Táxis. Luta continua após “reunião de cortesia” no gabinete de Costa

26-09-2018
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“Costa urgente, ouve o Presidente”, “Os táxis unidos jamais serão vencidos” e “Nem um passo atrás”. Estes foram alguns dos gritos que marca...

“Costa urgente, ouve o Presidente”, “Os táxis unidos jamais serão vencidos” e “Nem um passo atrás”. Estes foram alguns dos gritos que marcaram a caminhada dos taxistas, que decorreu ontem à tarde em Lisboa. No sexto dia de manifestação, os motoristas desfilaram desde a Praça dos Restauradores até à Praça do Comércio  - onde se encontra instalada provisoriamente a residência oficial de António Costa.
Vestidos com camisolas com a hashtag ‘#SomosTaxi’,  iniciaram a caminhada por volta das 15h na Praça dos Restauradores, passando depois pelo Rossio sempre com gritos, apelando ao executivo que seja sensível com o setor. Além dos gritos, iam Batendo palmas e assobiando, sons que não deixavam os lisboetas indiferentes. 
Ao longo do caminho, que continuou pela rua do Ouro, os mais curiosos vinham às portas espreitar e, com os telemóveis e câmaras na mão, fotografavam o protesto. E até os turistas iam parando: alguns levantaram-se dos restaurantes, com um ar de espanto, para tentar compreender o que se estava a passar, que pessoas eram aquelas que estavam a parar uma das zonas mais movimentadas da capital.
A chegar à Praça do Comércio, os vários motoristas entraram para um recinto, protegido com grades, e continuaram com os gritos de apelo. Minutos depois, Florêncio Almeida, presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Veículos Ligeiros (ANTRAL),  e Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi, foram chamados ao gabinete de António Costa, onde foram recebidos por Diogo Serra Lopes, assessor de António Costa para os assuntos económicos. 
Contudo, a reunião revelou-se infrutífera. “Entrei com as mãos vazias e agora vim com as mãos ainda mais abertas”, disse aos jornalistas Florêncio Almeida, no final da reunião. O dirigente sindical sublinhou ainda que esta foi apenas “uma reunião de cortesia”.  Já Carlos Ramos classificou a reunião como sendo “uma manobra de diversão” por parte do governo, assegurando que os taxistas vão continuar em manifestação e que o protesto agendado para quarta-feira junto à Assembleia da República vai mesmo acontecer.
Antes da vigília
Perto das 14h, na Praça dos Restauradores, os taxistas aguardavam pelo começo da caminhada. Os carros estavam, como têm estado nos últimos dias, estacionados ao longo da Avenida de Liberdade e os motoristas iam-se abrigando do calor abrasador nas sombras das árvores. 
O ambiente era de determinação, mas as expectativas estavam baixas. Ao i, Rodolfo Melo, dirigente da Federação Portuguesa do Táxi, disse que esperavam que houvesse “bom senso por parte do primeiro-ministro, que tem conhecimento de que o setor está na rua, está unido e que quer falar com o primeiro-ministro desde sábado”.
Pouco confiante de que iriam conseguir obter alguma resposta com a vigília, o dirigente sindical, revelou que no pior dos cenários, caso nada acontecesse, fariam “o caminho inverso” e voltariam para a Avenida. Os motoristas não vão desmobilizar enquanto não for encontrada “uma solução equilibrada, concreta e objetiva”, garantiu o sindicalista ao i. Os taxistas, que estão na rua desde a passada quarta-feira, estão a “viver” numa das artérias mais movimentadas da capital e não vão “desistir” de lutar, completou.
Florêncio de Almeida, dirigente da ANTRAL, corroborou a tese de Rodolfo Melo. Ao i, revelou que as expectativas para a reunião com António Costa eram “nulas”. E caso não conseguissem uma decisão por parte do governo, iriam continuar em protesto “o tempo que fosse necessário, até que alguém resolva este problema”. “A nós ninguém nos cansa”, acrescentou Florêncio Almeida ao i.
Sandra Marinho tem 48 anos e é motorista de táxi há 16. Aderiu ao protesto desde o primeiro dia e espera “obter resultados” com esta luta. No entanto, duvida que isso venha a acontecer em breve. Ao i, contou que os seis dias de protesto têm sido “cansativos e dispendiosos”, mas que não pensa em desistir. 
Vítor Bulas também revelou não estar confiante quanto à reunião com o primeiro ministro. Tem 50 anos e já é motorista de táxi há 23 anos. Participa no protesto desde quarta-feira e apesar de classificar os seis dias de manifestação como “complicados” faz, no geral, um balanço positivo: “Nunca vi uma mobilização assim”, revelou ao i, acrescentando que a luta é para continuar.
Os taxistas estão em manifestação desde a passada quarta-feira contra a lei que tem como objetivo regular as quatro plataformas de transporte existentes em Portugal - Uber, Cabify, Taxify e Chaffeur Privé - e que estabelece um regime jurídico para a chamada atividade de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica.

by Tatiana Costa via Jornal i

“Costa urgente, ouve o Presidente”, “Os táxis unidos jamais serão vencidos” e “Nem um passo atrás”. Estes foram alguns dos gritos que marca...

