“Quem quer o governo do António Costa, vota domingo PS”, apela o próprio Costa

14-10-2019
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Podia ter sido António Costa , pela onda positiva que liderou Chiado abaixo, mas acabou por ser o mesmo Costa, pela negativa. A forma como se exaltou com um cidadão na rua, parecendo até que o iria agredir (nunca saberemos, pois a segurança travou-o), e a acusação que logo fez de que se trataria de um "provocador plantado" "pela direita" pode ter consequências no resultado de domingo.

"Em democracia nunca há governos com as mãos livres. Em democracia podemos contar com escrutínio de uma comunicação social livre, com a fiscalização de uma justiça independente, com a fiscalização de uma Assembleia da República plural, e com um Presidente da República com competências próprias e sempre atento." António Costa , tentando desdramatizar uma eventual maioria absoluta

A tradicional descida do Chiado podia ter sido o ponto alto da campanha socialista - um mar de gente rua abaixo, a maior multidão reunida pelo PS, numa campanha em que mostrou muita capacidade de mobilização. Mas tudo mudou quando a arruada estava a chegar ao fim. Um eleitor que se dizia socialista interpelou Costa, "apreensivo" porque este estava de férias no dia da tragédia de Pedrógão, em 2017. O líder do PS cortou-lhe a palavra, acusando-o de dizer mentiras, numa escalada de exaltação que acabou com Costa aos gritos, e travado pelos seguranças. No fim da noite, soube-se que era Joaquim Elias, ex-militante do CDS.

Na chegada ao Coliseu do Porto, poucas horas depois de se ter travado de razões com um eleitor na capital, António Costa apresentou-se bem mais relaxado, perante uma receção quente ao som de "J" é "JS", e rodeado de vários membros do Governo, entre os quais Ferro Rodrigues, Marta Temido, João Pedro Matos Fernandes ou Eduardo Cabrita.

Em contagem decrescente para o dia de reflexão antes da ida a votos, o primeiro-ministro fez questão de desfiar os compromissos assumidos e cumpridos para com os portugueses, mas repisando que o Partido Socialista quer fazer mais: "Tenho a consciência tranquila do dever cumprido e o desassossego de fazer mais e melhor".

Foi o pretexto para advertir que por um voto se ganha e por um voto se perde, e que "todos os votos são necessários para uma grande vitória do PS". Ao clamor de viva Portugal, António Costa avisou ainda que não há vitórias antecipadas nas sondagens, mas conquistadas nas urnas e após a contagem dos votos. Sem falar nunca de maioria, António Costa não se coibiu de apelar ao voto domingo, alertando que é preciso passar a palavra: "Quem quer o governo do António Costa vota domingo PS". E pediu votos para uma legislatura de quatro anos, afastando o fantasma da instabilidade.

E para isso, continuou Costa, é preciso ter na Assembleia da República o número suficiente de votos para garantir um novo governo socialista, um Governo que o ainda chefe do Governo promete irá fazer mais na saúde, na educação, nos serviços públicos, na modernização da economia, na justiça social e no combate à precaridade de empego.

Puxando para trás o filme dos últimos quatros anos, António Costa não esqueceu de relembrar que Portugal recuperou a credibilidade a nível internacional, enquanto a nível interno conseguiu o défice mais baixo da história da democracia portuguesa.

Antes de terminar e de troar o hino nacional, o secretário-geral do PS anunciou que na plateia do Coliseu do Porto se encontrava um autarca da Galiza (Xoaquim Leiceaga), apresentação que serviu de mote para comparar os quatro anos da sua legislatura, enquanto do lado de lá da fronteira os espanhóis se preparam para ir a votos pela quarta vez em quatro anos.

Pizarro eufórico, Matos Fernandes estadista

Mas no sprint final da campanha, o primeiro orador da noite foi Manuel Pizarro que lembrou que há muitos, muitos anos, o PS já não encerrava uma campanha eleitoral no Porto, a cidade onde diz "as contas estão sempre certas", como diz se irá ver no domingo com uma "grande vitória" socialista na capital Património da Humanidade.

O líder da maior federação do PS do país não poupou nos elogios à campanha do partido, fazendo de imediato um contraponto à campanha "enlameada" da direita. " Há alguém que acredite na ladainha da direita, que promete reduzir 2,7 mil milhões de carga fiscal e ao mesmo tempo acena com um investimento público de mil milhões e ainda manter as contas em ordem?", questionou Pizarro, perante uma plateia que carregou nas palmas e nos gritos de ordem "PS, PS" ou "O Porto vai votas e o PS vai ganhar".

No Coliseu do Porto, animado por militantes vindos de todas as concelhias rosas do distrito, ao palco subiu também, em tom um pouco menos eufórico, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, que pegou na deixa do recém-eleito eurodeputado para se atirar à direita, sem personalizar, acusando-a de "martelar as contas e propagar mentiras".

"A direita não mudou nada quando esteve na Câmara do Porto", garantiu Matos Fernandes, aludindo, presume-se, aos 12 anos de presidência de Rui Rio, e assegurando que o PS vai mesmo ganhar domingo.

Alexandre Quintanilha, o deputado e candidato nº1 pelo Porto, optou por recordar os quatro grandes desafios que os socialistas para os próximos quatro anos e que já estão na agenda "e no papel" desde 2015: as alterações climáticas, a demografia, as desigualdades e a transição digital.

