Parlamento Europeu. Estreantes do PAN, PCP, PS e Bloco agarram vice-presidências

14-10-2019
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As negociações para os cargos de liderança nas comissões parlamentares entram na reta final. O estreante Francisco Guerreiro, do PAN, chegou, viu como funciona a máquina e já negociou o lugar de primeiro vice-presidente da Comissão de Agricultura (AGRI). "Queremos entrar com os dois pés e mostrar trabalho", diz ao Expresso, adiantando estar pronto para assumir "cargos de responsabilidade". No entanto, o lugar deverá obrigá-lo a saber gerir vários interesses e não apenas os seus.

O PAN no Parlamento Europeu é só ele, mas beneficia do facto de estar na bancada dos Verdes, à qual calhou a primeira das quatro vice-presidências da AGRI. Francisco Guerreiro consegue, assim, destacar-se entre 74 eurodeputados e agarrar a oportunidade. A negociação teria sido mais difícil se estivesse num grupo maior, como o do Partido Popular Europeu (PPE) ou dos Socialistas e Democratas (S&D).

A distribuição dos cargos de liderança é feita pelo método de Hondt e é determinante o peso dos países e do número de deputados das várias delegações para se conseguir um ou mais cargos de peso. O Partido Socialista gastou pontos com a eleição de Pedro Silva Pereira para vice-presidente do Parlamento Europeu e o PSD na eleição de Paulo Rangel para vice-presidente do Grupo do PPE. Assim, nenhum português deverá conseguir a presidência de uma comissão parlamentar, mas há outras vice-presidências que podem ficar em mãos nacionais.

PS e PSD disputam influência na comissão dos Orçamentos

O PS aposta na Comissão dos Orçamentos. "É uma comissão que nos interessa", adianta Margarida Marques, lembrando que vem aí "a aprovação do quadro financeiro plurianual". O Parlamento Europeu não pode fazer alterações ao Orçamento Comunitário para 2021-27, mas tem o poder de aprová-lo ou rejeitá-lo, num processo em que pode marcar posição.

A eurodeputada socialista, que começa agora o primeiro mandato, deverá conseguir o lugar de terceira vice-presidente na Comissão dos Orçamentos. A mesma em que o social-democrata José Manuel Fernandes se destacou no mandato anterior e onde continuará a ser o coordenador do grupo do PPE. "Fico com a responsabilidade de arrastar os outros grupos políticos para um consenso", diz o eurodeputado do PSD ao Expresso.

Os dois deverão disputar influência numa das comissões consideradas de "primeira-classe".

Distribuídos os cargos nas comissões parlamentares mais apetecíveis, seguem-se as delegações. José Manuel Fernandes poderá ainda ficar como presidente da Delegação para as Relações com o Brasil. Os socialistas estão também de olho numa presidência deste género. No mandato anterior, Francisco Assis ficou com a do Mercosul.

PCP e BE também na corrida às vice-presidências

A eurodeputada do PCP, Sandra Pereira, é um dos novos rostos da legislatura que agora arranca. Para a investigadora trata-se de uma estreia num cargo político, mas na segunda parte do mandato - dentro de dois anos e meio - deverá chegar ao lugar de segunda vice-presidência da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais (EMPL).

Na distribuição entre as várias bancadas, o cargo ficou para o Grupo parlamentar da Esquerda Unitária (GUE), a que pertencem os comunistas. E na negociação interna acordaram dividi-lo com os franceses do France Insoumise. Entretanto, a portuguesa deverá também ficar como coordenadora nessa comissão.

"Será sempre uma das minhas bandeiras mudar a situação dos vínculos laborais na ciência em Portugal", diz ao Expresso, apontando para o problema da precariedade com que se deparou enquanto bolseira. Embora essa questão dependa mais de políticas a nível nacional, tentará também olhar para o assunto no Parlamento Europeu.

Quanto à negociação dos cargos de direção na instituição europeia, Sandra Pereira fala num processo que lhe parece "viciado" e que beneficia os grupos maiores. O GUE perdeu lugares nas últimas europeias e conta agora com 41 eurodeputados, incluindo dois do PCP e dois do Bloco de Esquerda.

Os dois partidos partilham aliás a vice-presidência da bancada: cargos ocupados por Marisa Matias e João Ferreira de forma temporária, enquanto o GUE não decide quem será o presidente definitivo. O nome da bloquista chegou a ser falado para o cargo e, ao que o Expresso apurou, reunia uma ampla maioria de apoios, mas o PCP esteve entre as vozes contra, num processo que exige unanimidade.

João Ferreira, que é o chefe da delegação do PCP - agora com dois deputados - deverá continuar a ser o coordenador do grupo na Comissão das Pescas. Já o Bloco de Esquerda poderá conseguir para José Gusmão a quarta vice-presidência na Comissão dos Assuntos Económicos, questão que ainda não está garantida e que depende do critério da paridade.

As negociações para as presidências e vice-presidências das comissões parlamentares ficam fechadas nas votações desta quarta-feira. Quanto à liderança das delegações deverão ficar para a próxima semana.

