Fauna Bravia, Caça e Caçadores de Moçambique: 168

13-04-2019
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ÁLBUM DE

RECORDAÇÕES 

(1)

CAÇADORES  GUIAS

(Re-publicação) 

  

Alberto Novaes de Sousa
Araújo

(o primeiro caçador-guia de Moçambique)

 

Este personagem encabeça, por mérito próprio a lista
que  a seguir divulgamos, referente aos caçadores guias que actuaram em
Moçambique antes de 1975, data da independência deste país e altura em que
ali  foram suspensos os safaris de caça. 

Pessoa algo polémica
devido à forma muito própria, de certo modo austera e rigorosa de estar
nesta actividade, fruto talvez das suas raízes aristocráticas de que muito se
orgulhava (era filho bastardo do Rei D. Carlos I de Portugal) (1), o Alberto Araújo era considerado o gentleman  da indústria dos safaris de caça em Moçambique. 

Foi concessionário da Coutada oficial nº 1, anteriormente
designada por “Coutada do Sabonete”, que fazia limites com o Parque Nacional
da Gorongosa . Esta Coutada, por ser o prolongamento ecológico natural do
Parque, viria mais tarde e já sob tutela da SAFRIQUE, (2)a
ser extinta para dar lugar a uma zona em regime de vigilância especial com vista
à sua integração no mesmo Parque. Ali existiam, com abundância, as variadas espécies
de animais comuns na região da Gorongosa, incluindo o raro rinoceronte preto,
(diceros bicornis), sendo o ponto
mais a sul do país onde esta espécie se encontrava na década de 60. 

Uma Coutada fabulosa, em variedade e
quantidade de espécies da fauna bravia moçambicana, das mais famosas do
continente africano!

O Alberto Araújo emergiu como caçador profissional nos anos 50 do
século passado, motivado pela sua grande paixão pela caça quando ao serviço como
quadro superior da Trans-Zambezia Railway (proprietária  da linha de caminho de ferro que ligava  a Beira ao Malawi  - antigo Niassalandia -,  via   Dondo, Inhaminga e Sena,  com ramais para Marromeu e  Moatize, mais tarde adquirida pelo Estado
português).

 Os seus feitos como caçador eram
bem conhecidos e foram largamente noticiados nos jornais e revistas da época,
sobretudo devido aos frequentes abates de leões no território da Manica e
Sofala e nomeadamente  na região ao  longo da linha férrea entre o Dondo e
Inhaminga, muitos deles transportados em carrinhas de caixa aberta ou em
zorras para a cidade da Beira onde causavam espanto na população. A sua
fama  de caçador de grande mérito,
valeu-lhe na época o epíteto de “one shot”, justamente por alardear  a excelência da sua pontaria e cometer
aquilo a que chamava de “proeza” que era  matar os animais  sistematicamente com um único tiro. Uma
teoria em que só os leigos podem acreditar pois é sabido (e grandes caçadores
têm corroborado) que sendo embora frequente nos bons atiradores abaterem
animais com um único disparo, a verdade é que isso não é  regra infalível, sejam felinos, paquidermes,
antílopes,  bovídeos,  equídeos ou 
répteis o alvo do caçador, sobretudo quando os animais são alvejados
em movimento e não se pode acertar nos principais  pontos vitais que são o cérebro e o
coração. Uma bala colateral por norma derruba o animal, mas terá de ser
atingido com mais uma ou duas balas para garantir o seu abate.

 Naturalmente e com todo o
respeito pelo grande caçador que foi Alberto Araújo, não deixo de lhe
reconhecer o mérito de grande na nobre e arriscada arte de caça africana  e de exímio atirador,  aceitando também  que uma boa parte dos animais que abateu
tivesse sido apenas com um tiro. O exagero da sua fama faz parte dos mitos
que alguns caçadores (ou seus amigos) criaram, sabendo-se que isso
impressionava e lhes dava crédito, atributos que o  saudoso Alberto Araújo granjeou sem precisar
do bizarro epíteto “ Araújo one shot”, pois era, de facto, um grande caçador.

Conheci-o pessoalmente apenas em 1963,  altura em que  visitei pela primeira vez a  Coutada 1 quando ali decorriam os
preparativos para a campanha cinegética desse ano. Tudo ali era uma azáfama
de trabalho no arranjo das picadas e  limpeza   do
acampamento - o célebre Kanga N’Thole -  de que tanto se orgulhava, construído  em madeira tratada num local de rara beleza
sobranceiro ao rio Nhandugué que delimitava o Norte do Parque.

Aspecto parcial do acampamento de Kanga
N’Thole nos anos 60

Nesse mesmo ano e no seguinte, tive a oportunidade de supervisionar
alguns safaris oficiais nas diversas coutadas de
Manica e Sofala, incluindo a nº 1, pelo que foram muitos os dias de
convivência com o decano dos caçadores guias. 
Nasceu assim, uma profícua amizade entre ambos, que muito ajudou na
minha acção fiscalizadora nos seus domínios  e nas coutadas circunvizinhas, sempre
apoiado pelos seus principais pisteiros, nomeadamente aquele que era o seu
favorito - o Macorreia.

