Professores. Mais do que todos contra todos, desta vez foram todos contra o PS

22-05-2019
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Depois da “crise dos três dias”, criada por uma aliança incomum entre PSD, CDS, BE e PCP, devidamente aproveitada por António Costa, o regresso à normalidade. Ou quase isso. A tarde parlamentar desta quarta-feira acabou por ficar marcada pela troca de acusações entre todos os partidos sobre os recuos e avanços na contagem integral do tempo de carreira dos professores.

À direita, sociais-democratas e democratas-cristãos acusaram Bloco e PCP de se terem anulado para garantir a sobrevivência do Governo. À esquerda, bloquistas e comunistas acusaram PSD e CDS de terem dado uma cambalhota de todo o tamanho. Um dia normal no Parlamento, não fosse o facto de todos terem chegado a uma conclusão unânime (e rara) nesta legislatura. No momento de encontrar culpados, todos os dedos se voltaram para o PS, o principal ator numa “crise encenada”.

O primeiro a intervir foi Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda. Com base no relatório divulgado esta quarta-feira pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), o bloquista acusou António Costa de estar a sofrer de “febre eleitoral”, devidamente apoiado por Mário Centeno, autor de uma “aldrabice” orçamental. "Os dados da UTAO trazem uma clarificação definitiva e indispensável e demonstram como o ministro Mário Centeno montou o guião financeiro desta crise artificial completamente baseado em mentiras. Percebemos que são contas 'à la' Eurogrupo. A UTAO desmente absolutamente o Governo e Mário Centeno".

Na verdade, como o Expresso explica aqui, a diferença entre o valor avançado pela UTAO (567 milhões) e o valor referido sempre por Mário Centeno (804 milhões) tem uma razão de ser: as contas do Governo foram apresentadas em valores brutos, enquanto as da UTAO dizem respeito a valores líquidos (considerando a Segurança Social e o IRS).

Nada que impedisse João Oliveira, líder parlamentar do PCP, de usar o mesmo argumento do bloquista e de acusar o Governo de estar a criar uma crise política por “cálculo” eleitoral. “A cinco meses de eleições legislativas, o que o país precisa é de avançar com uma política alternativa para resolver os problemas nacionais em vez de se deixar enredar em crises políticas criadas por calculismo eleitoral e fixações em maiorias absolutas”, afirmou o comunista.

Cecília Meireles, do CDS, apontou diretamente a António Costa. “Quando o país precisava de um estadista tivemos um político habilidoso”. Adão Silva, vice-presidente da bancada do PSD, chegou mesmo a classificar a ameaça de António Costa de “golpe de teatro rasca”. “Nós não mudámos de posição. Não recuámos. Não temos duas caras. Não enganámos os portugueses. Não fazemos o teatro”, defendeu o social-democrata.

Com os socialistas isolados, coube sobretudo a Porfírio Silva fazer a defesa da honra do Governo. Curiosamente, e apesar dos ataques de BE e PCP, o deputado e dirigente socialista, tal como António Costa fizera antes dele, poupou os parceiros de ‘geringonça’ e concentrou energias nas críticas ao PSD.

“Rui Rio tem-se revelado aos portugueses nestes últimos dias. Onde realmente se revela a fibra de um político, é quando [Rui Rio] não hesita em tentar construir uma cortina de fumo, lançando lama sobre o parlamento, humilhando os deputados do seu próprio partido, que, segundo a comunicação social, estiveram sempre ao telefone com ele durante a reunião. E dizendo que os trabalhos da Comissão de Educação foram uma confusão, como sempre, procurando dar a ideia de que ninguém sabia bem o que estava a fazer, que ninguém sabia o que tinha sido votado - mas a verdade é que todos sabíamos bem o que tínhamos votado, nomeadamente os que vieram cantar vitória aos microfones", criticou o dirigente socialista, sugerindo que os sociais-democratas tinham uma agenda escondida ao aprovar esta medida: “despedir professores” e “infernizar permanentemente a vida da escola pública”.

