Costa já voltou aos abraços e acusou Rio de ver "conspirações" em todo o lado

30-09-2019
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Legislativas 2019 Costa já voltou aos abraços e acusou Rio de ver "conspirações" em todo o lado 29.09.2019 às 22h06 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: TIAGO MIRANDA No dia em que Santos Silva entrou na campanha a pés juntos, António Costa recuperou da lesão, para alívio do povo que o abordou na rua e num almoço a abarrotar de gente. Com os seus generais e malhar à esquerda e à direita, o líder socialista entra na “semana decisiva” a puxar pelo voto útil Filipe Santos Costa Jornalista da secção Política Tiago Miranda Fotojornalista O momento do dia: O almoço-comício de Matosinhos foi uma raridade (só houve dois até agora) e uma prova de força: quase duas mil pessoas à mesa ouviram António Costa apelar à mobilização à entrada para a "semana decisiva". A frase: “Basta olhar para Espanha para perceber que quando os socialistas não têm a força necessária e quando as forças que tem dúvidas em relação à moderação, ao equilíbrio, à estabilidade, à Europa, têm força desmedida, não há estabilidade politica e as condições da economia e orçamentais pioram, a vida torna-se mais difícil para as pessoas.” Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros e nº1 do PS na lista por Fora da Europa O personagem: Augusto Santos Silva fez um discurso marcante, pela forma como deixou bem claro que o PS tem duas frentes de batalha. À esquerda, para tentar travar o BE, cujo crescimento preocupa o PS por causa das consequências que poderá ter nas condições de governabilidade para os próximos quatro anos; à direita, para malhar em Cristas e Rio - neste caso, a intenção é sobretudo passar a mensagem de que há uma bipolarização esquerda-direita, para tentar forçar o voto útil no PS. A fotografia: António Costa na arruada de Arcozelo cumprimentou várias crianças (e bastantes cães) TIAGO MIRANDA Este domingo de manhã, o povo de Arcozelo, em Vila Nova de Gaia, estava preocupado com a saúde de António Costa. E aproveitou o facto de o encontrar na marginal da Praia da Aguda para lhe perguntar sobre essas dores de costas que no sábado o deixaram sem arruadas e em serviços mínimos no distrito de Braga. Mas o povo que perguntou a Costa sobre "essa saúde" não se limitou a fazer a pergunta: agarrou-o, puxou-o, abraçou-o, nalguns casos pendurou-se ao pescoço do homem que foi notícia por ter dores nas costas. Sem dar parte de fraco, o líder do PS tinha boas notícias para lhes dar: "Graças aos médicos e aos enfermeiros, estou pronto para mais quatro anos." Os interlocutores de António Costa assinalaram a boa nova com vigorosas palmadas nas costas, e safanões no ombro, e beijinhos a espremer o homem... O regresso de Costa aos contactos de rua aconteceu de manhã, à hora a que muita gente estava à beira-mar no running e no cicling. A caravana socialista juntou-se-lhes para o campaigning com tudo a que um candidato tem direito numa arruada. A começar pelas tarjas espalhadas pela localidade - “Aguda recebe de braços abertos António Costa, primeiro-ministro de Portugal”, apesar de Costa ali estar como candidato e não como PM. Salta à vista que o PS está mobilizado - muita gente na rua a vestir (literalmente) a camisola socialista, muitos figurões do socialismo nas ações de campanha. Acresce à máquina bem oleada a boa recepção que, em geral, é dispensada a Costa um pouco por todo o lado. Há muita gente a querer saudá-lo, a agradecer-lhe, a desejar-lhe “a maioria”. Também há quem o interpele - este domingo, foi confrontado com o custo alto dos medicamentos, o “muito tempo de trabalho para a reforma, deviam baixar a idade” (“Não nos podemos comprometer com o que não podemos dar”, respondeu Costa), a ineficácia do combate à corrupção (“Não tenha medo de metê-los lá dentro”, exortou um homem; “Eu sou primeiro-ministro, não prendo, isso é com os tribunais”, atalhou o PM). Também houve quem defendesse a 'geringonça', com teorias sobre a direita que “quer