Ex-diretor de Serralves: “É ao público que cabe avaliar se quer ou se deve ver ou não imagens com mais teor sexual explícito”

22-12-2018
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A comunidade artística internacional está muito preocupada com o que se passa em Serralves. Ao telefone desde São Paulo, João Fernandes, um homem que esteve dentro da casa desde a sua fundação, alerta a administração, a sociedade civil e política para a “quebra da confiança necessária entre a administração e a direção da instituição” e acredita que só restabelecendo essa confiança Serralves poderá “manter o seu estatuto a nível mundial como uma casa da cultura e da arte contemporâneas”.

Para o hoje diretor-adjunto do Museu Reina Sofia, em Madrid, a preocupação estende-se à necessária independência de toda e qualquer direção artística. E “revela que terá havido falta de sintonia, cumplicidade e confiança entre administração e direção”. Isto mesmo que ainda não se conheçam os pormenores do processo que levou à demissão de João Ribas, diretor artístico de Serralves desde janeiro deste ano.

A sua demissão, na sexta-feira passada, prende-se com o facto de algumas peças da exposição “Robert Mapplethorpe: The Pictures”, inaugurada na véspera, terem sido interditadas ao público menor de 18 anos e circunscritas numa sala restrita do Museu de Serralves.

josé coelho/lusa

A administração nega desde sexta-feira a ingerência no processo, mas não esclarece o que se passou em todos os pormenores. João Ribas também não presta declarações à comunicação social.

No entanto, a palavra censura já entrou na polémica. E os apupos à administração de Ana Pinho, cujo mandato à frente do conselho de administração da Fundação de Serralves termina em dezembro, surgem de todo o sector artístico.

João Fernandes considera “que este processo revelou um contexto sensório”. “Se é aberta ao público uma exposição com interdição de uma parte do seu núcleo por intervenção da instituição, ela está a censurar. É ao público que cabe avaliar se quer ou se deve ver ou não imagens com mais teor sexual explícito, que compreendo que possam chocar e que devem ser acauteladas. Mas tudo isto é muito preocupante.”

A administração da Fundação de Serralves não quis responder às questões do Expresso. E João Ribas também permaneceu em silêncio.

A comunidade artística internacional está muito preocupada com o que se passa em Serralves. Ao telefone desde São Paulo, João Fernandes, um homem que esteve dentro da casa desde a sua fundação, alerta a administração, a sociedade civil e política para a “quebra da confiança necessária entre a administração e a direção da instituição” e acredita que só restabelecendo essa confiança Serralves poderá “manter o seu estatuto a nível mundial como uma casa da cultura e da arte contemporâneas”.

Para o hoje diretor-adjunto do Museu Reina Sofia, em Madrid, a preocupação estende-se à necessária independência de toda e qualquer direção artística. E “revela que terá havido falta de sintonia, cumplicidade e confiança entre administração e direção”. Isto mesmo que ainda não se conheçam os pormenores do processo que levou à demissão de João Ribas, diretor artístico de Serralves desde janeiro deste ano.

A sua demissão, na sexta-feira passada, prende-se com o facto de algumas peças da exposição “Robert Mapplethorpe: The Pictures”, inaugurada na véspera, terem sido interditadas ao público menor de 18 anos e circunscritas numa sala restrita do Museu de Serralves.

josé coelho/lusa

A administração nega desde sexta-feira a ingerência no processo, mas não esclarece o que se passou em todos os pormenores. João Ribas também não presta declarações à comunicação social.

No entanto, a palavra censura já entrou na polémica. E os apupos à administração de Ana Pinho, cujo mandato à frente do conselho de administração da Fundação de Serralves termina em dezembro, surgem de todo o sector artístico.

João Fernandes considera “que este processo revelou um contexto sensório”. “Se é aberta ao público uma exposição com interdição de uma parte do seu núcleo por intervenção da instituição, ela está a censurar. É ao público que cabe avaliar se quer ou se deve ver ou não imagens com mais teor sexual explícito, que compreendo que possam chocar e que devem ser acauteladas. Mas tudo isto é muito preocupante.”

A administração da Fundação de Serralves não quis responder às questões do Expresso. E João Ribas também permaneceu em silêncio.

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