10 Questões a... António Cardoso

19-10-2018
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O site de arbitragem RefereeTip.com e o site institucional
da APAF - Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol iniciaram recentemente
uma parceria online intitulada “10 Questões a…”.

Nesta rubrica, comum aos dois websites, convidamos semanalmente
uma personalidade a responder a 10 questões relacionadas com a arbitragem.

Esta semana convidámos o árbitro Português de futsal, o mais
internacional, António Cardoso a falar sobre a sua carreira e a dar a sua
opinião sobre o futebol e arbitragem em Portugal. 

ANTÓNIO
CARDOSO

1.       O António
Cardoso foi o mais destacado árbitro de futsal em Portugal. Como foi o seu
percurso na arbitragem até chegar ao “topo”?

R1. Presumo que é de percepção global e pacífica, se afirmar que
numa carreira já longa – atentando não só ao número de anos, mas e acima de
tudo, ao empenho e disponibilidade empregues – tardaríamos a descrevê-la quase
tanto como levámos a vivenciá-la! Contudo e em “três penadas”, foi o que atrás
referi… empenho, disponibilidade e uma avidez tremenda de aprender, de conhecer,
de absorver de outros, que me pudessem aportar engrandecimentos
vários!

2.       O futsal sempre
foi a primeira opção? Quais as principais diferenças entre apitar futsal e
futebol de 11?

R2. Não era, até porque na altura, o então futebol de 5 era algo de
enigmático, como tal, algo que nos ocupava, em regime subsidiário. No entanto,
desde o momento da minha opção, é o meu estandarte mor! Quanto às diferenças,
pois elas existem e são bem vincadas! Levaríamos uns pares de horas ou dias a
assentar considerandos e não concluiríamos! Mas jamais aceitarei que nos
apouquem – e isso ainda acontece, por algumas “estrelinhas” do futebol – no que
respeita ao grau de dificuldade e relevância!

Teremos, por certo, terrenos mais férteis para desenvolver o nosso
trabalho de forma mais tranquila – creio existir no futsal um superior índice
intelectual – existe também uma menor exposição mediática, enfim, um sem-número
de coisas que nos ajudam, se falamos em termos de competições de elevado
rendimento! Mas até lá chegar, escutemos o povo, “comemos o pão que o diabo
amassou”, de feição idêntica! E concluindo, dentro do campo de jogo, onde tudo
se torna mais simples e puro, até acho que o futsal é significativamente mais
complexo…

3.       Terminou a
carreira de árbitro internacional por limite de idade. Na generalidade concorda
com os 45 anos como idade limite para se poder estar no
activo?

R3. Terminei, enquanto Árbitro FIFA! Por cá, a nível doméstico, vou
dando o melhor de mim, enquanto puder e me quiserem! Concordando ou não, achando
ser ou não um processo discriminatório, tenho que viver com essa realidade!
Seria objecto de discussão prolongada, na perspectiva de que haverão inúmeros e
válidos argumentos, de cada lado da barricada…

4.       Ainda se sentia
em condições físicas e mentais para continuar a dirigir jogos ao mais alto
nível?

R4. Dentro do campo, inteiramente! Essa tarefa é aliciante e
gratificante, mormente a nível externo! Não pela competição, em si, mas pela
envolvência e pelo nosso enriquecimento!

5.       Quais as
melhores recordações que guarda destes 16 anos com árbitro? Quais os momentos
mais marcantes?

R5. As
melhores recordações prendem-se com tudo o que fui conseguindo, dentro dos
campos de jogo, dos sucessos que alcancei! Ter sido o melhor árbitro do Mundo em
2007 e 2008, ter dirigido 219 jogos Internacionais, dos
quais se destaca a presença em 4 Camp. Europa (3 Semi-finais e 1 Final), 1 Camp.
Mundo (Semi-final), 3 Finais de Taças Campeões Europeus, entre outras grandes
competições, ter sido escolhido para 9 finais de Taça de Portugal e para a
esmagadora maioria das grandes decisões internas, são de facto óptimas
recordações. Mas fundamentalmente por não ter ficado, nunca, ligado a nenhuma
dessas decisões.

6.       Que análise faz
do momento presente da arbitragem de futsal em Portugal? E perspectivas
futuras?

R6. Diz o povo, do alto da sua magna sapiência, que “o futuro a
Deus pertence”… Quanto à análise que me pede, prefiro calar a minha opinião,
deixando aos afectados, a liberdade de intuição, tendo o meu silêncio como ponto
de partida!

