SOCIEDADE & PAÍS
Expo'98 - Linha do Oriente
GUTERRES VISITOU RECINTO DA EXPOSIÇÃO
O primeiro-ministro efectuou anteontem de manhã o trajecto Alameda/Gare do Oriente, através da nova Linha do Oriente do Metropolitano de Lisboa, visitando de seguida o recinto da Expo'98.
António Guterres aproveitou esta deslocação na nova linha de metro (que ase encontra e fase de ensaios) para demonstrar aos cidadãos que a melhor forma de chegar à Expo'98 será através da utilização de transportes públicos.
«Satisfação e orgulho são duas palavras-chave neste momento», disse o primeiro ministro, ao comentar a forma como têm estado a decorrer os trabalhos de construção das instalações.
«Satisfação pelo ritmo e rigor com que têm vindo a ser realizados e orgulho pela capacidade de realização demonstrada não apenas pelas pessoa que trabalham na Expo, mas também pelas empresas e pela engenharia portuguesa», adiantou.
O comissário Torres Campos, António Mega Ferreira, o historiador António Hespanha, Simoneta Luz Afonso, foram algumas das pessoas que acompanharam o primeiro-ministro e os ministros António Costa - que tem a tutela da Expo - e João Cravinho.
António Guterres visitou o Pavilhão de Portugal, a Área Internacional Sul (onde esteve no pavilhão do Japão), o Teatro Camões (com 960 lugares), o Oceanário e o Pavilhão da Utopia, cuja estrutura, toda em madeira, sugere o casco de uma gigantesca nau de carreira da Índia virada de quilha para o ar.
Um factor de unidade
«É muito importante que hoje a Expo não seja, como já foi, um factor de polémica mas sim um factor de unidade entre os portugueses e de orgulho nacional», explicou.
Questionado pelos jornalistas sobre os custos previstos, António Guterres frisou que as previsões financeiras feitas há um ano por Torres Campos mantêm-se neste momento perfeitamente actualizadas.
Isto é, «depois de uma história passada que agora não interessa, as previsões feitas há um ano estão a concretizar-se, e não esperamos qualquer derrapagem adicional», frisou.
Hoje «a Expo'98 é um traço de união entre os portugueses e um factor de confiança no futuro do País», disse ainda o primeiro-ministro, depois de, num dia de chuva insistente, ter percorrido boa parte das instalações.
Governo decide futuro dos pavilhões
O Conselho de Ministros vai decidir no próximo dia 15 de Maio o destino de muitos dos pavilhões da Expo'98, revelou António Guterres durante a visita ao local.
Na ocasião, o primeiro-ministro, que chegou ao local viajando de metropolitano através da nova linha do Oriente, disse que a linha vai ser prolongada de forma a unir as várias linhas do metro que actualmente formam um feixe radical.
Entretanto, se tudo correr como previsto, isto é, se a Direcção-Geral de Transportes, que está a fazer a vistoria às obras, não detectar problemas, a nova linha do Metropolitano que liga o Cais do Sodré ao Campo Grande deverá entrar em funcionamento ainda hoje.
Dia 29 de Abril - Fórum Lisboa
FESTA DA REPÚBLICA - FESTA DA LIBERDADE
É já no próximo dia 29 que se realiza a Festa da República - Festa da Liberdade, no Fórum Lisboa (antigo cinema Roma), e no decorrer da qual será prestada uma a homenagem a Fernando Valle, insigne democrata e fundador do PS.
Iniciativa da Biblioteca-Museu República e Resistência, da Comissão Executiva fazem parte António Reis, João Mário Mascarenhas, Carlos Carranca, Antonino Ventura e o pintor Mário Silva.
O Presidente da República, Jorge Sampaio, integra a Comissão de Honra, que é composta por numerosas personalidades como Almeida Santos, Mário Soares, Manuel Alegre, Lopes Cardoso, Raul Rego, Aquilino Ribeiro Machado, João Soares, António Campos, Fausto Correia, António Arnaut, Teresa Portugal e Fernando Pessa, entre outros.
Do programa da Festa da República consta um jantar no Fórum Lisboa com início às 19 horas, seguindo-se uma «Noite das Artes».
