AS FÚRIAS

03-06-2017
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junho 07, 2012

CRÓNICA: Os joanetes do governo

Um ano depois deste governo se deixar governar pela Troika, confirma-se como bom aluno dos interesses estrangeiros deixando os portugueses à beira de um grito de protesto colectivo. A satisfação de Passos Coelho perante a avaliação positiva feita pela Troika, deixa-nos à beira do abismo. O primeiro-ministro tem a obsessão do deficit, mas não parece preocupado com a subida do desemprego, com os doentes que não podem pagar as taxas moderadoras ou com as famílias que ficam sem casa. Passado um ano deste governo de direita, os portugueses estão mais pobres, tal como desejou o próprio Passos Coelho. Para passar nos exames da Troika importava que os portugueses ficassem mais pobres, que o critério de cortes cegos fosse levado ao limite da insustentabilidade. Chega-se ao cúmulo de querer-se acabar com Freguesias para poupar quase nada. Neste caso a situação é, ainda, mais grave. Tenta fazer-se uma reforma sem pés, apenas com joanetes. Tenta impor-se aos autarcas uma reforma imatura para apresentar serviço. O mais paradoxal, é que o governante que dá a cara por esta indefensável reforma era, até há pouco tempo, também, autarca. Tenho a certeza que esta não passará! As populações responderão com o orgulho da sua história, com as razões da legitimidade dos serviços e do ordenamento. Poupar rima com incendiar. Acontece que há um crescente número de fogos, que este governo tem ateado e que merece uma resposta: um contundente protesto nas ruas e nas urnas. Depois vem o António Borges, investido de sapientíssimo charme americano debitar a receita para a crise dos portugueses. Diz ele que "a diminuição de salários não é uma política, é uma urgência". Muito fácil! Mas António Borges aufere grandes salários livre de impostos. Tal como ele, a senhora Christine Lagarde, directora do FMI, que recentemente ofendeu os gregos, também, não paga impostos. Os bons rapazes deste governo têm receitas para os males dos outros, mas desde que não lhes batam à própria porta. Infelizmente, estas políticas têm bons alunos, espalhados um pouco por todo o país. A solidariedade destes alunos tem apenas um sentido, o seu egoísmo patológico e a cegueira do amiguismo. Este governo quer privatizar tudo. Agora as Águas dormem debaixo da almofada da ministra Assunção. A ser verdade, a austeridade implicará o emagrecimento das participadas. Estarei cá para ver. Tudo o que mexer e que seja público está condenado, mudará de pai, ou de mãe, em nome da austeridade. Assim, vai este governo “incendiário” espalhando a política de terra queimada porque a austeridade é quem mais ordena. Hoje, tenho uma forte convicção que este governo de direita não chega ao fim da legislatura. Com uma convincente derrota eleitoral nas autárquicas de 2013 e o agravamento das condições de vida dos portugueses, a coligação Passos/Portas desconjuntar-se-á sem remissão. Depois de Agosto, a oposição intensificará a acção política no combate à irresponsabilidade dos PP: Passos e Portas. Este casamento de muitos interesses já teve melhores dias. Portas nunca está para falar dos sacrifícios, só aparece para distribuir sorrisos e flores. Passos chama pelos ministros do CDS, mas ninguém os vê em lado nenhum. Sente-se que há dois governos: o do PSD e o do CDS. Um ano depois de chegar ao poder, o PSD nunca chegou a estar verdadeiramente em estado de graça, nunca conseguiu afirmar a sua obsessão pela austeridade, nem as suas políticas. Os seus ministros são antipáticos e revelam tiques arrogantes. A esta factura o eleitorado mandará cobrar com juros quando houver eleições. A impreparação do governo é confrangedora. Mas quem sofre com este amadorismo é o Zé Povinho. Um ano de governo, de Passo e de Portas, significa retrocesso, pobreza e desemprego. António Vilhena

