Rangel: “A mim ninguém me viu com a minha família a cozinhar cataplana”

22-05-2019
marcar artigo

Os candidatos até podem garantir uma e outra vez que querem discutir a Europa, acusando os rivais de levarem uma campanha “suja” ou “pouco elevada”. Mas os ataques mútuos entre PS e PSD sucedem-se, sem darem mostras de parar, mesmo quando o assunto pouco ou nada tem a ver com a União Europeia. Voltou a acontecer este sábado, quando Rangel disparou, com a mira apontada a Costa: “A mim ninguém me viu com a minha família a cozinhar cataplana”.

A aparição do prato de peixe que António Costa foi cozinhar ao “Programa da Cristina”, na SIC, acompanhado da mulher e dos filhos não aconteceu por acaso. Há dias, desde que subiu a um helicóptero no aeródromo da Lousã para sobrevoar as zonas ardidas em 2017, que Rangel está sob ataque do lado socialista, com Pedro Marques a acusá-lo de querer “arrebanhar votos” aproveitando um drama humano e Costa a atacar a sua “política espetáculo”. Desta vez, Rangel irritou-se e ripostou, lembrando a participação de Costa no programa matinal: “Não estou a criticar ninguém por o fazer, mas não me venha falar de política espetáculo”.

rui duarte silva

Não foi a primeira farpa direta com destino direto ao PS e especificamente ao primeiro-ministro, que Rangel insiste em eleger como o “verdadeiro cabeça de lista” dos socialistas enquanto o acusa de “esconder” Pedro Marques. Num encontro com jovens em Vila Nova de Famalicão, voltou ao mesmo argumento: “Agora, [Costa] até já vem para os cartazes”. Aliás, o outdoor que mostra Costa e Marques lado a lado, sorridentes e apelando a um “voto responsável”, tem sido o pretexto perfeito para críticas sucessivas dos sociais-democratas e para uma certeza: Costa está a assumir a nacionalização destas europeias.

Uma das perguntas dos jovens presentes teve precisamente a ver com uma outra farpa de Costa: o primeiro-ministro já antes tinha dito que Marques fará mais em seis meses no Parlamento Europeu do que Rangel fez em dez anos; na sexta-feira, voltou à carga para dizer que, nesses dez anos em que teve assento no Parlamento Europeu, o social-democrata não fez nada pelo interior de Portugal.

rui duarte silva

Se de manhã, confrontado pelos jornalistas com essa acusação, Rangel não respondeu e devolveu as críticas ao PS, esta tarde trouxe um rol de argumentos a seu favor: a sua posição contrária às listas transnacionais, o agradecimento de Mário Centeno por ter trabalhado por evitar as sanções por Portugal, o facto de ser vice-presidente do PPE e coordenador do respetivo think tank, o trabalho político de bastidores que não entra nos rankings. “Indigna-me que dez anos de trabalho profundo sejam tratados assim”, rematou. E porquê? Porque Costa mostra “desespero e nervosismo”. José Manuel Fernandes, candidato número três da lista, ainda despejou mais alguns argumentos, embora pela negativa: “Paulo Rangel nunca desviou fundos do interior para as áreas metropolitanas, nunca esteve de férias em praias [na sequência do furto de Tancos]”.

Das perguntas dos jovens ainda resultou uma posição europeia: questionado sobre a entrada da Turquia na União Europeia, Rangel mostrou-se contra - e garantiu que isso não será possível num horizonte de “10, 15, 20 anos”. “A Turquia está a evoluir para um Estado que não é democrático. Somos a favor da entrada, mas não tem quaisquer condições objetivas para o fazer nas próximas décadas, porque Erdogan resolveu enveredar por um caminho que não é democrático”, lamentou.

Os candidatos até podem garantir uma e outra vez que querem discutir a Europa, acusando os rivais de levarem uma campanha “suja” ou “pouco elevada”. Mas os ataques mútuos entre PS e PSD sucedem-se, sem darem mostras de parar, mesmo quando o assunto pouco ou nada tem a ver com a União Europeia. Voltou a acontecer este sábado, quando Rangel disparou, com a mira apontada a Costa: “A mim ninguém me viu com a minha família a cozinhar cataplana”.

A aparição do prato de peixe que António Costa foi cozinhar ao “Programa da Cristina”, na SIC, acompanhado da mulher e dos filhos não aconteceu por acaso. Há dias, desde que subiu a um helicóptero no aeródromo da Lousã para sobrevoar as zonas ardidas em 2017, que Rangel está sob ataque do lado socialista, com Pedro Marques a acusá-lo de querer “arrebanhar votos” aproveitando um drama humano e Costa a atacar a sua “política espetáculo”. Desta vez, Rangel irritou-se e ripostou, lembrando a participação de Costa no programa matinal: “Não estou a criticar ninguém por o fazer, mas não me venha falar de política espetáculo”.

rui duarte silva

Não foi a primeira farpa direta com destino direto ao PS e especificamente ao primeiro-ministro, que Rangel insiste em eleger como o “verdadeiro cabeça de lista” dos socialistas enquanto o acusa de “esconder” Pedro Marques. Num encontro com jovens em Vila Nova de Famalicão, voltou ao mesmo argumento: “Agora, [Costa] até já vem para os cartazes”. Aliás, o outdoor que mostra Costa e Marques lado a lado, sorridentes e apelando a um “voto responsável”, tem sido o pretexto perfeito para críticas sucessivas dos sociais-democratas e para uma certeza: Costa está a assumir a nacionalização destas europeias.

Uma das perguntas dos jovens presentes teve precisamente a ver com uma outra farpa de Costa: o primeiro-ministro já antes tinha dito que Marques fará mais em seis meses no Parlamento Europeu do que Rangel fez em dez anos; na sexta-feira, voltou à carga para dizer que, nesses dez anos em que teve assento no Parlamento Europeu, o social-democrata não fez nada pelo interior de Portugal.

rui duarte silva

Se de manhã, confrontado pelos jornalistas com essa acusação, Rangel não respondeu e devolveu as críticas ao PS, esta tarde trouxe um rol de argumentos a seu favor: a sua posição contrária às listas transnacionais, o agradecimento de Mário Centeno por ter trabalhado por evitar as sanções por Portugal, o facto de ser vice-presidente do PPE e coordenador do respetivo think tank, o trabalho político de bastidores que não entra nos rankings. “Indigna-me que dez anos de trabalho profundo sejam tratados assim”, rematou. E porquê? Porque Costa mostra “desespero e nervosismo”. José Manuel Fernandes, candidato número três da lista, ainda despejou mais alguns argumentos, embora pela negativa: “Paulo Rangel nunca desviou fundos do interior para as áreas metropolitanas, nunca esteve de férias em praias [na sequência do furto de Tancos]”.

Das perguntas dos jovens ainda resultou uma posição europeia: questionado sobre a entrada da Turquia na União Europeia, Rangel mostrou-se contra - e garantiu que isso não será possível num horizonte de “10, 15, 20 anos”. “A Turquia está a evoluir para um Estado que não é democrático. Somos a favor da entrada, mas não tem quaisquer condições objetivas para o fazer nas próximas décadas, porque Erdogan resolveu enveredar por um caminho que não é democrático”, lamentou.

marcar artigo