A guerra PS-PSD, os últimos trunfos e o day-after. O estado da campanha à beira do fim

08-10-2019
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Por esta hora já sabe: a última sondagem Expresso/SIC antes das legislativas mostra o PS a perder quatro pontos e o PSD a subir cinco - face ao inquérito de Setembro. Contas feitas, a vantagem socialista cai de 19 para 10 pontos - o suficiente para a maioria absoluta ficar fora do campo de visão. Mas com 37% da intenção de voto, António Costa pode ainda manter três aliados à mão para escolher um de cinco cenários para governar depois de domingo.

Sabendo isto, e sabendo também que é tempo de gastar os últimos trunfos, ontem foi dia de disparar. E Costa escolheu Mário Centeno (o ministro mais bem visto pelos eleitores de direita) para disparar todos os cartuxos sobre Rui Rio. Diz o Filipe, que ouviu o discurso e assistiu de perto à manifestação de apoio de Manuela Eanes ao socialista, que ainda não se tinha visto nada assim - ou seja, que o PS acordou para a necessidade de recuperar votos ao centro, depois de uma campanha em que dividiu as munições por outros alvos também. Na edição de hoje do semanário, explicamos qual é a fasquia mínima de Costa: ter mais deputados do que PSD e CDS juntos, para não ficar dependente dos votos da esquerda. O que é já um sinal do que pode vir aí: governo minoritário e sem acordos.

Do lado do PSD também acabaram os paninhos quentes. Já sem Tancos na agenda, Rui Rio voltou ao argumentário ético para apontar o dedo ao esquecido familygate. E como a campanha foi em crescendo, o líder do PSD levou o único social-democrata que só conta vitórias até ao Porto, para encher as fotos e dar dinâmica ao penúltimo dia de campanha. Chama-se a isto jogar em casa, já de olho no dia seguinte. Objetivo? Tentar manter-se e esperar uma crise política, como explica no semanário o Miguel Santos Carrapatoso.

Mais à direita, o CDS entrou de luto, com a morte de Freitas do Amaral. E Assunção Cristas decidiu que era o momento de fazer as pazes com a história do partido e deixar as mágoas para trás. Hoje a campanha centrista acaba cedo. E esperar que a dimensão da perda (a eleitoral) não seja tão grande como se antevê. Uma coisa é certa: a liderança de Cristas está em jogo no domingo, explica a Mariana Lima Cunha.

Quem também fez as pazes foi Jerónimo de Sousa. Pazes com a rua e pazes com os Verdes. Ontem foi dia de encher Lisboa, garantindo um final feliz a uma campanha triste. E dia de ir ter com Heloísa Apolónia, para explicar aos sete ventos que não foi afastada, que foi ela quem quis o maior desafio da sua vida política. E depois de 6 de outubro? A palavra de ordem é "rescaldo", diz a Rosa Pedroso Lima na edição de hoje do Expresso. Até onde irá a queda?

Já o Bloco está em modo de suster a respiração. Se as sondagens baterem certo, Catarina Martins pode ser decisiva a 7 de outubro - mesmo que o resultado não seja muito melhor do que em 2015. Daí que tenha poupado o PS a mais críticas e que tenha subido a fasquia das disponibilidades do BE. Sem mais força eleitoral, é a vitória que resta: fora do Governo, mas a “rasgar novos caminhos” - nas palavras do Paulo Paixão, que acompanhou os bloquistas em campanha.

E falta o PAN, que ainda sonha com o cenário de fazer maioria com o PS. Pelo sim, pelo não, André Silva disparou em todas as direções e deixou linhas vermelhas ao PS - no dia em que, ironicamente, teve medo de um cão. É como diz o ditado: em casa de ferreiro... Quanto ao day-after, é esperar que o telefone toque, na expressão feliz da Carolina Reis. Tocará?

Já agora, referência aos pequenos. Porque há quatro que ainda podem ganhar lugar na Assembleia, diz a nossa sondagem (incluindo o RIR, de Tino de Rans). E porque um deles é o Livre, que ontem encerrou a campanha, não sabendo se com entusiasmo ou medo das sondagens. Neste caso, o ditado ("quem tem medo"...) não se aplica.

Domingo logo se vê. Nós estaremos na estrada ao longo deste último dia. E voltaremos a encontrar-nos no dia das eleições. Escolha bem, escolha informado. E lembre-se do que diz a história das legislativas sobre vitórias e derrotas, para não ser enganado nos discursos de domingo à noite. Bom voto e até lá.