Podia ter sido António Costa , pela onda positiva que liderou Chiado abaixo, mas acabou por ser o mesmo Costa, pela negativa. A forma como se exaltou com um cidadão na rua, parecendo até que o iria agredir (nunca saberemos, pois a segurança travou-o), e a acusação que logo fez de que se trataria de um "provocador plantado" "pela direita" pode ter consequências no resultado de domingo.

"Em democracia nunca há governos com as mãos livres. Em democracia podemos contar com escrutínio de uma comunicação social livre, com a fiscalização de uma justiça independente, com a fiscalização de uma Assembleia da República plural, e com um Presidente da República com competências próprias e sempre atento." António Costa , tentando desdramatizar uma eventual maioria absoluta

A tradicional descida do Chiado podia ter sido o ponto alto da campanha socialista - um mar de gente rua abaixo, a maior multidão reunida pelo PS, numa campanha em que mostrou muita capacidade de mobilização. Mas tudo mudou quando a arruada estava a chegar ao fim. Um eleitor que se dizia socialista interpelou Costa, "apreensivo" porque este estava de férias no dia da tragédia de Pedrógão, em 2017. O líder do PS cortou-lhe a palavra, acusando-o de dizer mentiras, numa escalada de exaltação que acabou com Costa aos gritos, e travado pelos seguranças. No fim da noite, soube-se que era Joaquim Elias, ex-militante do CDS.

Na chegada ao Coliseu do Porto, poucas horas depois de se ter travado de razões com um eleitor na capital, António Costa apresentou-se bem mais relaxado, perante uma receção quente ao som de "J" é "JS", e rodeado de vários membros do Governo, entre os quais Ferro Rodrigues, Marta Temido, João Pedro Matos Fernandes ou Eduardo Cabrita.

Em contagem decrescente para o dia de reflexão antes da ida a votos, o primeiro-ministro fez questão de desfiar os compromissos assumidos e cumpridos para com os portugueses, mas repisando que o Partido Socialista quer fazer mais: "Tenho a consciência tranquila do dever cumprido e o desassossego de fazer mais e melhor".

Foi o pretexto para advertir que por um voto se ganha e por um voto se perde, e que "todos os votos são necessários para uma grande vitória do PS". Ao clamor de viva Portugal, António Costa avisou ainda que não há vitórias antecipadas nas sondagens, mas conquistadas nas urnas e após a contagem dos votos. Sem falar nunca de maioria, António Costa não se coibiu de apelar ao voto domingo, alertando que é preciso passar a palavra: "Quem quer o governo do António Costa vota domingo PS". E pediu votos para uma legislatura de quatro anos, afastando o fantasma da instabilidade.

E para isso, continuou Costa, é preciso ter na Assembleia da República o número suficiente de votos para garantir um novo governo socialista, um Governo que o ainda chefe do Governo promete irá fazer mais na saúde, na educação, nos serviços públicos, na modernização da economia, na justiça social e no combate à precaridade de empego.

Puxando para trás o filme dos últimos quatros anos, António Costa não esqueceu de relembrar que Portugal recuperou a credibilidade a nível internacional, enquanto a nível interno conseguiu o défice mais baixo da história da democracia portuguesa.

Antes de terminar e de troar o hino nacional, o secretário-geral do PS anunciou que na plateia do Coliseu do Porto se encontrava um autarca da Galiza (Xoaquim Leiceaga), apresentação que serviu de mote para comparar os quatro anos da sua legislatura, enquanto do lado de lá da fronteira os espanhóis se preparam para ir a votos pela quarta vez em quatro anos.

Pizarro eufórico, Matos Fernandes estadista

Mas no sprint final da campanha, o primeiro orador da noite foi Manuel Pizarro que lembrou que há muitos, muitos anos, o PS já não encerrava uma campanha eleitoral no Porto, a cidade onde diz "as contas estão sempre certas", como diz se irá ver no domingo com uma "grande vitória" socialista na capital Património da Humanidade.

O líder da maior federação do PS do país não poupou nos elogios à campanha do partido, fazendo de imediato um contraponto à campanha "enlameada" da direita. " Há alguém que acredite na ladainha da direita, que promete reduzir 2,7 mil milhões de carga fiscal e ao mesmo tempo acena com um investimento público de mil milhões e ainda manter as contas em ordem?", questionou Pizarro, perante uma plateia que carregou nas palmas e nos gritos de ordem "PS, PS" ou "O Porto vai votas e o PS vai ganhar".

No Coliseu do Porto, animado por militantes vindos de todas as concelhias rosas do distrito, ao palco subiu também, em tom um pouco menos eufórico, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, que pegou na deixa do recém-eleito eurodeputado para se atirar à direita, sem personalizar, acusando-a de "martelar as contas e propagar mentiras".

"A direita não mudou nada quando esteve na Câmara do Porto", garantiu Matos Fernandes, aludindo, presume-se, aos 12 anos de presidência de Rui Rio, e assegurando que o PS vai mesmo ganhar domingo.

Alexandre Quintanilha, o deputado e candidato nº1 pelo Porto, optou por recordar os quatro grandes desafios que os socialistas para os próximos quatro anos e que já estão na agenda "e no papel" desde 2015: as alterações climáticas, a demografia, as desigualdades e a transição digital.

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