Amadora: polícia reprime moradores

18-07-2018
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Agentes da Polícia Municipal agrediram, esta manhã, pelo menos três pessoas à porta da Câmara Municipal da Amadora, onde se encontravam vários moradores do Bairro de Santa Filomena. Um dos moradores foi levado para a esquadra da Mina e um dos feridos foi encaminhado para o hospital.

Esta manhã, cerca de quarenta moradores dirigiram-se à Câmara Municipal da Amadora (CMA) para entregar uma carta ao presidente desta instituição, tendo tirado a respetiva senha e esperado ordeiramente até serem atendidos.

Os serviços da CMA decidiram, contudo, chamar a polícia municipal para dispersar os moradores. Foram mobilizados trinta agentes para o local, que solicitaram aos moradores que abandonassem as instalações, pedido este que foi satisfeito.

Já à porta do edifício, os agentes terão começado a hostilizar os presentes. Um dos moradores, agredido verbalmente, foi levado, com recurso à força, para a esquadra da Mina e é acusado de injúrias contra as autoridades. Uma ativista da Plataforma Direito à Habitação foi agredida com um bastão na cabeça e teve que ser encaminhada para o hospital. Outro ativista foi atirado ao chão, tendo-lhe sido retirado o cartão da máquina fotográfica, com a qual o mesmo havia registado as agressões.

Câmara pretende demolir habitações e recusa-se a realojar famílias

Na origem do problema encontram-se as cartas de despejo enviadas pelos serviços da CMA a cerca de 30 famílias e o intuito desta entidade de demolir as habitações do Bairro de Santa Filomena.

Às centenas de moradores, na sua maioria crianças, idosos e desempregados, a CMA propõe pagar o regresso a Cabo Verde ou 3 meses de renda de uma habitação que terá que ser encontrada pelos próprios moradores, negando-se firmemente a assegurar quaisquer realojamentos, com o argumento de que os mesmos não estão abrangidos pelo PER (Plano Especial de Realojamento).

Os moradores terão solicitado o apoio da Plataforma Direito à Habitação, que solicitou à Câmara, na segunda feira, uma reunião urgente. A vereadora com o pelouro da habitação, Carla Tavares, acabou por receber uma representante da Plataforma, assim como dois moradores, contudo, não adiantou qualquer solução para o problema.

Numa reunião de moradores, que teve lugar nesse mesmo dia, foi decidido entregar uma carta ao presidente da CMA. No documento, assinado por mais de 90 pessoas, os moradores, de origem cabo verdiana, afirmavam que queriam “continuar o diálogo já iniciado”, por forma a terminar o impasse que opõe a Câmara aos habitantes do Bairro de Santa Filomena.

“Atuação criminosa e inconstitucional”

Magda Alves, da Plataforma Direito à Habitação, defendeu, em declarações ao esquerda.net, que estamos perante uma “atuação criminosa e inconstitucional”, quer no que respeita à Câmara “ameaçar os moradores de ficarem na rua” e os tratar como "lixo" e não como “pessoas detentoras de direitos”, quer no que concerne à atuação por parte dos agentes da Polícia Municipal.

Artigo atualizado às 15h35 de 21.06.2012.

Agentes da Polícia Municipal agrediram, esta manhã, pelo menos três pessoas à porta da Câmara Municipal da Amadora, onde se encontravam vários moradores do Bairro de Santa Filomena. Um dos moradores foi levado para a esquadra da Mina e um dos feridos foi encaminhado para o hospital.

Esta manhã, cerca de quarenta moradores dirigiram-se à Câmara Municipal da Amadora (CMA) para entregar uma carta ao presidente desta instituição, tendo tirado a respetiva senha e esperado ordeiramente até serem atendidos.

Os serviços da CMA decidiram, contudo, chamar a polícia municipal para dispersar os moradores. Foram mobilizados trinta agentes para o local, que solicitaram aos moradores que abandonassem as instalações, pedido este que foi satisfeito.

Já à porta do edifício, os agentes terão começado a hostilizar os presentes. Um dos moradores, agredido verbalmente, foi levado, com recurso à força, para a esquadra da Mina e é acusado de injúrias contra as autoridades. Uma ativista da Plataforma Direito à Habitação foi agredida com um bastão na cabeça e teve que ser encaminhada para o hospital. Outro ativista foi atirado ao chão, tendo-lhe sido retirado o cartão da máquina fotográfica, com a qual o mesmo havia registado as agressões.

Câmara pretende demolir habitações e recusa-se a realojar famílias

Na origem do problema encontram-se as cartas de despejo enviadas pelos serviços da CMA a cerca de 30 famílias e o intuito desta entidade de demolir as habitações do Bairro de Santa Filomena.

Às centenas de moradores, na sua maioria crianças, idosos e desempregados, a CMA propõe pagar o regresso a Cabo Verde ou 3 meses de renda de uma habitação que terá que ser encontrada pelos próprios moradores, negando-se firmemente a assegurar quaisquer realojamentos, com o argumento de que os mesmos não estão abrangidos pelo PER (Plano Especial de Realojamento).

Os moradores terão solicitado o apoio da Plataforma Direito à Habitação, que solicitou à Câmara, na segunda feira, uma reunião urgente. A vereadora com o pelouro da habitação, Carla Tavares, acabou por receber uma representante da Plataforma, assim como dois moradores, contudo, não adiantou qualquer solução para o problema.

Numa reunião de moradores, que teve lugar nesse mesmo dia, foi decidido entregar uma carta ao presidente da CMA. No documento, assinado por mais de 90 pessoas, os moradores, de origem cabo verdiana, afirmavam que queriam “continuar o diálogo já iniciado”, por forma a terminar o impasse que opõe a Câmara aos habitantes do Bairro de Santa Filomena.

“Atuação criminosa e inconstitucional”

Magda Alves, da Plataforma Direito à Habitação, defendeu, em declarações ao esquerda.net, que estamos perante uma “atuação criminosa e inconstitucional”, quer no que respeita à Câmara “ameaçar os moradores de ficarem na rua” e os tratar como "lixo" e não como “pessoas detentoras de direitos”, quer no que concerne à atuação por parte dos agentes da Polícia Municipal.

Artigo atualizado às 15h35 de 21.06.2012.

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