Haverá intervenções de Jorge Sampaio, Manuel Alegre, Almeida Santos e João Soares.
A «Noite das Artes» constará de um espectáculo de guitarra, canto e poesia.
Haverá uma serenata de Coimbra com a participação de Luiz Goes, Augusto Camacho, José Henrique Dias, Arménio Marques dos Santos, Rodrigues Rocha e Artur Mota.
João Alvarez, acompanhado por Pedro Ribau e Durval Moreirinha, dará um concerto de guitarra.
Carlos Carranca e João Vasco dizem poetas portugueses acompanhados ao piano pelo maestro Jorge Machado.
Por seu turno, alunos da Escola do Teatro de Cascais dirão poemas de Federico Garcia Lorca.
Paralelamente, durante a sessão de homenagem ao camarada Fernando Valle serão pintadas três telas por Mário Silva, Michael Barret e Heitor Chichorro.
As inscrições para o jantar e espectáculo de homenagem a Fernando Valle podem ser feitas para a Biblioteca-Museu República e Resistência, Estrada de Benfica 414, telef. 7742402, fax 7782681; jornal «Artes e Artes», Rua do salitre 155 - 2º 1250 Lisboa, telef. 3523474 e fax 3150226; «Jornal de Coimbra», Rua da Sofia, telef. 852770 e ainda para o «Acção Socialista», Avenida das Descobertas, 17, 1400 Lisboa, telef. 3021243 e fax 3021240.
A inscrição é de cinco mil escudos e inclui o jantar-espectáculo, uma medalha e um livro de homenagem.
(JCCB)
Ensino do português
2010: O FUTURO DA LUSOFONIA
O português ocupará, no ano 2010, a terceira posição entre os falantes das principais línguas europeias, em termos mundiais, logo após o inglês e o espanhol, revelou um estudo elaborado pela «União Latina» divulgado no passado dia 6.
O estudo intitulado «Os lusófonos no mundo» refere que, numa dúzia de anos, o português deve ultrapassar o grupo de falantes russo/ucraniano, sendo precedido pelo inglês e espanhol.
De acordo com o documento, os lusófonos, que representavam 137 milhões de pessoas em 1980, deverão ser 219,5 milhões de indivíduos em 2010, passando deste modo da quarta à terceira posição entre os que falam as principais línguas europeias. Estas são actualmente: o inglês, o espanhol, o russo/ucraniano, o português, o francês, o alemão e o italiano.
O peso dos lusófonos é, no entanto, duas vezes menos elevado do que o dos hispanófonos e cerca de três vezes menor do que o dos anglófonos.
O aumento do número dos falantes de línguas latinas no mundo é mais significativo que os das outras línguas europeias tomadas em conjunto (inglês, alemão, russo/ucraniano).
No conjunto de línguas latinas apenas os falantes de italiano estão a perder terreno.
Língua de trabalho...
É também com os olhos postos no futuro que há têm surgido afirmações sobre a possibilidade de o idioma português poder tornar-se, em breve, uma língua de trabalho em várias organizações internacionais, uma vez decorridas negociações avançadas na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e na Organização da Unidade Africana (OUA).
Em recentes declarações à Comunicação Social, o presidente do Instituto Camões (IC), Jorge Couto, indicou a existência de esforços nesse sentido e salientou que, «embora mais atrasadas, existem já negociações no mesmo sentido com a Organização dos Estados Americanos (OEA)».
Jorge Couto lembrou que a língua portuguesa é já disciplina obrigatória no ensino secundário em três países da América Latina - Argentina, Paraguai e Uruguai - e que o mesmo sucederá, em breve, no Chile.
O responsável do IC destacou a existência de Leitorados de Português em Buenos Aires e Rosário e que estão a fazer-se esforços no sentido de se criar um outro em Córdoba, também na Argentina, e outro ainda em Montevideo, Uruguai.
Seminário na Fundação Calouste Gulbenkian
«QUARTETO NOBEL» EM LISBOA
A Cultura na Europa vai estar em debate de 4 a 6 de Maio em Lisboa, no âmbito de um seminário internacional que a Fundação Calouste Gulbenkian realiza com a participação de quatro prémios Nobel.
