Maçã envenenada no SNS? Depois da Anita, Branca de Neve chega ao Parlamento

20-06-2019
marcar artigo

Depois da Anita, é a vez da Branca de Neve chegar ao Parlamento. Na última audição regimental da legislatura da ministra da Saúde, Marta Temido, os deputados serviram-se da história da maçã envenenada e do espelho mágico para falar sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No final de contas não ficou decidido quem era a Branca de Neve ou a rainha, mas sim os sete anões.

O conto tem início com a reflexão otimista de Marta Temido sobre a evolução do SNS, sentimento que não foi partilhado por todos os deputados. “Ouvir a senhora ministra faz-me lembrar a personagem da rainha da história da Branca de Neve, que adaptado, seria “espelho meu, espelho meu haverá um SNS mais belo do que o meu”, apontou o deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite. “Senhora ministra objetivamente livre-se desse espelho e comece a falar com as pessoas e com os profissionais“, atirou o social-democrata.

A resposta não tardou. “A maçã do caos no Serviço Nacional de Saúde não a vou morder nem aconselho que os portugueses a mordam porque é seguramente uma maça envenenada”, retorquiu a ministra da Saúde. Para Marta Temido, o SNS “não está um caos”, mas reconheceu que “tem muitas dificuldades”.

A maçã do caos no Serviço Nacional de Saúde não a vou morder nem aconselho que os portugueses a mordam porque é seguramente uma maça envenenada Marta Temido Ministra da Saúde

A história não se ficou por aqui. Um pouco mais à frente, o deputado do PSD, Cristóvão Simão Ribeiro, recuperou o conto compilado pelos Irmãos Grimm, mas esclarecendo melhor os papéis. “Não foi a rainha que mordeu a maçã, mas sim quem a deu a morder”, recorda o social-democrata. “Não querendo dizer que seja a senhora ministra, mas julgo que o seu Governo deu a morder a maçã do caos aos portugueses, aos profissionais e a muitos daqueles que hoje desesperam com a situação do SNS”, disse.

A personagem não assentou bem a Marta Temido, que explicou que “não quis fazer o papel de Bruxa Má”. “Não gostaria de ficar com esse papel, embora alguns achem que me enquadra muito bem”, refletiu. “Também não me estou a ver no papel de Branca de Neve. Estou mais no género dos sete anões: estou aqui para trabalhar e a minha equipa também”, decidiu.

A resposta, no entanto, não satisfez todos. “Os verdadeiros sete anões, e que não são anões, são gigantes, são os trabalhadores do SNS”, indicou Liliana Silva, deputada social-democrata. “São os técnicos, os médicos, os enfermeiros, eles sim são os verdadeiros trabalhadores”. A ministra da Saúde acabou por concordar com a afirmação.

Se acreditaram que as 35 horas não tinham custos é porque acreditam mesmo na fábula da Branca de Neve e todos os contos infantis. Francisco Ramos

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, também não quis passar ao lado do conto de fadas originário da tradição oral alemã. Deu o sua contributo para a narrativa numa resposta a críticas relativas aos custos da redução do horário de trabalho para 35 horas, assunto que também ocupou parte da audição do ministro das Finanças, Mário Centeno, na manhã desta quarta-feira. “Se acreditaram que as 35 horas não tinham custos é porque acreditam mesmo na fábula da Branca de Neve e todos os contos infantis“, disse.

Depois da Anita, é a vez da Branca de Neve chegar ao Parlamento. Na última audição regimental da legislatura da ministra da Saúde, Marta Temido, os deputados serviram-se da história da maçã envenenada e do espelho mágico para falar sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS). No final de contas não ficou decidido quem era a Branca de Neve ou a rainha, mas sim os sete anões.

O conto tem início com a reflexão otimista de Marta Temido sobre a evolução do SNS, sentimento que não foi partilhado por todos os deputados. “Ouvir a senhora ministra faz-me lembrar a personagem da rainha da história da Branca de Neve, que adaptado, seria “espelho meu, espelho meu haverá um SNS mais belo do que o meu”, apontou o deputado do PSD, Ricardo Baptista Leite. “Senhora ministra objetivamente livre-se desse espelho e comece a falar com as pessoas e com os profissionais“, atirou o social-democrata.

A resposta não tardou. “A maçã do caos no Serviço Nacional de Saúde não a vou morder nem aconselho que os portugueses a mordam porque é seguramente uma maça envenenada”, retorquiu a ministra da Saúde. Para Marta Temido, o SNS “não está um caos”, mas reconheceu que “tem muitas dificuldades”.

A maçã do caos no Serviço Nacional de Saúde não a vou morder nem aconselho que os portugueses a mordam porque é seguramente uma maça envenenada Marta Temido Ministra da Saúde

A história não se ficou por aqui. Um pouco mais à frente, o deputado do PSD, Cristóvão Simão Ribeiro, recuperou o conto compilado pelos Irmãos Grimm, mas esclarecendo melhor os papéis. “Não foi a rainha que mordeu a maçã, mas sim quem a deu a morder”, recorda o social-democrata. “Não querendo dizer que seja a senhora ministra, mas julgo que o seu Governo deu a morder a maçã do caos aos portugueses, aos profissionais e a muitos daqueles que hoje desesperam com a situação do SNS”, disse.

A personagem não assentou bem a Marta Temido, que explicou que “não quis fazer o papel de Bruxa Má”. “Não gostaria de ficar com esse papel, embora alguns achem que me enquadra muito bem”, refletiu. “Também não me estou a ver no papel de Branca de Neve. Estou mais no género dos sete anões: estou aqui para trabalhar e a minha equipa também”, decidiu.

A resposta, no entanto, não satisfez todos. “Os verdadeiros sete anões, e que não são anões, são gigantes, são os trabalhadores do SNS”, indicou Liliana Silva, deputada social-democrata. “São os técnicos, os médicos, os enfermeiros, eles sim são os verdadeiros trabalhadores”. A ministra da Saúde acabou por concordar com a afirmação.

Se acreditaram que as 35 horas não tinham custos é porque acreditam mesmo na fábula da Branca de Neve e todos os contos infantis. Francisco Ramos

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, também não quis passar ao lado do conto de fadas originário da tradição oral alemã. Deu o sua contributo para a narrativa numa resposta a críticas relativas aos custos da redução do horário de trabalho para 35 horas, assunto que também ocupou parte da audição do ministro das Finanças, Mário Centeno, na manhã desta quarta-feira. “Se acreditaram que as 35 horas não tinham custos é porque acreditam mesmo na fábula da Branca de Neve e todos os contos infantis“, disse.

marcar artigo