Governo deseja equilíbrio entre negócio da sardinha e sustentabilidade da espécie – Observador

12-10-2019
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Ministra do Mar diz ter em conta "desejo legítimo" da comunidade piscatória de aumentar quotas, mas fala na necessidade de "crescimento sustentável" da espécie. Atualmente, diz, há mais sardinha.

12 Oct 2019, 17:27

Quota atual estabelecida para este ano foi de nove mil toneladas de sardinha

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, manifestou este sábado a intenção de encontrar posições equilibradas entre o negócio da venda de sardinha e a sustentabilidade da espécie e anteviu um aumento deste peixe no próximo ano.

“Nós estamos sempre divididos entre aquilo que é o desejo legítimo da nossa comunidade piscatória, da indústria conserveira da restauração para que se tenha mais quotas. Mas também temos a ambição de quem tem de proteger o oceano e todas as espécies”, afirmou a governante.

Nesse sentido, Ana Paula Vitorino prometeu “conjugar aquilo que são as informações científicas sobre o crescimento sustentável, consistente que as espécies estão a fazer com aquilo que são as necessidades legítimas dos setores que utilizam a sardinha”

A ministra do Mar, que falava esta tarde aos jornalistas, à margem de uma cerimónia sobre investimentos para o Porto de Sines, comentava desta forma o início da proibição da pesca da sardinha.

Segundo um despacho assinado pelo secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, e publicado na quarta-feira em Diário da República, “a captura, manutenção a bordo e descarga de sardinha, com qualquer arte de pesca” está proibida desde as 12h deste sábado. O objetivo, segundo a tutela, é, mais uma vez, “garantir a sustentabilidade do recurso”.

Todos os anos tem ocorrido a suspensão da pesca da sardinha e implementadas medidas de proteção dos juvenis e impostos limites anuais às possibilidades de captura. No entanto, Ana Paula Vitorino traçou um cenário positivo para o próximo ano, antevendo um aumento de sardinhas em águas portuguesas.

“Os dados que nós temos são animadores. As indicações dos cruzeiros científicos do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) é que há mais sardinhas e mais juvenis. A presença de juvenis significa que para o ano poderá ter um aumento maior da espécie, pois existe renovação”, perspetivou Ana Paula Vitorino.

O estado do recurso sardinha está a ser avaliado pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês), com o intuito de definir as possibilidades de pesca para 2020 para Portugal e Espanha.

Em setembro, a ministra do Mar reiterou que a quota da captura da sardinha para este ano é de até 9 mil toneladas, mantendo-se cautelosa com a possibilidade do aumento das capturas em 2020.

No entanto, para as organizações ibéricas da sardinha este valor é insuficiente, uma vez que estas defendem que a biomassa disponível permite uma atualização das possibilidades de pesca até cerca de 19 mil toneladas ainda este ano.

Ministra do Mar diz ter em conta "desejo legítimo" da comunidade piscatória de aumentar quotas, mas fala na necessidade de "crescimento sustentável" da espécie. Atualmente, diz, há mais sardinha.

12 Oct 2019, 17:27

Quota atual estabelecida para este ano foi de nove mil toneladas de sardinha

A ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, manifestou este sábado a intenção de encontrar posições equilibradas entre o negócio da venda de sardinha e a sustentabilidade da espécie e anteviu um aumento deste peixe no próximo ano.

“Nós estamos sempre divididos entre aquilo que é o desejo legítimo da nossa comunidade piscatória, da indústria conserveira da restauração para que se tenha mais quotas. Mas também temos a ambição de quem tem de proteger o oceano e todas as espécies”, afirmou a governante.

Nesse sentido, Ana Paula Vitorino prometeu “conjugar aquilo que são as informações científicas sobre o crescimento sustentável, consistente que as espécies estão a fazer com aquilo que são as necessidades legítimas dos setores que utilizam a sardinha”

A ministra do Mar, que falava esta tarde aos jornalistas, à margem de uma cerimónia sobre investimentos para o Porto de Sines, comentava desta forma o início da proibição da pesca da sardinha.

Segundo um despacho assinado pelo secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, e publicado na quarta-feira em Diário da República, “a captura, manutenção a bordo e descarga de sardinha, com qualquer arte de pesca” está proibida desde as 12h deste sábado. O objetivo, segundo a tutela, é, mais uma vez, “garantir a sustentabilidade do recurso”.

Todos os anos tem ocorrido a suspensão da pesca da sardinha e implementadas medidas de proteção dos juvenis e impostos limites anuais às possibilidades de captura. No entanto, Ana Paula Vitorino traçou um cenário positivo para o próximo ano, antevendo um aumento de sardinhas em águas portuguesas.

“Os dados que nós temos são animadores. As indicações dos cruzeiros científicos do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) é que há mais sardinhas e mais juvenis. A presença de juvenis significa que para o ano poderá ter um aumento maior da espécie, pois existe renovação”, perspetivou Ana Paula Vitorino.

O estado do recurso sardinha está a ser avaliado pelo Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês), com o intuito de definir as possibilidades de pesca para 2020 para Portugal e Espanha.

Em setembro, a ministra do Mar reiterou que a quota da captura da sardinha para este ano é de até 9 mil toneladas, mantendo-se cautelosa com a possibilidade do aumento das capturas em 2020.

No entanto, para as organizações ibéricas da sardinha este valor é insuficiente, uma vez que estas defendem que a biomassa disponível permite uma atualização das possibilidades de pesca até cerca de 19 mil toneladas ainda este ano.

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