O pisteiro Macorreia,  o favorito do Alberto Araújo

(Foto do autor quando em
campanha de combate à caça furtiva na Coutada 1)

Depois de 1965, o Alberto Araújo, já com a sua empresa integrada na
SAFRIQUE, deixou de actuar directamente no campo, passando  a exercer funções de inspector e
principal  public relations da organização  na sua sede da cidade da Beira. Ali o contactei
sempre que me deslocava à capital do distrito, quer para tratar de assuntos
de serviço quer simplesmente para o cumprimentar e trocar algumas impressões
de interesse comum. Foi sempre impecável e generoso comigo, preocupando-se
sobremaneira em me transmitir os seus conselhos e experiências.

 
Em 1963, depois do1º safari
oficial dos Marqueses de Villaverde,(3) o
grupo - Alberto Araujo,  Marquês, Adérito Lopes (jornalista), Senhora
Aznar (acompanhante), Marquesa e o autor – momentos antes do regresso à
Beira.

A rondar, na altura , os sessenta e cinco anos, o Alberto Araújo, de  compleição física ultrapassando os cem
quilos, só raramente operava como condutor de safaris e quando o fazia (normalmente com convidados) limitava-se
a pequenas deslocações aos tandos
(planícies) e savanas abertas para  obtenção
de troféus que não implicassem grandes caminhadas a pé, nomeadamente antílopes,
zebras, bois-cavalo e aves que proliferavam  por ali como em poucas outras coutadas. Limitava-se
a dirigir e controlar a sua Coutada a partir do acampamento central, dispondo
de excelentes colaboradores como pisteiros, 
motoristas, pessoal de apoio no mato e no acampamento e um leque de
competentes caçadores guias.  Os safaris
normais eram assim entregues a equipas sob comando dos White Hunters  e as tarefas
de hotelaria (alojamento e alimentação) eram brilhantemente dirigidas pelo
patrão que primava um tratamento de cinco estrelas aos clientes. Não resisto
em referenciar um requintado e controverso hábito do Alberto Araújo,  único em Moçambique (e creio que em todo o
mundo) na indústria dos safaris: O
anfitrião e os caçadores guias, ao contrário do que acontecia no mato, não
tomavam as refeições junto dos clientes no acampamento de Kanga N’Thole.
Tinham uma sala própria e só começavam a comer depois do patrão ter servido
os vinhos aos clientes! Esta prática, aceite disciplinarmente pelos
caçadores guias, indignava a maioria dos clientes que gostavam de partilhar a
mesa com os seus guias, pois consideravam que as refeições eram momentos de
partilha de amizade e uma excelente oportunidade para analisarem os sucessos
e insucessos dos safaris. Mas o
nosso homem não transigia e não alterava esse regime, que, na sua óptica, era
uma prova de respeito para com os seus clientes!

 Tal discriminação era
aceite  pelos caçadores guias com um
misto de compreensão e resignação, mas nem por isso deixavam de fazer o seu
melhor junto dos  clientes, que dali
saíam maravilhados com o resultado dos seus safaris e muitos voltavam nos anos seguintes.  Nunca ouvi uma palavra amarga desses
“Príncipes da Selva” em relação ao seu patrão, de quem eram e continuaram a
ser amigos. Embora pretenda falar deles em álbuns específicos,  fica aqui a minha admiração por esses
competentes profissionais que ali conheci e com quem fiz amizades,
nomeadamente, Victor Cabral, Francisco  Coimbra (Chico), Luís Santos, Mário Lopes,
Carlos Cruz e Luís Mena.

Victor Cabral

Francisco Coimbra

(Chico)

Luís Santos

Mário Lopes com um turista caçador espanhol

Luís Mena (drtª) com o autor em 1963

Carlos Cruz com o
astronauta James Lowel e Esposa

Durante o tempo de defeso da caça o Alberto Araújo não ficava inactivo.
Organizava safaris de pesca, a partir da Beira, sendo
também famoso nesta sua actividade com records obtidos em
espécies raras como o Marlin.

Dado  o seu relacionamento privilegiado
com as mais diversas figuras da vida pública, era anfitrião constante de
individualidades de destaque, a maior parte para efectuarem caçadas
patrocinadas ou apoiadas pelo próprio governo. 

Viria a falecer no ano de 1969, não
resistindo à doença do foro cardíaco que o afectou nos últimos anos.

 Vive na cidade da Beira o seu único filho de nome Alberto
Filipe Araújo, conhecido pelo “Búfalo”. 
Tal como seu pai, é grande entusiasta pela caça e assume os laços
sanguíneos como neto bastardo de D. Carlos, o penúltimo rei de Portugal
assassinado em 1908, dois anos antes do fim da monarquia em Portugal.