Elie Wiesel, Nobel da Paz em 1986, Gerald Edelman, Nobel da Medicina em 1972, Ilya Prigogine, Nobel da Química em 1977 e Wole Soyinka, Nobel da Literatura em 1986, estarão presentes no encontro.
Para debater em Lisboa questões tão complexas como «A Identidade Europeia e as Culturas Nacionais», «Massificação e Cultura» ou «O Estado e a Cultura» foram ainda convidadas personalidades reconhecidas como Felipe González, António Tabucchi, George Steiner e Gore Vidal, entre outros.
De Portugal são esperados os contributos de Mário Soares, Diogo Freitas do Amaral, Eduardo Lourenço, Roberto Carneiro, Francisco Pinto Balsemão, José Manuel Durão Barroso, Pedro Tamen, Eduardo Marçal Grilo, Maria Filomena Mónica e José Pacheco Pereira.
A Europa, que foi já analisada em anteriores seminários organizados pela Gulbenkian nas perspectivas política, económica e social, é agora retomada como tema central à luz daquela que pode ser considerada a sua componente mais distintiva: a Cultura.
Continente de «pluralidade flagrante», a Europa afirmou-se desde muito cedo como uma «civilização diversa e mutável, logo um conjunto de culturas plurais, afins, conflituosas e contraditórias», lê-se no texto de apresentação do seminário.
Actualmente, fruto da «gradual abertura das sociedades» e da «mundialização das economias», as culturas na Europa confrontam-se inevitavelmente com as provenientes de outros continentes e outras civilizações.
Os pontos de partida para o debate são inúmeros: cultura de massas versus cultura de elite, cultura humanista contra cultura científica, a questão social, a democratização da cultura, o surgimento das chamadas indústrias culturais, a cultura como factor de cidadania. Estes são alguns dos temas a abordar durante as 13 sessões que completam o programa do «Seminário Internacional Europa e Cultura».
Açores
GOVERNO RECUPERA HABITAÇÕES DEGRADADAS
Os Açores têm largas bolsas de pobreza que o Governo Regional do PS está apostado em eliminar. A herança de Mota Amaral neste domínio é Obra.
Neste contexto, o Executivo açoriano, presidido pelo socialista Carlos César, vai investir até 1999, nas ilhas de S. Miguel e Santa Maria, 132 mil contos na recuperação de habitações degradadas, no âmbito de projectos contra a pobreza.
Assim, um protocolo assinado no dia 13 entre as direcções regionais da Habitação e Segurança Social e quatro entidades gestoras dos projectos, prevê que 75 mil contos da verba total seja destinada à criação de núcleos de restauro de moradias degradadas.
Os projectos de luta contra a pobreza abrangidos pelo protocolo têm como zonas de intervenção os concelhos de Lagoa, Povoação, Ponta Delgada (S. Miguel) e Vila do Porto (Santa Maria).
No âmbito desta medida governamental, já foram assinados protocolos similares que abrangem projectos no valor de 57 mil contos em Rabo de Peixe e Ponta Delgada.
O apoio financeiro do Governo Regional destina-se exclusivamente à criação dos núcleos de restauro de habitações degradadas integrando beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido.
Seminário sobre açorianidade
Trinta e cinco professores de língua portuguesa nos Estados Unidos da América e Canadá participam, em Ponta Delgada, de 20 a 31 de Julho, no XVII seminário sobre «Portugal Atlântico e a Açorianidade».
A iniciativa, do Gabinete de Emigração e Apoio às Comunidades Açorianas (Geaca), visa promover o contacto directo dos professores com as novas metodologias de ensino e com a realidade sociocultural açoriana.
No seminário estará em análise a história da Língua Portuguesa, literatura de significação açoriana, história da sociedade e cultura das ilhas, didáctica da língua e ensino bilingue.
Residência para sem-abrigo da Terceira
O Governo Regional dos Açores tenciona construir uma residência como solução para dar abrigo a cerca de 15 pessoas sem família no concelho da Praia da Vitoria, ilha Terceira.
Este projecto arrancará em cooperação com a Santa Casa da Misericórdia local através da recuperação de uma habitação em ruínas.
