PCP saúda recuperação de direitos, "ainda que insuficientes"

25-04-2017
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O deputado do PCP Jorge Machado lembrou esta terça-feira a Revolução dos Cravos como "acto de libertação" e admitiu que o actual Governo, com o apoio dos comunistas, deu passos, "ainda que insuficientes", para recuperar "direitos e salários".

"Na nova fase de vida política nacional, na actual relação de forças, apesar das opções do PS e do seu Governo, foi possível dar passos, ainda que insuficientes, no sentido da recuperação de direitos e salários", afirmou Jorge Machado na sessão solene evocativa dos 43 anos do 25 de Abril, na Assembleia da República. "São avanços que valorizamos, mas importa ir mais longe", afirmou.

Já o PEV lamentou que depois dos "imensos avanços" do 25 de Abril se tenha recuado na governação PSD/CDS-PP, exigindo que o actual executivo governe para as pessoas e "não esbarre na obsessão de números" para Bruxelas.

No discurso na sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República, a deputada do PEV Heloísa Apolónia disse que "ter pressa de cumprir Abril é ter sede de garantir direitos e níveis dignos e verdadeiros de bem-estar e de felicidade para um povo inteiro".

"Nessa altura [25 de Abril], os avanços foram imensos, mas o problema foi o que depois em tanto se interrompeu esse avanço e até, em vários aspectos, se foi recuando", considerou, dando o exemplo dos recuos na legislatura anterior, com o Governo PSD/CDS-PP.

Para Heloísa Apolónia, o aumento de horas de trabalho, o fim de feriados, a fragilização de serviços públicos, a fúria de entrega de sectores fundamentais aos privados, os cortes nas pensões contributivas e nos apoios sociais, os cortes nos salários e o aumento brutal de impostos "foram recuos que geraram pobreza e ameaçaram seriamente os nossos níveis de desenvolvimento".

"E deram-se por escolhas ideológicas, de uma direita que claramente privilegiou os grandes interesses económicos e financeiros e não o bem-estar dos cidadãos", criticou.

Ao Governo actual, "Os Verdes" exigem "que governe para as pessoas, para o desenvolvimento do país e que não esbarre na obsessão de números bem encolhidos para Bruxelas".

"Em política não há inevitabilidades, mas sim opções, escolhas. Por isso, nesta legislatura, depois de os eleitores terem atribuído a maioria dos deputados aos partidos que se tinham comprometido com a mudança, o Partido Ecologista Os Verdes trabalhou e tem contribuído para que sejam, sem hesitações, repostas condições e direitos aos portugueses que lhes tinham sido retirados", justificou.

Heloísa Apolónia recordou os tantos "portugueses que procuraram refúgio noutros países para fugir à guerra colonial e outros para buscar melhores condições de vida", considerando existir "mais do que a obrigação de compreender o imperativo de desprezar ideias fascistas, nacionalistas, racistas, xenófobas que erguem fronteiras de desumanidade, quando exaltam o medo de refugiados ou o ódio aos imigrantes".

Quando se comemoram 43 anos da Revolução dos Cravos, "não se pode perder a dimensão da coragem que se revelou em todas as mulheres e homens que lutaram para construir Abril", disse a deputada do PEV, considerando que "em jeito de apuramento de resultados, há ainda muito por conquistar em termos de direitos sociais e ambientais". "Mas, a União Europeia tem-se constituído um sério obstáculo a esse objectivo. Formando-se em torno de elites, servindo os interesses dos poderosos, distante dos povos, ignorando as suas necessidades, exigindo metas incompreensíveis", condenou. Heloísa Apolónia recordou e criticou "Salazar, o ditador fascista, que dizia que era muito mais urgente constituir elites do que ensinar o povo a ler, porque os problemas nacionais tinham de ser resolvidos, não pelo povo, mas pelas elites".

"Era esse ditador que dizia que o jornal era o alimento intelectual do povo e que, como todos os demais alimentos, tinha de ser fiscalizado, considerando a censura mais do que legítima e até um elemento de elucidação e um correctivo necessário", lembrou, citando Ary dos Santos que falava, na época da ditadura, de um "Portugal suicidado".

