Barómetro da PwC: Desafio do mar está nos fundos

01-03-2017
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O crédito ao sector das pescas e aquacultura e transportes marítimos sofreu uma redução em 2015, "invertendo a tendência de crescimento retomada em 2013 e que tinha sido interrompida em 2012". A conclusão é retirada da sétima edição do Leme – Barómetro da Economia do Mar, da consultora da PwC, cujas principais conclusões serão apresentadas esta quinta-feira, 19 de Janeiro, pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, no Pavilhão do Conhecimento.

O barómetro, que a PwC iniciou em 2010, cruza dados sobre as actividades económicas ligadas ao mar, os indicadores de conjuntura nacional e os resultados a um questionário a "50 personalidades ligadas ao mar, abrangendo de uma forma transversal todos os subsectores da economia do mar em Portugal".

Nele, a PwC conclui que "a actual turbulência nos mercados financeiros tem agravado a possibilidade de obtenção de financiamento". Em duas vertentes: nos "sectores tradicionais", que "revelam dificuldades estruturais, afastando" as "fontes tradicionais de financiamento"; e nos sectores mais "novos", que por isso mesmo "não têm histórico" e que, "logo, esbarram na aprovação de produtos tradicionais de financiamento".

A consultora reconhece que, neste contexto, "o desafio será encontrar pontes entre a realidade dos subsectores embrionários ligados à alta tecnologia e investigação e desenvolvimento e a apetência do capital de risco". Paralelamente, manter-se-á igualmente desafiante estabelecer a relação entre a "realidade dos subsectores maduros e a vocação natural dos diversos produtos de financiamento normal". Em conclusão: há um "equilíbrio difícil de conseguir".Mais "optimista" parece estar a PwC na área seguradora. Na sétima edição do Leme, afirma acreditar que a actividade seguradora "continuará a ser uma actividade estruturante no apoio à cobertura de riscos inerentes a todas as actividades da economia do mar e tenderá a ter uma evolução positiva". Mas isto, caso "se verifiquem aumentos significativos nas actividades relacionadas com a construção e manutenção/reparação naval, transportes marítimos, portos, logística e expedição, pesca, aquacultura e indústria do pescado e turismo".

Da parte do Governo, o instrumento previsto para financiar a economia do mar – designado Fundo Azul - arranca este ano com 13,6 milhões de euros, dos quais 10 milhões provenientes do Orçamento do Estado.

Neste caso, o mecanismo visa, sobretudo, investir em áreas com mais risco e menos rentabilidade, como a investigação, a ciência, e o empreendedorismo em economia do mar, conforme reiterou a ministra Ana Paula Vitorino a 28 de Outubro passado, aquando da apresentação do programa Mar2020.

O objectivo público, tem defendido a governante, é o Estado avançar primeiro, mas depois seguirem-se os privados. "Em termos de velocidade de cruzeiro, o objectivo é a própria economia do mar financiar o investimento", disse em Fevereiro de 2016. "Há a possibilidade de associação com capitais de risco", que se justificam quando se está a falar de "financiamento de economia", argumentou então Ana Paula Vitorino.

Do lado dos privados, há uma Fundação Oceano Azul em criação, promovida pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS), controlada pela família Soares dos Santos (dona de 56,1% do capital da Jerónimo Martins SGPS). É nesta fundação que ficará 100% do capital da sociedade gestora do Oceanário de Lisboa, que a SFMS adquiriu a Estado português no Verão de 2015, e que detém, por 30 anos, a concessão daquela infra-estrutura situada no Parque das Nações.

E caberá à Fundação Oceano Azul a gestão dos 40 milhões de euros com que a SFMS se comprometeu investir em Julho de 2015, na assinatura formal do acordo com o Estado. Na primeira década, a SFMS vai "investir 40 milhões a fundo perdido" neste projecto, disse então José Soares dos santos, CEO da SFMS.

Fonte oficial da SFMS garantiu ao Negócios, em Novembro, que o processo de "escritura das acções" entre a empresa veículo da SFMS para o negócio do Oceanário (Waterventures) para a Fundação estava então "por semanas" e ficaria concluído "até ao final do ano". Já a Fundação, "cuja sede será em Portugal, estava "a ser constituída" na mesma altura.

