“Éxito! Felicitaciones!” Nuno Melo fez sucesso entre os turistas. Faltam os portugueses

24-07-2019
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Estamos na hora de aproveitar o sol de fim de tarde na esplanada e pedir uma imperial, ou fino, ou cerveza, ou "beer", e por aí fora. Todos estes pedidos são válidos porque o cenário desta mega arruada do CDS é a rua Augusta, em plena baixa lisboeta, onde a dificuldade será não em encontrar pessoas com quem falar, mas antes encontrar pessoas que possam ser convencidas a votar CDS. Pela razão mais simples de todas: não são portuguesas.

“Éxito, éxito!”. O “e” aberto denuncia que os bons augúrios são transmitidos por alguém que fala espanhol, no caso uma argentina bem disposta que cumprimenta com entusiasmo Pedro Mota Soares, segundo nome na lista do CDS às europeias. O primeiro, Nuno Melo, ouve os mesmos desejos de turistas aleatórias. Por todo o lado, ouvem-se “felicitaciones” e muitos “excuse me”, dado que a comitiva centrista consegue entupir trechos consideráveis da rua. Mota Soares lá se despede da turista: “Vale, vale”.

Por entre os hotéis e lojas novos que abrem constantemente e se substituem uns aos outros, as casas que juram oferecer os produtos mais portugueses de Portugal e os restaurantes que prometem o bitoque ou o bacalhau mais genuínos (e inflacionados) que o turista quiser, o Estado-maior do CDS segue em frente: esta tarde, Assunção Cristas vai à frente com Nuno Melo e ladeada por Pedro Mota Soares, Raquel Vaz Pinto (número três), Vasco Weinberg (número quatro), mas o grupo é ainda reforçado por deputados e dirigentes (Adolfo Mesquita Nunes, Ana Rita Bessa, Telmo Correia, Nuno Magalhães ou João Gonçalves Pereira seguem ao lado da banda hiperativa que anima a arruada).

Qual será o sentido, então, de fazer uma arruada a quatro dias das eleições em que a maior parte das respostas que Cristas e Melo ouvem consistem num “i’m not from here” e semelhantes? Em termos de votos, pelo menos daqueles que são arrecadados graças a uma conversa boa e feita olhos nos olhos, pouco. Mas também não é esse o objetivo, reconhece Nuno Melo, apelidando a iniciativa de “simbólica”.

"Estamos a fazer uma ação de campanha talvez na rua mais europeia de Lisboa”, explica o candidato. A ideia é mostrar a capital como um exemplo das melhores partes que o projeto europeu veio trazer, “a livre circulação de pessoas e bens” mas também “a explosão de turismo” cujo mérito atribui a Adolfo, que foi secretário de Estado do Turismo no Governo anterior.

A ação do CDS sobre Lisboa em particular não é bem recebida por todos: o partido tem o seu único mau encontro da tarde quando uma senhora toca no ombro de Cristas para a confrontar com os efeitos da sua lei das rendas. “Devia ter vergonha de andar aqui depois do que fez com as rendas!”, dispara, andando em passos largos para acompanhar a comitiva.

Mais tarde, Cristas há de desvalorizar o encontro, acusando o PCP de colocar “estrategicamente” pessoas no seu caminho para desestabilizar a campanha. E responder sobre as rendas: não foi tudo “perfeito”, mas as opções justificam-se lembrando “a cidade há dez anos, estava decrépita”, e a reabilitação que hoje se testemunha. Quanto aos votos, fala para frisar o seu otimismo: “Provámos em Lisboa que não havia impossíveis. Acredito que na Europa e nas legislativas pode não haver”.

Tendo em conta os constantes encontros com turistas, é ainda mais improvável que o CDS tenha de ouvir críticas e ficar com amargos de boca no final da ação. Ainda para mais quando Nuno Melo faz questão de tirar uma fotografia com um mimo vestido de noiva, que também não fala, nem para criticar nem para elogiar, mas aceita um folheto do CDS. “Já sabemos quem quer casar com o CDS”, graceja Cristas. “Ou com o agricultor”, precisa Mota Soares.

