Mas o Fernando Rocha Andrade Só Pode Estar a Brincar....

02-09-2019
marcar artigo

O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade é uma personalidade um tanto ou quanto intrigante. Pode-se dizer que pertence à classe dos obesos desleixados, pois o homem veste aquelas camisas apertadas, as quais empurram a imaginação a visualizar todas as bolsas gordurosas do seu torso.

Fernando R. Andrade tem aquele look de quem parece estar bem com a sua persona de arruaceiro: tem sempre o sobrolho franzido emoldurado por uma cara redonda tal qual uma pizza mal amanhada, tem uns dedos gorduchos e, quando pretende reforçar uma ideia, ou as suas mãos estão unidas pelas pontas dos dedos ou o seu indicador está em riste; fazendo com que o seu tamanho XXL saia ainda mais realçado.

Fernando R. Andrade é um fiscalista com postura de braço armado dos piquetes da CGTP IN contra os fura-greves. Não duvido da sua capacidade intelectual nem do seu profissionalismo, mas a retórica decalcada e intimidante é um pouquito demais vindo da boca de alguém que detém uma pasta tão importante no aparelho do Estado.

Já percebi – comme il est bon de montrer – que ele gosta de se fingir um revolucionário destemido e pertencente à classe operária: mas qual é o propósito deste comportamento?

Querem assim tanto reconquistar os votos da juventude idiota do BE? 
Ou esta atitude agressiva e caceteira vai passar a ser uma marca registada do PS de António Costa?

Pois é aqui que essa malta do actual PS – incluindo o Babush – se perde no discurso; e a propósito do famigerado quociente familiar, Rocha Andrade disse:

“Todos os filhos dão despesa e não há razão para considerar que os filhos das pessoas com mais rendimento dão mais despesa, ou pelo menos mais despesas que contam para o sistema fiscal, do que os filhos das pessoas com menos rendimentos”

Senhor secretário proletário, nem sequer irei fingir que entendo a sua ignorância, porque é falso supor que as despesas sejam as mesmas tanto para crianças favorecidas como para as crianças menos favorecidas:

Presumindo que ambos os agregados paguem imposto, os mais favorecidos pagam mais que os menos favorecidos.
Os mais favorecidos gastam mais nas suas crianças em termos de roupa, calçado, educação, saúde, cultura (actividades extra-curriculares) e lazer. Logo, isto beneficia o comércio, a indústria, os designers e seus respectivos trabalhadores e, o estado beneficia do IRC, do IVA; ou seja, a economia gira. Isto não são suposições, são tudo coisas palpáveis. 

Quanto ao pagamento do IRC sobre resultados internos disse:

A. “um pequeno número de entidades empresariais têm resultados internos significativos”

B. “se deixássemos de fazer medidas fiscais porque elas vão ser contestadas pelas grandes empresas, tínhamos de revogar metade dos códigos fiscais”

Na primeira citação pressupõe-se que o grande capital terá de abrir os cordões à bolsa custe o que custar, porque elas têm o dinheiro que foi adquirido de forma legal, mas agora o Estado senhor absoluto precisa desse dinheiro e vai sacá-lo por todos os meios necessários.

Na segunda citação subentende-se que o secretário esteja a dizer às grandes empresas: o vosso capital, os vossos meios de produção e a vossa propriedade são vossos enquanto o Estado assim o permitir; por isso, passem para cá €250 milhões que vos foi permitido arrecadar através de uma qualquer Portaria. Burgueses, neste momento o Estado precisa de apresentar um “budget com neutralidade fiscal” e assim satisfazer as exigências de Bruxelas, das empresas de rating e dos emprestadores de dinheiro. Cooperem e não façam ondas, visto que Estado poderá mudar as regras do jogo num estalar de dedos, e depois ver-se-á quem dita e desdita as Portarias.

Ora bem, estamos em pleno século XXI, numa Europa Comum e de moeda única, as empresas podem mudar-se de um país para o outro sem grandes constrangimentos...capisce, Don Gordini?

Ah... por favor, haja alguém que empreste uma gravata ao Don Andrade! Não quero vê-lo em mais nenhuma conferenza stampa e pensar que ele é o marido da Popota.

