"Costa tem dois amores que em nada são iguais. Uns são socialistas e os outros liberais"

24-07-2019
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O discurso de Pedro Nuno Santos num comício do PS, nesta terça-feira à noite, em Aveiro, a poucos metros do comício do PSD na mesma cidade, animou a campanha social-democrata e deu a Paulo Rangel uma nova razão para zurzir nos socialistas em geral e em António Costa em particular.

Num almoço de campanha no distrito de Viseu, onde está esta quarta-feira, Rangel acusou Costa de ziguezaguear entre a extrema-esquerda e os liberais de direita, de ter duas caras - uma em Lisboa e outra em Bruxelas - e de andar numa "deriva" de "ilusionismo", por mero "oportunismo eleitoral".

As tensões internas no PS - entre a linha mais moderada de Costa, que se aproximou esta semana do Presidente francês Emmanuel Macron, e a tendência mais esquerdista de Pedro Nuno Santos, reiterada no seu discurso de Aveiro - só vieram reforçar a convicção de Rangel de que se aplica aos socialistas a velha canção de Março Paulo: "António Costa tem dois amores que em nada são iguais. Uns são socialistas e os outros são liberais."

Para o cabeça de lista do PSD, a ida de Costa na segunda-feira ao Eliseu, onde se colocou ao lado do grupo liberal do Parlamento Europeu onde está o En Marche, de Macron, representa uma traição ao Partido Socialista Europeu (PSE) "numa lógica de oportunismo eleitoral".

"Mais uma obra de ilusionismo, mais um esquema, mais uma habilidade [de Costa] ao piscar o olho aos liberais ( ...) que estão nos antípodas daquilo que defende o PSE", acusou Rangel. O primeiro-ministro quer "agradar a todos e aos seus contrários, sem qualquer consistência nem coerência", tendo "uma cara em Lisboa", junto do PCP e do BE, e "outra em Bruxelas", com os centristas e liberais de Macron. "Em Bruxelas os aliados são uns, em Lisboa são outros, e eles são incompatíveis", denunciou o eurodeputado.

Segundo Rangel, a entrada em cena de Pedro Nuno Santos só veio adensar a confusão. O ministro "introduziu uma rutura na campanha do PS, ao dizer, ao contrário de António Costa, que os socialistas têm de fazer escolha entre socialistas e liberais". "Isto é um partido à deriva, que não sabe o que há de seguir".

E seguiu-se uma saraivada de epítetos colados a Costa: "artista", "ilusionista", para além de oportunista e equilibrista.

Menezes agradece o favor ao PS

Antes de Rangel já havia discursado Luís Filipe Menezes, o terceiro ex-líder do PSD a juntar-se esta semana à campanha, depois de Passos Coelho e Ferreira Leite (amanhã será Francisco Pinto Balsemão).

O antigo autarca de Gaia frisou a estratégia de "nacionalização" da campanha europeia, levada a cabo pelo PS, e garantiu aos sociais-democratas que esta opção só favorece o PSD. Porque considera que a avaliação feita hoje do último Governo do PSD, liderado por Passos Coelho, favorece os sociais-democratas, em comparação com o atual executivo socialista.

"O PS devia ter a humildade de reconhecer que deixou o país à beira da anexação e da ruína, não devia falar de Pedro Passos Coelho", disse Menezes. Por outro lado, quando ouve Pedro Nuno Santos a encostar o PS à extrema-esquerda, o ex-líder do PSD adivinha igualmente que o seu partido sai favorecido.

Por fim, no taco a taco nacional, Menezes salientou a diferença entre um PSD que tem vários ex-líderes na campanha (apesar de Rui Rio não ter convidado Luis Marques Mendes) e um PS que os esconde. E sugeriu a António Costa que traga para a campanha dois ex-secretários-gerais socialistas.

Se está a pensar em Jose Sócrates, enganou-se. Menezes gostava de ver na rua com o PS Vitor Constancio, "o responsável número um" pelo "descalabro do sistema financeiro", e António José Seguro, o secretário-geral que Costa defenestrou, mas, ao contrário de Costa, "ganhou eleições".

Durante a manhã, sempre no distrito de Viseu, Rangel visitou os bombeiros e o centro de meios aéreos baseado em Santa Comba, e a Controlvet, uma empresa de topo a nível europeu na área da segurança alimentar, a funcionar em Tondela desde 1999.

No centro de meios aéreos, onde estão baseados três helicópteros de combate aos fogos que ainda não podem levantar voo, Rangel voltou a apontar o dedo à incompetência do Governo na preparação da época de fogos. "Três helicópteros parados que deviam estar já ao serviço da Protecção Civil, mas por falhas burocráticas, procedimentais e de negligência (...) não podem ser utilizados", denunciou o cabeça de lista do PSD.