Após uma visita ao concelho, o director regional da Segurança Social considerou que «a situação dos sem-abrigo na Praia da Vitória é muito grave, dado que muitas destas pessoas, que se radicaram na ilha Terceira pelas mais diversas razões, ano possuem família, emprego, dormindo onde calha».
Nélio Lourenço garantiu, por outro lado, apoios governamentais ao movimento de combate à exclusão social e promoção do desenvolvimento local (Kairos), cujos responsáveis se manifestaram recentemente preocupados quanto ao futuro do projecto de iniciativas de economia solidária da cooperativa.
(JCCB)
Açores - Reforma educativa
ESCOLAS LECCIONAM MATÉRIAS REGIONAIS
Os currículos escolares dos estabelecimentos de ensino açorianos vão passar a poder integrar matérias de interesse regional e local. Segundo Álamo Meneses, secretário da Educação e Assuntos Sociais, tal possibilidade é contemplada num decreto legislativo a apresentar ao parlamento açoriano, integrado na segunda fase da reforma educativa prevista pelo executivo regional.
Álamo Meneses anunciou esta intenção do Governo Regional, terça-feira, em conferência de Imprensa em Angra do Heroísmo. A proposta prevê também um acompanhamento em permanência do ensino pré-primário ao nono ano de escolaridade, como forma de combater o insucesso escolar devido à mudança de escola ou de professores.
O secretário da Educação e Assuntos Sociais anunciou, ainda, a criação dos conselhos escolares, órgãos que envolvem as autarquias e os cidadãos, na perspectiva de tornar a escola numa entidade mais próxima da sociedade.
A primeira fase da reforma do sistema educativo na região iniciou-se com legislação permitindo a autonomia financeira e administrativa dos estabelecimentos de ensino e a criação das escolas básicas e integradas que leccionam do pré-escolar ao nono ano.
O secretário regional da Educação anunciou também um investimento de 25 milhões de contos nos próximos sete anos na recuperação do parque escolar e na construção de sete novos edifícios.
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SOCIEDADE & PAÍS
Expo'98 - Linha do Oriente
GUTERRES VISITOU RECINTO DA EXPOSIÇÃO
O primeiro-ministro efectuou anteontem de manhã o trajecto Alameda/Gare do Oriente, através da nova Linha do Oriente do Metropolitano de Lisboa, visitando de seguida o recinto da Expo'98.
António Guterres aproveitou esta deslocação na nova linha de metro (que ase encontra e fase de ensaios) para demonstrar aos cidadãos que a melhor forma de chegar à Expo'98 será através da utilização de transportes públicos.
«Satisfação e orgulho são duas palavras-chave neste momento», disse o primeiro ministro, ao comentar a forma como têm estado a decorrer os trabalhos de construção das instalações.
«Satisfação pelo ritmo e rigor com que têm vindo a ser realizados e orgulho pela capacidade de realização demonstrada não apenas pelas pessoa que trabalham na Expo, mas também pelas empresas e pela engenharia portuguesa», adiantou.
O comissário Torres Campos, António Mega Ferreira, o historiador António Hespanha, Simoneta Luz Afonso, foram algumas das pessoas que acompanharam o primeiro-ministro e os ministros António Costa - que tem a tutela da Expo - e João Cravinho.
António Guterres visitou o Pavilhão de Portugal, a Área Internacional Sul (onde esteve no pavilhão do Japão), o Teatro Camões (com 960 lugares), o Oceanário e o Pavilhão da Utopia, cuja estrutura, toda em madeira, sugere o casco de uma gigantesca nau de carreira da Índia virada de quilha para o ar.
Um factor de unidade
«É muito importante que hoje a Expo não seja, como já foi, um factor de polémica mas sim um factor de unidade entre os portugueses e de orgulho nacional», explicou.
Questionado pelos jornalistas sobre os custos previstos, António Guterres frisou que as previsões financeiras feitas há um ano por Torres Campos mantêm-se neste momento perfeitamente actualizadas.
Isto é, «depois de uma história passada que agora não interessa, as previsões feitas há um ano estão a concretizar-se, e não esperamos qualquer derrapagem adicional», frisou.