roubar a 'geringonça'” - mas Costa não dá troco nem a quem se quer livrar dos parceiros de esquerda, nem a quem os quer manter. O discurso sobre os partidos à esquerda e à direita ficou para Augusto Santos Silva, o reforço deste domingo, no grande almoço de Matosinhos. Com palavras duras contra a esquerda, que não pode ter “poder desmedido” ou “influência desmesurada” sobre a governação, mas também contra a direita, que quererá “trazer as instituições da República Portuguesa para a lama” - uma referência não tão subtil ao caso de Tancos e ao ataque subsequente do PSD e do CDS a António Costa. “Rui Rio vê conspirações”, acusa Costa, "e quer mandar jornalistas para a cadeia" Costa, o próprio, só voltou a falar do escândalo de Tancos à noite, não em comício, mas em entrevista à RTP. Reiterou o que disse “há muitos meses” à comissão parlamentar de inquérito (“que nada sabia sobre esse caso, e em particular sobre forma como as armas foram encontradas”), e garantiu que essa é a “verdade que mantenho sem qualquer alteração”. Sem entrar em apreciações sobre o caso, António Costa não se inibiu na resposta às palavras de Rio, que continua a considerar “pouco crivel” que o primeiro-ministro não soubesse da encenação em que o seu ministro da Defesa terá estado envolvido, de acordo com a acusação. “Rui Rio faz uma insinuação absolutamente lamentável, o que é surpreendente numa pessoa que eu julgava que seria firme seus princípios”, atirou o socialista. “Rio passou o tempo a proclamar que o Ministério Público era politizado, e que os tribunais transferiam os julgamentos para praça pública”, e agora dá como boa a acusação do Ministério Público, fazendo um julgamento na praça pública, frisou. Acusado também por Rio de ter participado numa conspiração para envolver o Presidente da República neste caso, Costa foi mais longe: “Rui Rio vê conspirações nas sondagens, no Ministério Público, nos tribunais, acha que jornalistas devem ir para a cadeia (...) Eu não tenho essa visão do mundo.” Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

Legislativas 2019 Costa já voltou aos abraços e acusou Rio de ver "conspirações" em todo o lado 29.09.2019 às 22h06 Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link: TIAGO MIRANDA No dia em que Santos Silva entrou na campanha a pés juntos, António Costa recuperou da lesão, para alívio do povo que o abordou na rua e num almoço a abarrotar de gente. Com os seus generais e malhar à esquerda e à direita, o líder socialista entra na “semana decisiva” a puxar pelo voto útil Filipe Santos Costa Jornalista da secção Política Tiago Miranda Fotojornalista O momento do dia: O almoço-comício de Matosinhos foi uma raridade (só houve dois até agora) e uma prova de força: quase duas mil pessoas à mesa ouviram António Costa apelar à mobilização à entrada para a "semana decisiva". A frase: “Basta olhar para Espanha para perceber que quando os socialistas não têm a força necessária e quando as forças que tem dúvidas em relação à moderação, ao equilíbrio, à estabilidade, à Europa, têm força desmedida, não há estabilidade politica e as condições da economia e orçamentais pioram, a vida torna-se mais difícil para as pessoas.” Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros e nº1 do PS na lista por Fora da Europa O personagem: Augusto Santos Silva fez um discurso marcante, pela forma como deixou bem claro que o PS tem duas frentes de batalha. À esquerda, para tentar travar o BE, cujo crescimento preocupa o PS por causa das consequências que poderá ter nas condições de governabilidade para os próximos quatro anos; à direita, para malhar em Cristas e Rio - neste caso, a intenção é sobretudo passar a mensagem de que há uma bipolarização esquerda-direita, para tentar forçar o voto útil no PS. A fotografia: António Costa na arruada de Arcozelo cumprimentou várias crianças (e bastantes cães) TIAGO MIRANDA Este domingo de manhã, o povo de Arcozelo, em Vila Nova de Gaia, estava preocupado com a saúde de António Costa. E aproveitou o facto de o encontrar na marginal