Catarina Martins: quando o “soundbite” é do surdo-mudo

08-11-2015
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O arranque da campanha do BE no continente, no mercado de fruta das Caldas da Rainha, foi como o tempo: frio. E sem muito calor humano

Na memória de alguns membros da comitiva do BE ainda estava presente a campanha de 2011 no mercado de fruta das Caldas da Rainha. Foi a um sábado, com uma praça apinhada de gente, que acabou a manhã encharcada tal a chuva diluviana que caía.

Os humores do clima não foram tão inclementes na manhã desta terça-feira no mesmo local, mas estiveram longe de ajudar. Céu nublado, frio e vento que parecem ter contagiado em alguns aspetos a campanha de Catarina Martins, a porta-voz do Bloco de Esquerda, que esteve acompanhada pelo cabeça de lista em Leiria, Heitor de Sousa, e por um dos candidates em Lisboa, Jorge Costa.

Em curtas conversas em que Catarina Martins repetiu o seu empenhamento em "defender os reformados e os que trabalham", a dirigente do Bloco ouviu de tudo. Desde o clássico "vão trabalhar, malandros" à abstencionista irredutível, chegando a um cifrado "a menina ainda tem muito a aprender com o seu patrão". Mais tarde, perceber-se-ia que José Machado, taxista, se referia ao "Partido Comunista, que em 1974/75, em dois anos, quis rebentar isto tudo".

Mas Catarina também recebeu palavras de conforto: "Desta vez vou votar em vocês, para ver se isto fica melhor".

Estava a manhã sem chama quando um elemento da Associação de Surdos do Oeste se abeirou de Catarina. Num papel, fez-lhe as queixas sobre a discriminação movida pela Câmara das Caldas da Rainha. A líder do Bloco, sem domínio da linguagem dos surdos-mudos, respondeu-lhe na única forma possível: pediu uma caneta e deixou por escrito que encaminha o assunto para a estrutura local do BE.

Nuno Botelho

"Há partidos que podem estar na rua e falar com toda a gente, como é o caso do Bloco. E há partidos que podem estar na rua só rodeados de militantes para evitar que os cidadãos falem com eles", afirmou depois Catarina Martins.

Antes do fim do contacto com a população, Catarina ainda lembrou aos jornalistas que o BE é "o partido mais claro", que disse "olhos nos olhos a António Costa" quais as condições para viabilizar um Executivo do PS. "O Bloco de Esquerda não faltará a um Governo que não congele as pensões".

Mensagem repetida aos media, mas que não chegou a muitos caldenses. "Deviam ter vindo ao sábado ou ao domingo, quando isto está cheio de gente. Agora só há meia dúzia de gatos pingados", disse um transeunte à passagem da comitiva.

O arranque da campanha do BE no continente, no mercado de fruta das Caldas da Rainha, foi como o tempo: frio. E sem muito calor humano

Na memória de alguns membros da comitiva do BE ainda estava presente a campanha de 2011 no mercado de fruta das Caldas da Rainha. Foi a um sábado, com uma praça apinhada de gente, que acabou a manhã encharcada tal a chuva diluviana que caía.

Os humores do clima não foram tão inclementes na manhã desta terça-feira no mesmo local, mas estiveram longe de ajudar. Céu nublado, frio e vento que parecem ter contagiado em alguns aspetos a campanha de Catarina Martins, a porta-voz do Bloco de Esquerda, que esteve acompanhada pelo cabeça de lista em Leiria, Heitor de Sousa, e por um dos candidates em Lisboa, Jorge Costa.

Em curtas conversas em que Catarina Martins repetiu o seu empenhamento em "defender os reformados e os que trabalham", a dirigente do Bloco ouviu de tudo. Desde o clássico "vão trabalhar, malandros" à abstencionista irredutível, chegando a um cifrado "a menina ainda tem muito a aprender com o seu patrão". Mais tarde, perceber-se-ia que José Machado, taxista, se referia ao "Partido Comunista, que em 1974/75, em dois anos, quis rebentar isto tudo".

Mas Catarina também recebeu palavras de conforto: "Desta vez vou votar em vocês, para ver se isto fica melhor".

Estava a manhã sem chama quando um elemento da Associação de Surdos do Oeste se abeirou de Catarina. Num papel, fez-lhe as queixas sobre a discriminação movida pela Câmara das Caldas da Rainha. A líder do Bloco, sem domínio da linguagem dos surdos-mudos, respondeu-lhe na única forma possível: pediu uma caneta e deixou por escrito que encaminha o assunto para a estrutura local do BE.

Nuno Botelho

"Há partidos que podem estar na rua e falar com toda a gente, como é o caso do Bloco. E há partidos que podem estar na rua só rodeados de militantes para evitar que os cidadãos falem com eles", afirmou depois Catarina Martins.

Antes do fim do contacto com a população, Catarina ainda lembrou aos jornalistas que o BE é "o partido mais claro", que disse "olhos nos olhos a António Costa" quais as condições para viabilizar um Executivo do PS. "O Bloco de Esquerda não faltará a um Governo que não congele as pensões".

Mensagem repetida aos media, mas que não chegou a muitos caldenses. "Deviam ter vindo ao sábado ou ao domingo, quando isto está cheio de gente. Agora só há meia dúzia de gatos pingados", disse um transeunte à passagem da comitiva.

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