Santos Silva alerta para o risco de "força desmedida" à esquerda do PS

30-09-2019
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Depois de Carlos César, Augusto Santos Silva. Os generais socialistas entraram este fim de semana na campanha para fazer o que António Costa não quer: distribuir pancada pelos adversários do PS. Por adversários, leia-se: o Bloco em particular, e a direita em geral. No sábado à noite, em Guimarães, César visou em exclusivo o PSD, mas este domingo, em Matosinhos, Santos Silva foi mais generoso nos ataques políticos: à direita, visou Rui Rio e também Assunção Cristas, mas antes, apontou a mira à esquerda para, sem o nomear, desferir uma série de golpes ao BE, o partido que à esquerda mais ameaça o PS.

Num almoço em Matosinhos, num pavilhão cheio com quase duas mil pessoas à mesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros e candidato pelo círculo de fora da Europa cumpriu o mote do “cumprimos”, afiançou o desejo que “prosseguir o caminho que fizemos até agora”, e alertou que para isso é necessário “que o próximo governo seja do PS, um governo forte, com as condições de estabilidade e a maioria parlamentar indispensáveis”.

O perigo do "poder desmedido" à esquerda

O risco, avisou, é os partidos à esquerda do PS poderem ter “poder desmedido”, ou “influência desmesurada”. Santos Silva não nomeou nenhum partido em particular, mas ficou claro que o seu alvo era o BE. “Aqueles que ainda hesitam sobre se Portugal deve pertencer à UE, à zona euro, que ainda hoje sugerem que Portugal tinha era de por em dúvida as suas condições de respeito pela dívida, que propõem que Portugal gaste 30 mil milhões de euros para nacionalizar empresas, aqueles que dizem que isso das contas certas não interessa a ninguém, esses não podem ter um poder desmedido, não podem ter uma influência desmesurada na próxima legislatura”.

Todo o quadro se aplica aos dois parceiros do PS na geringonça, mas só o BE propõe nacionalizações de 30 mil milhões de euros. E só o BE se mostra nesta campanha com uma força eleitoral que causa preocupação aos socialistas.

Santos Silva lembrou que Costa quebrou a barreira da “teoria estúpida” do arco da governação, e jurou que os socialistas continuam interessados em “continuar o mesmo diálogo à esquerda” - mas com o PS bem destacado dos restantes partidos, e sem que nenhum deles se reforce no dia 6.

“Basta olhar para Espanha para perceber que quando os socialistas não têm a força necessária, e quando as forças que tem dúvidas em relação à moderação, ao equilíbrio, à estabilidade, à Europa, têm força desmedida, não há estabilidade politica e as condições da economia e orçamentais pioram, a vida torna-se mais difícil para as pessoas”.

O MNE não podia ser mais claro sobre o que realmente preocupa o Partido Socialista em relação às condições de governabilidade na próxima legislatura. Não basta que o PS ganhe, “é preciso dar força ao PS, e que seja claro que é o PS que lidera, que o Governo é do PS, que a política é do PS”.

A direita e as instituições "na lama"

Mas convém não esquecer que Augusto Santos Silva é o homem que em tempos confessou o seu particular gosto em “malhar na direita”. Fê-lo depois de malhar na esquerda. E não foi brando - acusou os partidos à direita do PS de quererem "trazer as instituições da República Portuguesa para a lama".

Acusou Assunção Cristas (cujo nome costuma ser ignorado pelos socialistas, e foi saudado com uma vaia), de aparentemente “querer afundar o nível do debate político e democrático em Portugal”. Mas vaticinou, com base nas sondagens, “que quem se vai afundar é ela própria”.

Rui Rio mereceu mais atenção e detalhe. O líder do PSD, disse Santos Silva, “gosta de produzir belas teorias”, que depois contraria na prática. A “teoria do rigor financeiro e da clareza das decisões” foi desmontada na crise dos professores, quando Rio “disse uma coisa num dia, outra no dia seguinte, no outro dia disse que afinal não tinha dito o que tinha dito… Podemos confiar numa personalidade assim?”

Também as teorias de Rio sobre a justiça não resistiram ao teste da realidade. “Fez belas considerações, todas muito adequadas, sobre a necessidade de usar de serenidade e elevação quando tratamos questões justiça. Disse com toda a razão que ser investigado não quer dizer ser arguido, que ser arguido não quer diz se acusado, que ser acusado não não quer dizer s condenado, e que só há um sítio onde isso pode ser decidido, que é a justiça, nos tribunais.” O problema desta “bela teoria”, notou Santos Silva, numa alusão à Tancos, é que Rio “estava à espera da primeira oportunidade para desdizer a sua própria teoria”.

Por este Rio abaixo

Depois de Augusto Santos Silva fazer as despesas do ataque, António Costa pôde concentrar-se no apelo ao voto no PS e quase ignorar os outros. Quase. “Só há uma verdadeira escolha a fazer, um governo do PS ou sem o PS”, resumiu o líder socialista. “Quem quer um governo sem o PS tem muitas alternativas”, admitiu - e acrescentou, empolando a bipolarização que procura desde o início da campanha, que quem o desejar pode “ir Rio abaixo à procura de alternativa que possam acreditar que fará mais e melhor”...

