campo aberto: Nos jornais-«Lino Ferreira sem 'medo dos papões do urbanismo'»

12-07-2018
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DEBATES À SEXTA por Helena Teixeira da Silva, no JN

«"Não tenho medo de nenhum papão, nem dos poderosíssimos que, com dinheiro ou sem ele, tentam dar a volta aos vereadores do urbanismo e aos autarcas", avisou, ontem à noite, Lino Ferreira , responsável pelas pastas do Urbanismo e Mobilidade na Câmara do Porto. Lino Ferreira "O Plano Director Municipal estava cheio de defeitos"«"Não tenho medo de nenhum papão, nem dos poderosíssimos que, com dinheiro ou sem ele, tentam dar a volta aos vereadores do urbanismo e aos autarcas", avisou, ontem à noite,, responsável pelas pastas do Urbanismo e Mobilidade na Câmara do Porto.

O vereador protagonizou, na Casa da Cultura de Paranhos, o debate organizado pela associação de defesa do ambiente "Campo Aberto", sobre a questão "Que urbanismo para os próximos dez anos?".

Júlia Lourenço , investigadora em planeamento urbanístico na Universidade do Minho, e Jacinto Rodrigues (em pé na foto) , professor da Faculdade de Arquitectura do Porto, completaram o leque de oradores.

Avesso "a dogmas da cidade alta ou baixa", Lino Ferreira explicou a aposta no licenciamento em detrimento do planeamento. "O planeamento da Câmara está parado porque o maior problema é o enorme passivo de licenciamentos. Quando cheguei, há seis meses, encontrei seis mil processos atrasados", afirmou, o que levou a alterar a macro-estrutura no sector do urbanismo. "80% dos projectos do gabinete de arquitectura não tinham qualquer utilização e eram oferecidos a algumas entidades".

Apesar da prioridade ser acelerar os licenciamentos, "grande parte das Unidades Operativas de Planeamento e Gestão serão lançadas ainda este ano", assegurou. Ao mesmo tempo, será também "publicado o concurso de ideias para ocupação do espaço público na marginal do Porto, do rio até ao mar".

Lino Ferreira reconhece que "os próximos anos não serão fáceis", mas insistiu que "se tivesse medo, não teria aceite o desafio". Nem as revelações do livro de Paulo Morais, seu antecessor, a ser lançado no dia 30 deste mês, o assustam. "Nada do que poderá vir lá escrito irá alterar a condução do urbanismo nos próximos anos", vincou. "Já não haverá muito a construir; mas a refazer para criar um ambiente no qual se possa viver. E há muita coisa para legislar. 90% do meu tempo é passado com juristas".

Nas alterações que se sentiu obrigado a impor encontra-se o Plano Director Municipal que, diz, "estava cheio de defeitos". "Não estava feito com base naquilo que pretendemos, não em termos urbanísticos, mas sociais. Por um lado, foi feito sem questionar a mobilidade. Por outro, as estruturas sociais na malha urbana também não foram questionadas. Não me refiro só aos bairros criados fora da urbe há poucos anos. Coloco também em causa aquilo que para nós significa zona de habitação sem o uso estrito do termo".

Questionado sobre "os negócios da Empresa do Metro em Contumil", o vereador desvalorizou "eventuais trocas de terrenos" e garantiu estar mais preocupado com "a requalificação urbana que a metro deveria ter feito e não fez". E se a questão é discutir "custos vergonhosos", Lino Ferreira apontou "os custos da metro no Porto, os custos da Porto 2001, da Casa da Música ou da Boavista. Tudo feito com uma impunidade vergonhosa".

Cidadania, movimento associativo, democracia participada,transparente Helena Freitas, Universidade de Coimbra, Paulo T. dos Santos, Faculdade de Ciências do Porto, e Rui Sá, ex-vereador do Ambiente- 9 de Junho.

Carlos Patrão,engenheiro informático, Marisa Matias, Universidade de Coimbra, e Miguel Bandeira,Universidade do Minho -30 de Junho.

