Portugal «não aposta» nos cereais

25-11-2015
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O cereal é um produto não estratégico, como não o é a cevada e o arroz. A classificação vem tipificada num aviso para apresentação de pedidos de apoio, e aqui contam-se os critérios de ponderação a quem pretender concorrer a ajudas financeiras para a produção agrícola no próximo ano (2008/09). Na lista de produtos estratégicos, divulgados pelo PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), estão diversos produtos hortofrutícolas, azeite, um tipo específico de arroz, baga de sabugueiro, flores de estufa, entre outros.O documento, disponível no site do PRODER, recebe duras críticas do CDS-PP, que considera haver uma «grande diferença entre o que é estratégico e o que o Governo pondera apoiar».«Estas opções são completamente erradas», garante Abel Baptista ao: o Governo «esqueceu-se da fileira-base da nossa alimentação». Sobretudo, quando já se sabia da proximidade de uma crise de cereais - «Estamos a perder a nossa reserva alimentar, em tempos de crise».Contactado pelo, o Ministério da Agricultura (MA) garante que os cereais são produtos agrícolas «também elegíveis, no âmbito do PRODER». Segundo o MA, os cereais já recebem também ajudas directas por cada tonelada produzida.Contudo, apesar de ser elegível, tem uma baixa pontuação (3,3). Logo, quando um agricultor opta por cultivar cereal terá um apoio menor do que se decidir produzir flores de estufa.Para Abel Baptista, a pontuação máxima (20) dada à baga de sabugueiro, por exemplo, considerado produto estratégico, não têm em linha de conta que a produção está «muito localizada em determinadas zonas», como Moimenta da Beira, Lamego e Tarouca.Enquanto outros produtos, como a cevada, arroz, cereais e oleaginosas, milho, girassol e a produção pecuária estão «espalhados pelo país inteiro», mas merecem «apenas» figurar no quadro de produtos não estratégicos com relevância regional, obtendo 3,3 pontos (numa escala até 20). Para o deputado democrata-cristão, «estamos a perder produtividade nos cerais e na produção pecuária porque apontámos a produção para outras áreas, incentivando o tomate, vinho e produtos da floricultura».Segundo Abel Baptista, há uma explicação para esta opção governamental, mas o deputado, eleito pelo círculo de Viana de Castelo, não se coíbe de a criticar fortemente: o ministério da Agricultura deixou de considerar «o cereal como estratégico no apoio à produção, passando a ser um produto destinado à indústria - para a produção de bioetanol. Aqui está o erro», atira, recordando ainda o investimento «brutal» no Alqueva, que se destina sobretudo à produção de cereais e pecuária: estamos a ver um falhanço completo na estratégia do Governo».Além do Alqueva, Abel Baptista considera que a plantação de olival no Alentejo, «numa terra de altíssima qualidade», é uma opção errada: «O olival pode ser plantado em terrenos mais pobres e os de maior qualidade, já agricultados e lavrados, ficariam livres para serem utilizados na produção do cereal».Em Portugal, é praticamente impossível cultivar cereais sem o uso do sistema de regadio, o que não acontece na França ou Alemanha onde existem condições de humidade que permitem a produção: mais uma razão para Portugal precisar do subsídio da União Europeia concedido ao agricultor. «Ora como o produto não merece do Governo a denominação de, esse subsídioà União Europeia e irá beneficiar outros países europeus».

O cereal é um produto não estratégico, como não o é a cevada e o arroz. A classificação vem tipificada num aviso para apresentação de pedidos de apoio, e aqui contam-se os critérios de ponderação a quem pretender concorrer a ajudas financeiras para a produção agrícola no próximo ano (2008/09). Na lista de produtos estratégicos, divulgados pelo PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), estão diversos produtos hortofrutícolas, azeite, um tipo específico de arroz, baga de sabugueiro, flores de estufa, entre outros.O documento, disponível no site do PRODER, recebe duras críticas do CDS-PP, que considera haver uma «grande diferença entre o que é estratégico e o que o Governo pondera apoiar».«Estas opções são completamente erradas», garante Abel Baptista ao: o Governo «esqueceu-se da fileira-base da nossa alimentação». Sobretudo, quando já se sabia da proximidade de uma crise de cereais - «Estamos a perder a nossa reserva alimentar, em tempos de crise».Contactado pelo, o Ministério da Agricultura (MA) garante que os cereais são produtos agrícolas «também elegíveis, no âmbito do PRODER». Segundo o MA, os cereais já recebem também ajudas directas por cada tonelada produzida.Contudo, apesar de ser elegível, tem uma baixa pontuação (3,3). Logo, quando um agricultor opta por cultivar cereal terá um apoio menor do que se decidir produzir flores de estufa.Para Abel Baptista, a pontuação máxima (20) dada à baga de sabugueiro, por exemplo, considerado produto estratégico, não têm em linha de conta que a produção está «muito localizada em determinadas zonas», como Moimenta da Beira, Lamego e Tarouca.Enquanto outros produtos, como a cevada, arroz, cereais e oleaginosas, milho, girassol e a produção pecuária estão «espalhados pelo país inteiro», mas merecem «apenas» figurar no quadro de produtos não estratégicos com relevância regional, obtendo 3,3 pontos (numa escala até 20). Para o deputado democrata-cristão, «estamos a perder produtividade nos cerais e na produção pecuária porque apontámos a produção para outras áreas, incentivando o tomate, vinho e produtos da floricultura».Segundo Abel Baptista, há uma explicação para esta opção governamental, mas o deputado, eleito pelo círculo de Viana de Castelo, não se coíbe de a criticar fortemente: o ministério da Agricultura deixou de considerar «o cereal como estratégico no apoio à produção, passando a ser um produto destinado à indústria - para a produção de bioetanol. Aqui está o erro», atira, recordando ainda o investimento «brutal» no Alqueva, que se destina sobretudo à produção de cereais e pecuária: estamos a ver um falhanço completo na estratégia do Governo».Além do Alqueva, Abel Baptista considera que a plantação de olival no Alentejo, «numa terra de altíssima qualidade», é uma opção errada: «O olival pode ser plantado em terrenos mais pobres e os de maior qualidade, já agricultados e lavrados, ficariam livres para serem utilizados na produção do cereal».Em Portugal, é praticamente impossível cultivar cereais sem o uso do sistema de regadio, o que não acontece na França ou Alemanha onde existem condições de humidade que permitem a produção: mais uma razão para Portugal precisar do subsídio da União Europeia concedido ao agricultor. «Ora como o produto não merece do Governo a denominação de, esse subsídioà União Europeia e irá beneficiar outros países europeus».

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