Até para a semana
   

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

O Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade é uma personalidade um tanto ou quanto intrigante. Pode-se dizer que pertence à classe dos obesos desleixados, pois o homem veste aquelas camisas apertadas, as quais empurram a imaginação a visualizar todas as bolsas gordurosas do seu torso.

Fernando R. Andrade tem aquele look de quem parece estar bem com a sua persona de arruaceiro: tem sempre o sobrolho franzido emoldurado por uma cara redonda tal qual uma pizza mal amanhada, tem uns dedos gorduchos e, quando pretende reforçar uma ideia, ou as suas mãos estão unidas pelas pontas dos dedos ou o seu indicador está em riste; fazendo com que o seu tamanho XXL saia ainda mais realçado.

Fernando R. Andrade é um fiscalista com postura de braço armado dos piquetes da CGTP IN contra os fura-greves. Não duvido da sua capacidade intelectual nem do seu profissionalismo, mas a retórica decalcada e intimidante é um pouquito demais vindo da boca de alguém que detém uma pasta tão importante no aparelho do Estado.

Já percebi – comme il est bon de montrer – que ele gosta de se fingir um revolucionário destemido e pertencente à classe operária: mas qual é o propósito deste comportamento?

Querem assim tanto reconquistar os votos da juventude idiota do BE? 
Ou esta atitude agressiva e caceteira vai passar a ser uma marca registada do PS de António Costa?

Pois é aqui que essa malta do actual PS – incluindo o Babush – se perde no discurso; e a propósito do famigerado quociente familiar, Rocha Andrade disse:

“Todos os filhos dão despesa e não há razão para considerar que os filhos das pessoas com mais rendimento dão mais despesa, ou pelo menos mais despesas que contam para o sistema fiscal, do que os filhos das pessoas com menos rendimentos”

Senhor secretário proletário, nem sequer irei fingir que entendo a sua ignorância, porque é falso supor que as despesas sejam as mesmas tanto para crianças favorecidas como para as crianças menos favorecidas:

Presumindo que ambos os agregados paguem imposto, os mais favorecidos pagam mais que os menos favorecidos.
Os mais favorecidos gastam mais nas suas crianças em termos de roupa, calçado, educação, saúde, cultura (actividades extra-curriculares) e lazer. Logo, isto beneficia o comércio, a indústria, os designers e seus respectivos trabalhadores e, o estado beneficia do IRC, do IVA; ou seja, a economia gira. Isto não são suposições, são tudo coisas palpáveis. 

Quanto ao pagamento do IRC sobre resultados internos disse:

A. “um pequeno número de entidades empresariais têm resultados internos significativos”

B. “se deixássemos de fazer medidas fiscais porque elas vão ser contestadas pelas grandes empresas, tínhamos de revogar metade dos códigos fiscais”

Na primeira citação pressupõe-se que o grande capital terá de abrir os cordões à bolsa custe o que custar, porque elas têm o dinheiro que foi adquirido de forma legal, mas agora o Estado senhor absoluto precisa desse dinheiro e vai sacá-lo por todos os meios necessários.

Na segunda citação subentende-se que o secretário esteja a dizer às grandes empresas: o vosso capital, os vossos meios de produção e a vossa propriedade são vossos enquanto o Estado assim o permitir; por isso, passem para cá €250 milhões que vos foi permitido arrecadar através de uma qualquer Portaria. Burgueses, neste momento o Estado precisa de apresentar um “budget com neutralidade fiscal” e assim satisfazer as exigências de Bruxelas, das empresas de rating e dos emprestadores de dinheiro. Cooperem e não façam ondas, visto que Estado poderá mudar as regras do jogo num estalar de dedos, e depois ver-se-á quem dita e desdita as Portarias.

Ora bem, estamos em pleno século XXI, numa Europa Comum e de moeda única, as empresas podem mudar-se de um país para o outro sem grandes constrangimentos...capisce, Don Gordini?

Ah... por favor, haja alguém que empreste uma gravata ao Don Andrade! Não quero vê-lo em mais nenhuma conferenza stampa e pensar que ele é o marido da Popota.

Até para a semana
   

[As opiniões expressadas nesta publicação são somente aquelas do(s) autor(es) e não reflectem necessariamente o ponto de vista do Dissecting Society (Grupo ao qual o Etnias pertence)]

marcar artigo