As descobertas de gás xistoso nos EUA enfraqueceram a posição dominante da Rússia no gás natural
O recente desenvolvimento da exploração comercial de gás xistoso, também designado como gás não convencional, provocou uma revolução rápida no mundo da energia. “Nos últimos dois anos, os EUA alteraram a sua posição no mercado da energia, ascendendo a líderes mundiais na produção de gás”, observa o presidente-executivo da Partex, António Costa Silva. “As reservas provadas de gás convencional no mundo, que estão descobertas e podem ser produzidas, são de 6600 triliões de pés cúbicos (TCF) e dão para 62 anos de consumo mundial, ao ritmo do consumo atual”, explica Costa Silva. Mas as reservas de gás xistoso são bastante superiores, podendo chegar aos 16 mil TCF. “A quantificação das reservas do gás xistoso teve um impacto fortíssimo na geopolítica”, comenta Costa Silva.
O potencial do gás xistoso nos EUA “é, por si só, brutal. Nos EUA estão identificadas explorações de gás xistoso com 260 TCF e no Canadá há 60 TCF. No total, estamos a falar de 320 TCF de gás xistoso”, diz o responsável da Partex.
Mas os números disponíveis não se ficam por aí. No conjunto dos EUA e Canadá, “as reservas totais de gás xistoso podem chegar aos 3600 TCF”, refere Costa Silva. Nos últimos anos, as pequenas companhias independentes dedicaram-se ao gás xistoso, cuja produção disparou nos EUA. “Hoje, mais de metade da produção de gás nos EUA vem do gás xistoso. A partir de 2009 os EUA ultrapassaram a Rússia e são o maior produtor mundial de gás”, refere Costa Silva.
As alterações ocorridas dentro do mercado dos EUA também foram radicais. Em pouco tempo, a exploração deste segmento de gás deixou de ser desenvolvida pelas pequenas companhias independentes, para passar a ser controlada pelos maiores grupos petrolíferos. Uma das companhias independentes que foi pioneira no desenvolvimento do gás xistoso, a XTO, foi comprada pelo gigante ExxonMobil, em dezembro de 2009, por 41 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros). A tecnologia utilizada nos EUA para explorar gás xistoso — a perfuração de poços horizontais, com fraturação hidráulica — está a expandir-se na Europa, sendo utilizada na Alemanha, Polónia, Hungria, Áustria, Inglaterra, Suécia e Ucrânia. Costa Silva calcula que na Europa, as reservas de gás não convencional devem rondar os 560 TCF. “Dará uma ajuda, mas não será a solução dos problemas energéticos da Europa”, diz.
Com o excesso de produção de gás xistoso nos EUA, os preços do gás baixaram nos principais mercados internacionais. No Henry Hub (o principal referencial de mercado utilizado nos EUA para negociar gás) o preço do gás já deixou, por várias vezes, de estar indexado ao preço do petróleo. Em Inglaterra, no NBP—National Balancing Point, onde se negoceiam os preços do gás para a Europa, “nota-se que a Rússia mudou a sua postura tradicionalmente agressiva”, comenta Costa Silva.
Fonte : Jornal Expresso – 25 de Setembro 2010
A britânica Shell quer comprar, por ¤3,8 mil milhões, a maioria dos activos da East Resources,que explora gás xistoso nos EUA. As maiores petrolíferas estão a comprar as pequenas companhias que exploram este tipo de gás não convencional.
Jornal Expresso – 29 de Maio 2010
Shell quer gás xistoso
As descobertas de gás xistoso nos EUA enfraqueceram a posição dominante da Rússia no gás natural
O recente desenvolvimento da exploração comercial de gás xistoso, também designado como gás não convencional, provocou uma revolução rápida no mundo da energia. “Nos últimos dois anos, os EUA alteraram a sua posição no mercado da energia, ascendendo a líderes mundiais na produção de gás”, observa o presidente-executivo da Partex, António Costa Silva. “As reservas provadas de gás convencional no mundo, que estão descobertas e podem ser produzidas, são de 6600 triliões de pés cúbicos (TCF) e dão para 62 anos de consumo mundial, ao ritmo do consumo atual”, explica Costa Silva. Mas as reservas de gás xistoso são bastante superiores, podendo chegar aos 16 mil TCF. “A quantificação das reservas do gás xistoso teve um impacto fortíssimo na geopolítica”, comenta Costa Silva.
O potencial do gás xistoso nos EUA “é, por si só, brutal. Nos EUA estão identificadas explorações de gás xistoso com 260 TCF e no Canadá há 60 TCF. No total, estamos a falar de 320 TCF de gás xistoso”, diz o responsável da Partex.
Mas os números disponíveis não se ficam por aí. No conjunto dos EUA e Canadá, “as reservas totais de gás xistoso podem chegar aos 3600 TCF”, refere Costa Silva. Nos últimos anos, as pequenas companhias independentes dedicaram-se ao gás xistoso, cuja produção disparou nos EUA. “Hoje, mais de metade da produção de gás nos EUA vem do gás xistoso. A partir de 2009 os EUA ultrapassaram a Rússia e são o maior produtor mundial de gás”, refere Costa Silva.
As alterações ocorridas dentro do mercado dos EUA também foram radicais. Em pouco tempo, a exploração deste segmento de gás deixou de ser desenvolvida pelas pequenas companhias independentes, para passar a ser controlada pelos maiores grupos petrolíferos. Uma das companhias independentes que foi pioneira no desenvolvimento do gás xistoso, a XTO, foi comprada pelo gigante ExxonMobil, em dezembro de 2009, por 41 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros). A tecnologia utilizada nos EUA para explorar gás xistoso — a perfuração de poços horizontais, com fraturação hidráulica — está a expandir-se na Europa, sendo utilizada na Alemanha, Polónia, Hungria, Áustria, Inglaterra, Suécia e Ucrânia. Costa Silva calcula que na Europa, as reservas de gás não convencional devem rondar os 560 TCF. “Dará uma ajuda, mas não será a solução dos problemas energéticos da Europa”, diz.
Com o excesso de produção de gás xistoso nos EUA, os preços do gás baixaram nos principais mercados internacionais. No Henry Hub (o principal referencial de mercado utilizado nos EUA para negociar gás) o preço do gás já deixou, por várias vezes, de estar indexado ao preço do petróleo. Em Inglaterra, no NBP—National Balancing Point, onde se negoceiam os preços do gás para a Europa, “nota-se que a Rússia mudou a sua postura tradicionalmente agressiva”, comenta Costa Silva.
Fonte : Jornal Expresso – 25 de Setembro 2010
A britânica Shell quer comprar, por ¤3,8 mil milhões, a maioria dos activos da East Resources,que explora gás xistoso nos EUA. As maiores petrolíferas estão a comprar as pequenas companhias que exploram este tipo de gás não convencional.
Jornal Expresso – 29 de Maio 2010
Shell quer gás xistoso