(1) Pessoas muito
próximas do Alberto Araújo, de entre elas o caçador guia   Victor Cabral, eram credoras da história  sobre os laços sanguíneos que ligam o Alberto
Araújo ao Rei D. Carlos I de Portugal e cujos contornos se resumem nestes
factos: D. Carlota, sua mãe, quando era a 1ª dama da Corte e íntima da Rainha
D. Amélia, teve uma relação amorosa com o Rei e daí nasceu o Alberto Araújo.
Com seis meses de idade foi para Moçambique 
com a mãe que entretanto casara com o coronel Sousa Araújo e fora mandado
pelo Rei em comissão de serviço para aquela ex-colónia portuguesa. O casal
acabaria por se fixar na cidade da Beira, onde o Alberto Araújo cresceu e fez
carreira como funcionário da companhia Trans Zambézia Raylls, tornando-se mais
tarde caçador profissional. Do seu segundo casamento teve um filho, Alberto Filipe
Araújo, conhecido pelo “Búfalo”,  que
vive na mesma cidade e, tal como seu pai, é grande entusiasta da caça e também
assume os laços sanguíneos (neto bastardo) com o penúltimo monarca português   assassinado em 1908, dois anos antes do fim do
regime monárquico neste país.

Confrontadas as
fotografias do Rei D. Carlos com a destes assumidos descendentes, são evidentes
os traços físicos entre si. O Alberto Araújo ostentava com muito orgulho a
fotografia do Rei no seu escritório!

Rei D. Carlos de
Portugal (1863/1908)

Alberto Araújo e
Esposa D. Olívia Santos no início da 
década de
60   

(Foto gentilmente cedida pela  sobrinha Helena Raposo)

Alberto  Filipe Araújo

(Foto 
gentilmente cedida por Helena Raposo)

 (2) A SAFRIQUE –
Sociedade de Safaris de Moçambique -  foi constituída, em 1964, por
iniciativa do Banco Nacional Ultramarino, tendo congregado as coutadas 1, 6, 7,
9, 10, 12, 13, 14 e 15 e os respectivos concessionários.  E em boa hora
foi criada, visto que a partir de 1965 os safaris de caça em Moçambique foram
considerados dos melhores em toda a África e a Safrique a melhor empresa do ramo
em todo o mundo !

 (3) Os Marqueses de Villaverde - filha e genro do Generalíssimo Franco,
Presidente de Espanha - efectuaram safaris de caça em Moçambique em 1963 e
1964, como convidados do Presidente da República Portuguesa. Estes safaris
decorreram em diversas coutadas de Manica e Sofala, tendo o autor sido
designado supervisor dos mesmos.

 

1.1 - O NASCIMENTO DA PROFISSÃO

A caça turística em Moçambique surgiu no início da década de 60 e
resultou de medidas tomadas pelo Governo para acabar com a chamada "caça
profissional", até então praticada em todo o território por algumas
centenas de caçadores que se dedicavam ao abate de espécies de grande porte,
sobretudo elefantes, búfalos, hipopótamos, elandes  e zebras, para venda da respectiva carne,
peles e marfim. 

Alguns desses caçadores e outros que
praticavam a "caça desportiva", conhecidos por "caçadores de
fins-de-semana", apoiados pela legislação acabada de sair, requereram a
licença de caçador-guia, modalidade/profissão 
inexistente antes.

Os mais destacados, que já tinham
acampamentos nas zonas de grande densidade de fauna bravia, levados pelo
entusiasmo das notícias que chegavam de alguns países africanos, nomeadamente
do Quénia relatando sucessos relacionados com os safaris de caça, disputaram entre si as
melhores zonas do centro e sul do território, apresentando às autoridades os
pedidos para nelas exercerem esta nova actividade - a exploração da caça
turística. 

Foram assim criadas as "coutadas
oficiais".

Mapa das coutadas elaborado posteriormente à extinção das
coutadas números 1,2,3 e 17.  

Foi um
processo infelizmente mal conduzido, já que a própria legislação na altura
não assegurava as condições a que deveriam obedecer tais áreas. 

Sem
qualquer estudo ecológico ou simples avaliação do potencial e da variedade de
espécies existentes, foram criadas, em 1960, as Coutadas Oficiais para a
realização de  safaris de caça, com base apenas nos dados
apresentados por cada um dos candidatos a concessionários ! 

Nasceu
assim o turismo cinegético em Moçambique e, em consequência disso,  uma nova profissão: O caçador guia.

  
  
 

1.2. - OS PIONEIROS

No centro do
território – distrito de Manica e Sofala -  vieram a ser criadas 15 Coutadas oficiais,
(numeradas de 1 a
15) e no sul, distrito de Gaza, mais 2 ( com os números 16 e 17). Foram
concessionadas aos respectivos requerentes, a saber:

 

- Coutada 1  - Alberto N. Sousa Araujo (a) 
- Coutada 2  - Não concessionada (b) 
- Coutada 3  - Idem (b) 
- Coutada 4  - Moçambique Safarilandia (c)
- Coutada 5  - Jorge Alves de Lima 
- Coutada 6  - José Joaquim Simões 
- Coutada 7  - Idem 
- Coutada 8  - Clube de Caçadores da Beira 
- Coutada 9  - Agência Turismo Beira 
- Coutada 10 -José Joaquim Simões 
- Coutada 11-Amílcar Xavier Coelho 
- Coutada 12-Vergílio Garcia 
- Coutada 13- (d) 
- Coutada 14-Francisco Salzone 
- Coutada 15-Armindo Vieira 
- Coutada 16-Manuel Sarnadas 
- Coutada 17-José Afonso Ruiz(e)

(a) – A Coutada 1 foi extinta em 1969 e criada uma "Zona de Vigilância
Especial" para integração no Parque Nacional da Gorongosa.

