Tertúlia Benfiquista

13-04-2019
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Segundo "A Bola", Petit sai do Benfica a custo zero...

Percebo o sentimento do Pedro, mas neste momento estou honestamente mais preocupado com o facto de estarmos a míseras semanas do início do campeonato e o moço espanhol, em vez de dar tempo de jogo e solidificar os automatismos de eventuais equipas titulares, continuar a fazer experiência científicas e a testar as leis do Universo ao colocar gente como o Luís Filipe, Edcarlos, Makukula e companhia em campo. Será mesmo preciso andar ainda a testar os monos da equipa em torneios onde jogamos com equipas que já rodam os prováveis onze titulares? O futebol moderno e o actual momento do Benfica não se compadecem com jovens demasiado analíticos e que precisam de utilizar várias vezes o método científico para perceber porque é que não se deve saltar de um prédio de 15 andares ou acender um fósforo quando cheira a gás. Há coisas que não precisam de ser testadas até à exaustão. Se calhar, se nas primeiras 5 vezes que formos a correr contra uma parede de tijolo, a parede ganhar e ficarmos com a cara como a do Sá Pinto, não é preciso continuar a experimentar. No fundo, continuar a dar espaço de manobra a malta como o Edcarlos e o Luís Filipe é como um técnico de reinserção social regado de molho de mostarda tentar reabilitar o Hannibal Lecter.

Pelos vistos, passa pela cabeça de quem dirige o futebol do Benfica dispensar o Petit. Faz todo o sentido. Quem tem Yebda, Binya, Katsouranis (até ver), R. Amorim (este também pode jogar como trinco, não?) pode dispensar o Petit. O que é que um veteraníssimo de 31 anos ainda pode dar ao Benfica que um Binya e um Katsouranis (este fica?) ou um Yebda não possam dar? Além de tudo mais, futebolistas que sintam a camisola do Benfica como o Petit é o que mais por lá existe. Ainda ontem, depois de termos perdido com a agremiação de queques do alvalixo, Luisão, o nosso capitão de equipa, num emocionante momento de puro benfiquismo, garantia que, pela sua vontade, já nem começava esta época no nosso Benfica. Perante exemplos de garra, abnegação e ser Benfica como o do Luisão (capitão de equipa, não sei se já tinha dito isso?)… o que é que interessa um português de 31 anos (imaginem a veterania!) chamado Armando, com meia dúzia de anos de Clube e de total entrega ao Benfica? Nada! Jogadores com a cepa do Petit é o que mais por lá temos. Isto para não falar na alegria que me dá ver um traste como o Petit sair do Clube e estar lá um exemplo de benfiquismo como o do tal gajo que veio do Varzim ou do Boavista e que é irmão do outro gajo. Com a mais do que provável saída do Petit ficamos com quantos portugueses no plantel? Não sei, mas isso também não interessa absolutamente nada nos tempos actuais. O lugar cativo há muito que foi renovado, a minha maneira de viver o Benfica impede-me o assobio aos nossos e, além de todas estas minudências, a minha opinião é a de quem vive o Benfica apenas pela emoção… portanto, de nada interessa para quem tem interesses no meu Benfica. Deste modo, na perspectiva de quem toma as decisões, já cumpri a minha missão e, de agora em diante, pouco préstimo já tenho. Neste particular do préstimo, eu e o veteraníssimo Petit estamos em pé de igualdade. Caso se confirme a anunciada (e desejada por alguns dirigentes) saída do Petit, cá fico à espera da explicação para este excelente acto de gestão desportiva… e até já sei qual vai ser. A cosmética já está a ser elevada à categoria de arte. _____ [actualização do post] Pelo que leio neste link, a cosmética é, efectivamente, uma arte que, quando interpretada por verdadeiros artistas, até parece música. [post actualizado às 19 horas de 29 de Julho]

Muito fraco mesmo. Para mim, foi bem pior o jogo desta noite do que o de sexta-feira. Jogámos pior, voltámos a asnear na defesa, e perdemos bem. Sim, eu sei que é preciso dar tempo ao novo treinador, e a conversa do costume. Não estou a fazer nenhuma futurologia em relação à nova época. Estou apenas a falar sobre o jogo que perdemos esta noite.