Proximos debates

DEBATES À SEXTA por Helena Teixeira da Silva, no JN

«"Não tenho medo de nenhum papão, nem dos poderosíssimos que, com dinheiro ou sem ele, tentam dar a volta aos vereadores do urbanismo e aos autarcas", avisou, ontem à noite, Lino Ferreira , responsável pelas pastas do Urbanismo e Mobilidade na Câmara do Porto. Lino Ferreira "O Plano Director Municipal estava cheio de defeitos"«"Não tenho medo de nenhum papão, nem dos poderosíssimos que, com dinheiro ou sem ele, tentam dar a volta aos vereadores do urbanismo e aos autarcas", avisou, ontem à noite,, responsável pelas pastas do Urbanismo e Mobilidade na Câmara do Porto.

O vereador protagonizou, na Casa da Cultura de Paranhos, o debate organizado pela associação de defesa do ambiente "Campo Aberto", sobre a questão "Que urbanismo para os próximos dez anos?".

Júlia Lourenço , investigadora em planeamento urbanístico na Universidade do Minho, e Jacinto Rodrigues (em pé na foto) , professor da Faculdade de Arquitectura do Porto, completaram o leque de oradores.

Avesso "a dogmas da cidade alta ou baixa", Lino Ferreira explicou a aposta no licenciamento em detrimento do planeamento. "O planeamento da Câmara está parado porque o maior problema é o enorme passivo de licenciamentos. Quando cheguei, há seis meses, encontrei seis mil processos atrasados", afirmou, o que levou a alterar a macro-estrutura no sector do urbanismo. "80% dos projectos do gabinete de arquitectura não tinham qualquer utilização e eram oferecidos a algumas entidades".

Apesar da prioridade ser acelerar os licenciamentos, "grande parte das Unidades Operativas de Planeamento e Gestão serão lançadas ainda este ano", assegurou. Ao mesmo tempo, será também "publicado o concurso de ideias para ocupação do espaço público na marginal do Porto, do rio até ao mar".

Lino Ferreira reconhece que "os próximos anos não serão fáceis", mas insistiu que "se tivesse medo, não teria aceite o desafio". Nem as revelações do livro de Paulo Morais, seu antecessor, a ser lançado no dia 30 deste mês, o assustam. "Nada do que poderá vir lá escrito irá alterar a condução do urbanismo nos próximos anos", vincou. "Já não haverá muito a construir; mas a refazer para criar um ambiente no qual se possa viver. E há muita coisa para legislar. 90% do meu tempo é passado com juristas".

Nas alterações que se sentiu obrigado a impor encontra-se o Plano Director Municipal que, diz, "estava cheio de defeitos". "Não estava feito com base naquilo que pretendemos, não em termos urbanísticos, mas sociais. Por um lado, foi feito sem questionar a mobilidade. Por outro, as estruturas sociais na malha urbana também não foram questionadas. Não me refiro só aos bairros criados fora da urbe há poucos anos. Coloco também em causa aquilo que para nós significa zona de habitação sem o uso estrito do termo".

Questionado sobre "os negócios da Empresa do Metro em Contumil", o vereador desvalorizou "eventuais trocas de terrenos" e garantiu estar mais preocupado com "a requalificação urbana que a metro deveria ter feito e não fez". E se a questão é discutir "custos vergonhosos", Lino Ferreira apontou "os custos da metro no Porto, os custos da Porto 2001, da Casa da Música ou da Boavista. Tudo feito com uma impunidade vergonhosa".

Cidadania, movimento associativo, democracia participada,transparente Helena Freitas, Universidade de Coimbra, Paulo T. dos Santos, Faculdade de Ciências do Porto, e Rui Sá, ex-vereador do Ambiente- 9 de Junho.

Carlos Patrão,engenheiro informático, Marisa Matias, Universidade de Coimbra, e Miguel Bandeira,Universidade do Minho -30 de Junho.

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