O discurso de Pedro Nuno Santos num comício do PS, nesta terça-feira à noite, em Aveiro, a poucos metros do comício do PSD na mesma cidade, animou a campanha social-democrata e deu a Paulo Rangel uma nova razão para zurzir nos socialistas em geral e em António Costa em particular.

Num almoço de campanha no distrito de Viseu, onde está esta quarta-feira, Rangel acusou Costa de ziguezaguear entre a extrema-esquerda e os liberais de direita, de ter duas caras - uma em Lisboa e outra em Bruxelas - e de andar numa "deriva" de "ilusionismo", por mero "oportunismo eleitoral".

As tensões internas no PS - entre a linha mais moderada de Costa, que se aproximou esta semana do Presidente francês Emmanuel Macron, e a tendência mais esquerdista de Pedro Nuno Santos, reiterada no seu discurso de Aveiro - só vieram reforçar a convicção de Rangel de que se aplica aos socialistas a velha canção de Março Paulo: "António Costa tem dois amores que em nada são iguais. Uns são socialistas e os outros são liberais."

Para o cabeça de lista do PSD, a ida de Costa na segunda-feira ao Eliseu, onde se colocou ao lado do grupo liberal do Parlamento Europeu onde está o En Marche, de Macron, representa uma traição ao Partido Socialista Europeu (PSE) "numa lógica de oportunismo eleitoral".

"Mais uma obra de ilusionismo, mais um esquema, mais uma habilidade [de Costa] ao piscar o olho aos liberais ( ...) que estão nos antípodas daquilo que defende o PSE", acusou Rangel. O primeiro-ministro quer "agradar a todos e aos seus contrários, sem qualquer consistência nem coerência", tendo "uma cara em Lisboa", junto do PCP e do BE, e "outra em Bruxelas", com os centristas e liberais de Macron. "Em Bruxelas os aliados são uns, em Lisboa são outros, e eles são incompatíveis", denunciou o eurodeputado.

Segundo Rangel, a entrada em cena de Pedro Nuno Santos só veio adensar a confusão. O ministro "introduziu uma rutura na campanha do PS, ao dizer, ao contrário de António Costa, que os socialistas têm de fazer escolha entre socialistas e liberais". "Isto é um partido à deriva, que não sabe o que há de seguir".

E seguiu-se uma saraivada de epítetos colados a Costa: "artista", "ilusionista", para além de oportunista e equilibrista.

Menezes agradece o favor ao PS

Antes de Rangel já havia discursado Luís Filipe Menezes, o terceiro ex-líder do PSD a juntar-se esta semana à campanha, depois de Passos Coelho e Ferreira Leite (amanhã será Francisco Pinto Balsemão).

O antigo autarca de Gaia frisou a estratégia de "nacionalização" da campanha europeia, levada a cabo pelo PS, e garantiu aos sociais-democratas que esta opção só favorece o PSD. Porque considera que a avaliação feita hoje do último Governo do PSD, liderado por Passos Coelho, favorece os sociais-democratas, em comparação com o atual executivo socialista.

"O PS devia ter a humildade de reconhecer que deixou o país à beira da anexação e da ruína, não devia falar de Pedro Passos Coelho", disse Menezes. Por outro lado, quando ouve Pedro Nuno Santos a encostar o PS à extrema-esquerda, o ex-líder do PSD adivinha igualmente que o seu partido sai favorecido.

Por fim, no taco a taco nacional, Menezes salientou a diferença entre um PSD que tem vários ex-líderes na campanha (apesar de Rui Rio não ter convidado Luis Marques Mendes) e um PS que os esconde. E sugeriu a António Costa que traga para a campanha dois ex-secretários-gerais socialistas.

Se está a pensar em Jose Sócrates, enganou-se. Menezes gostava de ver na rua com o PS Vitor Constancio, "o responsável número um" pelo "descalabro do sistema financeiro", e António José Seguro, o secretário-geral que Costa defenestrou, mas, ao contrário de Costa, "ganhou eleições".

Durante a manhã, sempre no distrito de Viseu, Rangel visitou os bombeiros e o centro de meios aéreos baseado em Santa Comba, e a Controlvet, uma empresa de topo a nível europeu na área da segurança alimentar, a funcionar em Tondela desde 1999.

No centro de meios aéreos, onde estão baseados três helicópteros de combate aos fogos que ainda não podem levantar voo, Rangel voltou a apontar o dedo à incompetência do Governo na preparação da época de fogos. "Três helicópteros parados que deviam estar já ao serviço da Protecção Civil, mas por falhas burocráticas, procedimentais e de negligência (...) não podem ser utilizados", denunciou o cabeça de lista do PSD.

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