Irritou-me bastante o nosso meio campo. Foi demasiado complicativo, incapaz de jogar simples, e houve uma quantidade assustadora de passes errados, mesmo quando o colega estava a menos de cinco metros. Não sei que raio de táctica foi aquela com que começámos, sem avançados, mas quero acreditar que foi apenas para fazer experiências e que não terá nada a ver com aquilo que faremos nos jogos a sério. Até porque, se tivéssemos ido buscar o Aimar para o pôr a jogar assim, então ele não serviria para nada, e ao fim de um mês já estaria a ser assobiado pelo Terceiro Anel. A defesa em linha continua a deixar-me nervoso, e fiquei com a sensação de que se o árbitro assistente não fosse tão mau, teríamos assistido às suas consequências nefastas mais do que uma vez. E claro, seria fácil agora desatar também a bater no meu ódiozinho de estimação, e cascar forte e feio no Edcarlos. Toda a gente sabe o que penso dele, e que acho que não tem valor para ser titular do Benfica. É verdade que ele esteve directamente envolvido nos lances dos dois golos, e é o principal culpado (no primeiro então, se é verdade que o Quique já o estava a avisar antes do passe ser feito - e eu acredito que sim, porque até eu quando estou nas bancadas a ver jogos ao vivo consigo ver que ele se posiciona e movimenta mal, e por vezes dou comigo feito tonto aos gritos - então ele poderá começar já a fazer as malas) mas a falha é também, e muito, colectiva. Onde é que andava o Léo no primeiro golo, por exemplo? E no segundo, porque é que os outros jogadores (em particular do nosso meio campo) demoraram tanto tempo a tirar a bola dali, e preferiram complicar? Aquele passe à queima do Binya para o Edcarlos já era meio caminho andado para lhe complicar a vida. Depois houve mérito dos avançados adversários, que pressionaram bem e provocaram o erro.

De positivo pouco ou nada sobrou. Talvez a boa vontade do Urretavizcaya, que correu quilómetros a tentar pressionar os defesas adversários, e um ou outro pormenor do Fellipe Bastos. Julgo que no próximo fim-de-semana, no torneio de Guimarães, já poderemos ter uma ideia mais concreta de qual será o nosso plantel e esquema táctico para esta época. Este torneio serviu apenas para fazer experiências, que de positivo terão tido apenas o facto de dar ao treinador algumas certezas sobre quem não deverá ficar no plantel.

Estou preocupado. Estou mesmo muito preocupado. Não é por andarmos a perder jogos com equipas da treta… é porque o Rui Santos pediu (agora mesmo na SIC) tempo e paciência para o Quique Flores. Além disso, ainda defendeu o Rui Costa!!! Isso, vindo de quem vem, preocupa-me quase tanto como ver o Edcarlos ou aquele gajo que é irmão do outro gajo com a camisola do nosso Benfica.

Gostei sobretudo do Yebda, do Fellipe Bastos, do Nuno Assis e do Balboa - parece ser um extremo clássico, parte com a bola para cima dos adversários, e procura a linha para centrar (bem).

Não gostei das asneiras defensivas, em que curiosamente os marretas do costume, tal como o ano passado, apareceram de alguma forma envolvidos nos lances (excepção feita ao livre, que aquilo foi ingenuidade do pessoal todo da barreira e depois foi muito bem marcado). A avaliar pelo jogo de ontem, se tem que sair algum central com a chegada do Sidnei, não é o Miguel Vítor. Também fiquei desagradado com a exibição do Sepsi, muito nervoso e a fazer demasiados passes errados e erros de marcação. E eu até gostaria que fosse ele a ficar como reserva do Léo.

Os melhores períodos do Benfica foram os primeiros vinte minutos - altura em que ainda se viu o Carlos Martins, que depois se eclipsou e só voltou a aparecer, sem surpresa, quando a coisa ameaçou descambar para a pancadaria (nem era ele quem estava directamente envolvido no caso, era o Fellipe Bastos, mas mal ele viu uma oportunidade para a confusão foi-se lá meter); e os minutos finais, que se seguiram ao golo do Makukula. Por mim, o Binya voltou a mostrar que tem lugar no plantel, e a exemplo do pouco que vi do jogo contra o Estoril, o Amorim continua demasiado discreto.

Já se viram alguns pormenores interessantes de jogo colectivo, com boas trocas de bola (sobretudo na primeira parte). No entanto, algo que me desagrada é a aparente intenção de jogarmos com a defesa em linha. Pode ser embirração minha, já que não sou adepto desta táctica, mas acho que não temos defesas suficientemente rápidos (e inteligentes) para defendermos assim. É que basta um deles errar para deixarmos um adversário isolado.