25 de Abril. Partidos deixam apelos e críticas no Parlamento

O deputado do PCP Jorge Machado lembrou esta terça-feira a Revolução dos Cravos como "acto de libertação" e admitiu que o actual Governo, com o apoio dos comunistas, deu passos, "ainda que insuficientes", para recuperar "direitos e salários".

"Na nova fase de vida política nacional, na actual relação de forças, apesar das opções do PS e do seu Governo, foi possível dar passos, ainda que insuficientes, no sentido da recuperação de direitos e salários", afirmou Jorge Machado na sessão solene evocativa dos 43 anos do 25 de Abril, na Assembleia da República. "São avanços que valorizamos, mas importa ir mais longe", afirmou.

Já o PEV lamentou que depois dos "imensos avanços" do 25 de Abril se tenha recuado na governação PSD/CDS-PP, exigindo que o actual executivo governe para as pessoas e "não esbarre na obsessão de números" para Bruxelas.

No discurso na sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República, a deputada do PEV Heloísa Apolónia disse que "ter pressa de cumprir Abril é ter sede de garantir direitos e níveis dignos e verdadeiros de bem-estar e de felicidade para um povo inteiro".

"Nessa altura [25 de Abril], os avanços foram imensos, mas o problema foi o que depois em tanto se interrompeu esse avanço e até, em vários aspectos, se foi recuando", considerou, dando o exemplo dos recuos na legislatura anterior, com o Governo PSD/CDS-PP.

Para Heloísa Apolónia, o aumento de horas de trabalho, o fim de feriados, a fragilização de serviços públicos, a fúria de entrega de sectores fundamentais aos privados, os cortes nas pensões contributivas e nos apoios sociais, os cortes nos salários e o aumento brutal de impostos "foram recuos que geraram pobreza e ameaçaram seriamente os nossos níveis de desenvolvimento".

"E deram-se por escolhas ideológicas, de uma direita que claramente privilegiou os grandes interesses económicos e financeiros e não o bem-estar dos cidadãos", criticou.

Ao Governo actual, "Os Verdes" exigem "que governe para as pessoas, para o desenvolvimento do país e que não esbarre na obsessão de números bem encolhidos para Bruxelas".

"Em política não há inevitabilidades, mas sim opções, escolhas. Por isso, nesta legislatura, depois de os eleitores terem atribuído a maioria dos deputados aos partidos que se tinham comprometido com a mudança, o Partido Ecologista Os Verdes trabalhou e tem contribuído para que sejam, sem hesitações, repostas condições e direitos aos portugueses que lhes tinham sido retirados", justificou.

Heloísa Apolónia recordou os tantos "portugueses que procuraram refúgio noutros países para fugir à guerra colonial e outros para buscar melhores condições de vida", considerando existir "mais do que a obrigação de compreender o imperativo de desprezar ideias fascistas, nacionalistas, racistas, xenófobas que erguem fronteiras de desumanidade, quando exaltam o medo de refugiados ou o ódio aos imigrantes".

Quando se comemoram 43 anos da Revolução dos Cravos, "não se pode perder a dimensão da coragem que se revelou em todas as mulheres e homens que lutaram para construir Abril", disse a deputada do PEV, considerando que "em jeito de apuramento de resultados, há ainda muito por conquistar em termos de direitos sociais e ambientais". "Mas, a União Europeia tem-se constituído um sério obstáculo a esse objectivo. Formando-se em torno de elites, servindo os interesses dos poderosos, distante dos povos, ignorando as suas necessidades, exigindo metas incompreensíveis", condenou. Heloísa Apolónia recordou e criticou "Salazar, o ditador fascista, que dizia que era muito mais urgente constituir elites do que ensinar o povo a ler, porque os problemas nacionais tinham de ser resolvidos, não pelo povo, mas pelas elites".

"Era esse ditador que dizia que o jornal era o alimento intelectual do povo e que, como todos os demais alimentos, tinha de ser fiscalizado, considerando a censura mais do que legítima e até um elemento de elucidação e um correctivo necessário", lembrou, citando Ary dos Santos que falava, na época da ditadura, de um "Portugal suicidado".

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