máquina de lavar: Congresso do PSD/A

25-09-2019
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A semana política fica marcada por dois factos de capital importância para o futuro dos Açores. Com o aproximar das eleições regionais, os principais actores vão se movimentando de acordo com aquilo que são as suas estratégias, valorizando qualidades e mais-valias, e minimizando ou escondendo defeitos e falhas.Comecemos por Vasco Cordeiro. Para todos os efeitos, a impressão das pessoas oscila entre a indiferença, o desconhecimento do seu percurso, a ideia que é uma pessoa bem formada e a certeza de que pertence ao atual governo. Como sempre, o juízo das pessoas é o correcto e efectivamente, se tivéssemos que descrever o candidato socialista em duas palavras, seria isso mesmo: alguém que, apesar de transparecer boa impressão, é-nos indiferente, mas é do governo. E o próprio Vasco sabe, porque tem estudos de opinião, que as coisas são, de facto, assim. Por isso, e na linha de valorizar qualidades e minimizar defeitos, protagonizou um dos tais episódios da semana: a sua demissão de Secretário da Economia.Vasco, ao demitir-se, tenta demarcar-se dos fiascos da responsabilidade da Secretaria da Economia. O processo do transporte marítimo inter-ilhas, que, passados todos estes anos, mantém-nos dependentes do aluguer anual e caríssimo de navios. A encomenda dos navios Atlantida e Anti-Ciclone. O processo da ASTA e o casino que está ali parado na Calheta em Ponta Delgada. E acima de tudo a SATA. Os preços elevadíssimos das passagens que nos castram qualquer capacidade de desenvolvimento. Nós estamos nesta situação dramática de desemprego e empresas a fechar em catadupa, por falhas do governo regional. O governo e em particular César dizem que a culpa é da crise internacional ou do governo de Lisboa, mas a verdade é que o desemprego nos Açores é, pela primeira vez na História, mais alto que a média nacional. Isto significa que as políticas nos Açores foram piores que no resto do país. Vasco Cordeiro quis sair do governo, quis cortar com esse seu passado. Mas, é impossível. É uma herança e uma responsabilidade que será, também, sempre sua.O outro dado político da semana foi sem qualquer dúvida o Congresso Regional do PSD Açores. Também na lógica de se realçar qualidades, Berta Cabral apresentou-se como uma líder forte, democraticamente eleita pelos seus pares, deixando clara a distinção entre si e a liderança debilitada de Vasco, que foi escolhido por César e não pelos militantes socialistas em Congresso, como devia. Mas o Congresso do PSD Açores mostrou muito mais que isso. Berta Cabral fez dois discursos em que demonstrou ter uma estratégia e um caminho planeado para a governação dos Açores. Uma estratégia que já está bastante elaborada e bem argumentada, com os objectivos de criação de riqueza e emprego nos Açores, com base na criação do mercado interno. Os transportes são uma forte aposta da candidata do PSD Açores com a promessa, desde já feita, que irá baixar o preço das tarifas áereas. Cá estaremos para comprovar se a cumpre.No rescaldo do Congresso, as reacções dos principais líderes do partido socialista demonstram o sucesso da reunião social democrata. Basta dizer que César, em visita ao Brasil, teve tempo para assistir a todo o discurso de Berta e dizer que foi o pior da Democracia. Vindo do partido que não faz Congressos que escolhe os seus candidatos a líder entre 2 ou 3 pessoas, falar em Democracia, roça o caricato. E pior que isso, César também nessa reacção ao discurso de Berta traçou o cenário de possível vitória do PSD e fez um grave aviso, sobre a situação que o PSD poderá encontrar nas contas do governo regional. Tal e qual Sócrates deixou o país.O fim de semana foi importante, mas não decisivo. Existe efectivamente um ar de mudança nos Açores. Os próximos capítulos seguem já a seguir.


A semana política fica marcada por dois factos de capital importância para o futuro dos Açores. Com o aproximar das eleições regionais, os principais actores vão se movimentando de acordo com aquilo que são as suas estratégias, valorizando qualidades e mais-valias, e minimizando ou escondendo defeitos e falhas.Comecemos por Vasco Cordeiro. Para todos os efeitos, a impressão das pessoas oscila entre a indiferença, o desconhecimento do seu percurso, a ideia que é uma pessoa bem formada e a certeza de que pertence ao atual governo. Como sempre, o juízo das pessoas é o correcto e efectivamente, se tivéssemos que descrever o candidato socialista em duas palavras, seria isso mesmo: alguém que, apesar de transparecer boa impressão, é-nos indiferente, mas é do governo. E o próprio Vasco sabe, porque tem estudos de opinião, que as coisas são, de facto, assim. Por isso, e na linha de valorizar qualidades e minimizar defeitos, protagonizou um dos tais episódios da semana: a sua demissão de Secretário da Economia.Vasco, ao demitir-se, tenta demarcar-se dos fiascos da responsabilidade da Secretaria da Economia. O processo do transporte marítimo inter-ilhas, que, passados todos estes anos, mantém-nos dependentes do aluguer anual e caríssimo de navios. A encomenda dos navios Atlantida e Anti-Ciclone. O processo da ASTA e o casino que está ali parado na Calheta em Ponta Delgada. E acima de tudo a SATA. Os preços elevadíssimos das passagens que nos castram qualquer capacidade de desenvolvimento. Nós estamos nesta situação dramática de desemprego e empresas a fechar em catadupa, por falhas do governo regional. O governo e em particular César dizem que a culpa é da crise internacional ou do governo de Lisboa, mas a verdade é que o desemprego nos Açores é, pela primeira vez na História, mais alto que a média nacional. Isto significa que as políticas nos Açores foram piores que no resto do país. Vasco Cordeiro quis sair do governo, quis cortar com esse seu passado. Mas, é impossível. É uma herança e uma responsabilidade que será, também, sempre sua.O outro dado político da semana foi sem qualquer dúvida o Congresso Regional do PSD Açores. Também na lógica de se realçar qualidades, Berta Cabral apresentou-se como uma líder forte, democraticamente eleita pelos seus pares, deixando clara a distinção entre si e a liderança debilitada de Vasco, que foi escolhido por César e não pelos militantes socialistas em Congresso, como devia. Mas o Congresso do PSD Açores mostrou muito mais que isso. Berta Cabral fez dois discursos em que demonstrou ter uma estratégia e um caminho planeado para a governação dos Açores. Uma estratégia que já está bastante elaborada e bem argumentada, com os objectivos de criação de riqueza e emprego nos Açores, com base na criação do mercado interno. Os transportes são uma forte aposta da candidata do PSD Açores com a promessa, desde já feita, que irá baixar o preço das tarifas áereas. Cá estaremos para comprovar se a cumpre.No rescaldo do Congresso, as reacções dos principais líderes do partido socialista demonstram o sucesso da reunião social democrata. Basta dizer que César, em visita ao Brasil, teve tempo para assistir a todo o discurso de Berta e dizer que foi o pior da Democracia. Vindo do partido que não faz Congressos que escolhe os seus candidatos a líder entre 2 ou 3 pessoas, falar em Democracia, roça o caricato. E pior que isso, César também nessa reacção ao discurso de Berta traçou o cenário de possível vitória do PSD e fez um grave aviso, sobre a situação que o PSD poderá encontrar nas contas do governo regional. Tal e qual Sócrates deixou o país.O fim de semana foi importante, mas não decisivo. Existe efectivamente um ar de mudança nos Açores. Os próximos capítulos seguem já a seguir.

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