Deixo aqui algumas pérolas sobre o modo como funcionou um dos tentáculos da máfia que governa o futebol português há 25 anos. O inefável António Gonçalves Pereira definido pelo Freitas do Amaral: (...) uma séria violação dos mais elementares princípios democráticos – é qualificada expressamente pela lei como "falta grave para efeitos disciplinares". Sendo assim, o despacho do presidente do CJ estava ferido de nulidade, por usurpação de poder. (...) a primeira coisa que se deve fazer – em defesa da honra -, é promover o esclarecimento imediato e total das questões, das dúvidas e das acusações. - Não actuou na prossecução do interesse público; - Actuou na prossecução de, pelo menos, dois interesses privados. (...) concepção autoritária do Poder: quem manda, manda bem; o chefe tem sempre razão; um presidente nunca perde. (...) temível precedente que constituiria legitimar a conduta do presidente de um órgão colegial que, só para defesa do seu prestígio e para manter o seu cargo, bem como para não perder votações quando está em minoria, encerra antecipadamente as reuniões sem marcar as seguintes, impedindo assim o debate e a votação de propostas de que discorda. Se a moda pega, que se passará a seguir nas autarquias locais, nos institutos públicos, nas entidades autónomas e, por contágio, porventura também nas associações, fundações e sociedades de direito privado? O problema deveria merecer a atenção do Ministério da Justiça. (...) ilícito previsto nos artigos 385º e 386º do Código Penal - abandono de funções públicas ou negligência no seu desempenho, com a “intenção de impedir ou de interromper serviço público”, confiado por lei a um “organismo de utilidade pública”. (...) comportamento que ofende o princípio do Estado de Direito Democrático (Constituição, art. 2º) e o princípio constitucional da imparcialidade no exercício de funções públicas (art. 266º, nº2); viola os deveres legais de isenção e imparcialidade. (...) tornam suspeita a actuação do presidente do CJ, dr. António Gonçalves Pereira, que em Abril considerava não haver nenhuma incompatibilidade do dr. João Abreu com base na acumulação de cargos e em Julho do mesmo ano (apenas 3 meses depois) declarou o mesmo dr. João Abreu impedido pelo mesmo motivo. Mesmo perante isto, ainda há quem lamente que o parecer " não tenha contribuído minimamente para aclarar os factos, nem para serenar o ambiente turvado no futebol nacional" (link omitido por óbvias questões higiénicas). Não, meus acéfalos corruptos, o parecer aclarou (e bem demais) os factos ocorridos e só não serve para "serenar o ambiente turvado" porque vocês, num país normal, estariam na II Divisão como a Juventus e o Marselha. As definições de desfaçatez, hipocrisia e nenhuma vergonha na cara vão sendo reescritas cada vez que eles abrem a boca.

