Catarina Martins ataca Passos das “desgraças” e Portas “submarino”

22-05-2019
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Catarina Martins tem sido a figura bloquista dos comícios. Marisa Matias tem sido a protagonista das ações de rua. Uma divisão que voltou a verificar-se esta noite em Braga. A líder do Bloco de Esquerda subiu ao palco com várias balas guardadas. Disparou a primeira logo no primeiro minuto. O alvo era Pedro Mota Soares — leia-se: a ambição do CDS de eleger um segundo eurodeputado.

“Desde o início desta campanha que todos os dias penso em Braga. Não sei se se lembram de um dia frio, chuvoso, em 2015, em que as mulheres que iam ser despedidas da Segurança Social de Braga fizeram um cordão humano em torno do edifício para evitarem ser despedidas por culpa de Pedro Mota Soares. De cada vez que vejo o CDS a pedir o voto em Mota Soares lembro-me de Braga e dos lesados de Mota Soares”, atirou. “Os mesmos que empobreceram o país estão agora a querer que as pessoas que atacaram votem neles”, resumiu.

Mas a bala de ouro estava reservada para a dupla Passos-Portas. “O PSD, vejam lá, foi buscar para a campanha Pedro Passos Coelho, que apareceu para anunciar desgraças, como sempre. E Paulo Portas emerge também esta noite, qual submarino, do seu mundo de negócios. Fez uma pausa da Mota-Engil para aparecer na campanha do CDS”. Os nomes dos governantes foram apupados pela plateia de mais de 200 pessoas que assistia ao comício. Os ataques foram aplaudidos com força.

Mas a líder bloquista trazia munições para mais. “É bom que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas apareçam hoje porque lembram bem ao país por que razão fizemos um acordo em 2015 e como foi importante tirar a direita do poder. Ninguém tem saudades”, conclui.

Esta última deixa permitiu a Catarina Martins introduzir o tema da “geringonça” ao de leve no discurso. Sobre o tão analisado futuro — ou funeral — desta solução política, a líder bloquista pôde assim confessar os seus desejos. E fê-lo citando “Inquietação”, de José Mário Branco. “Eu não meti o barco ao mar para ficar pelo caminho”.

Terminou com o clássico apelo ao voto — “no dia 26 de maio, que ninguém fique em casa” — e deixou o palco para Marisa Matias, responsável por encerrar o comício.

A eurodeputada trazia menos balas e apenas um alvo. “Vejo com preocupação a aproximação de António Costa à aliança bizarra que representa o contrário de tudo isto [que PS e BE acordaram em 2015] e ao lado de Macron“.

Lembrou que “foi a direita que andou a perseguir países por décimas de défices” e que “foi a direita que deixou que o Mediterrâneo se convertesse num cemitério a céu aberto, a nossa maior vergonha” para deixar uma pergunta no ar ao primeiro-ministro: “O que tenciona fazer António Costa ao lado de Macron nesta campanha eleitoral?”. A julgar pela postura dos socialistas nesta campanha, a eurodeputada vai ficar sem resposta. Mas o distanciamento do PS, que convém em tempos eleitorais, continua a ser trabalhado.

Para o fim deixou as promessas de campanha. “Somos a esquerda de confiança, já sabem que valeu a pena lutar connosco e vamos continuar a fazê-lo. Estaremos lado a lado com quem faz o Estado Social todos os dias, a defender a União Europeia da cooperação e não a da concorrência”.

Oiça as melhores histórias destas eleições europeias no podcast do Observador Eurovisões , publicado de segunda a sexta-feira até ao dia do voto.

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Catarina Martins tem sido a figura bloquista dos comícios. Marisa Matias tem sido a protagonista das ações de rua. Uma divisão que voltou a verificar-se esta noite em Braga. A líder do Bloco de Esquerda subiu ao palco com várias balas guardadas. Disparou a primeira logo no primeiro minuto. O alvo era Pedro Mota Soares — leia-se: a ambição do CDS de eleger um segundo eurodeputado.

“Desde o início desta campanha que todos os dias penso em Braga. Não sei se se lembram de um dia frio, chuvoso, em 2015, em que as mulheres que iam ser despedidas da Segurança Social de Braga fizeram um cordão humano em torno do edifício para evitarem ser despedidas por culpa de Pedro Mota Soares. De cada vez que vejo o CDS a pedir o voto em Mota Soares lembro-me de Braga e dos lesados de Mota Soares”, atirou. “Os mesmos que empobreceram o país estão agora a querer que as pessoas que atacaram votem neles”, resumiu.

Mas a bala de ouro estava reservada para a dupla Passos-Portas. “O PSD, vejam lá, foi buscar para a campanha Pedro Passos Coelho, que apareceu para anunciar desgraças, como sempre. E Paulo Portas emerge também esta noite, qual submarino, do seu mundo de negócios. Fez uma pausa da Mota-Engil para aparecer na campanha do CDS”. Os nomes dos governantes foram apupados pela plateia de mais de 200 pessoas que assistia ao comício. Os ataques foram aplaudidos com força.

Mas a líder bloquista trazia munições para mais. “É bom que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas apareçam hoje porque lembram bem ao país por que razão fizemos um acordo em 2015 e como foi importante tirar a direita do poder. Ninguém tem saudades”, conclui.

Esta última deixa permitiu a Catarina Martins introduzir o tema da “geringonça” ao de leve no discurso. Sobre o tão analisado futuro — ou funeral — desta solução política, a líder bloquista pôde assim confessar os seus desejos. E fê-lo citando “Inquietação”, de José Mário Branco. “Eu não meti o barco ao mar para ficar pelo caminho”.

Terminou com o clássico apelo ao voto — “no dia 26 de maio, que ninguém fique em casa” — e deixou o palco para Marisa Matias, responsável por encerrar o comício.

A eurodeputada trazia menos balas e apenas um alvo. “Vejo com preocupação a aproximação de António Costa à aliança bizarra que representa o contrário de tudo isto [que PS e BE acordaram em 2015] e ao lado de Macron“.

Lembrou que “foi a direita que andou a perseguir países por décimas de défices” e que “foi a direita que deixou que o Mediterrâneo se convertesse num cemitério a céu aberto, a nossa maior vergonha” para deixar uma pergunta no ar ao primeiro-ministro: “O que tenciona fazer António Costa ao lado de Macron nesta campanha eleitoral?”. A julgar pela postura dos socialistas nesta campanha, a eurodeputada vai ficar sem resposta. Mas o distanciamento do PS, que convém em tempos eleitorais, continua a ser trabalhado.

Para o fim deixou as promessas de campanha. “Somos a esquerda de confiança, já sabem que valeu a pena lutar connosco e vamos continuar a fazê-lo. Estaremos lado a lado com quem faz o Estado Social todos os dias, a defender a União Europeia da cooperação e não a da concorrência”.

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