Correntes da arte em transição

14-10-2019
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Uma das outras correntes, na qual o crítico de arte Terry Smith propõe pensarmos o actual estado de «contemporaneidade» é a arte de um «imaginário nacional e localista», como forma de resistência anti-globalista. Este crítico defende que durante os anos 90 do século XX ocorreu um fenómeno de mercado nos maiores centros em que «a arte contemporânea foi ao mesmo tempo expandida, mas também segmentada, pela arte emergente do restante do mundo. Desde então, a arte contemporânea em todo o lugar tem-se engajado mais e mais com o mundo espectáculo – com o comércio de imagens saturadas, o estilo de vida globalizado e a mídia social – e com as ansiedades causadas pela volatilidade política e pela mudança climática. Estes fluxos continuam até ao presente, portanto configurando os futuros imagináveis da arte – ao menos em sentido restrito». Estas mudanças ocorreram em tempos e locais, a ritmos e a modos diversos. Emergindo sob a bandeira de «modernidades alternativas» criaram-se as bases para a diversidade na arte da actualidade, «”cada qual” possui uma “estética”, possui sua própria, internamente diversificada».

Colocando como eixo a crítica de arte, Terry Smith argumenta que uma das grandes correntes da actualidade que pode ser discernida dentro da ilimitada diversidade da arte é uma arte criada de acordo com prioridades «identitárias e críticas, especialmente de culturas previamente colonizadas» , num mundo que se move para além da globalização. Não deixa, contudo, este crítico, de alertar para a tendência de se poder cair em alguns estereótipos, como sejam, deixar-se seduzir por «um fácil exotismo», aceder ao convite de um «turismo estético do Outro» ou a «simplificar a especificidade local da obra». Ângela Ferreira, nascida em Maputo, é uma das artistas que assumiu uma prática artística à volta do impacto do colonialismo e pós‑colonialismo na sociedade contemporânea, olhando criticamente certas tendências para o apagamento, através da investigação a vários documentos, episódios, memórias e imagens de diversos arquivos existentes e da sua própria experiência.

Na Culturgest do Porto , Ângela Ferreira apresenta-nos agora a exposição Dalaba: Sol d’Exil, podendo ser visitada até dia 1 de Setembro.

Esta Exposição, segundo o curador Delfim Sardo, fala-nos de Miriam Makeba (cantora e activista na luta contra o apartheid na África do Sul) e Stokely Carmichael (líder do partido Panteras Negras) e inspira-se na casa que eles tiveram na Guiné Conacri e onde viveram exilados durante quinze anos (entre 1968 e 1983), «convertendo em peças escultóricas alguns dos elementos arquitectónicos da moradia de planta circular, quase um protótipo da relação entre a arquitetura modernista e africana e, sobretudo, um lugar simbólico do exílio e da condição apátrida» e ainda um elemento escultórico que convoca a memória do teleférico da Cidade do Cabo. Podemos ainda ver na exposição desenhos reinterpretados das decorações da casa de Dalaba, fotografias e ouvir uma canção icónica de Miriam Makeba, «A Piece of Ground», de 1966. Na Culturgest Porto estão ainda programadas as exposições Acha Que Minto, de Jimmie Durham (14 de Setembro de 2019 a 05 de Janeiro de 2020) e Blank de Elisa Strinna (18 Janeiro a 26 de Abril de 2020).

A Associação 289 , apresentou-se pela primeira vez ao público no dia 18 de Novembro de 2017 dando a conhecer o seu espaço no Sítio das Pontes de Marchil em Faro. Foi criada por um grupo de artistas visuais residentes no Algarve e actualmente ocupam um edifício centenário, o antigo centro de férias da Associação de Comandos (delegação de Faro), nas Pontes de Marchil, em Faro. A associação conta actualmente com 14 artistas residentes. Fuga, de Christine Henry , será a próxima exposição na Associação 289, que pode ser visitada até 8 de Setembro. Sobre esta exposição que é composta por objetos do quotidiano refere a curadora Mirian Tavares: «num mundo violentado pelo excesso do aparente, o homem é levado numa engrenagem e a brusca lembrança da sua mortalidade faz rebentar a vaidade dos seus actos. Guerras, religiões, problemas ecológicos provocam deslocações de povos, forçados a deixarem o lugar onde viviam. O homem encontra-se face a ele próprio num mundo em constante desajuste».

Em Loures, na Galeria Municipal Vieira da Silva , poderá visitar a exposição Colecção Municipal Artes Visuais, até dia 7 de Setembro. Esta exposição apresenta vários elementos de expressão artística que fazem parte do espólio do acervo municipal de artes visuais, como pinturas, desenhos, fotografias, esculturas ou tapeçaria. Ainda no concelho de Loures, em Santa Iria de Azóia, poderemos ver a Exposição de pintura e instalação Raízes, de Maria Beatitude até dia 20 de setembro na Galeria Municipal do Castelo de Pirescouxe .

