Tempos politicamente interessantes…

28-01-2016
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Bem interessantes politicamente os tempos que se avizinham. Ao contrário do que pensa o Jorge julgo que o papel do actual Presidente da República é praticamente irrelevante, prestes a sair de cena, certamente com honrarias mas sem honra nem glória. Os protagonistas são outros, com o PS a concentrar as principais atenções. Não pela resposta aos apelos dos partidos à sua esquerda, que até António Costa descartou imediatamente na 1ª declaração após serem conhecidos os resultados eleitorais do passado Domingo. Álvaro Beleza primeiro e Francisco Assis depois, trataram de marcar território, questionando a liderança e defendendo a viabilização do programa do governo minoritário da actual coligação no poder, através da abstenção na votação para o Orçamento de Estado 2016.

Ironicamente o PSD que temeu António Costa vê na sua manutenção o principal aliado, adivinhando nuvens ainda dispersas num horizonte que pode não estar assim tão distante, oferendo ao PS a presidência da A.R., que Ferro Rodrigues estará disponível para aceitar e certamente outros cargos e lugares de nomeação num acordo tácito cuja existência será muito provavelmente negada por todas as partes…

A estratégia dos contestatários da actual liderança socialista passa por impor ao Partido que apoie Maria de Belém nas presidenciais. Por sua vez a liderança parece apenas disposta a descartar Sampaio da Nóvoa, em primeiro lugar para evitar uma colagem politicamente perigosa a um B.E. em ascensão, em segunda para não arriscar uma derrota interna face aos apoios que a antiga ministra colhe nas bases do partido por compreensíveis razões de afectividade que pouco ou nada têm a ver com os interesses na cúpula. Mas Assis já veio defender que um Congresso apenas se deveria realizar após as presidenciais 2016. O que tem algumas vantagens, primeiro queimar António Costa fragilizado no rescaldo das legislativas em lume brando, depois em caso de vitória de Marcelo Rebelo de Sousa, relembrar que a anterior liderança de António José Seguro havia ganho autárquicas e europeias, face às derrotas de António Costa nas legislativas e presidenciais. Na possibilidade de Maria de Belém causar uma surpresa e derrotar a pitonisa do regime, tal vitória não seria vista como resultado da estratégia ganhadora do actual secretário-geral, bem pelo contrário.

Curiosamente ou talvez não, as presidenciais também animam as bases laranjas confiantes na vitória do seu candidato, causando preocupação a Pedro Passos Coelho. Sabido que Marcelo não morre de amores por Paulo Portas desde a indigestão após uma célebre vichyssoise, ainda tentaram convencer Rui Rio a avançar, mas após falhar o objectivo de alcançar a maioria absoluta, o actual líder social democrata não tem força política para se atravessar impondo um nome ao partido, quando as hostes e aparelho já se mobilizam. Colar-se ao candidato para reclamar um quinhão da vitória na noite eleitoral será o melhor que podem conseguir, mas conhecendo o longo historial político de Marcelo Rebelo de Sousa, que apenas alinha consigo próprio, talvez a prazo a sua vitória venha a colher mais benefícios no Largo do Rato que propriamente na S. Caetano à Lapa.

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Bem interessantes politicamente os tempos que se avizinham. Ao contrário do que pensa o Jorge julgo que o papel do actual Presidente da República é praticamente irrelevante, prestes a sair de cena, certamente com honrarias mas sem honra nem glória. Os protagonistas são outros, com o PS a concentrar as principais atenções. Não pela resposta aos apelos dos partidos à sua esquerda, que até António Costa descartou imediatamente na 1ª declaração após serem conhecidos os resultados eleitorais do passado Domingo. Álvaro Beleza primeiro e Francisco Assis depois, trataram de marcar território, questionando a liderança e defendendo a viabilização do programa do governo minoritário da actual coligação no poder, através da abstenção na votação para o Orçamento de Estado 2016.

Ironicamente o PSD que temeu António Costa vê na sua manutenção o principal aliado, adivinhando nuvens ainda dispersas num horizonte que pode não estar assim tão distante, oferendo ao PS a presidência da A.R., que Ferro Rodrigues estará disponível para aceitar e certamente outros cargos e lugares de nomeação num acordo tácito cuja existência será muito provavelmente negada por todas as partes…

A estratégia dos contestatários da actual liderança socialista passa por impor ao Partido que apoie Maria de Belém nas presidenciais. Por sua vez a liderança parece apenas disposta a descartar Sampaio da Nóvoa, em primeiro lugar para evitar uma colagem politicamente perigosa a um B.E. em ascensão, em segunda para não arriscar uma derrota interna face aos apoios que a antiga ministra colhe nas bases do partido por compreensíveis razões de afectividade que pouco ou nada têm a ver com os interesses na cúpula. Mas Assis já veio defender que um Congresso apenas se deveria realizar após as presidenciais 2016. O que tem algumas vantagens, primeiro queimar António Costa fragilizado no rescaldo das legislativas em lume brando, depois em caso de vitória de Marcelo Rebelo de Sousa, relembrar que a anterior liderança de António José Seguro havia ganho autárquicas e europeias, face às derrotas de António Costa nas legislativas e presidenciais. Na possibilidade de Maria de Belém causar uma surpresa e derrotar a pitonisa do regime, tal vitória não seria vista como resultado da estratégia ganhadora do actual secretário-geral, bem pelo contrário.

Curiosamente ou talvez não, as presidenciais também animam as bases laranjas confiantes na vitória do seu candidato, causando preocupação a Pedro Passos Coelho. Sabido que Marcelo não morre de amores por Paulo Portas desde a indigestão após uma célebre vichyssoise, ainda tentaram convencer Rui Rio a avançar, mas após falhar o objectivo de alcançar a maioria absoluta, o actual líder social democrata não tem força política para se atravessar impondo um nome ao partido, quando as hostes e aparelho já se mobilizam. Colar-se ao candidato para reclamar um quinhão da vitória na noite eleitoral será o melhor que podem conseguir, mas conhecendo o longo historial político de Marcelo Rebelo de Sousa, que apenas alinha consigo próprio, talvez a prazo a sua vitória venha a colher mais benefícios no Largo do Rato que propriamente na S. Caetano à Lapa.

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