7.       Como vê o actual
estado geral da arbitragem portuguesa? (recrutamento, formação,
organização/estrutura e qualidade dos árbitros)

R7. Tanto por fazer e tantos recursos desperdiçados, no nosso
quotidiano… Mas reitero o que disse minutos antes, prefiro calar as minhas
acepções!

8.       A curto prazo a
arbitragem portuguesa deverá passar a ser gerida por um só órgão, deixando de
estar dividida entre LPFP e FPF. Qual o perfil que traça do presidente desse
Conselho de Arbitragem unificado? Que nomes se enquadram, a seu ver, nesse
perfil?

R8. Tenho sempre fundadas expectativas, em tudo o que se reporta à
evolução da arbitragem e este aspecto, presumo que é desejo universal,
enquadra-se no quadro referido! Perfil do presidente… Entendo que terá que ser
forçosamente um líder natural, competente, independente, democrático! Aliás, na
marcha inexorável dos tempos, urge reflectir e desprender essa escolha, por quem
de direito, dos interesses instalados!

9.       Vai manter-se
ligado à arbitragem? Em que funções e quais os desafios/objectivos a que se
propõe?

R9. Apesar de poder responder com relativa objectividade, entendo
ser prematuro. Direi apenas que sempre atingi o que queria dizer o poeta quando
escreveu “…não sei p’ra onde vou, mas sei que não vou por aí!”! E desafios e
objectivos, são normalmente os alicerces das pessoas de Bem, honestas,
desprendidas e altruístas! Numa perspectiva de democraticidade e mérito, tantas
vezes esquecidos…

10.   Que questão nunca
lhe colocaram mas à qual gostaria de responder?

R10. E se lhe permitissem mandar no Mundo, um dia só que fosse, que
faria?

E a minha resposta seria… agir e acabar com tudo aquilo que atenta
contra os valores humanos; cercear tudo o que provoca as assimetrias da
humanidade; e encarcerar quem não entendesse e tentasse opor-se a isto, como
fundamental!

RefereeTip
agradece ao colega António Cardoso a disponibilidade em participar nesta rúbrica
"10 Questões a..."

O site de arbitragem RefereeTip.com e o site institucional
da APAF - Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol iniciaram recentemente
uma parceria online intitulada “10 Questões a…”.

Nesta rubrica, comum aos dois websites, convidamos semanalmente
uma personalidade a responder a 10 questões relacionadas com a arbitragem.

Esta semana convidámos o árbitro Português de futsal, o mais
internacional, António Cardoso a falar sobre a sua carreira e a dar a sua
opinião sobre o futebol e arbitragem em Portugal. 

ANTÓNIO
CARDOSO

1.       O António
Cardoso foi o mais destacado árbitro de futsal em Portugal. Como foi o seu
percurso na arbitragem até chegar ao “topo”?

R1. Presumo que é de percepção global e pacífica, se afirmar que
numa carreira já longa – atentando não só ao número de anos, mas e acima de
tudo, ao empenho e disponibilidade empregues – tardaríamos a descrevê-la quase
tanto como levámos a vivenciá-la! Contudo e em “três penadas”, foi o que atrás
referi… empenho, disponibilidade e uma avidez tremenda de aprender, de conhecer,
de absorver de outros, que me pudessem aportar engrandecimentos
vários!

2.       O futsal sempre
foi a primeira opção? Quais as principais diferenças entre apitar futsal e
futebol de 11?

R2. Não era, até porque na altura, o então futebol de 5 era algo de
enigmático, como tal, algo que nos ocupava, em regime subsidiário. No entanto,
desde o momento da minha opção, é o meu estandarte mor! Quanto às diferenças,
pois elas existem e são bem vincadas! Levaríamos uns pares de horas ou dias a
assentar considerandos e não concluiríamos! Mas jamais aceitarei que nos
apouquem – e isso ainda acontece, por algumas “estrelinhas” do futebol – no que
respeita ao grau de dificuldade e relevância!

