Mister do Café: Do "vexamento" à indiferença

02-09-2019
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Aquando do ataque à Academia de Alcochete o país ficou em suspenso durante semanas a fio. As televisões e as rádios dedicaram centenas de horas de programas especiais sobre o assunto. Os Sportinguistas foram bombardeados com as opiniões de figuras de todos os quadrantes sociais. De repente, toda a gente tinha uma opinião formada sobre esta matéria. Dentro destas opiniões gostaria de salientar a forma contundente como as figuras compiladas na foto anterior vieram a terreiro falar sobre o assunto. O comentário mais relevante acabou até por ser proferido pelo senhor Presidente da República que se disse sentir "vexado" com os acontecimentos na Academia do Sporting. 

Total indiferença

Faz hoje precisamente um mês dos graves incidentes que ocorreram num restaurante na ilha de São Miguel nos Açores. A 30 de Agosto de 2018 um grupo de adeptos do Boavista entrou num restaurante local e desatou a agredir os funcionários do estabelecimento de forma brutal. Aposto que nem metade dos leitores se apercebeu deste caso, tal foi a pouca relevância dada ao assunto. Aqui fica a reportagem da RTP.

Mais do que terem destruído o restaurante e terem agredido os funcionários, o que me choca profundamente é o estado em que estes animais deixaram as duas senhoras que trabalham no estabelecimento. Os 5 funcionários foram todos transportados para o Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada. Isto é absolutamente inqualificável. 

Presos

Links (aqui) e (aqui)

No dia 4 de Setembro a PSP anunciou a detenção dos 5 indivíduos que andavam fugidos da polícia. Um deles terá inclusivamente fugido para a ilha Terceiro por forma a tentar viajar para o Continente sem ser apanhado no aeroporto. Segundo o Record, neste grupo de 5 "Panteras negras" - claque do Boavista - estava o próprio líder da claque, um sujeito que dá pelo nome de Sousa. No mesmo grupo, um dos membros da claque é inclusivamente agente da PSP, o que torna este caso ainda mais vergonhoso. Destes 5 elementos, 3 ficaram em prisão preventiva e 2 têm de se apresentar regularmente às autoridades.

Ninguém diz nada? 

Estive a pesquisar declarações dos protagonistas acima referidos relativamente a esta matéria e não encontrei absolutamente nada. 

O senhor presidente da república não se sentiu vexado, nem mesmo ao ver senhoras a serem atacadas inclusivamente por um agente da PSP. Se nem o açoriano Carlos César, líder parlamentar do PS viu nada, não se poderia esperar que o presidente da AR visse o que quer que fosse. O senhor primeiro-ministro, por essa altura deveria estar preocupado com a nomeação de Vítor Pataco para o IPDJ e também não se apercebeu do sucedido. O IPDJ nada disse e muito menos diria o secretário de Estado do desporto e da juventude, que por essa altura provavelmente andaria pela apanha do mirtilo. Neste caso nem o próprio Ministro da Administração Interna que viu um agente da PSP envolvido nesta vergonha teve a coragem para falar no assunto. 

Fernando Gomes e Pedro Proença viram uma claque fazer estas cenas e nada disseram. O próprio Boavista e os seus responsáveis também nada disseram e muito menos tomaram qualquer tipo de atitude para condenar e punir severamente estes adeptos e a própria claque. 

Para fechar

Os acontecimentos da Academia foram muito graves e reafirmo o que já disse anteriormente: Todos os sujeitos que participaram nesse crime têm de ser punidos pela justiça e pelo próprio clube. Enquanto Sportinguista não tenho problema nenhum em dizer que não fiquei minimamente satisfeito com o facto da comissão de gestão ter reatado relações com a claque, devolvendo-lhes privilégios que tinham sido suspensos pelo anterior conselho directivo antes da destituição. É importante que pelo menos todos aqueles que estiveram envolvidos no ataque à Academia nunca mais possam frequentar um recinto desportivo em Portugal. 

Agora, não posso é deixar de salientar a hipocrisia nestes agentes políticos e desportivos que nada dizem sobre este caso vergonhoso, assim como a falta de coerência de imprensa que ignorou olimpicamente o assunto. Quer os jogadores, quer os funcionários do restaurante foram atacados no seu local de trabalho de forma bárbara por claques de futebol. A não ser que a segurança de jogadores profissionais de futebol seja mais valiosa do que a de trabalhadores do sector da restauração, não consigo compreender esta diferença de tratamento. Não consigo!? Se calhar consigo...

Todos estes senhores, foram do "vexamento" à indiferença num ápice, o que prova que a motivação principal de todo o circo mediático em torno do incidente na Academia nunca foi a preocupação com o bem estar dos agredidos, as questões sociais/ ou o tema da violência nas claques, mas sim um conjunto de interesses económicos, políticos e estratégicos.

Nada de novo no país que dedicou mais tempo de antena ao episódio das calças de ganga de António Costa de que às agressões nos Açores. Por certo, custos da insularidade.

Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:

Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui) Instagram: (aqui)

Aquando do ataque à Academia de Alcochete o país ficou em suspenso durante semanas a fio. As televisões e as rádios dedicaram centenas de horas de programas especiais sobre o assunto. Os Sportinguistas foram bombardeados com as opiniões de figuras de todos os quadrantes sociais. De repente, toda a gente tinha uma opinião formada sobre esta matéria. Dentro destas opiniões gostaria de salientar a forma contundente como as figuras compiladas na foto anterior vieram a terreiro falar sobre o assunto. O comentário mais relevante acabou até por ser proferido pelo senhor Presidente da República que se disse sentir "vexado" com os acontecimentos na Academia do Sporting. 

Total indiferença

Faz hoje precisamente um mês dos graves incidentes que ocorreram num restaurante na ilha de São Miguel nos Açores. A 30 de Agosto de 2018 um grupo de adeptos do Boavista entrou num restaurante local e desatou a agredir os funcionários do estabelecimento de forma brutal. Aposto que nem metade dos leitores se apercebeu deste caso, tal foi a pouca relevância dada ao assunto. Aqui fica a reportagem da RTP.

Mais do que terem destruído o restaurante e terem agredido os funcionários, o que me choca profundamente é o estado em que estes animais deixaram as duas senhoras que trabalham no estabelecimento. Os 5 funcionários foram todos transportados para o Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada. Isto é absolutamente inqualificável. 

Presos

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No dia 4 de Setembro a PSP anunciou a detenção dos 5 indivíduos que andavam fugidos da polícia. Um deles terá inclusivamente fugido para a ilha Terceiro por forma a tentar viajar para o Continente sem ser apanhado no aeroporto. Segundo o Record, neste grupo de 5 "Panteras negras" - claque do Boavista - estava o próprio líder da claque, um sujeito que dá pelo nome de Sousa. No mesmo grupo, um dos membros da claque é inclusivamente agente da PSP, o que torna este caso ainda mais vergonhoso. Destes 5 elementos, 3 ficaram em prisão preventiva e 2 têm de se apresentar regularmente às autoridades.

Ninguém diz nada? 

Estive a pesquisar declarações dos protagonistas acima referidos relativamente a esta matéria e não encontrei absolutamente nada. 

O senhor presidente da república não se sentiu vexado, nem mesmo ao ver senhoras a serem atacadas inclusivamente por um agente da PSP. Se nem o açoriano Carlos César, líder parlamentar do PS viu nada, não se poderia esperar que o presidente da AR visse o que quer que fosse. O senhor primeiro-ministro, por essa altura deveria estar preocupado com a nomeação de Vítor Pataco para o IPDJ e também não se apercebeu do sucedido. O IPDJ nada disse e muito menos diria o secretário de Estado do desporto e da juventude, que por essa altura provavelmente andaria pela apanha do mirtilo. Neste caso nem o próprio Ministro da Administração Interna que viu um agente da PSP envolvido nesta vergonha teve a coragem para falar no assunto. 

Fernando Gomes e Pedro Proença viram uma claque fazer estas cenas e nada disseram. O próprio Boavista e os seus responsáveis também nada disseram e muito menos tomaram qualquer tipo de atitude para condenar e punir severamente estes adeptos e a própria claque. 

Para fechar

Os acontecimentos da Academia foram muito graves e reafirmo o que já disse anteriormente: Todos os sujeitos que participaram nesse crime têm de ser punidos pela justiça e pelo próprio clube. Enquanto Sportinguista não tenho problema nenhum em dizer que não fiquei minimamente satisfeito com o facto da comissão de gestão ter reatado relações com a claque, devolvendo-lhes privilégios que tinham sido suspensos pelo anterior conselho directivo antes da destituição. É importante que pelo menos todos aqueles que estiveram envolvidos no ataque à Academia nunca mais possam frequentar um recinto desportivo em Portugal. 

Agora, não posso é deixar de salientar a hipocrisia nestes agentes políticos e desportivos que nada dizem sobre este caso vergonhoso, assim como a falta de coerência de imprensa que ignorou olimpicamente o assunto. Quer os jogadores, quer os funcionários do restaurante foram atacados no seu local de trabalho de forma bárbara por claques de futebol. A não ser que a segurança de jogadores profissionais de futebol seja mais valiosa do que a de trabalhadores do sector da restauração, não consigo compreender esta diferença de tratamento. Não consigo!? Se calhar consigo...

Todos estes senhores, foram do "vexamento" à indiferença num ápice, o que prova que a motivação principal de todo o circo mediático em torno do incidente na Academia nunca foi a preocupação com o bem estar dos agredidos, as questões sociais/ ou o tema da violência nas claques, mas sim um conjunto de interesses económicos, políticos e estratégicos.

Nada de novo no país que dedicou mais tempo de antena ao episódio das calças de ganga de António Costa de que às agressões nos Açores. Por certo, custos da insularidade.

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