O parecer do Freitas do Amaral foi tornado público hoje e as decisões tomadas pelos membros do Conselho de Justiça foram consideradas válidas. Ou seja, o Boavista desce à II Liga e o presidente do clube regional corrupto fica suspenso durante dois anos. Estou muito curioso para saber como é que o poder mafioso que tem dominado o futebol português vai dar a volta a esta situação. Há uma decisão do Conselho de Disciplina da Liga, confirmada pelo Conselho de Justiça da Federação e validada pela maior sumidade portuguesa em Direito Administrativo, mas mesmo assim eles não estão convencidos. Claro está que já começaram a pôr em causa a idoneidade do Freitas do Amaral (o presidente do Boavista, o tal que usurpou 80 mil contos ao Benfica com a anuência do Vale e Azevedo, veio dizer que gosta de “pessoas que caminham em linha recta”; fartei-me de rir, a hipocrisia não tem de facto limites!), a criticar a mistura de “futebol com política” (engraçado que o Pôncio Monteiro não tenha referido isso acerca do Valentim) e outras questões que tais. Sugiro vivamente a leitura do parecer, principalmente a partir da pág. 113, ponto 3. É um relato jurídico da actuação mafiosa no futebol português. Aqui vai um excerto que vale a pena ler: O presidente do CJ só decidiu encerrar abruptamente a reunião às 17h55, depois de tomar conhecimento de uma proposta do dr. Álvaro Batista que visava instaurar-lhe um processo disciplinar e decidir a sua imediata suspensão preventiva. Os motivos principalmente determinantes da decisão de encerramento foram: - Evitar a votação dessas propostas do dr. Álvaro Batista; - Evitar a votação dos requerimentos do impedimento do presidente do CJ apresentados pelo Paços de Ferreira; - Considero que a decisão de encerramento tomada pelo presidente do CJ foi um “acto nulo e de nenhum efeito”, em virtude das seguintes ilegalidade que o viciam; a) Violação do princípio do Estado de Direito Democrático (Const., Art.2º); b) Violação do princípio constitucional da proporcionalidade (Const., art. 266º, nº2); c) E falta, na decisão, de um elemento essencial do acto administrativo – o fim legal de interesse público. Houve, ali, uma ilegalidade evidente e muito grave: o vício de desvio de poder, que consiste no uso de um poder público para fins de interesse privado); d) A sanção legal estabelecida para os actos administrativos a que falte um elemento essencial, neste caso um fim público, é a da nulidade (CPA, art. 133º, nº1); - Para além de a decisão ter sido nula – e, como tal, ineficaz e não obrigatória para ninguém – é de admitir que ela possa configurar o ilícito tipificado como “abuso de poder” no artigo 382º do Código Penal. Tratando-se de matéria que não é da minha especialidade, sugiro à Direcção da FPF que solicite a atenção da Procuradoria-Geral da República para o assunto; Tal como a queda deste mafioso se deveu a motivos fiscais, espero eu que este parecer seja o princípio do enterro das maiores figuras do poder siciliano do futebol português. Só não vê quem não quer, ou quem é acéfalo como os adeptos do clube regional corrupto. São CORRUPTOS, foram julgados e condenados nas instâncias desportivas. Produzam-se os devidos efeitos. P.S. 1 - Não vejo como é que a enguia Madaíl se pode livrar de não seguir o parecer. P.S. 2 - Aguardo com curiosidade a posição da Uefa sobre este assunto. Não me importo de esperar um ano, mas vou-me fartar de rir com a condenação do clube regional corrupto.

(só por manifesta falta de tempo é que este post, já escrito há dias, não foi aqui colocado quando devia) É da mais elementar justiça que deixe aqui umas linhas sobre João Pinto. E, sim, o meu sentido agradecimento. O João Pinto (sem o Vieira: o outro João Pinto, o dos corruptos, nem merece que se confunda com este) foi o principal protagonista de um dos melhores jogos de futebol que me lembro de ter visto. Um jogo que faz hoje parte da memória colectiva do desporto português e que nos deu um título suado, contra tudo e contra todos. Mas isso foi apenas uma pequena parte do que fez. O João foi, na esmagadora maioria das vezes que envergou a camisola cor de sangue, o melhor jogador do Benfica, e numa altura em que o Benfica mergulhou nas trevas e por lá navegou durante anos, muitas vezes o único que a mereceu envergar. Enquanto foi jogador do Benfica (e só o deixou de ser porque um criminoso sem escrúpulos que se aproveitou do Benfica o empurrou de lá para fora), honrou aquela camisola como poucos e liderou a equipa semana após semana, contra hordas e hordas de corruptos de costas quentes, protegidos por galões, fruta e viagens ao Brasil. Foi capitão (não se esqueçam disso) do Benfica numa altura em que a conjuntura foi a mais difícil de sempre, mas nunca virou a cara à luta e foi durante muito tempo, não só a nossa principal fonte de esperança mas também a principal razão para se ver jogos do Glorioso. Não me esqueço disso. Não me quero esquecer disso. Foi durante 8 anos o símbolo do Benfica e defendeu garbosamente as nossas cores. O que fez a seguir não me importa. O Benfica não deve ter memória curta e não deve renegar o seu passado, de que o João Pinto faz parte indissociável. Obrigado João. p.s. e já agora, obrigadinho pelas galhetas no Paulinho Santos.

Já tinha dado aqui a minha opinião, mas como houve alguns comentários a estranhar a ausência de referência a este assunto na Tertúlia, venho colmatar essa falha. E lá diz o povo que mais vale tarde do que nunca. Não é consensual nem entre os escribas da Tertúlia, nem entre os benfiquistas, mas é um jogador incontornável na nossa história. Por (muitos) bons motivos, acho eu. O principal dos quais refere-se a este jogo. Obrigado por oito anos de dedicação, JVP.