Depois de Carlos César, Augusto Santos Silva. Os generais socialistas entraram este fim de semana na campanha para fazer o que António Costa não quer: distribuir pancada pelos adversários do PS. Por adversários, leia-se: o Bloco em particular, e a direita em geral. No sábado à noite, em Guimarães, César visou em exclusivo o PSD, mas este domingo, em Matosinhos, Santos Silva foi mais generoso nos ataques políticos: à direita, visou Rui Rio e também Assunção Cristas, mas antes, apontou a mira à esquerda para, sem o nomear, desferir uma série de golpes ao BE, o partido que à esquerda mais ameaça o PS.

Num almoço em Matosinhos, num pavilhão cheio com quase duas mil pessoas à mesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros e candidato pelo círculo de fora da Europa cumpriu o mote do “cumprimos”, afiançou o desejo que “prosseguir o caminho que fizemos até agora”, e alertou que para isso é necessário “que o próximo governo seja do PS, um governo forte, com as condições de estabilidade e a maioria parlamentar indispensáveis”.

O perigo do "poder desmedido" à esquerda

O risco, avisou, é os partidos à esquerda do PS poderem ter “poder desmedido”, ou “influência desmesurada”. Santos Silva não nomeou nenhum partido em particular, mas ficou claro que o seu alvo era o BE. “Aqueles que ainda hesitam sobre se Portugal deve pertencer à UE, à zona euro, que ainda hoje sugerem que Portugal tinha era de por em dúvida as suas condições de respeito pela dívida, que propõem que Portugal gaste 30 mil milhões de euros para nacionalizar empresas, aqueles que dizem que isso das contas certas não interessa a ninguém, esses não podem ter um poder desmedido, não podem ter uma influência desmesurada na próxima legislatura”.

Todo o quadro se aplica aos dois parceiros do PS na geringonça, mas só o BE propõe nacionalizações de 30 mil milhões de euros. E só o BE se mostra nesta campanha com uma força eleitoral que causa preocupação aos socialistas.

Santos Silva lembrou que Costa quebrou a barreira da “teoria estúpida” do arco da governação, e jurou que os socialistas continuam interessados em “continuar o mesmo diálogo à esquerda” - mas com o PS bem destacado dos restantes partidos, e sem que nenhum deles se reforce no dia 6.

“Basta olhar para Espanha para perceber que quando os socialistas não têm a força necessária, e quando as forças que tem dúvidas em relação à moderação, ao equilíbrio, à estabilidade, à Europa, têm força desmedida, não há estabilidade politica e as condições da economia e orçamentais pioram, a vida torna-se mais difícil para as pessoas”.

O MNE não podia ser mais claro sobre o que realmente preocupa o Partido Socialista em relação às condições de governabilidade na próxima legislatura. Não basta que o PS ganhe, “é preciso dar força ao PS, e que seja claro que é o PS que lidera, que o Governo é do PS, que a política é do PS”.

A direita e as instituições "na lama"

Mas convém não esquecer que Augusto Santos Silva é o homem que em tempos confessou o seu particular gosto em “malhar na direita”. Fê-lo depois de malhar na esquerda. E não foi brando - acusou os partidos à direita do PS de quererem "trazer as instituições da República Portuguesa para a lama".

Acusou Assunção Cristas (cujo nome costuma ser ignorado pelos socialistas, e foi saudado com uma vaia), de aparentemente “querer afundar o nível do debate político e democrático em Portugal”. Mas vaticinou, com base nas sondagens, “que quem se vai afundar é ela própria”.

Rui Rio mereceu mais atenção e detalhe. O líder do PSD, disse Santos Silva, “gosta de produzir belas teorias”, que depois contraria na prática. A “teoria do rigor financeiro e da clareza das decisões” foi desmontada na crise dos professores, quando Rio “disse uma coisa num dia, outra no dia seguinte, no outro dia disse que afinal não tinha dito o que tinha dito… Podemos confiar numa personalidade assim?”

Também as teorias de Rio sobre a justiça não resistiram ao teste da realidade. “Fez belas considerações, todas muito adequadas, sobre a necessidade de usar de serenidade e elevação quando tratamos questões justiça. Disse com toda a razão que ser investigado não quer dizer ser arguido, que ser arguido não quer diz se acusado, que ser acusado não não quer dizer s condenado, e que só há um sítio onde isso pode ser decidido, que é a justiça, nos tribunais.” O problema desta “bela teoria”, notou Santos Silva, numa alusão à Tancos, é que Rio “estava à espera da primeira oportunidade para desdizer a sua própria teoria”.

Por este Rio abaixo

Depois de Augusto Santos Silva fazer as despesas do ataque, António Costa pôde concentrar-se no apelo ao voto no PS e quase ignorar os outros. Quase. “Só há uma verdadeira escolha a fazer, um governo do PS ou sem o PS”, resumiu o líder socialista. “Quem quer um governo sem o PS tem muitas alternativas”, admitiu - e acrescentou, empolando a bipolarização que procura desde o início da campanha, que quem o desejar pode “ir Rio abaixo à procura de alternativa que possam acreditar que fará mais e melhor”...

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