50 anos da Crise Académica: Futebol da “Briosa” ampliou luta estudantil na final da Taça de Portugal

23-04-2019
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50 anos da Crise Académica: Futebol da “Briosa” ampliou luta estudantil na final da Taça de Portugal 17 abr 2019 02:00 MadreMedia / Lusa Atualidade Coimbra Académica 50 anos da Crise Académica Briosa comentários Partilhar Partilhar Partilhar MadreMedia / Lusa · Atualidade · 17 abr 2019 02:04 50 anos da Crise Académica: Programa da luta dos estudantes “está muito longe de estar cumprido” MadreMedia / Lusa · Atualidade · 17 abr 2019 12:41 Marcelo saúda coragem de Alberto Martins e do movimento estudantil há 50 anos Este artigo é sobre Coimbra. Veja mais na secção Local. A final da Taça de Portugal de futebol em 1969, que a Académica perdeu para o Benfica por 2-1, após prolongamento, deu dimensão nacional à luta estudantil de Coimbra que se tinha iniciado em abril desse ano. Uma estudante passa entre "figuras" e fotos em tamanho real evocativas dos 40 anos da Crise Académica de 1969, colocadas pela Associação Académica de Coimbra em vários pontos da cidade de Coimbra, 23 de Maio de 2009 / Paulo Novais, Lusa A crise académica desencadeada em 17 de abril na cerimónia de inauguração do edifício das Matemáticas na Universidade de Coimbra, após o presidente da Associação Académica, Alberto Martins, não ter sido autorizado a falar, teve na secção de futebol um precioso aliado.Francisco Andrade, então treinador da "Briosa", recordou à agência Lusa que o jogo dos quartos-de-final com o Vitória de Guimarães se realizou na altura "em que começa a efervescência da crise académica"."Depois da vitória sobre os vimaranenses, começámos a pensar que realmente seria o momento ideal para que a secção de futebol acompanhasse e mostrasse que realmente estava ao lado do movimento académico", refere o atual presidente da Junta de Freguesia dos Olivais, em Coimbra.Na eliminatória seguinte, com o Sporting, o jogo "é já um comício de Coimbra-Lisboa", com parte do país a estar "alertado para aquilo que se estava a fazer com o luto académico e o que se estava a transmitir para que todos se apercebessem do que havia em Coimbra".O antigo técnico assistiu também à crise académica de 1962: "O problema nesse ano é que a mensagem não saía de Coimbra, porque os próprios estudantes quando iam para as suas terras não podiam contar e transmitir aquilo que nós transmitíamos, porque eram perseguidos".O jogo da meia-final a duas mãos com o Sporting, que a Académica venceu (com vitórias em Lisboa e em Coimbra), foi para Francisco Andrade "o momento em que realmente as pessoas se começavam a interrogar sobre o que se passava e a espalhar a mensagem"."Quando há o jogo da segunda mão em Coimbra com o Sporting, nesse sim, já a comunicação social estrangeira sabia de tudo e transmitia aquilo que se estava a passar em Coimbra e, por conseguinte, quando nós ganhamos ao Sporting, que era quase impensável, sabíamos que tínhamos conseguido o nosso objetivo".   Continuar a ler   A final disputada a 22 de junho no Jamor com o Benfica de Eusébio foi a coroação de toda a luta estudantil. Os jogadores entraram a passo, coisa não habitual, de cabeça baixa e com a capa caída sobre os ombros, com a complacência do árbitro Ismael Baltazar, de Setúbal.Antecipando qualquer coisa imprevisível, o Presidente da Republica, primeiro-ministro e ministro da Educação não marcaram presença no jogo, situação que até essa altura nunca tinha acontecido.Nas bancadas, os cânticos e as faixas de protesto eram exibidas pelos estudantes, que as faziam passar por todos os presentes, "inclusive do Benfica", ludibriando os elementos da PIDE que tentavam a todo o custo deitar mãos aos cartazes."Tudo aquilo foi uma simbiose entre o jogo em si, de futebol, e tudo aquilo que representava. Estou