Segundo "A Bola", Petit sai do Benfica a custo zero...

Percebo o sentimento do Pedro, mas neste momento estou honestamente mais preocupado com o facto de estarmos a míseras semanas do início do campeonato e o moço espanhol, em vez de dar tempo de jogo e solidificar os automatismos de eventuais equipas titulares, continuar a fazer experiência científicas e a testar as leis do Universo ao colocar gente como o Luís Filipe, Edcarlos, Makukula e companhia em campo. Será mesmo preciso andar ainda a testar os monos da equipa em torneios onde jogamos com equipas que já rodam os prováveis onze titulares? O futebol moderno e o actual momento do Benfica não se compadecem com jovens demasiado analíticos e que precisam de utilizar várias vezes o método científico para perceber porque é que não se deve saltar de um prédio de 15 andares ou acender um fósforo quando cheira a gás. Há coisas que não precisam de ser testadas até à exaustão. Se calhar, se nas primeiras 5 vezes que formos a correr contra uma parede de tijolo, a parede ganhar e ficarmos com a cara como a do Sá Pinto, não é preciso continuar a experimentar. No fundo, continuar a dar espaço de manobra a malta como o Edcarlos e o Luís Filipe é como um técnico de reinserção social regado de molho de mostarda tentar reabilitar o Hannibal Lecter.

Pelos vistos, passa pela cabeça de quem dirige o futebol do Benfica dispensar o Petit. Faz todo o sentido. Quem tem Yebda, Binya, Katsouranis (até ver), R. Amorim (este também pode jogar como trinco, não?) pode dispensar o Petit. O que é que um veteraníssimo de 31 anos ainda pode dar ao Benfica que um Binya e um Katsouranis (este fica?) ou um Yebda não possam dar? Além de tudo mais, futebolistas que sintam a camisola do Benfica como o Petit é o que mais por lá existe. Ainda ontem, depois de termos perdido com a agremiação de queques do alvalixo, Luisão, o nosso capitão de equipa, num emocionante momento de puro benfiquismo, garantia que, pela sua vontade, já nem começava esta época no nosso Benfica. Perante exemplos de garra, abnegação e ser Benfica como o do Luisão (capitão de equipa, não sei se já tinha dito isso?)… o que é que interessa um português de 31 anos (imaginem a veterania!) chamado Armando, com meia dúzia de anos de Clube e de total entrega ao Benfica? Nada! Jogadores com a cepa do Petit é o que mais por lá temos. Isto para não falar na alegria que me dá ver um traste como o Petit sair do Clube e estar lá um exemplo de benfiquismo como o do tal gajo que veio do Varzim ou do Boavista e que é irmão do outro gajo. Com a mais do que provável saída do Petit ficamos com quantos portugueses no plantel? Não sei, mas isso também não interessa absolutamente nada nos tempos actuais. O lugar cativo há muito que foi renovado, a minha maneira de viver o Benfica impede-me o assobio aos nossos e, além de todas estas minudências, a minha opinião é a de quem vive o Benfica apenas pela emoção… portanto, de nada interessa para quem tem interesses no meu Benfica. Deste modo, na perspectiva de quem toma as decisões, já cumpri a minha missão e, de agora em diante, pouco préstimo já tenho. Neste particular do préstimo, eu e o veteraníssimo Petit estamos em pé de igualdade. Caso se confirme a anunciada (e desejada por alguns dirigentes) saída do Petit, cá fico à espera da explicação para este excelente acto de gestão desportiva… e até já sei qual vai ser. A cosmética já está a ser elevada à categoria de arte. _____ [actualização do post] Pelo que leio neste link, a cosmética é, efectivamente, uma arte que, quando interpretada por verdadeiros artistas, até parece música. [post actualizado às 19 horas de 29 de Julho]

Muito fraco mesmo. Para mim, foi bem pior o jogo desta noite do que o de sexta-feira. Jogámos pior, voltámos a asnear na defesa, e perdemos bem. Sim, eu sei que é preciso dar tempo ao novo treinador, e a conversa do costume. Não estou a fazer nenhuma futurologia em relação à nova época. Estou apenas a falar sobre o jogo que perdemos esta noite.