              
(b) – Estas Coutadas foram criadas como zonas tampão do Parque Nacional da
Gorongosa e não foram concessionadas. Eram ali autorizados safaris a caçadores guias
independentes e vieram mais tarde a ser extintas.

(c) -   A Coutada 4 foi extinta em 1973 por motivo da criação do Parque
Nacional de Zinave.

(d) – A Coutada 13, por razões que estiveram
ligadas a um desentendimento entre o seu inicial requerente, Miguel Guerra e os
Serviços da Fauna,  só mais tarde veio a ser concessionada, por concurso
público, à Safrique. Entretanto eram ali autorizados safaris de caça a
caçadores guias independentes.

(e) – A Coutada 17 foi extinta em 1973 por ter
sido criado o Parque Nacional do Banhine abrangendo a maior parte da sua área.

 
  

  
 

1.3. - Lista geral dos caçadores-guias que
operaram em Moçambique antes de 1975

Nº 

NOME

Local de actuação 










10 
11 
12 
13 
14 
15 
16 
17 
18 
19 
20 
21 
22 
23 
24 
25 
26 
27 
28 
29 
30 
31 
32 
33 
34 
35 
36 
37 
38 
39 
40 
41 
42 
43 
44 
45 
46 
47 
48 
49 
50 
51 
52 
53 
54 
55 
56 
57 
58 
59 
60 
61 
62 
63 
64 
65 

Alberto Novais  S. Araujo  
José Joaquim Simões  
Francisco Salzone  
Armindo Vieira  
Vergílio Garcia 
Amílcar Coelho 
Adelino Serras Pires  
Francisco Coimbra  
Augusto Luis Santos 
Joaquim Silva  (Jack) 
Mário Cabeça Lopes 
Mariano Ferreira  
Pierre Maia 
Carlos Costa Neves 
António Fajardo 
Francisco Martinho 
José Augusto S.Pires 
Victor Cabral  
Luis Lopes da Silva 
Carlos Cruz 
Amílcar Jorge 
Miguel Guerra 
Luis Cardoso 
Alberto Osório 
Luis Mena 
José Luis Barros 
Gilberto Barros  
Henrique Leitão 
Mário Damião de Carvalho 
Gilberto Lobo  
 James Chalmers  
Wally Johonson  
Michael Rowbotham  
Jorge Alves de Lima  
Werner Von Alvensleben  
Manuel Posser de Andrade  
Rui Quadros 
Amadeu Peixe  
Manuel Carvalho Figueira 
José Saraiva de Carvalho 
Manuel Rodrigues  
José Luis Tello (Picão) 
José Afonso Ruiz 
Harry Manners  
Manuel Sarnadas  
António Sá Mello  
Luis Pedro Sá Mello 
José La Puente  
Sérgio Pais Mamede 
Cândido Veiga 
Sérgio Veiga 
José António Pereira 
António Andrade 
António Monteiro (Kubitchek) 
Noel Jorge 
José Barreto  
Walter Johnson  
António Alfaro Cardoso  
George Dedek 
Sérgio Cardiga 
Janaka (Grego) 
António Augusto 
José Pereira  
Keneth Fubs  
António Moreno y Moreno

Coutadas de Manica
e Sofala 
 Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Coutadas do Save (4 e 5) 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Cout. Limpopo (16 e 17) 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Cout. de Manica e Sofala 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Cout. do Save e Limpopo 
Idem 
Idem 
Cout. Limpopo 
Cout. Manica e Sofala 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem

NOTA: 

Esta lista foi elaborada
com o apoio de: Dr Armando Rosinha; Luis Pedro Sá e Mello; Augusto Luís dos
Santos, Nénè Vieira; Mário Lopes; Carlos Costa Neves e Adelino Serras Pires.
Ficam aqui os meus agradecimentos a estes colaboradores, o primeiro ex-director
da Fauna Bravia, o segundo da Nyalaland Safaris e os restantes ligados à
Safrique. 
Trata-se
pois de um recurso à  memória, nossa e
deste conjunto de prestigiadas figuras que estiveram directamente ligadas à
indústria do turismo cinegético em Moçambique, já que não foi possível recolher
estes dados junto dos Serviços da Fauna 
onde infelizmente não foram preservados os arquivos do período pré
independência.    
Poderá,
assim, haver uma ou outra omissão. A existir, ela é involuntária, pois 
pretendemos  recordar aqui todos os caçadores-guias que actuaram com este
estatuto, até 1975, data da independência de Moçambique. Estaremos pois,
abertos à inclusão posterior de eventuais esquecidos, bastando que nos
comuniquem os respectivos nomes.

Marrabenta, Julho de 2000 

Celestino Gonçalves 

 

NOTA FINAL:

Este Álbum foi
publicado no ano 2000 no meu site www.geocities.com/Vila_Luisa/ - Fauna Bravia,
Caça e Caçadores de Moçambique. Manteve-se activo até 2008, altura em que,  por decisão unilateral do servidor, foi
desactivado.

Com algumas
alterações introduzidas ao original, resultantes de informações e fotos
entretanto recebidas ao longo dos últimos anos, a versão actual dá mais
veracidade à história  do 1º caçador guia
de Moçambique, Alberto de Sousa Araújo.