convencido que o próprio Otto Glória (treinador do Benfica), quando deu os parabéns e disse ‘foi a melhor final de sempre que disputei', se referia aos dois significados da partida".Olhando para trás, Francisco Andrade, na altura o mais jovem treinador do campeonato, não tem dúvidas de que a luta estudantil a que o futebol da Académica se associou "abriu uma janela, quando as janelas estavam todas fechadas".Cinquenta anos depois, o antigo estudante de Direito e jogador José Belo fala de "uma página de grande coragem e determinação na linda história da Académica, num jogo que foi muito além do futebol"."Na final, soubemos dizer a todos os portugueses de que lado estávamos nesse tão sensível momento político. Soubemos afrontar o velho regime, de ‘peito feito', perante dezenas e dezenas de milhares de portugueses", recorda.Para o antigo defesa central da "Briosa", que nessa partida teve a difícil tarefa de vigiar Eusébio, autor do golo da vitória (no prolongamento), a secção de futebol "soube assumir todos os valores, princípios e desígnios que marcaram o essencial da luta académica: melhor ensino, universidade livre, democracia, menos polícia e menos espingardas". Newsletter As notí­cias não escolhem hora, mas o seu tempo é precioso. O SAPO 24 leva ao seu email a informação que realmente importa comentada pelos nossos cronistas. Subscrever Já subscrevi Notificações Porque as noticias não escolhem hora e o seu tempo é precioso. Subscrever Na sua rede favorita Siga-nos na sua rede favorita.   Partilhar Partilhar Partilhar   Veja também MadreMedia / Lusa · Atualidade · 17 abr 2019 02:04 50 anos da Crise Académica: Programa da luta dos estudantes “está muito longe de estar cumprido” MadreMedia / Lusa · Atualidade · 17 abr 2019 12:41 Marcelo saúda coragem de Alberto Martins e do movimento estudantil há 50 anos Em destaque Meio milhão contra Abril O 25 de Abril do Sudão O desempate em Espanha Local Mais próximo de si. escolha um distrito Açores Aveiro Beja Braga Bragança Castelo Branco Coimbra Évora Faro Guarda Leiria Lisboa Madeira Portalegre Porto Santarém Setúbal Viana do Castelo Vila Real Viseu Mais populares Atualidade · 23 abr 2019 20:22 Euromilhões: Veja aqui a chave Atualidade · 23 abr 2019 14:05 Homem conta em tribunal como a mulher "infernizou" a sua vida e a dos filhos Atualidade · 23 abr 2019 18:27 Primeiro terramoto é detetado em Marte Opinião · 23 abr 2019 14:10 Meio milhão contra Abril Vida · 23 abr 2019 11:41 Salvador Sobral: "Se o comboio da Eurovisão já tiver passado, mas tiver um sítio para tocar... Estou pronto para isso" Últimas MadreMedia / Lusa · Atualidade · 23 abr 2019 20:55 Putin assiste ao lançamento de submarino que transporta drones nucleares MadreMedia / Lusa · Atualidade · 23 abr 2019 20:52 Partidos têm até 8 de maio para entregar questões a António Costa sobre Tancos MadreMedia / Lusa · Atualidade · 23 abr 2019 20:37 Tancos: Ex-ministro Azeredo Lopes ouvido na comissão de inquérito no dia 7 de maio MadreMedia / Lusa · Atualidade · 23 abr 2019 20:34 PSD pode acabar com voto secreto para listas e moções de censura ou confiança MadreMedia / Lusa · Desporto · 23 abr 2019 20:30 Renovação de Samaris será decidida "na altura própria" Comentários

50 anos da Crise Académica: Futebol da “Briosa” ampliou luta estudantil na final da Taça de Portugal 17 abr 2019 02:00 MadreMedia / Lusa Atualidade Coimbra Académica 50 anos da Crise Académica Briosa comentários Partilhar Partilhar Partilhar MadreMedia / Lusa · Atualidade · 17 abr 2019 02:04 50 anos da Crise Académica: Programa da luta dos estudantes “está muito longe de estar cumprido” MadreMedia / Lusa · Atualidade · 17 abr 2019 12:41 Marcelo saúda coragem de Alberto Martins e do movimento estudantil há 50 anos Este artigo é sobre Coimbra. Veja mais na secção Local. A final da Taça de Portugal de