Irritou-me bastante o nosso meio campo. Foi demasiado complicativo, incapaz de jogar simples, e houve uma quantidade assustadora de passes errados, mesmo quando o colega estava a menos de cinco metros. Não sei que raio de táctica foi aquela com que começámos, sem avançados, mas quero acreditar que foi apenas para fazer experiências e que não terá nada a ver com aquilo que faremos nos jogos a sério. Até porque, se tivéssemos ido buscar o Aimar para o pôr a jogar assim, então ele não serviria para nada, e ao fim de um mês já estaria a ser assobiado pelo Terceiro Anel. A defesa em linha continua a deixar-me nervoso, e fiquei com a sensação de que se o árbitro assistente não fosse tão mau, teríamos assistido às suas consequências nefastas mais do que uma vez. E claro, seria fácil agora desatar também a bater no meu ódiozinho de estimação, e cascar forte e feio no Edcarlos. Toda a gente sabe o que penso dele, e que acho que não tem valor para ser titular do Benfica. É verdade que ele esteve directamente envolvido nos lances dos dois golos, e é o principal culpado (no primeiro então, se é verdade que o Quique já o estava a avisar antes do passe ser feito - e eu acredito que sim, porque até eu quando estou nas bancadas a ver jogos ao vivo consigo ver que ele se posiciona e movimenta mal, e por vezes dou comigo feito tonto aos gritos - então ele poderá começar já a fazer as malas) mas a falha é também, e muito, colectiva. Onde é que andava o Léo no primeiro golo, por exemplo? E no segundo, porque é que os outros jogadores (em particular do nosso meio campo) demoraram tanto tempo a tirar a bola dali, e preferiram complicar? Aquele passe à queima do Binya para o Edcarlos já era meio caminho andado para lhe complicar a vida. Depois houve mérito dos avançados adversários, que pressionaram bem e provocaram o erro.

De positivo pouco ou nada sobrou. Talvez a boa vontade do Urretavizcaya, que correu quilómetros a tentar pressionar os defesas adversários, e um ou outro pormenor do Fellipe Bastos. Julgo que no próximo fim-de-semana, no torneio de Guimarães, já poderemos ter uma ideia mais concreta de qual será o nosso plantel e esquema táctico para esta época. Este torneio serviu apenas para fazer experiências, que de positivo terão tido apenas o facto de dar ao treinador algumas certezas sobre quem não deverá ficar no plantel.

Estou preocupado. Estou mesmo muito preocupado. Não é por andarmos a perder jogos com equipas da treta… é porque o Rui Santos pediu (agora mesmo na SIC) tempo e paciência para o Quique Flores. Além disso, ainda defendeu o Rui Costa!!! Isso, vindo de quem vem, preocupa-me quase tanto como ver o Edcarlos ou aquele gajo que é irmão do outro gajo com a camisola do nosso Benfica.

Gostei sobretudo do Yebda, do Fellipe Bastos, do Nuno Assis e do Balboa - parece ser um extremo clássico, parte com a bola para cima dos adversários, e procura a linha para centrar (bem).

Não gostei das asneiras defensivas, em que curiosamente os marretas do costume, tal como o ano passado, apareceram de alguma forma envolvidos nos lances (excepção feita ao livre, que aquilo foi ingenuidade do pessoal todo da barreira e depois foi muito bem marcado). A avaliar pelo jogo de ontem, se tem que sair algum central com a chegada do Sidnei, não é o Miguel Vítor. Também fiquei desagradado com a exibição do Sepsi, muito nervoso e a fazer demasiados passes errados e erros de marcação. E eu até gostaria que fosse ele a ficar como reserva do Léo.

Os melhores períodos do Benfica foram os primeiros vinte minutos - altura em que ainda se viu o Carlos Martins, que depois se eclipsou e só voltou a aparecer, sem surpresa, quando a coisa ameaçou descambar para a pancadaria (nem era ele quem estava directamente envolvido no caso, era o Fellipe Bastos, mas mal ele viu uma oportunidade para a confusão foi-se lá meter); e os minutos finais, que se seguiram ao golo do Makukula. Por mim, o Binya voltou a mostrar que tem lugar no plantel, e a exemplo do pouco que vi do jogo contra o Estoril, o Amorim continua demasiado discreto.

Já se viram alguns pormenores interessantes de jogo colectivo, com boas trocas de bola (sobretudo na primeira parte). No entanto, algo que me desagrada é a aparente intenção de jogarmos com a defesa em linha. Pode ser embirração minha, já que não sou adepto desta táctica, mas acho que não temos defesas suficientemente rápidos (e inteligentes) para defendermos assim. É que basta um deles errar para deixarmos um adversário isolado.