“Costa urgente, ouve o Presidente”, “Os táxis unidos jamais serão vencidos” e “Nem um passo atrás”. Estes foram alguns dos gritos que marcaram a caminhada dos taxistas, que decorreu ontem à tarde em Lisboa. No sexto dia de manifestação, os motoristas desfilaram desde a Praça dos Restauradores até à Praça do Comércio  - onde se encontra instalada provisoriamente a residência oficial de António Costa.
Vestidos com camisolas com a hashtag ‘#SomosTaxi’,  iniciaram a caminhada por volta das 15h na Praça dos Restauradores, passando depois pelo Rossio sempre com gritos, apelando ao executivo que seja sensível com o setor. Além dos gritos, iam Batendo palmas e assobiando, sons que não deixavam os lisboetas indiferentes. 
Ao longo do caminho, que continuou pela rua do Ouro, os mais curiosos vinham às portas espreitar e, com os telemóveis e câmaras na mão, fotografavam o protesto. E até os turistas iam parando: alguns levantaram-se dos restaurantes, com um ar de espanto, para tentar compreender o que se estava a passar, que pessoas eram aquelas que estavam a parar uma das zonas mais movimentadas da capital.
A chegar à Praça do Comércio, os vários motoristas entraram para um recinto, protegido com grades, e continuaram com os gritos de apelo. Minutos depois, Florêncio Almeida, presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Veículos Ligeiros (ANTRAL),  e Carlos Ramos, presidente da Federação Portuguesa do Táxi, foram chamados ao gabinete de António Costa, onde foram recebidos por Diogo Serra Lopes, assessor de António Costa para os assuntos económicos. 
Contudo, a reunião revelou-se infrutífera. “Entrei com as mãos vazias e agora vim com as mãos ainda mais abertas”, disse aos jornalistas Florêncio Almeida, no final da reunião. O dirigente sindical sublinhou ainda que esta foi apenas “uma reunião de cortesia”.  Já Carlos Ramos classificou a reunião como sendo “uma manobra de diversão” por parte do governo, assegurando que os taxistas vão continuar em manifestação e que o protesto agendado para quarta-feira junto à Assembleia da República vai mesmo acontecer.
Antes da vigília
Perto das 14h, na Praça dos Restauradores, os taxistas aguardavam pelo começo da caminhada. Os carros estavam, como têm estado nos últimos dias, estacionados ao longo da Avenida de Liberdade e os motoristas iam-se abrigando do calor abrasador nas sombras das árvores. 
O ambiente era de determinação, mas as expectativas estavam baixas. Ao i, Rodolfo Melo, dirigente da Federação Portuguesa do Táxi, disse que esperavam que houvesse “bom senso por parte do primeiro-ministro, que tem conhecimento de que o setor está na rua, está unido e que quer falar com o primeiro-ministro desde sábado”.
Pouco confiante de que iriam conseguir obter alguma resposta com a vigília, o dirigente sindical, revelou que no pior dos cenários, caso nada acontecesse, fariam “o caminho inverso” e voltariam para a Avenida. Os motoristas não vão desmobilizar enquanto não for encontrada “uma solução equilibrada, concreta e objetiva”, garantiu o sindicalista ao i. Os taxistas, que estão na rua desde a passada quarta-feira, estão a “viver” numa das artérias mais movimentadas da capital e não vão “desistir” de lutar, completou.
Florêncio de Almeida, dirigente da ANTRAL, corroborou a tese de Rodolfo Melo. Ao i, revelou que as expectativas para a reunião com António Costa eram “nulas”. E caso não conseguissem uma decisão por parte do governo, iriam continuar em protesto “o tempo que fosse necessário, até que alguém resolva este problema”. “A nós ninguém nos cansa”, acrescentou Florêncio Almeida ao i.
Sandra Marinho tem 48 anos e é motorista de táxi há 16. Aderiu ao protesto desde o primeiro dia e espera “obter resultados” com esta luta. No entanto, duvida que isso venha a acontecer em breve. Ao i, contou que os seis dias de protesto têm sido “cansativos e dispendiosos”, mas que não pensa em desistir. 
Vítor Bulas também revelou não estar confiante quanto à reunião com o primeiro ministro. Tem 50 anos e já é motorista de táxi há 23 anos. Participa no protesto desde quarta-feira e apesar de classificar os seis dias de manifestação como “complicados” faz, no geral, um balanço positivo: “Nunca vi uma mobilização assim”, revelou ao i, acrescentando que a luta é para continuar.
Os taxistas estão em manifestação desde a passada quarta-feira contra a lei que tem como objetivo regular as quatro plataformas de transporte existentes em Portugal - Uber, Cabify, Taxify e Chaffeur Privé - e que estabelece um regime jurídico para a chamada atividade de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica.

by Tatiana Costa via Jornal i

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