Marrabenta, Janeiro de 2011

Celestino Gonçalves

ÁLBUM DE

RECORDAÇÕES 

(1)

CAÇADORES  GUIAS

(Re-publicação) 

  

Alberto Novaes de Sousa
Araújo

(o primeiro caçador-guia de Moçambique)

 

Este personagem encabeça, por mérito próprio a lista
que  a seguir divulgamos, referente aos caçadores guias que actuaram em
Moçambique antes de 1975, data da independência deste país e altura em que
ali  foram suspensos os safaris de caça. 

Pessoa algo polémica
devido à forma muito própria, de certo modo austera e rigorosa de estar
nesta actividade, fruto talvez das suas raízes aristocráticas de que muito se
orgulhava (era filho bastardo do Rei D. Carlos I de Portugal) (1), o Alberto Araújo era considerado o gentleman  da indústria dos safaris de caça em Moçambique. 

Foi concessionário da Coutada oficial nº 1, anteriormente
designada por “Coutada do Sabonete”, que fazia limites com o Parque Nacional
da Gorongosa . Esta Coutada, por ser o prolongamento ecológico natural do
Parque, viria mais tarde e já sob tutela da SAFRIQUE, (2)a
ser extinta para dar lugar a uma zona em regime de vigilância especial com vista
à sua integração no mesmo Parque. Ali existiam, com abundância, as variadas espécies
de animais comuns na região da Gorongosa, incluindo o raro rinoceronte preto,
(diceros bicornis), sendo o ponto
mais a sul do país onde esta espécie se encontrava na década de 60. 

Uma Coutada fabulosa, em variedade e
quantidade de espécies da fauna bravia moçambicana, das mais famosas do
continente africano!

O Alberto Araújo emergiu como caçador profissional nos anos 50 do
século passado, motivado pela sua grande paixão pela caça quando ao serviço como
quadro superior da Trans-Zambezia Railway (proprietária  da linha de caminho de ferro que ligava  a Beira ao Malawi  - antigo Niassalandia -,  via   Dondo, Inhaminga e Sena,  com ramais para Marromeu e  Moatize, mais tarde adquirida pelo Estado
português).

 Os seus feitos como caçador eram
bem conhecidos e foram largamente noticiados nos jornais e revistas da época,
sobretudo devido aos frequentes abates de leões no território da Manica e
Sofala e nomeadamente  na região ao  longo da linha férrea entre o Dondo e
Inhaminga, muitos deles transportados em carrinhas de caixa aberta ou em
zorras para a cidade da Beira onde causavam espanto na população. A sua
fama  de caçador de grande mérito,
valeu-lhe na época o epíteto de “one shot”, justamente por alardear  a excelência da sua pontaria e cometer
aquilo a que chamava de “proeza” que era  matar os animais  sistematicamente com um único tiro. Uma
teoria em que só os leigos podem acreditar pois é sabido (e grandes caçadores
têm corroborado) que sendo embora frequente nos bons atiradores abaterem
animais com um único disparo, a verdade é que isso não é  regra infalível, sejam felinos, paquidermes,
antílopes,  bovídeos,  equídeos ou 
répteis o alvo do caçador, sobretudo quando os animais são alvejados
em movimento e não se pode acertar nos principais  pontos vitais que são o cérebro e o
coração. Uma bala colateral por norma derruba o animal, mas terá de ser
atingido com mais uma ou duas balas para garantir o seu abate.

 Naturalmente e com todo o
respeito pelo grande caçador que foi Alberto Araújo, não deixo de lhe
reconhecer o mérito de grande na nobre e arriscada arte de caça africana  e de exímio atirador,  aceitando também  que uma boa parte dos animais que abateu
tivesse sido apenas com um tiro. O exagero da sua fama faz parte dos mitos
que alguns caçadores (ou seus amigos) criaram, sabendo-se que isso
impressionava e lhes dava crédito, atributos que o  saudoso Alberto Araújo granjeou sem precisar
do bizarro epíteto “ Araújo one shot”, pois era, de facto, um grande caçador.

Conheci-o pessoalmente apenas em 1963,  altura em que  visitei pela primeira vez a  Coutada 1 quando ali decorriam os
preparativos para a campanha cinegética desse ano. Tudo ali era uma azáfama
de trabalho no arranjo das picadas e  limpeza   do
acampamento - o célebre Kanga N’Thole -  de que tanto se orgulhava, construído  em madeira tratada num local de rara beleza
sobranceiro ao rio Nhandugué que delimitava o Norte do Parque.

Aspecto parcial do acampamento de Kanga
N’Thole nos anos 60

Nesse mesmo ano e no seguinte, tive a oportunidade de supervisionar
alguns safaris oficiais nas diversas coutadas de
Manica e Sofala, incluindo a nº 1, pelo que foram muitos os dias de
convivência com o decano dos caçadores guias. 
Nasceu assim, uma profícua amizade entre ambos, que muito ajudou na
minha acção fiscalizadora nos seus domínios  e nas coutadas circunvizinhas, sempre
apoiado pelos seus principais pisteiros, nomeadamente aquele que era o seu
favorito - o Macorreia.

