António Costa diz que reformas de Draghi não dizem respeito a Portugal

11-04-2016
marcar artigo

António Costa defende que as reformas mencionadas por Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, no seu discurso no Conselho de Estado não eram dirigidas a Portugal, afirmando que o país nunca teve problemas com a sua legislação laboral. No que diz respeito ao envolvimento do seu “melhor amigo” Diogo Lacerda Machado nalguns dos tópicos mais sensíveis do Estado como as negociações da TAP, lesados do BES e ainda o BPI, o primeiro-ministro diz que “a sua expertise negocial tem ajudado a resolver bastantes problemas”, embora este advogado não tenha nenhuma função governamental.

Numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF muito centrada nos problemas da banca, António Costa afirmou “que a culpa não pode morrer solteira” no caso do Banif e que “o peso que os contribuintes tiveram de suportar com o caso Banif exige explicações”. Sobre a solução para o BPI, apesar de ainda não haver certezas quanto ao possível acordo entre Isabel dos Santos e CaixaBank, o primeiro-ministro afirmou não há razão para não confiar “que as partes chegam a um entendimento em tempo útil”. Esta será uma marca importante para o Governo, defendeu o socialista:

Tenho confiança em que, resolvido este problema do BPI, tenhamos agora condições para, desempenhando menos a função de bombeiro voluntário, que possamos concentrar-nos na função de engenharia para a conclusão do processo e possamos mesmo entrar na fase de execução de empreitada”, afirmou o primeiro-ministro.

Sobre a vinda a Portugal de Mario Draghi a convite de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa defende que as reformas que o presidente do Banco Central Europeu mencionou não dizem respeito a Portugal. “Cada país precisa das suas próprias reformas. Grande parte das mencionadas pelo presidente Draghi dizem certamente respeito a países que não Portugal. Por cá nunca houve um problema de legislação do trabalho que tivesse impedido a Autoeuropa de ser a fábrica mais produtiva do Grupo Volkswagen”, defendeu o primeiro-ministro.

Mas Costa avisa que a crise não foi ultrapassada e que é preciso lembrar isso a Frankfurrt e a todos os parceiros da União Europeia. No entanto, sobre a reestruturação da dívida, medida defendida no Bloco de Esquerda, no PCP e ainda entre alguns membros do PS, António Costa reafirma que o “nunca defendeu” esta solução. “É um tema que é para ser gerido cá, como é para ser gerido em todos os países europeus. Há uma coisa, para nós, muito clara: nunca haverá nenhuma solução fora do quadro europeu e que não seja trabalhada com as instituições europeias“, esclareceu o socialista.

Diogo Lacerda Machado, advogado e o “melhor amigo” de António Costa – segundo o próprio – foi outro dos grandes temas da entrevista. Questionado sobre o envolvimento do seu amigo, que não faz parte do Governo, nas grandes negociações do Estado como a TAP ou os lesados do BES, António Costa defende que ele disponibilizou “sempre para colaborar em tudo aquilo que fosse útil” e que “a sua expertise negocial tem ajudado a resolver bastantes problemas”. Segundo o primeiro-ministro, Lacerda Machado já terá um contrato com o Estado para poder mediar certas negociações.

CGD com administração independente e as relações com o governador

O primeiro-ministro disse ainda nesta entrevista Mário Centeno, ministro das Finanças, “tem vindo a proceder a contactos” para a substituição da administração da Caixa Geral de Depósitos, assim que as contas estejam devidamente aprovadas. Nova administração será independente. “Voltaremos, certamente, a uma tradição de que a designação da administração da CGD será independente das cores partidárias dos administradores. Acho que é uma prática correta que, antes de as decisões finais serem tomadas, se proceda à audição dos partidos parlamentares“, afirmou o primeiro-ministro.

António Costa falou também das suas relações com Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, dizendo que são “corretas”, dizendo que há vontade para reforçar “o sistema de supervisão comportamental e prudencial, de avançarmos uma legislação que clarifique e evite complicações de funções entre os mecanismos de resolução” nas próximas semanas.

