Novo aeroporto. Rio questiona solução mas PSD tem cartazes a defender “Montijo Já” há quase três anos

13-09-2019
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“Quando Rui Rio pediu [no Conselho Nacional do PSD] para nos pronunciarmos em 10 minutos sobre 124 páginas de um programa eleitoral que nunca tínhamos visto e sem tempo para analisar questões estratégicas como o aeroporto ou as infraestruturas portuárias disse que não… Olhe, parece que estava a adivinhar”.

A confissão é de Bruno Vitorino, líder do PSD/Setúbal e um dos maiores críticos de Rui Rio, e remete para um dos temas que tem dominado a campanha eleitoral: a posição do PSD sobre o novo aeroporto no Montijo. Apesar de o líder social-democrata admitir reavaliar a "solução Alcochete", a verdade é que existem outdoors do PSD/Setúbal a defender a solução preconizada pelo governo de Pedro Passos Coelho e concretizada por António Costa. E a exigi-lo "já".

“Este cartaz está na rua há quase três anos. Chegámos a ter dois iguais. Não é uma qualquer afronta a Rui Rio. A nossa posição é esta há muito tempo, não fomos nós que mudámos”, diz ao Expresso Bruno Vitorino, afastado da lista de candidatos a deputados pela atual direção do PSD.

A questão foi trazida para a campanha por António Costa, que disse estar “apreensivo” depois de ver o “principal partido da oposição” a “colocar em causa a opção já tomada para que o desenvolvimento da capacidade aeroportuária de Lisboa seja complementada com o desenvolvimento do aeroporto do Montijo".

"Temos de manter uma linha de trabalho que não devolva o país à incerteza do que vai acontecer a seguir. Novas hesitações seriam uma fortíssima ameaça à continuidade da atividade turística. Não há plano B”, defendeu o líder socialista, que continua a aguardar a declaração final da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) — isto apesar de o Governo ter assinado o acordo com a ANA - Aeroportos de Portugal mesmo antes estarem concluídos os estudos de impacte ambiental.

No debate com André Silva, na RTP, Rui Rio tentou explicar a posição do partido, garantindo que a solução Montijo deve prevalecer, a menos que os “problemas ambientais sejam praticamente inultrapassáveis”. Aí, continuou o líder social-democrata, “deveria ser avisado fazer a reapreciação da solução de Alcochete”. Mais do que uma proposta, Rio explicava que a posição do PSD era condicional: se o impacte ambiental do projeto Montijo fosse insuportável, então a solução Alcochete deveria ser reavaliada.

Ora, o programa eleitoral do PSD é menos condicional e mais taxativo do que aquilo que Rui Rio foi na RTP. Escrevem os sociais-democratas que é “prematuro afastar cenários” e “que as opções a fazer não dispensam um estudo aprofundado das diferentes soluções” — o que pressupõe que o processo volte quase à estaca zero e que todas as hipóteses sejam avaliadas. O PSD chega mesmo a admitir renegociar as "condições contratuais da concessão" face aos previsíveis "problemas ambientais" decorrentes da construção de um aeroporto no Montijo.

“É previsível que venham a ser apontados problemas ambientais à solução do Montijo e que face à possível inconclusividade do estudo se recorra à decisão política sem qualquer sustentação técnica aceitável. Neste sentido, o PSD entende que poderá ser avisado a reapreciação da solução Alcochete, mesmo que tal obrigue a uma renegociação das condições contratuais da concessão”, propõe o PSD.

Bruno Vitorino não colhe esta argumentação. “Dos estudos técnicos que são conhecidos e do que foram dizendo todos os intervenientes, não há qualquer razão para acreditarmos que os impactes ambientais não são mitigáveis”, diz o líder da distrital. "Mas Rui Rio nunca se reuniu connosco [estruturas locais] ou com os deputados eleitos [pelo círculo eleitoral]. Nunca fomos ouvidos, por isso...”. Traduzindo: a posição do PSD/Setúbal mantém-se apesar de Rio. E o cartaz também.