Deixo aqui algumas pérolas sobre o modo como funcionou um dos tentáculos da máfia que governa o futebol português há 25 anos. O inefável António Gonçalves Pereira definido pelo Freitas do Amaral: (...) uma séria violação dos mais elementares princípios democráticos – é qualificada expressamente pela lei como "falta grave para efeitos disciplinares". Sendo assim, o despacho do presidente do CJ estava ferido de nulidade, por usurpação de poder. (...) a primeira coisa que se deve fazer – em defesa da honra -, é promover o esclarecimento imediato e total das questões, das dúvidas e das acusações. - Não actuou na prossecução do interesse público; - Actuou na prossecução de, pelo menos, dois interesses privados. (...) concepção autoritária do Poder: quem manda, manda bem; o chefe tem sempre razão; um presidente nunca perde. (...) temível precedente que constituiria legitimar a conduta do presidente de um órgão colegial que, só para defesa do seu prestígio e para manter o seu cargo, bem como para não perder votações quando está em minoria, encerra antecipadamente as reuniões sem marcar as seguintes, impedindo assim o debate e a votação de propostas de que discorda. Se a moda pega, que se passará a seguir nas autarquias locais, nos institutos públicos, nas entidades autónomas e, por contágio, porventura também nas associações, fundações e sociedades de direito privado? O problema deveria merecer a atenção do Ministério da Justiça. (...) ilícito previsto nos artigos 385º e 386º do Código Penal - abandono de funções públicas ou negligência no seu desempenho, com a “intenção de impedir ou de interromper serviço público”, confiado por lei a um “organismo de utilidade pública”. (...) comportamento que ofende o princípio do Estado de Direito Democrático (Constituição, art. 2º) e o princípio constitucional da imparcialidade no exercício de funções públicas (art. 266º, nº2); viola os deveres legais de isenção e imparcialidade. (...) tornam suspeita a actuação do presidente do CJ, dr. António Gonçalves Pereira, que em Abril considerava não haver nenhuma incompatibilidade do dr. João Abreu com base na acumulação de cargos e em Julho do mesmo ano (apenas 3 meses depois) declarou o mesmo dr. João Abreu impedido pelo mesmo motivo. Mesmo perante isto, ainda há quem lamente que o parecer " não tenha contribuído minimamente para aclarar os factos, nem para serenar o ambiente turvado no futebol nacional" (link omitido por óbvias questões higiénicas). Não, meus acéfalos corruptos, o parecer aclarou (e bem demais) os factos ocorridos e só não serve para "serenar o ambiente turvado" porque vocês, num país normal, estariam na II Divisão como a Juventus e o Marselha. As definições de desfaçatez, hipocrisia e nenhuma vergonha na cara vão sendo reescritas cada vez que eles abrem a boca.