Publicado por António Vilhena às 05:32 PM | Comentários (0)

maio 24, 2012

Académica, Lusa e IdealMedi

“O sonho de gerações” terminou. A Académica ganhou a Taça de Portugal. A vitória sobre o Sporting valorizou a conquista do troféu. Ninguém tem dúvidas que a Académica fez mais pela cidade de Coimbra, do que muitos fizeram por ela. Andar nas bocas do mundo por boas razões é coisa rara nestas paragens. Claro que há sempre quem se aproveite das vitórias dos outros para aparecer na fotografia, para reivindicar o quinhão do tempo comum. Sabe-se que é assim Mas o piorzinho é aparecem “os bota-abaixo” a dizerem mal, esquecendo-se que não fizeram melhor. Entre os vilões há sempre quem vista o colete encarnado e exija asas de anjo. Numa cidade despeitada pelo poder central, ignorada pela macrocefalia pensante que aterra no Terreiro Paço, hipnotizada com o cavalo de D. José e as luzes da Avenida da Liberdade, a espuma dos dias diz-nos que, no próximo mês de Junho, a Agência Lusa encerra as suas portas, em Coimbra. Dizem os arautos da ideia que não é por razões económicas. Então será por razões políticas, digo eu. Numa primeira fase vão dividir os profissionais, acantoná-los nos seus esconderijos, quebrar a cultura de grupo, fragilizá-los individualmente, para em seguida usarem o poder discricionário e, quiçá, despedi-los. Estamos perante um retrocesso democrático. Os gestores das quintas de Lisboa entendem que Coimbra não precisa de ter uma delegação da Agência Lusa, mas eles podem concentrar todos os meios na capital, todos os recursos, serem notícia e serem vendidos ao país como os senhores a quem tudo “devemos”. A dignidade é proporcional à maneira como nos deixamos olhar. “Atrás de tempos vêm tempos, e outros tempos hão-de vir.” Felizmente que o tempo não pára, e a vida é como os alcatruzes. Aqueles que se pensam legitimados pelo poder, sempre efémero, irão perdê-lo na primeira curva e, depois, saberão que há um tempo para a festa e outro para a travessia do deserto. Mas a memória, esse instrumento da justiça, que não deixa o sono tranquilo a quem semeou tempestades, não deixará em paz os vencedores do efémero. Coimbra precisa de ambição, de gente que acredite: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Coimbra precisa de gente com visão estratégica, que pense a cidade para além da agenda doméstica, que saiba agigantar-se perante as dificuldades, que reivindique, que não se conforme. Uma cidade que sai à rua para aplaudir a sua Académica deve fazê-lo, também, pela Agência Lusa, pelo seu serviço de informação e, deve fazê-lo, também, contra o fecho de serviços na área da saúde. Não é incompatível defender serviços públicos e, simultaneamente, saudar o investimento privado. Recentemente, foi inaugurada, em Coimbra, uma unidade de saúde privada, a IdealMedi, onde foram investidos muitos milhões, com a criação de centenas de postos de trabalho. Numa altura em que só se ouve o primeiro-ministro falar de austeridade e de aumento de impostos, seria normal que algum membro do governo tivesse o rasgo de perceber a importância da nova unidade de saúde, investimento em contra ciclo, numa cidade que tem afagado o umbigo a tantos ministros. O mais grave é que se fizeram anunciar, vinham dois, para depois não vir nenhum. Isto significa que este governo continua a olhar para Coimbra, como uma Coimbra B, como um apeadeiro melhorado, mas sem a dignidade de uma S. Apolónia ou de S. Bento. Quem cá manda, também, não se impõe. O resultado parece estar à vista. Enquanto a Taça de Portugal fizer lembrar Coimbra, vão-se esquecendo outras coisas importantes. António Vilhena

Publicado por António Vilhena às 07:05 AM | Comentários (0)

maio 18, 2012

"CANTO IMPERECÍVEL DAS AVES "

É uma obra poética. É o meu regresso à poesia. Será apresentado no próximo mês de Junho.