As negociações para os cargos de liderança nas comissões parlamentares entram na reta final. O estreante Francisco Guerreiro, do PAN, chegou, viu como funciona a máquina e já negociou o lugar de primeiro vice-presidente da Comissão de Agricultura (AGRI). "Queremos entrar com os dois pés e mostrar trabalho", diz ao Expresso, adiantando estar pronto para assumir "cargos de responsabilidade". No entanto, o lugar deverá obrigá-lo a saber gerir vários interesses e não apenas os seus.

O PAN no Parlamento Europeu é só ele, mas beneficia do facto de estar na bancada dos Verdes, à qual calhou a primeira das quatro vice-presidências da AGRI. Francisco Guerreiro consegue, assim, destacar-se entre 74 eurodeputados e agarrar a oportunidade. A negociação teria sido mais difícil se estivesse num grupo maior, como o do Partido Popular Europeu (PPE) ou dos Socialistas e Democratas (S&D).

A distribuição dos cargos de liderança é feita pelo método de Hondt e é determinante o peso dos países e do número de deputados das várias delegações para se conseguir um ou mais cargos de peso. O Partido Socialista gastou pontos com a eleição de Pedro Silva Pereira para vice-presidente do Parlamento Europeu e o PSD na eleição de Paulo Rangel para vice-presidente do Grupo do PPE. Assim, nenhum português deverá conseguir a presidência de uma comissão parlamentar, mas há outras vice-presidências que podem ficar em mãos nacionais.

PS e PSD disputam influência na comissão dos Orçamentos

O PS aposta na Comissão dos Orçamentos. "É uma comissão que nos interessa", adianta Margarida Marques, lembrando que vem aí "a aprovação do quadro financeiro plurianual". O Parlamento Europeu não pode fazer alterações ao Orçamento Comunitário para 2021-27, mas tem o poder de aprová-lo ou rejeitá-lo, num processo em que pode marcar posição.

A eurodeputada socialista, que começa agora o primeiro mandato, deverá conseguir o lugar de terceira vice-presidente na Comissão dos Orçamentos. A mesma em que o social-democrata José Manuel Fernandes se destacou no mandato anterior e onde continuará a ser o coordenador do grupo do PPE. "Fico com a responsabilidade de arrastar os outros grupos políticos para um consenso", diz o eurodeputado do PSD ao Expresso.

Os dois deverão disputar influência numa das comissões consideradas de "primeira-classe".

Distribuídos os cargos nas comissões parlamentares mais apetecíveis, seguem-se as delegações. José Manuel Fernandes poderá ainda ficar como presidente da Delegação para as Relações com o Brasil. Os socialistas estão também de olho numa presidência deste género. No mandato anterior, Francisco Assis ficou com a do Mercosul.

PCP e BE também na corrida às vice-presidências

A eurodeputada do PCP, Sandra Pereira, é um dos novos rostos da legislatura que agora arranca. Para a investigadora trata-se de uma estreia num cargo político, mas na segunda parte do mandato - dentro de dois anos e meio - deverá chegar ao lugar de segunda vice-presidência da Comissão do Emprego e dos Assuntos Sociais (EMPL).

Na distribuição entre as várias bancadas, o cargo ficou para o Grupo parlamentar da Esquerda Unitária (GUE), a que pertencem os comunistas. E na negociação interna acordaram dividi-lo com os franceses do France Insoumise. Entretanto, a portuguesa deverá também ficar como coordenadora nessa comissão.

"Será sempre uma das minhas bandeiras mudar a situação dos vínculos laborais na ciência em Portugal", diz ao Expresso, apontando para o problema da precariedade com que se deparou enquanto bolseira. Embora essa questão dependa mais de políticas a nível nacional, tentará também olhar para o assunto no Parlamento Europeu.

Quanto à negociação dos cargos de direção na instituição europeia, Sandra Pereira fala num processo que lhe parece "viciado" e que beneficia os grupos maiores. O GUE perdeu lugares nas últimas europeias e conta agora com 41 eurodeputados, incluindo dois do PCP e dois do Bloco de Esquerda.

Os dois partidos partilham aliás a vice-presidência da bancada: cargos ocupados por Marisa Matias e João Ferreira de forma temporária, enquanto o GUE não decide quem será o presidente definitivo. O nome da bloquista chegou a ser falado para o cargo e, ao que o Expresso apurou, reunia uma ampla maioria de apoios, mas o PCP esteve entre as vozes contra, num processo que exige unanimidade.

João Ferreira, que é o chefe da delegação do PCP - agora com dois deputados - deverá continuar a ser o coordenador do grupo na Comissão das Pescas. Já o Bloco de Esquerda poderá conseguir para José Gusmão a quarta vice-presidência na Comissão dos Assuntos Económicos, questão que ainda não está garantida e que depende do critério da paridade.

As negociações para as presidências e vice-presidências das comissões parlamentares ficam fechadas nas votações desta quarta-feira. Quanto à liderança das delegações deverão ficar para a próxima semana.

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