Continuar a ler

António Costa defende que as reformas mencionadas por Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, no seu discurso no Conselho de Estado não eram dirigidas a Portugal, afirmando que o país nunca teve problemas com a sua legislação laboral. No que diz respeito ao envolvimento do seu “melhor amigo” Diogo Lacerda Machado nalguns dos tópicos mais sensíveis do Estado como as negociações da TAP, lesados do BES e ainda o BPI, o primeiro-ministro diz que “a sua expertise negocial tem ajudado a resolver bastantes problemas”, embora este advogado não tenha nenhuma função governamental.

Numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF muito centrada nos problemas da banca, António Costa afirmou “que a culpa não pode morrer solteira” no caso do Banif e que “o peso que os contribuintes tiveram de suportar com o caso Banif exige explicações”. Sobre a solução para o BPI, apesar de ainda não haver certezas quanto ao possível acordo entre Isabel dos Santos e CaixaBank, o primeiro-ministro afirmou não há razão para não confiar “que as partes chegam a um entendimento em tempo útil”. Esta será uma marca importante para o Governo, defendeu o socialista:

Tenho confiança em que, resolvido este problema do BPI, tenhamos agora condições para, desempenhando menos a função de bombeiro voluntário, que possamos concentrar-nos na função de engenharia para a conclusão do processo e possamos mesmo entrar na fase de execução de empreitada”, afirmou o primeiro-ministro.

Sobre a vinda a Portugal de Mario Draghi a convite de Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa defende que as reformas que o presidente do Banco Central Europeu mencionou não dizem respeito a Portugal. “Cada país precisa das suas próprias reformas. Grande parte das mencionadas pelo presidente Draghi dizem certamente respeito a países que não Portugal. Por cá nunca houve um problema de legislação do trabalho que tivesse impedido a Autoeuropa de ser a fábrica mais produtiva do Grupo Volkswagen”, defendeu o primeiro-ministro.

Mas Costa avisa que a crise não foi ultrapassada e que é preciso lembrar isso a Frankfurrt e a todos os parceiros da União Europeia. No entanto, sobre a reestruturação da dívida, medida defendida no Bloco de Esquerda, no PCP e ainda entre alguns membros do PS, António Costa reafirma que o “nunca defendeu” esta solução. “É um tema que é para ser gerido cá, como é para ser gerido em todos os países europeus. Há uma coisa, para nós, muito clara: nunca haverá nenhuma solução fora do quadro europeu e que não seja trabalhada com as instituições europeias“, esclareceu o socialista.

Diogo Lacerda Machado, advogado e o “melhor amigo” de António Costa – segundo o próprio – foi outro dos grandes temas da entrevista. Questionado sobre o envolvimento do seu amigo, que não faz parte do Governo, nas grandes negociações do Estado como a TAP ou os lesados do BES, António Costa defende que ele disponibilizou “sempre para colaborar em tudo aquilo que fosse útil” e que “a sua expertise negocial tem ajudado a resolver bastantes problemas”. Segundo o primeiro-ministro, Lacerda Machado já terá um contrato com o Estado para poder mediar certas negociações.

CGD com administração independente e as relações com o governador

O primeiro-ministro disse ainda nesta entrevista Mário Centeno, ministro das Finanças, “tem vindo a proceder a contactos” para a substituição da administração da Caixa Geral de Depósitos, assim que as contas estejam devidamente aprovadas. Nova administração será independente. “Voltaremos, certamente, a uma tradição de que a designação da administração da CGD será independente das cores partidárias dos administradores. Acho que é uma prática correta que, antes de as decisões finais serem tomadas, se proceda à audição dos partidos parlamentares“, afirmou o primeiro-ministro.

António Costa falou também das suas relações com Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, dizendo que são “corretas”, dizendo que há vontade para reforçar “o sistema de supervisão comportamental e prudencial, de avançarmos uma legislação que clarifique e evite complicações de funções entre os mecanismos de resolução” nas próximas semanas.

Continuar a ler

marcar artigo