da Praia da Aguda para lhe perguntar sobre essas dores de costas que no sábado o deixaram sem arruadas e em serviços mínimos no distrito de Braga. Mas o povo que perguntou a Costa sobre "essa saúde" não se limitou a fazer a pergunta: agarrou-o, puxou-o, abraçou-o, nalguns casos pendurou-se ao pescoço do homem que foi notícia por ter dores nas costas. Sem dar parte de fraco, o líder do PS tinha boas notícias para lhes dar: "Graças aos médicos e aos enfermeiros, estou pronto para mais quatro anos." Os interlocutores de António Costa assinalaram a boa nova com vigorosas palmadas nas costas, e safanões no ombro, e beijinhos a espremer o homem... O regresso de Costa aos contactos de rua aconteceu de manhã, à hora a que muita gente estava à beira-mar no running e no cicling. A caravana socialista juntou-se-lhes para o campaigning com tudo a que um candidato tem direito numa arruada. A começar pelas tarjas espalhadas pela localidade - “Aguda recebe de braços abertos António Costa, primeiro-ministro de Portugal”, apesar de Costa ali estar como candidato e não como PM. Salta à vista que o PS está mobilizado - muita gente na rua a vestir (literalmente) a camisola socialista, muitos figurões do socialismo nas ações de campanha. Acresce à máquina bem oleada a boa recepção que, em geral, é dispensada a Costa um pouco por todo o lado. Há muita gente a querer saudá-lo, a agradecer-lhe, a desejar-lhe “a maioria”. Também há quem o interpele - este domingo, foi confrontado com o custo alto dos medicamentos, o “muito tempo de trabalho para a reforma, deviam baixar a idade” (“Não nos podemos comprometer com o que não podemos dar”, respondeu Costa), a ineficácia do combate à corrupção (“Não tenha medo de metê-los lá dentro”, exortou um homem; “Eu sou primeiro-ministro, não prendo, isso é com os tribunais”, atalhou o PM). Também houve quem defendesse a 'geringonça', com teorias sobre a direita que “quer roubar a 'geringonça'” - mas Costa não dá troco nem a quem se quer livrar dos parceiros de esquerda, nem a quem os quer manter. O discurso sobre os partidos à esquerda e à direita ficou para Augusto Santos Silva, o reforço deste domingo, no grande almoço de Matosinhos. Com palavras duras contra a esquerda, que não pode ter “poder desmedido” ou “influência desmesurada” sobre a governação, mas também contra a direita, que quererá “trazer as instituições da República Portuguesa para a lama” - uma referência não tão subtil ao caso de Tancos e ao ataque subsequente do PSD e do CDS a António Costa. “Rui Rio vê conspirações”, acusa Costa, "e quer mandar jornalistas para a cadeia" Costa, o próprio, só voltou a falar do escândalo de Tancos à noite, não em comício, mas em entrevista à RTP. Reiterou o que disse “há muitos meses” à comissão parlamentar de inquérito (“que nada sabia sobre esse caso, e em particular sobre forma como as armas foram encontradas”), e garantiu que essa é a “verdade que mantenho sem qualquer alteração”. Sem entrar em apreciações sobre o caso, António Costa não se inibiu na resposta às palavras de Rio, que continua a considerar “pouco crivel” que o primeiro-ministro não soubesse da encenação em que o seu ministro da Defesa terá estado envolvido, de acordo com a acusação. “Rui Rio faz uma insinuação absolutamente lamentável, o que é surpreendente numa pessoa que eu julgava que seria firme seus princípios”, atirou o socialista. “Rio passou o tempo a proclamar que o Ministério Público era politizado, e que os tribunais transferiam os julgamentos para praça pública”, e agora dá como boa a acusação do Ministério Público, fazendo um julgamento na praça pública, frisou. Acusado também por Rio de ter participado numa conspiração para envolver o Presidente da República neste caso, Costa foi mais longe: “Rui Rio vê conspirações nas sondagens, no Ministério Público, nos tribunais, acha que jornalistas devem ir para a cadeia (...) Eu não tenho essa visão do mundo.” Facebook Twitter Email Whatsapp Mais Google+ Linkedin Pinterest Link:

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