Ladrões de Bicicletas: Pintar o clima

12-10-2019
marcar artigo


Recorrendo a dados do Berkeley Earth para a maior parte dos países, Ed Hawkins (Centro Nacional de Ciência Atmosférica da Universidade de Reading) construiu gráficos coloridos para melhor ilustrar a variação da temperatura média entre 1850 e 2018, com os anos a azul a registar os valores mais baixos e a vermelho os mais elevados.

Um dos aspetos que mais sobressai deste exercício é a constatação de que o aquecimento à escala global se intensificou apenas num tempo recente (desde finais dos anos oitenta) e, portanto, com um padrão e um ritmo dificilmente conciliáveis com a ideia de estarmos perante um fenómeno gradual, alheio à ação humana, que apenas reflete os longos ciclos naturais de aumento e redução da temperatura do planeta.

De facto, o acumular de sinais e alertas que apontam, de modo cada vez mais consistente, para o risco de uma catástrofe sem precedentes - levando hoje para as ruas milhares de jovens em todo o mundo - não só esvazia os argumentos dos que negam as alterações climáticas (ou o papel da ação humana nesse processo) como obriga a reconhecer as implicações profundas do seu combate. Isto é, como aqui assinalou o João Rodrigues, a necessidade de «uma nova política económica», que valorize o bem comum, reduza as desigualdades e mobilize «formas de planificação exigentes» (que assegurem o «controlo público das redes, da banca e das grandes alavancas de investimento»), sem dispensar uma certa «desglobalização dos circuitos económicos».


Recorrendo a dados do Berkeley Earth para a maior parte dos países, Ed Hawkins (Centro Nacional de Ciência Atmosférica da Universidade de Reading) construiu gráficos coloridos para melhor ilustrar a variação da temperatura média entre 1850 e 2018, com os anos a azul a registar os valores mais baixos e a vermelho os mais elevados.

Um dos aspetos que mais sobressai deste exercício é a constatação de que o aquecimento à escala global se intensificou apenas num tempo recente (desde finais dos anos oitenta) e, portanto, com um padrão e um ritmo dificilmente conciliáveis com a ideia de estarmos perante um fenómeno gradual, alheio à ação humana, que apenas reflete os longos ciclos naturais de aumento e redução da temperatura do planeta.

De facto, o acumular de sinais e alertas que apontam, de modo cada vez mais consistente, para o risco de uma catástrofe sem precedentes - levando hoje para as ruas milhares de jovens em todo o mundo - não só esvazia os argumentos dos que negam as alterações climáticas (ou o papel da ação humana nesse processo) como obriga a reconhecer as implicações profundas do seu combate. Isto é, como aqui assinalou o João Rodrigues, a necessidade de «uma nova política económica», que valorize o bem comum, reduza as desigualdades e mobilize «formas de planificação exigentes» (que assegurem o «controlo público das redes, da banca e das grandes alavancas de investimento»), sem dispensar uma certa «desglobalização dos circuitos económicos».

marcar artigo