos da East Resources,que explora gás xistoso nos EUA. As maiores petrolíferas estão a comprar as pequenas companhias que exploram este tipo de gás não convencional.

Jornal Expresso – 29 de Maio 2010

Shell quer gás xistoso

As descobertas de gás xistoso nos EUA enfraqueceram a posição dominante da Rússia no gás natural

O recente desenvolvimento da exploração comercial de gás xis­toso, também designado como gás não convencional, provocou uma revolução rápida no mun­do da energia. “Nos últimos dois anos, os EUA alteraram a sua posição no mercado da energia, ascendendo a líderes mundiais na produção de gás”, observa o presidente-executivo da Partex, António Costa Silva. “As reservas provadas de gás convencional no mundo, que es­tão descobertas e podem ser pro­duzidas, são de 6600 triliões de pés cúbicos (TCF) e dão para 62 anos de consumo mundial, ao ritmo do consumo atual”, expli­ca Costa Silva. Mas as reservas de gás xistoso são bastante superiores, podendo chegar aos 16 mil TCF. “A quantificação das reservas do gás xistoso teve um impacto fortíssimo na geopolítica”, comenta Costa Silva.

O potencial do gás xistoso nos EUA “é, por si só, brutal. Nos EUA estão identificadas explora­ções de gás xistoso com 260 TCF e no Canadá há 60 TCF. No total, estamos a falar de 320 TCF de gás xistoso”, diz o res­ponsável da Partex.

Mas os números disponíveis não se ficam por aí. No conjunto dos EUA e Canadá, “as reservas totais de gás xistoso podem che­gar aos 3600 TCF”, refere Cos­ta Silva. Nos últimos anos, as pe­quenas companhias independen­tes dedicaram-se ao gás xistoso, cuja produção disparou nos EUA. “Hoje, mais de metade da produção de gás nos EUA vem do gás xistoso. A partir de 2009 os EUA ultrapassaram a Rússia e são o maior produtor mundial de gás”, refere Costa Silva.

As alterações ocorridas dentro do mercado dos EUA também foram radicais. Em pouco tem­po, a exploração deste segmen­to de gás deixou de ser desenvol­vida pelas pequenas compa­nhias independentes, para pas­sar a ser controlada pelos maio­res grupos petrolíferos. Uma das companhias indepen­dentes que foi pioneira no desen­volvimento do gás xistoso, a XTO, foi comprada pelo gigante ExxonMobil, em dezembro de 2009, por 41 mil milhões de dó­lares (38 mil milhões de euros). A tecnologia utilizada nos EUA para explorar gás xistoso — a perfuração de poços hori­zontais, com fraturação hidráuli­ca — está a expandir-se na Euro­pa, sendo utilizada na Alema­nha, Polónia, Hungria, Áustria, Inglaterra, Suécia e Ucrânia. Costa Silva calcula que na Europa, as reservas de gás não con­vencional devem rondar os 560 TCF. “Dará uma ajuda, mas não será a solução dos problemas energéticos da Europa”, diz.

Com o excesso de produção de gás xistoso nos EUA, os preços do gás baixaram nos principais mercados internacionais. No Henry Hub (o principal referen­cial de mercado utilizado nos EUA para negociar gás) o preço do gás já deixou, por várias ve­zes, de estar indexado ao preço do petróleo. Em Inglaterra, no NBP—National Balancing Point, onde se negoceiam os preços do gás para a Europa, “nota-se que a Rússia mudou a sua postura tradicionalmente agressiva”, co­menta Costa Silva.

Fonte : Jornal Expresso – 25 de Setembro 2010

A britânica Shell quer comprar, por ¤3,8 mil milhões, a maioria dos activos da East Resources,que explora gás xistoso nos EUA. As maiores petrolíferas estão a comprar as pequenas companhias que exploram este tipo de gás não convencional.

Jornal Expresso – 29 de Maio 2010

Shell quer gás xistoso

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