Depois da “crise dos três dias”, criada por uma aliança incomum entre PSD, CDS, BE e PCP, devidamente aproveitada por António Costa, o regresso à normalidade. Ou quase isso. A tarde parlamentar desta quarta-feira acabou por ficar marcada pela troca de acusações entre todos os partidos sobre os recuos e avanços na contagem integral do tempo de carreira dos professores.

À direita, sociais-democratas e democratas-cristãos acusaram Bloco e PCP de se terem anulado para garantir a sobrevivência do Governo. À esquerda, bloquistas e comunistas acusaram PSD e CDS de terem dado uma cambalhota de todo o tamanho. Um dia normal no Parlamento, não fosse o facto de todos terem chegado a uma conclusão unânime (e rara) nesta legislatura. No momento de encontrar culpados, todos os dedos se voltaram para o PS, o principal ator numa “crise encenada”.

O primeiro a intervir foi Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda. Com base no relatório divulgado esta quarta-feira pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), o bloquista acusou António Costa de estar a sofrer de “febre eleitoral”, devidamente apoiado por Mário Centeno, autor de uma “aldrabice” orçamental. "Os dados da UTAO trazem uma clarificação definitiva e indispensável e demonstram como o ministro Mário Centeno montou o guião financeiro desta crise artificial completamente baseado em mentiras. Percebemos que são contas 'à la' Eurogrupo. A UTAO desmente absolutamente o Governo e Mário Centeno".

Na verdade, como o Expresso explica aqui, a diferença entre o valor avançado pela UTAO (567 milhões) e o valor referido sempre por Mário Centeno (804 milhões) tem uma razão de ser: as contas do Governo foram apresentadas em valores brutos, enquanto as da UTAO dizem respeito a valores líquidos (considerando a Segurança Social e o IRS).

Nada que impedisse João Oliveira, líder parlamentar do PCP, de usar o mesmo argumento do bloquista e de acusar o Governo de estar a criar uma crise política por “cálculo” eleitoral. “A cinco meses de eleições legislativas, o que o país precisa é de avançar com uma política alternativa para resolver os problemas nacionais em vez de se deixar enredar em crises políticas criadas por calculismo eleitoral e fixações em maiorias absolutas”, afirmou o comunista.

Cecília Meireles, do CDS, apontou diretamente a António Costa. “Quando o país precisava de um estadista tivemos um político habilidoso”. Adão Silva, vice-presidente da bancada do PSD, chegou mesmo a classificar a ameaça de António Costa de “golpe de teatro rasca”. “Nós não mudámos de posição. Não recuámos. Não temos duas caras. Não enganámos os portugueses. Não fazemos o teatro”, defendeu o social-democrata.

Com os socialistas isolados, coube sobretudo a Porfírio Silva fazer a defesa da honra do Governo. Curiosamente, e apesar dos ataques de BE e PCP, o deputado e dirigente socialista, tal como António Costa fizera antes dele, poupou os parceiros de ‘geringonça’ e concentrou energias nas críticas ao PSD.

“Rui Rio tem-se revelado aos portugueses nestes últimos dias. Onde realmente se revela a fibra de um político, é quando [Rui Rio] não hesita em tentar construir uma cortina de fumo, lançando lama sobre o parlamento, humilhando os deputados do seu próprio partido, que, segundo a comunicação social, estiveram sempre ao telefone com ele durante a reunião. E dizendo que os trabalhos da Comissão de Educação foram uma confusão, como sempre, procurando dar a ideia de que ninguém sabia bem o que estava a fazer, que ninguém sabia o que tinha sido votado - mas a verdade é que todos sabíamos bem o que tínhamos votado, nomeadamente os que vieram cantar vitória aos microfones", criticou o dirigente socialista, sugerindo que os sociais-democratas tinham uma agenda escondida ao aprovar esta medida: “despedir professores” e “infernizar permanentemente a vida da escola pública”.

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