Uma das outras correntes, na qual o crítico de arte Terry Smith propõe pensarmos o actual estado de «contemporaneidade» é a arte de um «imaginário nacional e localista», como forma de resistência anti-globalista. Este crítico defende que durante os anos 90 do século XX ocorreu um fenómeno de mercado nos maiores centros em que «a arte contemporânea foi ao mesmo tempo expandida, mas também segmentada, pela arte emergente do restante do mundo. Desde então, a arte contemporânea em todo o lugar tem-se engajado mais e mais com o mundo espectáculo – com o comércio de imagens saturadas, o estilo de vida globalizado e a mídia social – e com as ansiedades causadas pela volatilidade política e pela mudança climática. Estes fluxos continuam até ao presente, portanto configurando os futuros imagináveis da arte – ao menos em sentido restrito». Estas mudanças ocorreram em tempos e locais, a ritmos e a modos diversos. Emergindo sob a bandeira de «modernidades alternativas» criaram-se as bases para a diversidade na arte da actualidade, «”cada qual” possui uma “estética”, possui sua própria, internamente diversificada».

Colocando como eixo a crítica de arte, Terry Smith argumenta que uma das grandes correntes da actualidade que pode ser discernida dentro da ilimitada diversidade da arte é uma arte criada de acordo com prioridades «identitárias e críticas, especialmente de culturas previamente colonizadas» , num mundo que se move para além da globalização. Não deixa, contudo, este crítico, de alertar para a tendência de se poder cair em alguns estereótipos, como sejam, deixar-se seduzir por «um fácil exotismo», aceder ao convite de um «turismo estético do Outro» ou a «simplificar a especificidade local da obra». Ângela Ferreira, nascida em Maputo, é uma das artistas que assumiu uma prática artística à volta do impacto do colonialismo e pós‑colonialismo na sociedade contemporânea, olhando criticamente certas tendências para o apagamento, através da investigação a vários documentos, episódios, memórias e imagens de diversos arquivos existentes e da sua própria experiência.

Na Culturgest do Porto , Ângela Ferreira apresenta-nos agora a exposição Dalaba: Sol d’Exil, podendo ser visitada até dia 1 de Setembro.

Esta Exposição, segundo o curador Delfim Sardo, fala-nos de Miriam Makeba (cantora e activista na luta contra o apartheid na África do Sul) e Stokely Carmichael (líder do partido Panteras Negras) e inspira-se na casa que eles tiveram na Guiné Conacri e onde viveram exilados durante quinze anos (entre 1968 e 1983), «convertendo em peças escultóricas alguns dos elementos arquitectónicos da moradia de planta circular, quase um protótipo da relação entre a arquitetura modernista e africana e, sobretudo, um lugar simbólico do exílio e da condição apátrida» e ainda um elemento escultórico que convoca a memória do teleférico da Cidade do Cabo. Podemos ainda ver na exposição desenhos reinterpretados das decorações da casa de Dalaba, fotografias e ouvir uma canção icónica de Miriam Makeba, «A Piece of Ground», de 1966. Na Culturgest Porto estão ainda programadas as exposições Acha Que Minto, de Jimmie Durham (14 de Setembro de 2019 a 05 de Janeiro de 2020) e Blank de Elisa Strinna (18 Janeiro a 26 de Abril de 2020).

A Associação 289 , apresentou-se pela primeira vez ao público no dia 18 de Novembro de 2017 dando a conhecer o seu espaço no Sítio das Pontes de Marchil em Faro. Foi criada por um grupo de artistas visuais residentes no Algarve e actualmente ocupam um edifício centenário, o antigo centro de férias da Associação de Comandos (delegação de Faro), nas Pontes de Marchil, em Faro. A associação conta actualmente com 14 artistas residentes. Fuga, de Christine Henry , será a próxima exposição na Associação 289, que pode ser visitada até 8 de Setembro. Sobre esta exposição que é composta por objetos do quotidiano refere a curadora Mirian Tavares: «num mundo violentado pelo excesso do aparente, o homem é levado numa engrenagem e a brusca lembrança da sua mortalidade faz rebentar a vaidade dos seus actos. Guerras, religiões, problemas ecológicos provocam deslocações de povos, forçados a deixarem o lugar onde viviam. O homem encontra-se face a ele próprio num mundo em constante desajuste».

Em Loures, na Galeria Municipal Vieira da Silva , poderá visitar a exposição Colecção Municipal Artes Visuais, até dia 7 de Setembro. Esta exposição apresenta vários elementos de expressão artística que fazem parte do espólio do acervo municipal de artes visuais, como pinturas, desenhos, fotografias, esculturas ou tapeçaria. Ainda no concelho de Loures, em Santa Iria de Azóia, poderemos ver a Exposição de pintura e instalação Raízes, de Maria Beatitude até dia 20 de setembro na Galeria Municipal do Castelo de Pirescouxe .

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