Publicado por António Vilhena às 08:40 PM | Comentários (0)

junho 07, 2012

CRÓNICA: Os joanetes do governo

Um ano depois deste governo se deixar governar pela Troika, confirma-se como bom aluno dos interesses estrangeiros deixando os portugueses à beira de um grito de protesto colectivo. A satisfação de Passos Coelho perante a avaliação positiva feita pela Troika, deixa-nos à beira do abismo. O primeiro-ministro tem a obsessão do deficit, mas não parece preocupado com a subida do desemprego, com os doentes que não podem pagar as taxas moderadoras ou com as famílias que ficam sem casa. Passado um ano deste governo de direita, os portugueses estão mais pobres, tal como desejou o próprio Passos Coelho. Para passar nos exames da Troika importava que os portugueses ficassem mais pobres, que o critério de cortes cegos fosse levado ao limite da insustentabilidade. Chega-se ao cúmulo de querer-se acabar com Freguesias para poupar quase nada. Neste caso a situação é, ainda, mais grave. Tenta fazer-se uma reforma sem pés, apenas com joanetes. Tenta impor-se aos autarcas uma reforma imatura para apresentar serviço. O mais paradoxal, é que o governante que dá a cara por esta indefensável reforma era, até há pouco tempo, também, autarca. Tenho a certeza que esta não passará! As populações responderão com o orgulho da sua história, com as razões da legitimidade dos serviços e do ordenamento. Poupar rima com incendiar. Acontece que há um crescente número de fogos, que este governo tem ateado e que merece uma resposta: um contundente protesto nas ruas e nas urnas. Depois vem o António Borges, investido de sapientíssimo charme americano debitar a receita para a crise dos portugueses. Diz ele que "a diminuição de salários não é uma política, é uma urgência". Muito fácil! Mas António Borges aufere grandes salários livre de impostos. Tal como ele, a senhora Christine Lagarde, directora do FMI, que recentemente ofendeu os gregos, também, não paga impostos. Os bons rapazes deste governo têm receitas para os males dos outros, mas desde que não lhes batam à própria porta. Infelizmente, estas políticas têm bons alunos, espalhados um pouco por todo o país. A solidariedade destes alunos tem apenas um sentido, o seu egoísmo patológico e a cegueira do amiguismo. Este governo quer privatizar tudo. Agora as Águas dormem debaixo da almofada da ministra Assunção. A ser verdade, a austeridade implicará o emagrecimento das participadas. Estarei cá para ver. Tudo o que mexer e que seja público está condenado, mudará de pai, ou de mãe, em nome da austeridade. Assim, vai este governo “incendiário” espalhando a política de terra queimada porque a austeridade é quem mais ordena. Hoje, tenho uma forte convicção que este governo de direita não chega ao fim da legislatura. Com uma convincente derrota eleitoral nas autárquicas de 2013 e o agravamento das condições de vida dos portugueses, a coligação Passos/Portas desconjuntar-se-á sem remissão. Depois de Agosto, a oposição intensificará a acção política no combate à irresponsabilidade dos PP: Passos e Portas. Este casamento de muitos interesses já teve melhores dias. Portas nunca está para falar dos sacrifícios, só aparece para distribuir sorrisos e flores. Passos chama pelos ministros do CDS, mas ninguém os vê em lado nenhum. Sente-se que há dois governos: o do PSD e o do CDS. Um ano depois de chegar ao poder, o PSD nunca chegou a estar verdadeiramente em estado de graça, nunca conseguiu afirmar a sua obsessão pela austeridade, nem as suas políticas. Os seus ministros são antipáticos e revelam tiques arrogantes. A esta factura o eleitorado mandará cobrar com juros quando houver eleições. A impreparação do governo é confrangedora. Mas quem sofre com este amadorismo é o Zé Povinho. Um ano de governo, de Passo e de Portas, significa retrocesso, pobreza e desemprego. António Vilhena