Hoje «a Expo'98 é um traço de união entre os portugueses e um factor de confiança no futuro do País», disse ainda o primeiro-ministro, depois de, num dia de chuva insistente, ter percorrido boa parte das instalações.
Governo decide futuro dos pavilhões
O Conselho de Ministros vai decidir no próximo dia 15 de Maio o destino de muitos dos pavilhões da Expo'98, revelou António Guterres durante a visita ao local.
Na ocasião, o primeiro-ministro, que chegou ao local viajando de metropolitano através da nova linha do Oriente, disse que a linha vai ser prolongada de forma a unir as várias linhas do metro que actualmente formam um feixe radical.
Entretanto, se tudo correr como previsto, isto é, se a Direcção-Geral de Transportes, que está a fazer a vistoria às obras, não detectar problemas, a nova linha do Metropolitano que liga o Cais do Sodré ao Campo Grande deverá entrar em funcionamento ainda hoje.
Dia 29 de Abril - Fórum Lisboa
FESTA DA REPÚBLICA - FESTA DA LIBERDADE
É já no próximo dia 29 que se realiza a Festa da República - Festa da Liberdade, no Fórum Lisboa (antigo cinema Roma), e no decorrer da qual será prestada uma a homenagem a Fernando Valle, insigne democrata e fundador do PS.
Iniciativa da Biblioteca-Museu República e Resistência, da Comissão Executiva fazem parte António Reis, João Mário Mascarenhas, Carlos Carranca, Antonino Ventura e o pintor Mário Silva.
O Presidente da República, Jorge Sampaio, integra a Comissão de Honra, que é composta por numerosas personalidades como Almeida Santos, Mário Soares, Manuel Alegre, Lopes Cardoso, Raul Rego, Aquilino Ribeiro Machado, João Soares, António Campos, Fausto Correia, António Arnaut, Teresa Portugal e Fernando Pessa, entre outros.
Do programa da Festa da República consta um jantar no Fórum Lisboa com início às 19 horas, seguindo-se uma «Noite das Artes».
Haverá intervenções de Jorge Sampaio, Manuel Alegre, Almeida Santos e João Soares.
A «Noite das Artes» constará de um espectáculo de guitarra, canto e poesia.
Haverá uma serenata de Coimbra com a participação de Luiz Goes, Augusto Camacho, José Henrique Dias, Arménio Marques dos Santos, Rodrigues Rocha e Artur Mota.
João Alvarez, acompanhado por Pedro Ribau e Durval Moreirinha, dará um concerto de guitarra.
Carlos Carranca e João Vasco dizem poetas portugueses acompanhados ao piano pelo maestro Jorge Machado.
Por seu turno, alunos da Escola do Teatro de Cascais dirão poemas de Federico Garcia Lorca.
Paralelamente, durante a sessão de homenagem ao camarada Fernando Valle serão pintadas três telas por Mário Silva, Michael Barret e Heitor Chichorro.
As inscrições para o jantar e espectáculo de homenagem a Fernando Valle podem ser feitas para a Biblioteca-Museu República e Resistência, Estrada de Benfica 414, telef. 7742402, fax 7782681; jornal «Artes e Artes», Rua do salitre 155 - 2º 1250 Lisboa, telef. 3523474 e fax 3150226; «Jornal de Coimbra», Rua da Sofia, telef. 852770 e ainda para o «Acção Socialista», Avenida das Descobertas, 17, 1400 Lisboa, telef. 3021243 e fax 3021240.
A inscrição é de cinco mil escudos e inclui o jantar-espectáculo, uma medalha e um livro de homenagem.
(JCCB)
Ensino do português
2010: O FUTURO DA LUSOFONIA
O português ocupará, no ano 2010, a terceira posição entre os falantes das principais línguas europeias, em termos mundiais, logo após o inglês e o espanhol, revelou um estudo elaborado pela «União Latina» divulgado no passado dia 6.
O estudo intitulado «Os lusófonos no mundo» refere que, numa dúzia de anos, o português deve ultrapassar o grupo de falantes russo/ucraniano, sendo precedido pelo inglês e espanhol.