futebol em 1969, que a Académica perdeu para o Benfica por 2-1, após prolongamento, deu dimensão nacional à luta estudantil de Coimbra que se tinha iniciado em abril desse ano. Uma estudante passa entre "figuras" e fotos em tamanho real evocativas dos 40 anos da Crise Académica de 1969, colocadas pela Associação Académica de Coimbra em vários pontos da cidade de Coimbra, 23 de Maio de 2009 / Paulo Novais, Lusa A crise académica desencadeada em 17 de abril na cerimónia de inauguração do edifício das Matemáticas na Universidade de Coimbra, após o presidente da Associação Académica, Alberto Martins, não ter sido autorizado a falar, teve na secção de futebol um precioso aliado.Francisco Andrade, então treinador da "Briosa", recordou à agência Lusa que o jogo dos quartos-de-final com o Vitória de Guimarães se realizou na altura "em que começa a efervescência da crise académica"."Depois da vitória sobre os vimaranenses, começámos a pensar que realmente seria o momento ideal para que a secção de futebol acompanhasse e mostrasse que realmente estava ao lado do movimento académico", refere o atual presidente da Junta de Freguesia dos Olivais, em Coimbra.Na eliminatória seguinte, com o Sporting, o jogo "é já um comício de Coimbra-Lisboa", com parte do país a estar "alertado para aquilo que se estava a fazer com o luto académico e o que se estava a transmitir para que todos se apercebessem do que havia em Coimbra".O antigo técnico assistiu também à crise académica de 1962: "O problema nesse ano é que a mensagem não saía de Coimbra, porque os próprios estudantes quando iam para as suas terras não podiam contar e transmitir aquilo que nós transmitíamos, porque eram perseguidos".O jogo da meia-final a duas mãos com o Sporting, que a Académica venceu (com vitórias em Lisboa e em Coimbra), foi para Francisco Andrade "o momento em que realmente as pessoas se começavam a interrogar sobre o que se passava e a espalhar a mensagem"."Quando há o jogo da segunda mão em Coimbra com o Sporting, nesse sim, já a comunicação social estrangeira sabia de tudo e transmitia aquilo que se estava a passar em Coimbra e, por conseguinte, quando nós ganhamos ao Sporting, que era quase impensável, sabíamos que tínhamos conseguido o nosso objetivo".   Continuar a ler   A final disputada a 22 de junho no Jamor com o Benfica de Eusébio foi a coroação de toda a luta estudantil. Os jogadores entraram a passo, coisa não habitual, de cabeça baixa e com a capa caída sobre os ombros, com a complacência do árbitro Ismael Baltazar, de Setúbal.Antecipando qualquer coisa imprevisível, o Presidente da Republica, primeiro-ministro e ministro da Educação não marcaram presença no jogo, situação que até essa altura nunca tinha acontecido.Nas bancadas, os cânticos e as faixas de protesto eram exibidas pelos estudantes, que as faziam passar por todos os presentes, "inclusive do Benfica", ludibriando os elementos da PIDE que tentavam a todo o custo deitar mãos aos cartazes."Tudo aquilo foi uma simbiose entre o jogo em si, de futebol, e tudo aquilo que representava. Estou convencido que o próprio Otto Glória (treinador do Benfica), quando deu os parabéns e disse ‘foi a melhor final de sempre que disputei', se referia aos dois significados da partida".Olhando para trás, Francisco Andrade, na altura o mais jovem treinador do campeonato, não tem dúvidas de que a luta estudantil a que o futebol da Académica se associou "abriu uma janela, quando as janelas estavam todas fechadas".Cinquenta anos depois, o antigo estudante de Direito e jogador José Belo fala de "uma página de grande coragem e determinação na linda história da Académica, num jogo que foi muito além do futebol"."Na final, soubemos dizer a todos os portugueses de que lado estávamos nesse tão sensível momento político. 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