Publicado por António Vilhena às 05:32 PM | Comentários (0)

maio 24, 2012

Académica, Lusa e IdealMedi

“O sonho de gerações” terminou. A Académica ganhou a Taça de Portugal. A vitória sobre o Sporting valorizou a conquista do troféu. Ninguém tem dúvidas que a Académica fez mais pela cidade de Coimbra, do que muitos fizeram por ela. Andar nas bocas do mundo por boas razões é coisa rara nestas paragens. Claro que há sempre quem se aproveite das vitórias dos outros para aparecer na fotografia, para reivindicar o quinhão do tempo comum. Sabe-se que é assim Mas o piorzinho é aparecem “os bota-abaixo” a dizerem mal, esquecendo-se que não fizeram melhor. Entre os vilões há sempre quem vista o colete encarnado e exija asas de anjo. Numa cidade despeitada pelo poder central, ignorada pela macrocefalia pensante que aterra no Terreiro Paço, hipnotizada com o cavalo de D. José e as luzes da Avenida da Liberdade, a espuma dos dias diz-nos que, no próximo mês de Junho, a Agência Lusa encerra as suas portas, em Coimbra. Dizem os arautos da ideia que não é por razões económicas. Então será por razões políticas, digo eu. Numa primeira fase vão dividir os profissionais, acantoná-los nos seus esconderijos, quebrar a cultura de grupo, fragilizá-los individualmente, para em seguida usarem o poder discricionário e, quiçá, despedi-los. Estamos perante um retrocesso democrático. Os gestores das quintas de Lisboa entendem que Coimbra não precisa de ter uma delegação da Agência Lusa, mas eles podem concentrar todos os meios na capital, todos os recursos, serem notícia e serem vendidos ao país como os senhores a quem tudo “devemos”. A dignidade é proporcional à maneira como nos deixamos olhar. “Atrás de tempos vêm tempos, e outros tempos hão-de vir.” Felizmente que o tempo não pára, e a vida é como os alcatruzes. Aqueles que se pensam legitimados pelo poder, sempre efémero, irão perdê-lo na primeira curva e, depois, saberão que há um tempo para a festa e outro para a travessia do deserto. Mas a memória, esse instrumento da justiça, que não deixa o sono tranquilo a quem semeou tempestades, não deixará em paz os vencedores do efémero. Coimbra precisa de ambição, de gente que acredite: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Coimbra precisa de gente com visão estratégica, que pense a cidade para além da agenda doméstica, que saiba agigantar-se perante as dificuldades, que reivindique, que não se conforme. Uma cidade que sai à rua para aplaudir a sua Académica deve fazê-lo, também, pela Agência Lusa, pelo seu serviço de informação e, deve fazê-lo, também, contra o fecho de serviços na área da saúde. Não é incompatível defender serviços públicos e, simultaneamente, saudar o investimento privado. Recentemente, foi inaugurada, em Coimbra, uma unidade de saúde privada, a IdealMedi, onde foram investidos muitos milhões, com a criação de centenas de postos de trabalho. Numa altura em que só se ouve o primeiro-ministro falar de austeridade e de aumento de impostos, seria normal que algum membro do governo tivesse o rasgo de perceber a importância da nova unidade de saúde, investimento em contra ciclo, numa cidade que tem afagado o umbigo a tantos ministros. O mais grave é que se fizeram anunciar, vinham dois, para depois não vir nenhum. Isto significa que este governo continua a olhar para Coimbra, como uma Coimbra B, como um apeadeiro melhorado, mas sem a dignidade de uma S. Apolónia ou de S. Bento. Quem cá manda, também, não se impõe. O resultado parece estar à vista. Enquanto a Taça de Portugal fizer lembrar Coimbra, vão-se esquecendo outras coisas importantes. António Vilhena

Publicado por António Vilhena às 07:05 AM | Comentários (0)

maio 18, 2012

"CANTO IMPERECÍVEL DAS AVES "

É uma obra poética. É o meu regresso à poesia. Será apresentado no próximo mês de Junho.

Publicado por António Vilhena às 08:40 PM | Comentários (0)

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