De acordo com o documento, os lusófonos, que representavam 137 milhões de pessoas em 1980, deverão ser 219,5 milhões de indivíduos em 2010, passando deste modo da quarta à terceira posição entre os que falam as principais línguas europeias. Estas são actualmente: o inglês, o espanhol, o russo/ucraniano, o português, o francês, o alemão e o italiano.
O peso dos lusófonos é, no entanto, duas vezes menos elevado do que o dos hispanófonos e cerca de três vezes menor do que o dos anglófonos.
O aumento do número dos falantes de línguas latinas no mundo é mais significativo que os das outras línguas europeias tomadas em conjunto (inglês, alemão, russo/ucraniano).
No conjunto de línguas latinas apenas os falantes de italiano estão a perder terreno.
Língua de trabalho...
É também com os olhos postos no futuro que há têm surgido afirmações sobre a possibilidade de o idioma português poder tornar-se, em breve, uma língua de trabalho em várias organizações internacionais, uma vez decorridas negociações avançadas na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e na Organização da Unidade Africana (OUA).
Em recentes declarações à Comunicação Social, o presidente do Instituto Camões (IC), Jorge Couto, indicou a existência de esforços nesse sentido e salientou que, «embora mais atrasadas, existem já negociações no mesmo sentido com a Organização dos Estados Americanos (OEA)».
Jorge Couto lembrou que a língua portuguesa é já disciplina obrigatória no ensino secundário em três países da América Latina - Argentina, Paraguai e Uruguai - e que o mesmo sucederá, em breve, no Chile.
O responsável do IC destacou a existência de Leitorados de Português em Buenos Aires e Rosário e que estão a fazer-se esforços no sentido de se criar um outro em Córdoba, também na Argentina, e outro ainda em Montevideo, Uruguai.
Seminário na Fundação Calouste Gulbenkian
«QUARTETO NOBEL» EM LISBOA
A Cultura na Europa vai estar em debate de 4 a 6 de Maio em Lisboa, no âmbito de um seminário internacional que a Fundação Calouste Gulbenkian realiza com a participação de quatro prémios Nobel.
Elie Wiesel, Nobel da Paz em 1986, Gerald Edelman, Nobel da Medicina em 1972, Ilya Prigogine, Nobel da Química em 1977 e Wole Soyinka, Nobel da Literatura em 1986, estarão presentes no encontro.
Para debater em Lisboa questões tão complexas como «A Identidade Europeia e as Culturas Nacionais», «Massificação e Cultura» ou «O Estado e a Cultura» foram ainda convidadas personalidades reconhecidas como Felipe González, António Tabucchi, George Steiner e Gore Vidal, entre outros.
De Portugal são esperados os contributos de Mário Soares, Diogo Freitas do Amaral, Eduardo Lourenço, Roberto Carneiro, Francisco Pinto Balsemão, José Manuel Durão Barroso, Pedro Tamen, Eduardo Marçal Grilo, Maria Filomena Mónica e José Pacheco Pereira.
A Europa, que foi já analisada em anteriores seminários organizados pela Gulbenkian nas perspectivas política, económica e social, é agora retomada como tema central à luz daquela que pode ser considerada a sua componente mais distintiva: a Cultura.
Continente de «pluralidade flagrante», a Europa afirmou-se desde muito cedo como uma «civilização diversa e mutável, logo um conjunto de culturas plurais, afins, conflituosas e contraditórias», lê-se no texto de apresentação do seminário.
Actualmente, fruto da «gradual abertura das sociedades» e da «mundialização das economias», as culturas na Europa confrontam-se inevitavelmente com as provenientes de outros continentes e outras civilizações.
Os pontos de partida para o debate são inúmeros: cultura de massas versus cultura de elite, cultura humanista contra cultura científica, a questão social, a democratização da cultura, o surgimento das chamadas indústrias culturais, a cultura como factor de cidadania. Estes são alguns dos temas a abordar durante as 13 sessões que completam o programa do «Seminário Internacional Europa e Cultura».
Açores
GOVERNO RECUPERA HABITAÇÕES DEGRADADAS
Os Açores têm largas bolsas de pobreza que o Governo Regional do PS está apostado em eliminar. A herança de Mota Amaral neste domínio é Obra.
