Cavaco Silva falou para António Costa

30-10-2015
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Não se pode dizer que Cavaco Silva tenha mudado de discurso – ele que “não se arrepende de uma linha” do que disse na indigitação de Passos Coelho – mas claramente amaciou o tom. E acima de tudo falou para o ausente mais presente na tomada de posse do novo governo: António Costa.

Ao elencar os compromissos internacionais do Estado português, ao sublinhar a importância do crescimento económico, da criação de emprego e de preservar a credibilidade externa, Cavaco Silva estava já a impor condições. Não ao Governo de Passos Coelho, que conhece de cor este discurso e que o pôs em prática nos últimos 4 anos, mas ao líder do PS.

Com estas palavras, Cavaco Silva começou a traçar balizas e a definir publicamente um caderno de encargos para o futuro. Para poder dizer que alertou na altura devida, mas reconhecendo ao mesmo tempo que o futuro próximo do país pode desembocar num Governo de esquerda.

É indiscutível, e foram dados todos os sinais, que o Presidente não confia na solução entre PS/BE/PCP. Não quis queimar etapas, apelou ao impossível diálogo entre a coligação e o PS, mas começou a assumir que os próximos dias não vão correr como ele quer. Os deputados não se vão rebelar, e o governo de Passos pode mesmo cair. E mesmo que abomine a ideia de ter de dar posse ao um executivo apoiado por comunistas e bloquistas, hoje mostrou-se mais convencido de que a solução de esquerda pode estar ai ao virar da esquina.

Daqui a um mês (ou antes) veremos que chefe de Estado ficará para a história destes dias. O Cavaco radicalizado dos últimos discursos. Ou o Presidente que se retirou da equação e soube pesar os prós e os contras de um país sem Governo e sem Orçamento.

Não se pode dizer que Cavaco Silva tenha mudado de discurso – ele que “não se arrepende de uma linha” do que disse na indigitação de Passos Coelho – mas claramente amaciou o tom. E acima de tudo falou para o ausente mais presente na tomada de posse do novo governo: António Costa.

Ao elencar os compromissos internacionais do Estado português, ao sublinhar a importância do crescimento económico, da criação de emprego e de preservar a credibilidade externa, Cavaco Silva estava já a impor condições. Não ao Governo de Passos Coelho, que conhece de cor este discurso e que o pôs em prática nos últimos 4 anos, mas ao líder do PS.

Com estas palavras, Cavaco Silva começou a traçar balizas e a definir publicamente um caderno de encargos para o futuro. Para poder dizer que alertou na altura devida, mas reconhecendo ao mesmo tempo que o futuro próximo do país pode desembocar num Governo de esquerda.

É indiscutível, e foram dados todos os sinais, que o Presidente não confia na solução entre PS/BE/PCP. Não quis queimar etapas, apelou ao impossível diálogo entre a coligação e o PS, mas começou a assumir que os próximos dias não vão correr como ele quer. Os deputados não se vão rebelar, e o governo de Passos pode mesmo cair. E mesmo que abomine a ideia de ter de dar posse ao um executivo apoiado por comunistas e bloquistas, hoje mostrou-se mais convencido de que a solução de esquerda pode estar ai ao virar da esquina.

Daqui a um mês (ou antes) veremos que chefe de Estado ficará para a história destes dias. O Cavaco radicalizado dos últimos discursos. Ou o Presidente que se retirou da equação e soube pesar os prós e os contras de um país sem Governo e sem Orçamento.

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