Estamos na hora de aproveitar o sol de fim de tarde na esplanada e pedir uma imperial, ou fino, ou cerveza, ou "beer", e por aí fora. Todos estes pedidos são válidos porque o cenário desta mega arruada do CDS é a rua Augusta, em plena baixa lisboeta, onde a dificuldade será não em encontrar pessoas com quem falar, mas antes encontrar pessoas que possam ser convencidas a votar CDS. Pela razão mais simples de todas: não são portuguesas.

“Éxito, éxito!”. O “e” aberto denuncia que os bons augúrios são transmitidos por alguém que fala espanhol, no caso uma argentina bem disposta que cumprimenta com entusiasmo Pedro Mota Soares, segundo nome na lista do CDS às europeias. O primeiro, Nuno Melo, ouve os mesmos desejos de turistas aleatórias. Por todo o lado, ouvem-se “felicitaciones” e muitos “excuse me”, dado que a comitiva centrista consegue entupir trechos consideráveis da rua. Mota Soares lá se despede da turista: “Vale, vale”.

Por entre os hotéis e lojas novos que abrem constantemente e se substituem uns aos outros, as casas que juram oferecer os produtos mais portugueses de Portugal e os restaurantes que prometem o bitoque ou o bacalhau mais genuínos (e inflacionados) que o turista quiser, o Estado-maior do CDS segue em frente: esta tarde, Assunção Cristas vai à frente com Nuno Melo e ladeada por Pedro Mota Soares, Raquel Vaz Pinto (número três), Vasco Weinberg (número quatro), mas o grupo é ainda reforçado por deputados e dirigentes (Adolfo Mesquita Nunes, Ana Rita Bessa, Telmo Correia, Nuno Magalhães ou João Gonçalves Pereira seguem ao lado da banda hiperativa que anima a arruada).

Qual será o sentido, então, de fazer uma arruada a quatro dias das eleições em que a maior parte das respostas que Cristas e Melo ouvem consistem num “i’m not from here” e semelhantes? Em termos de votos, pelo menos daqueles que são arrecadados graças a uma conversa boa e feita olhos nos olhos, pouco. Mas também não é esse o objetivo, reconhece Nuno Melo, apelidando a iniciativa de “simbólica”.

"Estamos a fazer uma ação de campanha talvez na rua mais europeia de Lisboa”, explica o candidato. A ideia é mostrar a capital como um exemplo das melhores partes que o projeto europeu veio trazer, “a livre circulação de pessoas e bens” mas também “a explosão de turismo” cujo mérito atribui a Adolfo, que foi secretário de Estado do Turismo no Governo anterior.

A ação do CDS sobre Lisboa em particular não é bem recebida por todos: o partido tem o seu único mau encontro da tarde quando uma senhora toca no ombro de Cristas para a confrontar com os efeitos da sua lei das rendas. “Devia ter vergonha de andar aqui depois do que fez com as rendas!”, dispara, andando em passos largos para acompanhar a comitiva.

Mais tarde, Cristas há de desvalorizar o encontro, acusando o PCP de colocar “estrategicamente” pessoas no seu caminho para desestabilizar a campanha. E responder sobre as rendas: não foi tudo “perfeito”, mas as opções justificam-se lembrando “a cidade há dez anos, estava decrépita”, e a reabilitação que hoje se testemunha. Quanto aos votos, fala para frisar o seu otimismo: “Provámos em Lisboa que não havia impossíveis. Acredito que na Europa e nas legislativas pode não haver”.

Tendo em conta os constantes encontros com turistas, é ainda mais improvável que o CDS tenha de ouvir críticas e ficar com amargos de boca no final da ação. Ainda para mais quando Nuno Melo faz questão de tirar uma fotografia com um mimo vestido de noiva, que também não fala, nem para criticar nem para elogiar, mas aceita um folheto do CDS. “Já sabemos quem quer casar com o CDS”, graceja Cristas. “Ou com o agricultor”, precisa Mota Soares.

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