Por esta hora já sabe: a última sondagem Expresso/SIC antes das legislativas mostra o PS a perder quatro pontos e o PSD a subir cinco - face ao inquérito de Setembro. Contas feitas, a vantagem socialista cai de 19 para 10 pontos - o suficiente para a maioria absoluta ficar fora do campo de visão. Mas com 37% da intenção de voto, António Costa pode ainda manter três aliados à mão para escolher um de cinco cenários para governar depois de domingo.

Sabendo isto, e sabendo também que é tempo de gastar os últimos trunfos, ontem foi dia de disparar. E Costa escolheu Mário Centeno (o ministro mais bem visto pelos eleitores de direita) para disparar todos os cartuxos sobre Rui Rio. Diz o Filipe, que ouviu o discurso e assistiu de perto à manifestação de apoio de Manuela Eanes ao socialista, que ainda não se tinha visto nada assim - ou seja, que o PS acordou para a necessidade de recuperar votos ao centro, depois de uma campanha em que dividiu as munições por outros alvos também. Na edição de hoje do semanário, explicamos qual é a fasquia mínima de Costa: ter mais deputados do que PSD e CDS juntos, para não ficar dependente dos votos da esquerda. O que é já um sinal do que pode vir aí: governo minoritário e sem acordos.

Do lado do PSD também acabaram os paninhos quentes. Já sem Tancos na agenda, Rui Rio voltou ao argumentário ético para apontar o dedo ao esquecido familygate. E como a campanha foi em crescendo, o líder do PSD levou o único social-democrata que só conta vitórias até ao Porto, para encher as fotos e dar dinâmica ao penúltimo dia de campanha. Chama-se a isto jogar em casa, já de olho no dia seguinte. Objetivo? Tentar manter-se e esperar uma crise política, como explica no semanário o Miguel Santos Carrapatoso.

Mais à direita, o CDS entrou de luto, com a morte de Freitas do Amaral. E Assunção Cristas decidiu que era o momento de fazer as pazes com a história do partido e deixar as mágoas para trás. Hoje a campanha centrista acaba cedo. E esperar que a dimensão da perda (a eleitoral) não seja tão grande como se antevê. Uma coisa é certa: a liderança de Cristas está em jogo no domingo, explica a Mariana Lima Cunha.

Quem também fez as pazes foi Jerónimo de Sousa. Pazes com a rua e pazes com os Verdes. Ontem foi dia de encher Lisboa, garantindo um final feliz a uma campanha triste. E dia de ir ter com Heloísa Apolónia, para explicar aos sete ventos que não foi afastada, que foi ela quem quis o maior desafio da sua vida política. E depois de 6 de outubro? A palavra de ordem é "rescaldo", diz a Rosa Pedroso Lima na edição de hoje do Expresso. Até onde irá a queda?

Já o Bloco está em modo de suster a respiração. Se as sondagens baterem certo, Catarina Martins pode ser decisiva a 7 de outubro - mesmo que o resultado não seja muito melhor do que em 2015. Daí que tenha poupado o PS a mais críticas e que tenha subido a fasquia das disponibilidades do BE. Sem mais força eleitoral, é a vitória que resta: fora do Governo, mas a “rasgar novos caminhos” - nas palavras do Paulo Paixão, que acompanhou os bloquistas em campanha.

E falta o PAN, que ainda sonha com o cenário de fazer maioria com o PS. Pelo sim, pelo não, André Silva disparou em todas as direções e deixou linhas vermelhas ao PS - no dia em que, ironicamente, teve medo de um cão. É como diz o ditado: em casa de ferreiro... Quanto ao day-after, é esperar que o telefone toque, na expressão feliz da Carolina Reis. Tocará?

Já agora, referência aos pequenos. Porque há quatro que ainda podem ganhar lugar na Assembleia, diz a nossa sondagem (incluindo o RIR, de Tino de Rans). E porque um deles é o Livre, que ontem encerrou a campanha, não sabendo se com entusiasmo ou medo das sondagens. Neste caso, o ditado ("quem tem medo"...) não se aplica.

Domingo logo se vê. Nós estaremos na estrada ao longo deste último dia. E voltaremos a encontrar-nos no dia das eleições. Escolha bem, escolha informado. E lembre-se do que diz a história das legislativas sobre vitórias e derrotas, para não ser enganado nos discursos de domingo à noite. Bom voto e até lá.

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