O parecer do Freitas do Amaral foi tornado público hoje e as decisões tomadas pelos membros do Conselho de Justiça foram consideradas válidas. Ou seja, o Boavista desce à II Liga e o presidente do clube regional corrupto fica suspenso durante dois anos. Estou muito curioso para saber como é que o poder mafioso que tem dominado o futebol português vai dar a volta a esta situação. Há uma decisão do Conselho de Disciplina da Liga, confirmada pelo Conselho de Justiça da Federação e validada pela maior sumidade portuguesa em Direito Administrativo, mas mesmo assim eles não estão convencidos. Claro está que já começaram a pôr em causa a idoneidade do Freitas do Amaral (o presidente do Boavista, o tal que usurpou 80 mil contos ao Benfica com a anuência do Vale e Azevedo, veio dizer que gosta de “pessoas que caminham em linha recta”; fartei-me de rir, a hipocrisia não tem de facto limites!), a criticar a mistura de “futebol com política” (engraçado que o Pôncio Monteiro não tenha referido isso acerca do Valentim) e outras questões que tais. Sugiro vivamente a leitura do parecer, principalmente a partir da pág. 113, ponto 3. É um relato jurídico da actuação mafiosa no futebol português. Aqui vai um excerto que vale a pena ler: O presidente do CJ só decidiu encerrar abruptamente a reunião às 17h55, depois de tomar conhecimento de uma proposta do dr. Álvaro Batista que visava instaurar-lhe um processo disciplinar e decidir a sua imediata suspensão preventiva. Os motivos principalmente determinantes da decisão de encerramento foram: - Evitar a votação dessas propostas do dr. Álvaro Batista; - Evitar a votação dos requerimentos do impedimento do presidente do CJ apresentados pelo Paços de Ferreira; - Considero que a decisão de encerramento tomada pelo presidente do CJ foi um “acto nulo e de nenhum efeito”, em virtude das seguintes ilegalidade que o viciam; a) Violação do princípio do Estado de Direito Democrático (Const., Art.2º); b) Violação do princípio constitucional da proporcionalidade (Const., art. 266º, nº2); c) E falta, na decisão, de um elemento essencial do acto administrativo – o fim legal de interesse público. Houve, ali, uma ilegalidade evidente e muito grave: o vício de desvio de poder, que consiste no uso de um poder público para fins de interesse privado); d) A sanção legal estabelecida para os actos administrativos a que falte um elemento essencial, neste caso um fim público, é a da nulidade (CPA, art. 133º, nº1); - Para além de a decisão ter sido nula – e, como tal, ineficaz e não obrigatória para ninguém – é de admitir que ela possa configurar o ilícito tipificado como “abuso de poder” no artigo 382º do Código Penal. Tratando-se de matéria que não é da minha especialidade, sugiro à Direcção da FPF que solicite a atenção da Procuradoria-Geral da República para o assunto; Tal como a queda deste mafioso se deveu a motivos fiscais, espero eu que este parecer seja o princípio do enterro das maiores figuras do poder siciliano do futebol português. Só não vê quem não quer, ou quem é acéfalo como os adeptos do clube regional corrupto. São CORRUPTOS, foram julgados e condenados nas instâncias desportivas. Produzam-se os devidos efeitos. P.S. 1 - Não vejo como é que a enguia Madaíl se pode livrar de não seguir o parecer. P.S. 2 - Aguardo com curiosidade a posição da Uefa sobre este assunto. Não me importo de esperar um ano, mas vou-me fartar de rir com a condenação do clube regional corrupto.

(só por manifesta falta de tempo é que este post, já escrito há dias, não foi aqui colocado quando devia) É da mais elementar justiça que deixe aqui umas linhas sobre João Pinto. E, sim, o meu sentido agradecimento. O João Pinto (sem o Vieira: o outro João Pinto, o dos corruptos, nem merece que se confunda com este) foi o principal protagonista de um dos melhores jogos de futebol que me lembro de ter visto. Um jogo que faz hoje parte da memória colectiva do desporto português e que nos deu um título suado, contra tudo e contra todos. Mas isso foi apenas uma pequena parte do que fez. O João foi, na esmagadora maioria das vezes que envergou a camisola cor de sangue, o melhor jogador do Benfica, e numa altura em que o Benfica mergulhou nas trevas e por lá navegou durante anos, muitas vezes o único que a mereceu envergar. Enquanto foi jogador do Benfica (e só o deixou de ser porque um criminoso sem escrúpulos que se aproveitou do Benfica o empurrou de lá para fora), honrou aquela camisola como poucos e liderou a equipa semana após semana, contra hordas e hordas de corruptos de costas quentes, protegidos por galões, fruta e viagens ao Brasil. Foi capitão (não se esqueçam disso) do Benfica numa altura em que a conjuntura foi a mais difícil de sempre, mas nunca virou a cara à luta e foi durante muito tempo, não só a nossa principal fonte de esperança mas também a principal razão para se ver jogos do Glorioso. Não me esqueço disso. Não me quero esquecer disso. Foi durante 8 anos o símbolo do Benfica e defendeu garbosamente as nossas cores. O que fez a seguir não me importa. O Benfica não deve ter memória curta e não deve renegar o seu passado, de que o João Pinto faz parte indissociável. Obrigado João. p.s. e já agora, obrigadinho pelas galhetas no Paulinho Santos.

Já tinha dado aqui a minha opinião, mas como houve alguns comentários a estranhar a ausência de referência a este assunto na Tertúlia, venho colmatar essa falha. E lá diz o povo que mais vale tarde do que nunca. Não é consensual nem entre os escribas da Tertúlia, nem entre os benfiquistas, mas é um jogador incontornável na nossa história. Por (muitos) bons motivos, acho eu. O principal dos quais refere-se a este jogo. Obrigado por oito anos de dedicação, JVP.

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