O pisteiro Macorreia,  o favorito do Alberto Araújo

(Foto do autor quando em
campanha de combate à caça furtiva na Coutada 1)

Depois de 1965, o Alberto Araújo, já com a sua empresa integrada na
SAFRIQUE, deixou de actuar directamente no campo, passando  a exercer funções de inspector e
principal  public relations da organização  na sua sede da cidade da Beira. Ali o contactei
sempre que me deslocava à capital do distrito, quer para tratar de assuntos
de serviço quer simplesmente para o cumprimentar e trocar algumas impressões
de interesse comum. Foi sempre impecável e generoso comigo, preocupando-se
sobremaneira em me transmitir os seus conselhos e experiências.

 
Em 1963, depois do1º safari
oficial dos Marqueses de Villaverde,(3) o
grupo - Alberto Araujo,  Marquês, Adérito Lopes (jornalista), Senhora
Aznar (acompanhante), Marquesa e o autor – momentos antes do regresso à
Beira.

A rondar, na altura , os sessenta e cinco anos, o Alberto Araújo, de  compleição física ultrapassando os cem
quilos, só raramente operava como condutor de safaris e quando o fazia (normalmente com convidados) limitava-se
a pequenas deslocações aos tandos
(planícies) e savanas abertas para  obtenção
de troféus que não implicassem grandes caminhadas a pé, nomeadamente antílopes,
zebras, bois-cavalo e aves que proliferavam  por ali como em poucas outras coutadas. Limitava-se
a dirigir e controlar a sua Coutada a partir do acampamento central, dispondo
de excelentes colaboradores como pisteiros, 
motoristas, pessoal de apoio no mato e no acampamento e um leque de
competentes caçadores guias.  Os safaris
normais eram assim entregues a equipas sob comando dos White Hunters  e as tarefas
de hotelaria (alojamento e alimentação) eram brilhantemente dirigidas pelo
patrão que primava um tratamento de cinco estrelas aos clientes. Não resisto
em referenciar um requintado e controverso hábito do Alberto Araújo,  único em Moçambique (e creio que em todo o
mundo) na indústria dos safaris: O
anfitrião e os caçadores guias, ao contrário do que acontecia no mato, não
tomavam as refeições junto dos clientes no acampamento de Kanga N’Thole.
Tinham uma sala própria e só começavam a comer depois do patrão ter servido
os vinhos aos clientes! Esta prática, aceite disciplinarmente pelos
caçadores guias, indignava a maioria dos clientes que gostavam de partilhar a
mesa com os seus guias, pois consideravam que as refeições eram momentos de
partilha de amizade e uma excelente oportunidade para analisarem os sucessos
e insucessos dos safaris. Mas o
nosso homem não transigia e não alterava esse regime, que, na sua óptica, era
uma prova de respeito para com os seus clientes!

 Tal discriminação era
aceite  pelos caçadores guias com um
misto de compreensão e resignação, mas nem por isso deixavam de fazer o seu
melhor junto dos  clientes, que dali
saíam maravilhados com o resultado dos seus safaris e muitos voltavam nos anos seguintes.  Nunca ouvi uma palavra amarga desses
“Príncipes da Selva” em relação ao seu patrão, de quem eram e continuaram a
ser amigos. Embora pretenda falar deles em álbuns específicos,  fica aqui a minha admiração por esses
competentes profissionais que ali conheci e com quem fiz amizades,
nomeadamente, Victor Cabral, Francisco  Coimbra (Chico), Luís Santos, Mário Lopes,
Carlos Cruz e Luís Mena.

Victor Cabral

Francisco Coimbra

(Chico)

Luís Santos

Mário Lopes com um turista caçador espanhol

Luís Mena (drtª) com o autor em 1963

Carlos Cruz com o
astronauta James Lowel e Esposa

Durante o tempo de defeso da caça o Alberto Araújo não ficava inactivo.
Organizava safaris de pesca, a partir da Beira, sendo
também famoso nesta sua actividade com records obtidos em
espécies raras como o Marlin.

Dado  o seu relacionamento privilegiado
com as mais diversas figuras da vida pública, era anfitrião constante de
individualidades de destaque, a maior parte para efectuarem caçadas
patrocinadas ou apoiadas pelo próprio governo. 

Viria a falecer no ano de 1969, não
resistindo à doença do foro cardíaco que o afectou nos últimos anos.

 Vive na cidade da Beira o seu único filho de nome Alberto
Filipe Araújo, conhecido pelo “Búfalo”. 
Tal como seu pai, é grande entusiasta pela caça e assume os laços
sanguíneos como neto bastardo de D. Carlos, o penúltimo rei de Portugal
assassinado em 1908, dois anos antes do fim da monarquia em Portugal.

(1) Pessoas muito
próximas do Alberto Araújo, de entre elas o caçador guia   Victor Cabral, eram credoras da história  sobre os laços sanguíneos que ligam o Alberto
Araújo ao Rei D. Carlos I de Portugal e cujos contornos se resumem nestes
factos: D. Carlota, sua mãe, quando era a 1ª dama da Corte e íntima da Rainha
D. Amélia, teve uma relação amorosa com o Rei e daí nasceu o Alberto Araújo.
Com seis meses de idade foi para Moçambique 
com a mãe que entretanto casara com o coronel Sousa Araújo e fora mandado
pelo Rei em comissão de serviço para aquela ex-colónia portuguesa. O casal
acabaria por se fixar na cidade da Beira, onde o Alberto Araújo cresceu e fez
carreira como funcionário da companhia Trans Zambézia Raylls, tornando-se mais
tarde caçador profissional. Do seu segundo casamento teve um filho, Alberto Filipe
Araújo, conhecido pelo “Búfalo”,  que
vive na mesma cidade e, tal como seu pai, é grande entusiasta da caça e também
assume os laços sanguíneos (neto bastardo) com o penúltimo monarca português   assassinado em 1908, dois anos antes do fim do
regime monárquico neste país.

