Autarcas do PS atacam “independentes mal agradecidos” e “egos galácticos"

07-05-2017
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O ataque mais claro foi feito por Miguel Alves, presidente da Federação socialista de Viana do Castelo, mas pelo palco da convenção autárquica nacional do PS, que decorreu este sábado no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, passou várias vezes o descontentamento com candidatos independentes e, em concreto, com o movimento de Rui Moreira. Foram várias as referências, sobretudo indirectas, ao autarca do Porto que esta semana recusou o apoio socialista.

A primeira referência à polémica entre o PS e Rui Moreira foi feita por Fernando Medina, presidente da câmara de Lisboa. Medina pediu “uma salva de palmas muito particular para os camaradas do Porto” que vão “afirmar no Porto o PS como grande partido autárquico”.

O autarca de Lisboa, que nasceu e cresceu no Porto, fez também questão de pedir um grande aplauso para Ana Catarina Mendes, que esteve no centro da polémica com Rui Moreira. “Só é vencido quem desiste de lutar e no PS ninguém desiste de lutar”, afirmou Medina, lembrando uma frase de Mário Soares.

As referências, saudações e agradecimentos a Ana Catarina Mendes foram, aliás, uma constante das intervenções desta convenção autárquica em que, no entanto, não estava previsto a secretária-geral adjunta falar. Chegou acompanhada, ou a acompanhar, António Costa e permaneceu sentada a seu lado toda a convenção até à chegada de Manuel Pizarro, a quem deu o lugar à direita do primeiro-ministro, andando uma cadeira para o lado. À esquerda do líder socialista esteve sempre Fernando Medina, o seu antigo número dois na Câmara de Lisboa.

Depois de Medina, discursou o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado, que, sem se referir ao Porto, fez o elogio do trabalho dos partidos e alertou que são os partidos que têm de combater o populismo. “Cerremos fileiras contra o populismo”, afirmou o também presidente da Câmara de Coimbra.

E quase a seguir o presidente da Federação socialista de Viana do Castelo atacou os “movimentos anti-partidos”. Miguel Alves, que também é presidente da Câmara de Caminha reconheceu que há coisas erradas nos partidos ditos tradicionais, mas considera que é preciso defendê-los de populismos e preconceitos.

“Os partidos estão em crise por toda a Europa. Os desafios e os preconceitos contra os partidos hoje são iguais em Itália, em França, mas também no Porto”, disse o autarca e dirigente socialista, defendendo que a resposta dos partidos não deve ser excluir os não militantes.

“Pelo contrário, a resposta deve ser incluir a cidadania, mas o pior que pode acontecer à cidadania livre e colectiva é tornar-se num movimento partidofóbico, num aparelho partidário anónimo e anti-partidos. Excluir cidadania é também excluir os partidos dessa cidadania”, afirmou, numa clara referência, ainda que sem o nomear, a Rui Moreira que, em entrevista à SIC, colocou de parte qualquer coligação ou negociação do seu movimento com partidos.

“Construímos juntos, festejamos juntos”

Para mostrar as diferenças, Miguel Alves invocou o apoio do PS ao ex-deputado do CDS Abel Baptista, que agora é candidato independente à Câmara de Ponte de Lima. “Depois de ouvir todas as notícias, perguntei ao nosso candidato: 'Se alcançamos uma vitória podemos festejar esta vitória?'”, contou. E a resposta de Abel Baptista foi afirmativa: “Se construímos juntos, celebramos juntos.”

Ora, uma das irritações de Rui Moreira foi com o facto de Ana Catarina Mendes ter dito que uma vitória sua no Porto seria também uma vitória no PS.

Rui Moreira foi assim - e quase sem ser nomeado - uma presença ausente na convenção socialista em que se foram sucedendo intervenções de elogio ao PS enquanto partido autárquico e também enquanto partido de cidadãos livres.

E até houve um presidente recandidato que anunciou que é militante há uma semana e que, se em 2013 lhe custou gritar ‘PS!PS !’, agora vai fazê-lo com muito gosto.

Um independente agradecido e agora militante. Ao contrário de outros. “Independentes mal agradecidos podem seguir o seu caminho”, indicou o líder dos autarcas do PS, Rui Santos. E se alguém tinha dúvidas do que falava, acrescentou : “Vai ser assim no Porto: vamos perder um grande vereador, mas vamos ganhar um extraordinário presidente de câmara”.

Rui Santos referia-se a Manuel Pizarro, o agora candidato socialista à Câmara do Porto e que acabou por ter lugar de destaque nesta convenção onde ele próprio assumiu que não contava estar. Mas foi recebido com aplausos e aclamado e apoiado por colegas de partido, como autarca de Gaia , Eduardo Vítor Rodrigues, que lhe elogiou a humildade, contrária aos “egos galácticos” de outros.

Quanto a Ana Catarina Mendes acabou por falar quase no fim da convenção, manifestando o seu “grande orgulho” em ser secretária-geral adjunta do PS e em ter nas candidaturas socialistas “os melhores da sociedade” e os que, “não tendo cartão”, aceitam estar com o PS.

