Se é que me faço entender

23-10-2015
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Ora muito bem: está quase aí a campanha eleitoral, para eleições importantíssimas, ao fim de quatro anos muito difíceis. E, entre tanta matéria escaldante e vital para o futuro, o que se discute mais? Os debates, obviamente. Poderia (e deveria) ser ironia, mas é a mais pura das verdades. Incontáveis reuniões, avanços, retrocessos, comunicados que dizem uma coisa, depois outros que esclarecem o seu contrário. Directores das televisões e partidos andaram semanas para cá e para lá, até se chegar a uma conclusão: a conclusão de que não há acordo. Acordo para quê?, perguntará o leitor. Pois, no meio de tanta poeira, aposto que continua confundido. Veja lá então se percebe: quanto ao frente a frente mais importante, esse está de pé. Pedro Passos Coelho e António Costa, olhos nos olhos, responderão, pela primeira vez, às perguntas de três jornalistas de três televisões. Em directo e simultâneo nos três canais. Logo se vê como corre. Depois, viria o outro debate, com mais gente. Mas aqui é que foi o diabo. De tal forma, que foi cancelado antes de acontecer. Siga a minha descrição: a ideia era ter Passos Coelho, António Costa, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Mas eis que Passos Coelho diz que quer lá Paulo Portas, porque o CDS é também um partido com assento parlamentar. Nem pensar, diz o PS. Os senhores quiseram apresentar-se em coligação, agora arranjem-se. Só lá pode estar um representante da coligação Portugal à Frente. Muito bem, aplaude o PCP. Até porque, se a coisa é assim, a ir o Paulo Portas, também queremos lá a Heloísa Apolónia, dos Verdes, porque também é partido com assento no Parlamento. Extremadas as posições, o PSD diz que se Paulo Portas não for, também Passos não vai. Ai é? Muito bem, façam como quiserem, ficam então no debate a quatro o PS, CDU e Bloco. Mas… espera… então mas assim o debate a quatro faz-se com três? Ou nem sequer isso, já que faltou saber se, a ser assim, António Costa aceitaria enfrentar sozinho o PCP e o Bloco. É que, à falta de um representante do Governo, muito provavelmente Costa seria confrontado como se fosse ele do Governo, já que o PS seria o único que também tem mandado em S. Bento. Ai, e agora? Agora, assim sendo, não se faz. Ah, OK, então acabou, em que ficamos? Só Costa frente a Passos e mais nada? Calma, que faltam os confrontos nos canais por cabo. E esses como são? Aí já é diferente. Se o debate é apenas descrito como coligação Portugal à Frente versus CDU, vem a informação de que a PAF não envia Passos a esse debate, mas sim Portas. Ai é?, diz a CDU. Então, por essa lógica mandamos a Heloísa Apolónia debater com Portas. Ai, e agora? Portas aceitará? Sim, aceita, e com um sorriso diz que debate com quem quer que seja. E até, pelo meio, desafia António Costa, que está sempre a criticá-lo, a vir olhá-lo nos olhos… num debate a dois. Costa, até ao momento, não foi nisso. E então, caro leitor ou leitora, percebeu tudo? Pois, e há que referir que todos lembram que isto ainda não é campanha, pois isso ainda não começou.

Ora muito bem: está quase aí a campanha eleitoral, para eleições importantíssimas, ao fim de quatro anos muito difíceis. E, entre tanta matéria escaldante e vital para o futuro, o que se discute mais? Os debates, obviamente. Poderia (e deveria) ser ironia, mas é a mais pura das verdades. Incontáveis reuniões, avanços, retrocessos, comunicados que dizem uma coisa, depois outros que esclarecem o seu contrário. Directores das televisões e partidos andaram semanas para cá e para lá, até se chegar a uma conclusão: a conclusão de que não há acordo. Acordo para quê?, perguntará o leitor. Pois, no meio de tanta poeira, aposto que continua confundido. Veja lá então se percebe: quanto ao frente a frente mais importante, esse está de pé. Pedro Passos Coelho e António Costa, olhos nos olhos, responderão, pela primeira vez, às perguntas de três jornalistas de três televisões. Em directo e simultâneo nos três canais. Logo se vê como corre. Depois, viria o outro debate, com mais gente. Mas aqui é que foi o diabo. De tal forma, que foi cancelado antes de acontecer. Siga a minha descrição: a ideia era ter Passos Coelho, António Costa, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Mas eis que Passos Coelho diz que quer lá Paulo Portas, porque o CDS é também um partido com assento parlamentar. Nem pensar, diz o PS. Os senhores quiseram apresentar-se em coligação, agora arranjem-se. Só lá pode estar um representante da coligação Portugal à Frente. Muito bem, aplaude o PCP. Até porque, se a coisa é assim, a ir o Paulo Portas, também queremos lá a Heloísa Apolónia, dos Verdes, porque também é partido com assento no Parlamento. Extremadas as posições, o PSD diz que se Paulo Portas não for, também Passos não vai. Ai é? Muito bem, façam como quiserem, ficam então no debate a quatro o PS, CDU e Bloco. Mas… espera… então mas assim o debate a quatro faz-se com três? Ou nem sequer isso, já que faltou saber se, a ser assim, António Costa aceitaria enfrentar sozinho o PCP e o Bloco. É que, à falta de um representante do Governo, muito provavelmente Costa seria confrontado como se fosse ele do Governo, já que o PS seria o único que também tem mandado em S. Bento. Ai, e agora? Agora, assim sendo, não se faz. Ah, OK, então acabou, em que ficamos? Só Costa frente a Passos e mais nada? Calma, que faltam os confrontos nos canais por cabo. E esses como são? Aí já é diferente. Se o debate é apenas descrito como coligação Portugal à Frente versus CDU, vem a informação de que a PAF não envia Passos a esse debate, mas sim Portas. Ai é?, diz a CDU. Então, por essa lógica mandamos a Heloísa Apolónia debater com Portas. Ai, e agora? Portas aceitará? Sim, aceita, e com um sorriso diz que debate com quem quer que seja. E até, pelo meio, desafia António Costa, que está sempre a criticá-lo, a vir olhá-lo nos olhos… num debate a dois. Costa, até ao momento, não foi nisso. E então, caro leitor ou leitora, percebeu tudo? Pois, e há que referir que todos lembram que isto ainda não é campanha, pois isso ainda não começou.

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