Confrontadas as
fotografias do Rei D. Carlos com a destes assumidos descendentes, são evidentes
os traços físicos entre si. O Alberto Araújo ostentava com muito orgulho a
fotografia do Rei no seu escritório!

Rei D. Carlos de
Portugal (1863/1908)

Alberto Araújo e
Esposa D. Olívia Santos no início da 
década de
60   

(Foto gentilmente cedida pela  sobrinha Helena Raposo)

Alberto  Filipe Araújo

(Foto 
gentilmente cedida por Helena Raposo)

 (2) A SAFRIQUE –
Sociedade de Safaris de Moçambique -  foi constituída, em 1964, por
iniciativa do Banco Nacional Ultramarino, tendo congregado as coutadas 1, 6, 7,
9, 10, 12, 13, 14 e 15 e os respectivos concessionários.  E em boa hora
foi criada, visto que a partir de 1965 os safaris de caça em Moçambique foram
considerados dos melhores em toda a África e a Safrique a melhor empresa do ramo
em todo o mundo !

 (3) Os Marqueses de Villaverde - filha e genro do Generalíssimo Franco,
Presidente de Espanha - efectuaram safaris de caça em Moçambique em 1963 e
1964, como convidados do Presidente da República Portuguesa. Estes safaris
decorreram em diversas coutadas de Manica e Sofala, tendo o autor sido
designado supervisor dos mesmos.

 

1.1 - O NASCIMENTO DA PROFISSÃO

A caça turística em Moçambique surgiu no início da década de 60 e
resultou de medidas tomadas pelo Governo para acabar com a chamada "caça
profissional", até então praticada em todo o território por algumas
centenas de caçadores que se dedicavam ao abate de espécies de grande porte,
sobretudo elefantes, búfalos, hipopótamos, elandes  e zebras, para venda da respectiva carne,
peles e marfim. 

Alguns desses caçadores e outros que
praticavam a "caça desportiva", conhecidos por "caçadores de
fins-de-semana", apoiados pela legislação acabada de sair, requereram a
licença de caçador-guia, modalidade/profissão 
inexistente antes.

Os mais destacados, que já tinham
acampamentos nas zonas de grande densidade de fauna bravia, levados pelo
entusiasmo das notícias que chegavam de alguns países africanos, nomeadamente
do Quénia relatando sucessos relacionados com os safaris de caça, disputaram entre si as
melhores zonas do centro e sul do território, apresentando às autoridades os
pedidos para nelas exercerem esta nova actividade - a exploração da caça
turística. 

Foram assim criadas as "coutadas
oficiais".

Mapa das coutadas elaborado posteriormente à extinção das
coutadas números 1,2,3 e 17.  

Foi um
processo infelizmente mal conduzido, já que a própria legislação na altura
não assegurava as condições a que deveriam obedecer tais áreas. 

Sem
qualquer estudo ecológico ou simples avaliação do potencial e da variedade de
espécies existentes, foram criadas, em 1960, as Coutadas Oficiais para a
realização de  safaris de caça, com base apenas nos dados
apresentados por cada um dos candidatos a concessionários ! 

Nasceu
assim o turismo cinegético em Moçambique e, em consequência disso,  uma nova profissão: O caçador guia.

  
  
 

1.2. - OS PIONEIROS

No centro do
território – distrito de Manica e Sofala -  vieram a ser criadas 15 Coutadas oficiais,
(numeradas de 1 a
15) e no sul, distrito de Gaza, mais 2 ( com os números 16 e 17). Foram
concessionadas aos respectivos requerentes, a saber:

 

- Coutada 1  - Alberto N. Sousa Araujo (a) 
- Coutada 2  - Não concessionada (b) 
- Coutada 3  - Idem (b) 
- Coutada 4  - Moçambique Safarilandia (c)
- Coutada 5  - Jorge Alves de Lima 
- Coutada 6  - José Joaquim Simões 
- Coutada 7  - Idem 
- Coutada 8  - Clube de Caçadores da Beira 
- Coutada 9  - Agência Turismo Beira 
- Coutada 10 -José Joaquim Simões 
- Coutada 11-Amílcar Xavier Coelho 
- Coutada 12-Vergílio Garcia 
- Coutada 13- (d) 
- Coutada 14-Francisco Salzone 
- Coutada 15-Armindo Vieira 
- Coutada 16-Manuel Sarnadas 
- Coutada 17-José Afonso Ruiz(e)

(a) – A Coutada 1 foi extinta em 1969 e criada uma "Zona de Vigilância
Especial" para integração no Parque Nacional da Gorongosa.