O ataque mais claro foi feito por Miguel Alves, presidente da Federação socialista de Viana do Castelo, mas pelo palco da convenção autárquica nacional do PS, que decorreu este sábado no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, passou várias vezes o descontentamento com candidatos independentes e, em concreto, com o movimento de Rui Moreira. Foram várias as referências, sobretudo indirectas, ao autarca do Porto que esta semana recusou o apoio socialista.

A primeira referência à polémica entre o PS e Rui Moreira foi feita por Fernando Medina, presidente da câmara de Lisboa. Medina pediu “uma salva de palmas muito particular para os camaradas do Porto” que vão “afirmar no Porto o PS como grande partido autárquico”.

O autarca de Lisboa, que nasceu e cresceu no Porto, fez também questão de pedir um grande aplauso para Ana Catarina Mendes, que esteve no centro da polémica com Rui Moreira. “Só é vencido quem desiste de lutar e no PS ninguém desiste de lutar”, afirmou Medina, lembrando uma frase de Mário Soares.

As referências, saudações e agradecimentos a Ana Catarina Mendes foram, aliás, uma constante das intervenções desta convenção autárquica em que, no entanto, não estava previsto a secretária-geral adjunta falar. Chegou acompanhada, ou a acompanhar, António Costa e permaneceu sentada a seu lado toda a convenção até à chegada de Manuel Pizarro, a quem deu o lugar à direita do primeiro-ministro, andando uma cadeira para o lado. À esquerda do líder socialista esteve sempre Fernando Medina, o seu antigo número dois na Câmara de Lisboa.

Depois de Medina, discursou o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado, que, sem se referir ao Porto, fez o elogio do trabalho dos partidos e alertou que são os partidos que têm de combater o populismo. “Cerremos fileiras contra o populismo”, afirmou o também presidente da Câmara de Coimbra.

E quase a seguir o presidente da Federação socialista de Viana do Castelo atacou os “movimentos anti-partidos”. Miguel Alves, que também é presidente da Câmara de Caminha reconheceu que há coisas erradas nos partidos ditos tradicionais, mas considera que é preciso defendê-los de populismos e preconceitos.

“Os partidos estão em crise por toda a Europa. Os desafios e os preconceitos contra os partidos hoje são iguais em Itália, em França, mas também no Porto”, disse o autarca e dirigente socialista, defendendo que a resposta dos partidos não deve ser excluir os não militantes.

“Pelo contrário, a resposta deve ser incluir a cidadania, mas o pior que pode acontecer à cidadania livre e colectiva é tornar-se num movimento partidofóbico, num aparelho partidário anónimo e anti-partidos. Excluir cidadania é também excluir os partidos dessa cidadania”, afirmou, numa clara referência, ainda que sem o nomear, a Rui Moreira que, em entrevista à SIC, colocou de parte qualquer coligação ou negociação do seu movimento com partidos.

“Construímos juntos, festejamos juntos”

Para mostrar as diferenças, Miguel Alves invocou o apoio do PS ao ex-deputado do CDS Abel Baptista, que agora é candidato independente à Câmara de Ponte de Lima. “Depois de ouvir todas as notícias, perguntei ao nosso candidato: 'Se alcançamos uma vitória podemos festejar esta vitória?'”, contou. E a resposta de Abel Baptista foi afirmativa: “Se construímos juntos, celebramos juntos.”

Ora, uma das irritações de Rui Moreira foi com o facto de Ana Catarina Mendes ter dito que uma vitória sua no Porto seria também uma vitória no PS.

Rui Moreira foi assim - e quase sem ser nomeado - uma presença ausente na convenção socialista em que se foram sucedendo intervenções de elogio ao PS enquanto partido autárquico e também enquanto partido de cidadãos livres.

E até houve um presidente recandidato que anunciou que é militante há uma semana e que, se em 2013 lhe custou gritar ‘PS!PS !’, agora vai fazê-lo com muito gosto.

Um independente agradecido e agora militante. Ao contrário de outros. “Independentes mal agradecidos podem seguir o seu caminho”, indicou o líder dos autarcas do PS, Rui Santos. E se alguém tinha dúvidas do que falava, acrescentou : “Vai ser assim no Porto: vamos perder um grande vereador, mas vamos ganhar um extraordinário presidente de câmara”.

Rui Santos referia-se a Manuel Pizarro, o agora candidato socialista à Câmara do Porto e que acabou por ter lugar de destaque nesta convenção onde ele próprio assumiu que não contava estar. Mas foi recebido com aplausos e aclamado e apoiado por colegas de partido, como autarca de Gaia , Eduardo Vítor Rodrigues, que lhe elogiou a humildade, contrária aos “egos galácticos” de outros.

Quanto a Ana Catarina Mendes acabou por falar quase no fim da convenção, manifestando o seu “grande orgulho” em ser secretária-geral adjunta do PS e em ter nas candidaturas socialistas “os melhores da sociedade” e os que, “não tendo cartão”, aceitam estar com o PS.

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