Ladrões de Bicicletas: O tanque e os manifestos

22-05-2019
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Paulo Trigo Pereira (PTP) decidiu pronunciar-se sobre o manifesto pelo emprego no esvaziado tanque das ideias do PS: «É surpreendentemente pobre e errática a argumentação». Nada que surpreenda: PTP prefere atrelar-se e atrelar o PS ao manifesto dos 28. Com estes intelectuais orgânicos, não admira que o PS também vá pescar nas águas do Compromisso Portugal. Continua a insistir-se na «taxa de natural de desemprego» de duvidosa fama teórica e empírica. Sim, é verdade que os cálculos dos custos do desemprego tomam, implicitamente, como referência um mundo sem desemprego. E depois? Antes isso do que tomar como referência uma taxa de desemprego arbitrária, natural ou não, que só serve para justificar uma política económica que usa o desemprego como mecanismo para disciplinar o mundo do trabalho. Aqui temos outras prioridades normativas. Os custos de protecção social são, entre outros, os custos com os subsídios de desemprego, o resultado de uma política complacente. Nada que faça perder uma linha a PTP, que parece achar que esta crise se cura a si mesma sem investimento público que deixe lastro. Quem subscreveu o manifesto acha que os custos de confiarmos nas forças de mercado são, no actual contexto, demasiado elevados.«Outra coisa surpreendente do manifesto dos 51 é uma posição claramente europeísta de algumas pessoas que não são tidas como europeístas». Quem é que não é tido como europeísta? Aqui sempre se defendeu um vigoroso aumento do orçamento comunitário e sempre se criticou a actual arquitectura do desgoverno económico europeu que mais parece tirada de um manual de teoria da escolha pública. O desastre está à vista. De resto, é preciso ser caridoso para considerar a atoarda de Vital Moreira sobre o imposto europeu, logo prontamente desmentida pelo PS, uma proposta. Também já aqui defendemos que ou bem que temos um Estado federal, com algum tipo de imposto europeu e com dívida pública europeia, ou bem que a utopia de uma moeda sem Estado acabará mal. Os europeístas felizes do tanque do PS, que andaram estes anos todos a gabar os génios que nos meteram neste buraco institucional, feito com PEC e BCE, é que têm contas a prestar.


Paulo Trigo Pereira (PTP) decidiu pronunciar-se sobre o manifesto pelo emprego no esvaziado tanque das ideias do PS: «É surpreendentemente pobre e errática a argumentação». Nada que surpreenda: PTP prefere atrelar-se e atrelar o PS ao manifesto dos 28. Com estes intelectuais orgânicos, não admira que o PS também vá pescar nas águas do Compromisso Portugal. Continua a insistir-se na «taxa de natural de desemprego» de duvidosa fama teórica e empírica. Sim, é verdade que os cálculos dos custos do desemprego tomam, implicitamente, como referência um mundo sem desemprego. E depois? Antes isso do que tomar como referência uma taxa de desemprego arbitrária, natural ou não, que só serve para justificar uma política económica que usa o desemprego como mecanismo para disciplinar o mundo do trabalho. Aqui temos outras prioridades normativas. Os custos de protecção social são, entre outros, os custos com os subsídios de desemprego, o resultado de uma política complacente. Nada que faça perder uma linha a PTP, que parece achar que esta crise se cura a si mesma sem investimento público que deixe lastro. Quem subscreveu o manifesto acha que os custos de confiarmos nas forças de mercado são, no actual contexto, demasiado elevados.«Outra coisa surpreendente do manifesto dos 51 é uma posição claramente europeísta de algumas pessoas que não são tidas como europeístas». Quem é que não é tido como europeísta? Aqui sempre se defendeu um vigoroso aumento do orçamento comunitário e sempre se criticou a actual arquitectura do desgoverno económico europeu que mais parece tirada de um manual de teoria da escolha pública. O desastre está à vista. De resto, é preciso ser caridoso para considerar a atoarda de Vital Moreira sobre o imposto europeu, logo prontamente desmentida pelo PS, uma proposta. Também já aqui defendemos que ou bem que temos um Estado federal, com algum tipo de imposto europeu e com dívida pública europeia, ou bem que a utopia de uma moeda sem Estado acabará mal. Os europeístas felizes do tanque do PS, que andaram estes anos todos a gabar os génios que nos meteram neste buraco institucional, feito com PEC e BCE, é que têm contas a prestar.

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