              
(b) – Estas Coutadas foram criadas como zonas tampão do Parque Nacional da
Gorongosa e não foram concessionadas. Eram ali autorizados safaris a caçadores guias
independentes e vieram mais tarde a ser extintas.

(c) -   A Coutada 4 foi extinta em 1973 por motivo da criação do Parque
Nacional de Zinave.

(d) – A Coutada 13, por razões que estiveram
ligadas a um desentendimento entre o seu inicial requerente, Miguel Guerra e os
Serviços da Fauna,  só mais tarde veio a ser concessionada, por concurso
público, à Safrique. Entretanto eram ali autorizados safaris de caça a
caçadores guias independentes.

(e) – A Coutada 17 foi extinta em 1973 por ter
sido criado o Parque Nacional do Banhine abrangendo a maior parte da sua área.

 
  

  
 

1.3. - Lista geral dos caçadores-guias que
operaram em Moçambique antes de 1975

Nº 

NOME

Local de actuação 










10 
11 
12 
13 
14 
15 
16 
17 
18 
19 
20 
21 
22 
23 
24 
25 
26 
27 
28 
29 
30 
31 
32 
33 
34 
35 
36 
37 
38 
39 
40 
41 
42 
43 
44 
45 
46 
47 
48 
49 
50 
51 
52 
53 
54 
55 
56 
57 
58 
59 
60 
61 
62 
63 
64 
65 

Alberto Novais  S. Araujo  
José Joaquim Simões  
Francisco Salzone  
Armindo Vieira  
Vergílio Garcia 
Amílcar Coelho 
Adelino Serras Pires  
Francisco Coimbra  
Augusto Luis Santos 
Joaquim Silva  (Jack) 
Mário Cabeça Lopes 
Mariano Ferreira  
Pierre Maia 
Carlos Costa Neves 
António Fajardo 
Francisco Martinho 
José Augusto S.Pires 
Victor Cabral  
Luis Lopes da Silva 
Carlos Cruz 
Amílcar Jorge 
Miguel Guerra 
Luis Cardoso 
Alberto Osório 
Luis Mena 
José Luis Barros 
Gilberto Barros  
Henrique Leitão 
Mário Damião de Carvalho 
Gilberto Lobo  
 James Chalmers  
Wally Johonson  
Michael Rowbotham  
Jorge Alves de Lima  
Werner Von Alvensleben  
Manuel Posser de Andrade  
Rui Quadros 
Amadeu Peixe  
Manuel Carvalho Figueira 
José Saraiva de Carvalho 
Manuel Rodrigues  
José Luis Tello (Picão) 
José Afonso Ruiz 
Harry Manners  
Manuel Sarnadas  
António Sá Mello  
Luis Pedro Sá Mello 
José La Puente  
Sérgio Pais Mamede 
Cândido Veiga 
Sérgio Veiga 
José António Pereira 
António Andrade 
António Monteiro (Kubitchek) 
Noel Jorge 
José Barreto  
Walter Johnson  
António Alfaro Cardoso  
George Dedek 
Sérgio Cardiga 
Janaka (Grego) 
António Augusto 
José Pereira  
Keneth Fubs  
António Moreno y Moreno

Coutadas de Manica
e Sofala 
 Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Coutadas do Save (4 e 5) 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Cout. Limpopo (16 e 17) 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Cout. de Manica e Sofala 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem 
Cout. do Save e Limpopo 
Idem 
Idem 
Cout. Limpopo 
Cout. Manica e Sofala 
Idem 
Idem 
Idem 
Idem

NOTA: 

Esta lista foi elaborada
com o apoio de: Dr Armando Rosinha; Luis Pedro Sá e Mello; Augusto Luís dos
Santos, Nénè Vieira; Mário Lopes; Carlos Costa Neves e Adelino Serras Pires.
Ficam aqui os meus agradecimentos a estes colaboradores, o primeiro ex-director
da Fauna Bravia, o segundo da Nyalaland Safaris e os restantes ligados à
Safrique. 
Trata-se
pois de um recurso à  memória, nossa e
deste conjunto de prestigiadas figuras que estiveram directamente ligadas à
indústria do turismo cinegético em Moçambique, já que não foi possível recolher
estes dados junto dos Serviços da Fauna 
onde infelizmente não foram preservados os arquivos do período pré
independência.    
Poderá,
assim, haver uma ou outra omissão. A existir, ela é involuntária, pois 
pretendemos  recordar aqui todos os caçadores-guias que actuaram com este
estatuto, até 1975, data da independência de Moçambique. Estaremos pois,
abertos à inclusão posterior de eventuais esquecidos, bastando que nos
comuniquem os respectivos nomes.

Marrabenta, Julho de 2000 

Celestino Gonçalves 

 

NOTA FINAL:

Este Álbum foi
publicado no ano 2000 no meu site www.geocities.com/Vila_Luisa/ - Fauna Bravia,
Caça e Caçadores de Moçambique. Manteve-se activo até 2008, altura em que,  por decisão unilateral do servidor, foi
desactivado.

Com algumas
alterações introduzidas ao original, resultantes de informações e fotos
entretanto recebidas ao longo dos últimos anos, a versão actual dá mais
veracidade à história  do 1º caçador guia
de Moçambique, Alberto de Sousa Araújo.

Marrabenta, Janeiro de 2011

Celestino Gonçalves

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