O crédito ao sector das pescas e aquacultura e transportes marítimos sofreu uma redução em 2015, "invertendo a tendência de crescimento retomada em 2013 e que tinha sido interrompida em 2012". A conclusão é retirada da sétima edição do Leme – Barómetro da Economia do Mar, da consultora da PwC, cujas principais conclusões serão apresentadas esta quinta-feira, 19 de Janeiro, pela ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, no Pavilhão do Conhecimento.

O barómetro, que a PwC iniciou em 2010, cruza dados sobre as actividades económicas ligadas ao mar, os indicadores de conjuntura nacional e os resultados a um questionário a "50 personalidades ligadas ao mar, abrangendo de uma forma transversal todos os subsectores da economia do mar em Portugal".

Nele, a PwC conclui que "a actual turbulência nos mercados financeiros tem agravado a possibilidade de obtenção de financiamento". Em duas vertentes: nos "sectores tradicionais", que "revelam dificuldades estruturais, afastando" as "fontes tradicionais de financiamento"; e nos sectores mais "novos", que por isso mesmo "não têm histórico" e que, "logo, esbarram na aprovação de produtos tradicionais de financiamento".

A consultora reconhece que, neste contexto, "o desafio será encontrar pontes entre a realidade dos subsectores embrionários ligados à alta tecnologia e investigação e desenvolvimento e a apetência do capital de risco". Paralelamente, manter-se-á igualmente desafiante estabelecer a relação entre a "realidade dos subsectores maduros e a vocação natural dos diversos produtos de financiamento normal". Em conclusão: há um "equilíbrio difícil de conseguir".Mais "optimista" parece estar a PwC na área seguradora. Na sétima edição do Leme, afirma acreditar que a actividade seguradora "continuará a ser uma actividade estruturante no apoio à cobertura de riscos inerentes a todas as actividades da economia do mar e tenderá a ter uma evolução positiva". Mas isto, caso "se verifiquem aumentos significativos nas actividades relacionadas com a construção e manutenção/reparação naval, transportes marítimos, portos, logística e expedição, pesca, aquacultura e indústria do pescado e turismo".

Da parte do Governo, o instrumento previsto para financiar a economia do mar – designado Fundo Azul - arranca este ano com 13,6 milhões de euros, dos quais 10 milhões provenientes do Orçamento do Estado.

Neste caso, o mecanismo visa, sobretudo, investir em áreas com mais risco e menos rentabilidade, como a investigação, a ciência, e o empreendedorismo em economia do mar, conforme reiterou a ministra Ana Paula Vitorino a 28 de Outubro passado, aquando da apresentação do programa Mar2020.

O objectivo público, tem defendido a governante, é o Estado avançar primeiro, mas depois seguirem-se os privados. "Em termos de velocidade de cruzeiro, o objectivo é a própria economia do mar financiar o investimento", disse em Fevereiro de 2016. "Há a possibilidade de associação com capitais de risco", que se justificam quando se está a falar de "financiamento de economia", argumentou então Ana Paula Vitorino.

Do lado dos privados, há uma Fundação Oceano Azul em criação, promovida pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS), controlada pela família Soares dos Santos (dona de 56,1% do capital da Jerónimo Martins SGPS). É nesta fundação que ficará 100% do capital da sociedade gestora do Oceanário de Lisboa, que a SFMS adquiriu a Estado português no Verão de 2015, e que detém, por 30 anos, a concessão daquela infra-estrutura situada no Parque das Nações.

E caberá à Fundação Oceano Azul a gestão dos 40 milhões de euros com que a SFMS se comprometeu investir em Julho de 2015, na assinatura formal do acordo com o Estado. Na primeira década, a SFMS vai "investir 40 milhões a fundo perdido" neste projecto, disse então José Soares dos santos, CEO da SFMS.

Fonte oficial da SFMS garantiu ao Negócios, em Novembro, que o processo de "escritura das acções" entre a empresa veículo da SFMS para o negócio do Oceanário (Waterventures) para a Fundação estava então "por semanas" e ficaria concluído "até ao final do ano". Já a Fundação, "cuja sede será em Portugal, estava "a ser constituída" na mesma altura.

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