“Quando Rui Rio pediu [no Conselho Nacional do PSD] para nos pronunciarmos em 10 minutos sobre 124 páginas de um programa eleitoral que nunca tínhamos visto e sem tempo para analisar questões estratégicas como o aeroporto ou as infraestruturas portuárias disse que não… Olhe, parece que estava a adivinhar”.

A confissão é de Bruno Vitorino, líder do PSD/Setúbal e um dos maiores críticos de Rui Rio, e remete para um dos temas que tem dominado a campanha eleitoral: a posição do PSD sobre o novo aeroporto no Montijo. Apesar de o líder social-democrata admitir reavaliar a "solução Alcochete", a verdade é que existem outdoors do PSD/Setúbal a defender a solução preconizada pelo governo de Pedro Passos Coelho e concretizada por António Costa. E a exigi-lo "já".

“Este cartaz está na rua há quase três anos. Chegámos a ter dois iguais. Não é uma qualquer afronta a Rui Rio. A nossa posição é esta há muito tempo, não fomos nós que mudámos”, diz ao Expresso Bruno Vitorino, afastado da lista de candidatos a deputados pela atual direção do PSD.

A questão foi trazida para a campanha por António Costa, que disse estar “apreensivo” depois de ver o “principal partido da oposição” a “colocar em causa a opção já tomada para que o desenvolvimento da capacidade aeroportuária de Lisboa seja complementada com o desenvolvimento do aeroporto do Montijo".

"Temos de manter uma linha de trabalho que não devolva o país à incerteza do que vai acontecer a seguir. Novas hesitações seriam uma fortíssima ameaça à continuidade da atividade turística. Não há plano B”, defendeu o líder socialista, que continua a aguardar a declaração final da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) — isto apesar de o Governo ter assinado o acordo com a ANA - Aeroportos de Portugal mesmo antes estarem concluídos os estudos de impacte ambiental.

No debate com André Silva, na RTP, Rui Rio tentou explicar a posição do partido, garantindo que a solução Montijo deve prevalecer, a menos que os “problemas ambientais sejam praticamente inultrapassáveis”. Aí, continuou o líder social-democrata, “deveria ser avisado fazer a reapreciação da solução de Alcochete”. Mais do que uma proposta, Rio explicava que a posição do PSD era condicional: se o impacte ambiental do projeto Montijo fosse insuportável, então a solução Alcochete deveria ser reavaliada.

Ora, o programa eleitoral do PSD é menos condicional e mais taxativo do que aquilo que Rui Rio foi na RTP. Escrevem os sociais-democratas que é “prematuro afastar cenários” e “que as opções a fazer não dispensam um estudo aprofundado das diferentes soluções” — o que pressupõe que o processo volte quase à estaca zero e que todas as hipóteses sejam avaliadas. O PSD chega mesmo a admitir renegociar as "condições contratuais da concessão" face aos previsíveis "problemas ambientais" decorrentes da construção de um aeroporto no Montijo.

“É previsível que venham a ser apontados problemas ambientais à solução do Montijo e que face à possível inconclusividade do estudo se recorra à decisão política sem qualquer sustentação técnica aceitável. Neste sentido, o PSD entende que poderá ser avisado a reapreciação da solução Alcochete, mesmo que tal obrigue a uma renegociação das condições contratuais da concessão”, propõe o PSD.

Bruno Vitorino não colhe esta argumentação. “Dos estudos técnicos que são conhecidos e do que foram dizendo todos os intervenientes, não há qualquer razão para acreditarmos que os impactes ambientais não são mitigáveis”, diz o líder da distrital. "Mas Rui Rio nunca se reuniu connosco [estruturas locais] ou com os deputados eleitos [pelo círculo eleitoral]. Nunca fomos ouvidos, por isso...”. Traduzindo: a posição do PSD/Setúbal mantém-se apesar de Rio. E o cartaz também.

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