Açores, SA: Democracia Tang

04-09-2019
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Democracia Tang

Há quem tente convencer-nos que basta juntar água e zás! Temos uma Democracia digna desse nome e uma comunicação social livre nos Açores. Mas não, não basta juntar água e mexer. Reduzir a principal notícia do dia a 20 segundos de Telejornal, num "off" seco, só porque não convém ao presidente do governo regional, é um sinal preocupante. Afinal a RTP/Açores serve os açorianos ou os interesses do poder? É um canal de serviço público ou está ao serviço público do governo regional?

Recordo que em causa está a decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de remeter ao Ministério Público o caso que envolve o presidente do governo regional, por este ter apelado ao voto no SIM no referendo no "site" da Presidência do Governo. Segundo a CNE, há "fortes indícios de violação do dever de isenção" por parte do presidente do governo regional. A CNE decidiu igualmente, no seguimento de uma queixa apresentada pelo PSD/Açores, ordenar que a mensagem em que Carlos César apela ao voto no SIM fosse imediatamente retirada do "site" da Presidência do Governo. Segundo a lei orgânica do referendo, a violação dos deveres de neutralidade e imparcialidade é punida com pena que pode ir até dois anos de prisão ou 240 dias de multa.

A comunicação social açoriana em peso deu grande destaque a esta notícia. No continente também houve quem desse importância ao assunto, como é o caso desta notícia da Rádio Renascença. E o que fez a RTP/Açores? Abriu o Telejornal com a fantasia recorrente do vice-presidente do governo regional, o superavit. Depois, sem qualquer peça ou imagem, dedicou 20 segundos ao caso do dia. Como se isto não bastasse, seguiu-se uma peça em que o presidente do grupo parlamentar do PS/Açores, numa conferência de imprensa marcada à pressão a pretexto da Lei de Finanças Regionais, ataca o lider do PSD/Açores, numa clara fuga para a frente em relação à decisão da CNE. Maior manipulação era impossível.

E escusam os do costume de dizer que no tempo de Mota Amaral é que se manipulava a RTP/Açores, porque o tempo de Mota Amaral acabou há mais de dez anos. Escusam também de dizer que na Madeira é que se controla a comunicação social, porque este post é sobre os Açores. Justificar atitudes nada democráticas com exemplos distantes no tempo ou na geografia só mostra que já perderam a razão e a vergonha.

Por último, e para que não haja confusões, não há neste post qualquer crítica ao meu amigo e sócio de blogue Rui Goulart. Foi ele que apresentou o Telejornal em causa, mas sei bem que o Goulart não tem poderes para definir o alinhamento dos noticiários.

Democracia Tang

Há quem tente convencer-nos que basta juntar água e zás! Temos uma Democracia digna desse nome e uma comunicação social livre nos Açores. Mas não, não basta juntar água e mexer. Reduzir a principal notícia do dia a 20 segundos de Telejornal, num "off" seco, só porque não convém ao presidente do governo regional, é um sinal preocupante. Afinal a RTP/Açores serve os açorianos ou os interesses do poder? É um canal de serviço público ou está ao serviço público do governo regional?

Recordo que em causa está a decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de remeter ao Ministério Público o caso que envolve o presidente do governo regional, por este ter apelado ao voto no SIM no referendo no "site" da Presidência do Governo. Segundo a CNE, há "fortes indícios de violação do dever de isenção" por parte do presidente do governo regional. A CNE decidiu igualmente, no seguimento de uma queixa apresentada pelo PSD/Açores, ordenar que a mensagem em que Carlos César apela ao voto no SIM fosse imediatamente retirada do "site" da Presidência do Governo. Segundo a lei orgânica do referendo, a violação dos deveres de neutralidade e imparcialidade é punida com pena que pode ir até dois anos de prisão ou 240 dias de multa.

A comunicação social açoriana em peso deu grande destaque a esta notícia. No continente também houve quem desse importância ao assunto, como é o caso desta notícia da Rádio Renascença. E o que fez a RTP/Açores? Abriu o Telejornal com a fantasia recorrente do vice-presidente do governo regional, o superavit. Depois, sem qualquer peça ou imagem, dedicou 20 segundos ao caso do dia. Como se isto não bastasse, seguiu-se uma peça em que o presidente do grupo parlamentar do PS/Açores, numa conferência de imprensa marcada à pressão a pretexto da Lei de Finanças Regionais, ataca o lider do PSD/Açores, numa clara fuga para a frente em relação à decisão da CNE. Maior manipulação era impossível.

E escusam os do costume de dizer que no tempo de Mota Amaral é que se manipulava a RTP/Açores, porque o tempo de Mota Amaral acabou há mais de dez anos. Escusam também de dizer que na Madeira é que se controla a comunicação social, porque este post é sobre os Açores. Justificar atitudes nada democráticas com exemplos distantes no tempo ou na geografia só mostra que já perderam a razão e a vergonha.

Por último, e para que não haja confusões, não há neste post qualquer crítica ao meu amigo e sócio de blogue Rui Goulart. Foi ele que apresentou o Telejornal em causa, mas sei bem que o Goulart não tem poderes para definir o alinhamento dos noticiários.

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