Problemas à vista? Bloomberg alerta para riscos políticos na Europa

13-10-2019
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“Mesmo que a confiança económica na área do euro tenha alcançado níveis historicamente altos, uma série de riscos políticos em toda a União Europeia ainda ameaçam minar a frágil recuperação do bloco”, diz a agência Bloomberg num artigo hoje publicado. O artigo, assinado por Viktoria Dendrinou, repórter sediada em Bruxelas, admite que as compras de títulos pelo Banco Central Europeu, o reaquecimento da indústria e o aumento do consumo – em níveis históricos desde o início de 2001 – são dados muito positivos; mas há o outro lado.

Desde logo a fraca performance eleitoral de Angela Merkel na Alemanha – pior que aquilo que se esperava, e que fez com que a chanceler tenha tido inesperados problemas para formar governo – o que de algum modo, diz a Bloomberg, vem equiparar o seu peso político ao de Emmanuel Macron, presidente francês.

As reticências de Bloomberg face a este equilíbrio de forças são difíceis de entender, dado que esse equilíbrio será uma plataforma perfeita de entendimento daquilo que há décadas se chama (e se espera) o eixo Paris-Berlim – que com certeza só funcionará numa ótica de equilíbrio e não de supremacia de uma das partes.

Novas eleições na Itália e a repressão da vontade independentista da Catalunha – problemas na terceira e na quarta maiores economias da zona Euro – são, para a Bloomberg, dois novos focos de problemas, principalmente se se admitir que as eleições são um problema.

A isto, diz o texto, vem juntar-se o acomodamento dos países da União Europeia à política altamente intervencionista do BCE – nomeadamente nas economias mais debilitadas pelos anos de chumbo da crise que começou em 2009. Mas parece estar definitivamente provado que foi precisamente essa política que permitiu a essas economias uma almofada financeira gasta na recuperação da economia – nomeadamente no que tem a ver com o poder de compra e o consumo, mas também com o relançamento da produção e das exportações.

Não sendo eterna – o que se calhar nem era mau – esta política permitiu equilibrar o todo da União; e nem sequer é muito diferente daquilo que faz a autoridade monetária dos Estados Unidos, que, possivelmente de forma menos óbvia para o público, intervém sempre que isso lhe parece necessário para manter equilíbrios monetários. Mesmo que haja sempre quem, como Carsten Nickel, diretor-geral da Teneo Intelligence, citado pelo artigho, ache que “todo o risco político virá a seguir”, quando o BCE tiver que alterar a sua política.

Finalmente o Brexit

Como não podia deixar de ser, o Brexit figura também na lista dos potenciais problemas que se afiguram no horizonte imediato da União Europeia. As negociações permanecem num impasse, recorda o artigo, apesar das promessas da União Europeia e do Reino Unido para acelerar o processo. Já se sabia que as negociações iam ser duras, mas será bom dar algum crédito aos observadores que afirmam que mais vale um bom acordo, mesmo que demorado, que uma saída precipitada, que deixe por resolver todos os problemas.

Na lista da Bloomberg de riscos potenciais estão ainda a deriva extremista de direita de alguns países da Europa, como a Polónia e a Hungria – a que acresce o aumento da prestação dos partidos eurocéticos nos vários atos eleitorais que têm decorrido um pouco por todo o continente; e a imigração – que, segundo o artigo, é uma das principais preocupações dos líderes da União Europeia. Para a Bloomberg, o cenário é negro – se não agora pelo menos no horizonte, mas o que a agência não diz é que, há quatro ou cinco anos atrás era bem mais negro e, na altura, ninguém (Bloomberg incluída) antecipou o bom momento económico que atravessa a União Europeia atualmente.

“Mesmo que a confiança económica na área do euro tenha alcançado níveis historicamente altos, uma série de riscos políticos em toda a União Europeia ainda ameaçam minar a frágil recuperação do bloco”, diz a agência Bloomberg num artigo hoje publicado. O artigo, assinado por Viktoria Dendrinou, repórter sediada em Bruxelas, admite que as compras de títulos pelo Banco Central Europeu, o reaquecimento da indústria e o aumento do consumo – em níveis históricos desde o início de 2001 – são dados muito positivos; mas há o outro lado.

Desde logo a fraca performance eleitoral de Angela Merkel na Alemanha – pior que aquilo que se esperava, e que fez com que a chanceler tenha tido inesperados problemas para formar governo – o que de algum modo, diz a Bloomberg, vem equiparar o seu peso político ao de Emmanuel Macron, presidente francês.

As reticências de Bloomberg face a este equilíbrio de forças são difíceis de entender, dado que esse equilíbrio será uma plataforma perfeita de entendimento daquilo que há décadas se chama (e se espera) o eixo Paris-Berlim – que com certeza só funcionará numa ótica de equilíbrio e não de supremacia de uma das partes.

Novas eleições na Itália e a repressão da vontade independentista da Catalunha – problemas na terceira e na quarta maiores economias da zona Euro – são, para a Bloomberg, dois novos focos de problemas, principalmente se se admitir que as eleições são um problema.

A isto, diz o texto, vem juntar-se o acomodamento dos países da União Europeia à política altamente intervencionista do BCE – nomeadamente nas economias mais debilitadas pelos anos de chumbo da crise que começou em 2009. Mas parece estar definitivamente provado que foi precisamente essa política que permitiu a essas economias uma almofada financeira gasta na recuperação da economia – nomeadamente no que tem a ver com o poder de compra e o consumo, mas também com o relançamento da produção e das exportações.

Não sendo eterna – o que se calhar nem era mau – esta política permitiu equilibrar o todo da União; e nem sequer é muito diferente daquilo que faz a autoridade monetária dos Estados Unidos, que, possivelmente de forma menos óbvia para o público, intervém sempre que isso lhe parece necessário para manter equilíbrios monetários. Mesmo que haja sempre quem, como Carsten Nickel, diretor-geral da Teneo Intelligence, citado pelo artigho, ache que “todo o risco político virá a seguir”, quando o BCE tiver que alterar a sua política.

Finalmente o Brexit

Como não podia deixar de ser, o Brexit figura também na lista dos potenciais problemas que se afiguram no horizonte imediato da União Europeia. As negociações permanecem num impasse, recorda o artigo, apesar das promessas da União Europeia e do Reino Unido para acelerar o processo. Já se sabia que as negociações iam ser duras, mas será bom dar algum crédito aos observadores que afirmam que mais vale um bom acordo, mesmo que demorado, que uma saída precipitada, que deixe por resolver todos os problemas.

Na lista da Bloomberg de riscos potenciais estão ainda a deriva extremista de direita de alguns países da Europa, como a Polónia e a Hungria – a que acresce o aumento da prestação dos partidos eurocéticos nos vários atos eleitorais que têm decorrido um pouco por todo o continente; e a imigração – que, segundo o artigo, é uma das principais preocupações dos líderes da União Europeia. Para a Bloomberg, o cenário é negro – se não agora pelo menos no horizonte, mas o que a agência não diz é que, há quatro ou cinco anos atrás era bem mais negro e, na altura, ninguém (Bloomberg incluída) antecipou o bom momento económico que atravessa a União Europeia atualmente.

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