Neste contexto, o Executivo açoriano, presidido pelo socialista Carlos César, vai investir até 1999, nas ilhas de S. Miguel e Santa Maria, 132 mil contos na recuperação de habitações degradadas, no âmbito de projectos contra a pobreza.
Assim, um protocolo assinado no dia 13 entre as direcções regionais da Habitação e Segurança Social e quatro entidades gestoras dos projectos, prevê que 75 mil contos da verba total seja destinada à criação de núcleos de restauro de moradias degradadas.
Os projectos de luta contra a pobreza abrangidos pelo protocolo têm como zonas de intervenção os concelhos de Lagoa, Povoação, Ponta Delgada (S. Miguel) e Vila do Porto (Santa Maria).
No âmbito desta medida governamental, já foram assinados protocolos similares que abrangem projectos no valor de 57 mil contos em Rabo de Peixe e Ponta Delgada.
O apoio financeiro do Governo Regional destina-se exclusivamente à criação dos núcleos de restauro de habitações degradadas integrando beneficiários do Rendimento Mínimo Garantido.
Seminário sobre açorianidade
Trinta e cinco professores de língua portuguesa nos Estados Unidos da América e Canadá participam, em Ponta Delgada, de 20 a 31 de Julho, no XVII seminário sobre «Portugal Atlântico e a Açorianidade».
A iniciativa, do Gabinete de Emigração e Apoio às Comunidades Açorianas (Geaca), visa promover o contacto directo dos professores com as novas metodologias de ensino e com a realidade sociocultural açoriana.
No seminário estará em análise a história da Língua Portuguesa, literatura de significação açoriana, história da sociedade e cultura das ilhas, didáctica da língua e ensino bilingue.
Residência para sem-abrigo da Terceira
O Governo Regional dos Açores tenciona construir uma residência como solução para dar abrigo a cerca de 15 pessoas sem família no concelho da Praia da Vitoria, ilha Terceira.
Este projecto arrancará em cooperação com a Santa Casa da Misericórdia local através da recuperação de uma habitação em ruínas.
Após uma visita ao concelho, o director regional da Segurança Social considerou que «a situação dos sem-abrigo na Praia da Vitória é muito grave, dado que muitas destas pessoas, que se radicaram na ilha Terceira pelas mais diversas razões, ano possuem família, emprego, dormindo onde calha».
Nélio Lourenço garantiu, por outro lado, apoios governamentais ao movimento de combate à exclusão social e promoção do desenvolvimento local (Kairos), cujos responsáveis se manifestaram recentemente preocupados quanto ao futuro do projecto de iniciativas de economia solidária da cooperativa.
(JCCB)
Açores - Reforma educativa
ESCOLAS LECCIONAM MATÉRIAS REGIONAIS
Os currículos escolares dos estabelecimentos de ensino açorianos vão passar a poder integrar matérias de interesse regional e local. Segundo Álamo Meneses, secretário da Educação e Assuntos Sociais, tal possibilidade é contemplada num decreto legislativo a apresentar ao parlamento açoriano, integrado na segunda fase da reforma educativa prevista pelo executivo regional.
Álamo Meneses anunciou esta intenção do Governo Regional, terça-feira, em conferência de Imprensa em Angra do Heroísmo. A proposta prevê também um acompanhamento em permanência do ensino pré-primário ao nono ano de escolaridade, como forma de combater o insucesso escolar devido à mudança de escola ou de professores.
O secretário da Educação e Assuntos Sociais anunciou, ainda, a criação dos conselhos escolares, órgãos que envolvem as autarquias e os cidadãos, na perspectiva de tornar a escola numa entidade mais próxima da sociedade.
A primeira fase da reforma do sistema educativo na região iniciou-se com legislação permitindo a autonomia financeira e administrativa dos estabelecimentos de ensino e a criação das escolas básicas e integradas que leccionam do pré-escolar ao nono ano.
O secretário regional da Educação anunciou também um investimento de 25 milhões de contos nos próximos sete anos na recuperação do parque escolar e na construção de sete novos edifícios.