Teremos, por certo, terrenos mais férteis para desenvolver o nosso
trabalho de forma mais tranquila – creio existir no futsal um superior índice
intelectual – existe também uma menor exposição mediática, enfim, um sem-número
de coisas que nos ajudam, se falamos em termos de competições de elevado
rendimento! Mas até lá chegar, escutemos o povo, “comemos o pão que o diabo
amassou”, de feição idêntica! E concluindo, dentro do campo de jogo, onde tudo
se torna mais simples e puro, até acho que o futsal é significativamente mais
complexo…

3.       Terminou a
carreira de árbitro internacional por limite de idade. Na generalidade concorda
com os 45 anos como idade limite para se poder estar no
activo?

R3. Terminei, enquanto Árbitro FIFA! Por cá, a nível doméstico, vou
dando o melhor de mim, enquanto puder e me quiserem! Concordando ou não, achando
ser ou não um processo discriminatório, tenho que viver com essa realidade!
Seria objecto de discussão prolongada, na perspectiva de que haverão inúmeros e
válidos argumentos, de cada lado da barricada…

4.       Ainda se sentia
em condições físicas e mentais para continuar a dirigir jogos ao mais alto
nível?

R4. Dentro do campo, inteiramente! Essa tarefa é aliciante e
gratificante, mormente a nível externo! Não pela competição, em si, mas pela
envolvência e pelo nosso enriquecimento!

5.       Quais as
melhores recordações que guarda destes 16 anos com árbitro? Quais os momentos
mais marcantes?

R5. As
melhores recordações prendem-se com tudo o que fui conseguindo, dentro dos
campos de jogo, dos sucessos que alcancei! Ter sido o melhor árbitro do Mundo em
2007 e 2008, ter dirigido 219 jogos Internacionais, dos
quais se destaca a presença em 4 Camp. Europa (3 Semi-finais e 1 Final), 1 Camp.
Mundo (Semi-final), 3 Finais de Taças Campeões Europeus, entre outras grandes
competições, ter sido escolhido para 9 finais de Taça de Portugal e para a
esmagadora maioria das grandes decisões internas, são de facto óptimas
recordações. Mas fundamentalmente por não ter ficado, nunca, ligado a nenhuma
dessas decisões.

6.       Que análise faz
do momento presente da arbitragem de futsal em Portugal? E perspectivas
futuras?

R6. Diz o povo, do alto da sua magna sapiência, que “o futuro a
Deus pertence”… Quanto à análise que me pede, prefiro calar a minha opinião,
deixando aos afectados, a liberdade de intuição, tendo o meu silêncio como ponto
de partida!

7.       Como vê o actual
estado geral da arbitragem portuguesa? (recrutamento, formação,
organização/estrutura e qualidade dos árbitros)

R7. Tanto por fazer e tantos recursos desperdiçados, no nosso
quotidiano… Mas reitero o que disse minutos antes, prefiro calar as minhas
acepções!

8.       A curto prazo a
arbitragem portuguesa deverá passar a ser gerida por um só órgão, deixando de
estar dividida entre LPFP e FPF. Qual o perfil que traça do presidente desse
Conselho de Arbitragem unificado? Que nomes se enquadram, a seu ver, nesse
perfil?

R8. Tenho sempre fundadas expectativas, em tudo o que se reporta à
evolução da arbitragem e este aspecto, presumo que é desejo universal,
enquadra-se no quadro referido! Perfil do presidente… Entendo que terá que ser
forçosamente um líder natural, competente, independente, democrático! Aliás, na
marcha inexorável dos tempos, urge reflectir e desprender essa escolha, por quem
de direito, dos interesses instalados!

9.       Vai manter-se
ligado à arbitragem? Em que funções e quais os desafios/objectivos a que se
propõe?

R9. Apesar de poder responder com relativa objectividade, entendo
ser prematuro. Direi apenas que sempre atingi o que queria dizer o poeta quando
escreveu “…não sei p’ra onde vou, mas sei que não vou por aí!”! E desafios e
objectivos, são normalmente os alicerces das pessoas de Bem, honestas,
desprendidas e altruístas! Numa perspectiva de democraticidade e mérito, tantas
vezes esquecidos…

10.   Que questão nunca
lhe colocaram mas à qual gostaria de responder?

R10. E se lhe permitissem mandar no Mundo, um dia só que fosse, que
faria?

E a minha resposta seria… agir e acabar com tudo aquilo que atenta
contra os valores humanos; cercear tudo o que provoca as assimetrias da
humanidade; e encarcerar quem não entendesse e tentasse opor-se a isto, como
fundamental!

RefereeTip
agradece ao colega António Cardoso a disponibilidade em participar nesta rúbrica
"10 Questões a..."

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